O QUE É A IGREJA? | JP Padilha



A palavra Igreja advém do termo grego Ecclesia. Etimologicamente, esse termo significa “Chamados para Fora”. Esta palavra é usada para se referir a uma congregação, assembleia, reunião ou grupo de pessoas que se reúnem para seguir, cultuar e adorar a Deus e servir a Cristo. Curiosamente, este vocábulo também é usado para denotar uma assembleia secular. No mundo grego, igreja designava uma assembleia ou reunião. Podia ser um grupo político ou simplesmente um ajuntamento de pessoas (At 19.32,41).

Sendo assim, segue-se que a Igreja é um grupo de pessoas que se reúnem para aprender sobre Deus e adorá-Lo. Nos evangelhos de João, Marcos, Lucas e Mateus o termo Ecclesia é um termo novo que aparece somente em dois versículos (Mt 16.18; 18.17). O apóstolo Lucas usou bastante a palavra Ecclesia no livro de Atos, tornando-o mais comum ao leitor. Em seguida, Paulo escreveu sobre a Ecclesia (igreja) na maioria de suas cartas. Por fim, João aplica o mesmo termo em Apocalipse para se referir às congregações locais dos santos.

Não é preciso ir muito longe para constatar que igreja nada mais significa do que Congregação. No Velho Testamento, por exemplo, Israel era simplesmente "A Congregação". A palavra foi também usada pelos primeiros cristãos da era pós-apostólica, se referindo a si próprios como “Igreja” ou “Congregação” de forma individual. Este é o real significado da palavra "igreja", que se aplica tanto a todos os fiéis no mundo como a qualquer grupo local de crentes em Jesus Cristo. Onde estiver uma reunião de pessoas em que o nome de Deus é adorado em espírito e em verdade, ali está a igreja. O Novo Testamento freqüentemente usa o singular "igreja" mesmo quando muitos grupos de fiéis se reúnem em vários lugares do mundo (At 9.31; 2 Co 1.1). Mas, e as “igrejas”? O termo "igrejas" é raramente encontrado na Bíblia (At 15.41; 16.5), e cada um desses grupos é um lugar onde Deus está presente (Mt 16.18; 18.17).

TERMINOLOGIA CONVENCIONAL VS. TERMINOLOGIA BÍBLICA

Ao longo dos séculos, muitos termos bíblicos que expressam as verdades mais simples das Escrituras foram distorcidos por “teólogos” e líderes religiosos. Hoje, boa parte da confusão existente no testemunho cristão vem dessas terminologias criadas por homens. A teologia moderna é praticamente baseada nisso. Os chamados “doutores em teologia” pegaram muitos termos das Escrituras exatamente para esvaziá-los de seu sentido bíblico, dando depois a esses termos significados inventados pelos homens para fundamentarem seus próprios sistemas teológicos. Isso acontece em maior medida no sistema denominacional, onde a base eclesiástica já começa errada. Como consequência, quando comparamos essas ideias com a Palavra de Deus, vemos que elas estão muito distantes da verdade.

Um dos exemplos mais evidentes de como essas terminologias convencionais deram um novo e distorcido sentido para um termo bíblico é a palavra "igreja". A maioria dos cristãos usa este termo para se referir a um edifício ou templo aonde os cristãos vão quando se congregam para adoração. Essas pessoas dizem "Vamos à igreja" ao se referirem à sua reunião nesse edifício. Todavia, a Bíblia nunca utiliza a palavra "igreja" desta maneira. A Bíblia fala da igreja como um grupo de pessoas redimidas que foram "chamadas para fora" de entre judeus e gentios por meio de sua crença no evangelho da graça. Esse grupo especial de salvos compõe o Corpo de Cristo e um dia será arrebatado nos ares e estará para sempre com o Senhor Jesus Cristo (1 Ts 4.17). Esse povo celestial, chamado Igreja, reinará com o Senhor na terra como Sua noiva, por mil anos, após o período conhecido como “Tribulação” (Ap 20.6).

A Bíblia é muito clara quanto ao significado de Igreja. A Palavra de Deus não deixa dúvidas quanto a isso. Ela mostra claramente que a igreja NÃO é um edifício material, pois está escrito que Cristo amou a igreja e Se entregou à morte por ela (Ef 5.25-26). Obviamente, isso não poderia ser dito a respeito de um edifício construído por mãos humanas. A Palavra de Deus também nos diz que a igreja costumava ser encontrada na casa de algumas pessoas (Rm 16.5; 1 Co 16.19; Cl 4.15; Fl 2). Ela diz que a igreja tinha ouvidos para receber instrução (At 11.22, 26); que tinha poder de discernimento para saber a vontade do Senhor (At 15.22); que podia orar (At 12.5), ser saudada (Rm 16.5) e ser perseguida (At 8.1; 1 Co 15.9).

A partir dessas referências fica óbvio que a igreja é um grupo de pessoas salvas pela graça de Deus, e não um edifício de pedras, tijolos e madeira. A igreja não é um templo. A igreja é um organismo vivo, feito de pessoas salvas.

Depois de um tempo me dedicando a respeito da verdade sobre a igreja na Bíblia, fui muito questionado por “crentes” e "Ministros" pertencentes a denominações religiosas (instituições). Essas pessoas sempre me perguntam a razão de eu não mais “ir à igreja”. Minha resposta é direta e concisa: "A única igreja que encontro na Bíblia é aquela que se lançou ao pescoço de Paulo e o beijou!”. Quando digo isso, me refiro a Atos 20.37. E então, sempre que posso, eu aponto para algum desses templos chamados “igrejas” e digo: "Se aquela coisa ali se lançar ao meu pescoço, ela certamente irá me matar!".

Muitos também usam erroneamente este termo (igreja) para descrever uma seita na igreja. Eles falam de alguém ser membro de uma igreja quando o que querem dizer é ser membro de uma seita denominacional (ou não-denominacional) na igreja. Todavia, a verdade é que as Escrituras não falam de sermos membros de qualquer outra coisa que não seja o Corpo de Cristo. Todo crente no Senhor Jesus Cristo é um membro desse corpo (1 Co 12.12, 27).

Também ouvimos pessoas falando de pessoas "se afiliarem à igreja", quando, na prática, estão se referindo a pessoas que se unem a uma seita na igreja. Não obstante, a igreja não é uma associação à qual os homens podem voluntariamente se ligarem ou dela se desligarem conforme a sua vontade, como acontece no caso das seitas. A Bíblia não ensina que devemos "nos fazer membros" de uma igreja. Só existe uma igreja na Bíblia: a ela o Senhor (e não nós) acrescenta pessoas quando elas creem nEle para salvação (At 2.47; 5.14; 11.24; 1 Co 6.17). Uma vez perguntaram a um irmão, o qual entendia muito bem esta verdade, a que igreja ele pertencia. Ele respondeu: "Pertenço à igreja da qual ninguém é capaz de se fazer membro!". Evidentemente a pessoa que fez a pergunta ficou bastante surpresa e indagou: "Então como vocês conseguem os novos membros?". Ele respondeu: "Ah, é o Senhor quem os acrescenta pelo Espírito quando são salvos, mas as pessoas não podem acrescentar-se a si mesmas por sua própria vontade" (1 Co 12.13). A única coisa à qual poderíamos nos "juntar" – e deveríamos buscar fazê-lo – é à comunhão dos santos (At 9.26). Porém, não podemos fazer a nós mesmos membros da Igreja de Deus.

Há quem às vezes pergunte: "Quem é que dirige a sua igreja?". As pessoas pensam que vamos falar o nome de algum "Ministro". Todavia, a Cabeça da igreja, mencionada na Bíblia, está no céu – é o próprio Cristo (Cl 1.18)!

Também costumamos ouvir pessoas dizendo: "Nossa igreja ensina tal e tal coisa...". Todavia, não existe qualquer ideia na Palavra de Deus de que a igreja ensine alguma coisa. Tal ideia é totalmente humana. Isso pode se encaixar bem às várias organizações denominacionais com suas doutrinas e credos formulados segundo o padrão de sua seita. Nesse caso, as pessoas não estão erradas se disserem que aquela organização ensina. Todavia, uma organização de homens não é a igreja! A igreja não é um corpo legislativo que estabelece regras, leis e doutrinas. Ela não ensina, mas é ensinada pela Palavra! E isso é feito por indivíduos com dons que são levantados pelo próprio Cristo, a Cabeça da igreja, que está hoje ressuscitado no céu (At 11.26).

A primeira vez que a Bíblia nos apresenta o termo Igreja é quando Jesus fala sobre o seu fundamento em Mateus 16.18. Neste versículo a palavra abriga o seu real sentido: "Edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela". Ou seja, Jesus está claramente falando da igreja dos santos como um único povo celestial (e não terrenal, como Israel). Já pensou se alguém interrompesse Jesus nesta hora e dissesse: “Mas, mestre, se alguém não está reunido conosco aqui, neste local ou num templo institucionalizado, este não pode ser membro da igreja.”? Todo leitor sincero já deve imaginar qual seria a reação de Jesus diante de tal bestialidade, não é mesmo?

O termo grego Ecclesia (igreja) é repetidamente usado com expressões adicionais, apontando para o fato de que esta igreja a qual Cristo e os apóstolos se referem é a “Igreja de Deus” (1 Co 1.2; 10.32) ou as “igrejas de Cristo” (Rm 16.16). Isso acontece porque o termo, em sua raiz etimológica comum, recebe seu significado distinto em outras religiões e grupos. Deve-se lembrar que o termo surgiu na Grécia e era usado para se referir a qualquer tipo de assembleia, ajuntamento ou comunidade, seja ela secular ou cristã.

Com isto, a igreja cristã é considerada como a Assembleia dos últimos tempos. Ela é a Congregação dos santos de Deus, “chamados para fora” do sistema judaico (Hb 13.13). Ela é a Reunião dos eleitos predestinados a cumprir os propósitos de Deus na terra por meio de seu testemunho diante dos pagãos. O apóstolo Paulo se dirige aos cristãos de Corinto dizendo que eles são aqueles "sobre quem os fins dos séculos têm chegado" (1 Co 10.11). Isto é, Deus chamou o Seu povo com santa vocação, tanto entre os judeus quanto entre os gentios. Ambos os povos (judeus e gentios) receberam de Deus o poder do Espírito Santo, que é a Palavra revelada, e o próprio Espírito Santo para habitar em seus corpos (e não em templos de tijolos). Esse único povo, composto por judeus e gentios, agora compartilham das “Boas Novas” (Evangelho) do amor absoluto de Deus pelo Seu povo eleito (Ef 2.11-22). Podemos constatar nos evangelhos que Cristo escolheu doze discípulos os quais constituiu apóstolos para serem os fundamentos do evangelho da graça (epístolas dos apóstolos).

Em se tratando da salvação, a igreja de Deus reúne os santos a fim de que não haja distinção entre judeu e grego; nem entre escravo e liberto; nem entre homem e mulher, “porque todos vós sois UM em Cristo Jesus" (Gl 3.28). Isto não significa que esses povos (judeus e gentios) tenham perdido sua identidade como nações, mas sim que, em se tratando da igreja de Cristo para a salvação, não há diferença entre eles. Esta comunidade é chamada "Corpo de Cristo" (Rm 12.5; Ef 1.22-2; 4.12; 1 Co 12.12-13). A igreja é a composição de todos os salvos escolhidos de Deus, os quais estão espalhados pelo mundo (At 9.31; 1 Co 6.4; Ef 1.22; Cl 1.18).

Sendo assim, a realidade histórica e morfológica da palavra Igreja coloca em xeque a falácia de “pastores” e líderes cristãos que tentam subjugar os membros de suas denominações às suas tradições para conduzi-los ao que lhes é de interesse pessoal, profissional, político e religioso. Além do mais, tais doutores, sob o nome de “pastores”, reduzem a Palavra de Deus a nada e jogam na lata do lixo as expressões intencionadas pelos escritores inspirados pelo Espírito Santo na Bíblia. Tudo isso, pensam eles, vale a pena para “honrar a Deus” em detrimento da verdadeira adoração e culto prescritos na Bíblia.

A ORDEM DE DEUS PARA A ADORAÇÃO E MINISTÉRIO NA IGREJA

Percebemos que o padrão de Deus para a reunião de crentes na nova dispensação é muito diferente daquele estabelecido para Israel. Aos judeus era ordenado que adorassem a Deus somente no Templo de Jerusalém, pois lá era o lugar escolhido por Deus para ser cultuado e adorado no Velho Testamento. Os israelitas deviam buscar “o local que o Senhor, o Seu Deus, escolhesse dentre todas as tribos para ali pôr o Seu nome para Sua habitação.” (Dt 12.5). Mas a ordem de Deus para a igreja é diferente. Jesus deixa muito claro o Seu ensino de como a igreja deveria se reunir: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). A partir disso, vemos como seria simples a forma como os cristãos deveriam se congregar para a adoração e ministério. O nome do Senhor Jesus é o único nome ao qual os crentes deveriam se reunir. Nenhum nome de alguma seita ou denominação pode ser o centro dessa congregação, mas tão somente o nome de Jesus. Na casa de Priscila e Áquila, por exemplo, se reuniam os cristãos ao nome do Senhor Jesus somente, para culto e adoração ao Senhor. Aqui nós vemos um novo padrão para a adoração e ministério na dispensação da graça (Rm 16.5, 1 Co 16.19). Muitas passagens nos mostram esta reunião de pessoas que compõem o Corpo de Cristo. Paulo, por exemplo, se refere aos cristãos de Coríntios como sendo igrejas de modo individual: "... quando vos reunis como igreja" (1 Coríntios 11.18). Isso significa que a igreja é o povo de Deus composto por pessoas salvas, especialmente quando se juntam para adoração.

Em textos como Mateus 18.17, Atos 5.11, 1 Coríntios 4.17 e Filipenses 4.15, Igreja se refere a todo e qualquer grupo de cristãos que moram em um lugar qualquer. A Bíblia frequentemente usa a palavra Igreja para se referir à localização específica de uma congregação cristã, como no caso das frases "a igreja em Jerusalém" (Atos 8.1), "em Corinto" (1 Coríntios 1.2) e "em Tessalônica" (1 Tessalonicenses 1.1).

A Congregação de Cristo (Igreja) não está localizada em um lugar específico somente, mas representa tanto uma congregação local como a igreja de Cristo num todo. Em muitas passagens, tais como em 1 Coríntios 14.19, 28, 35, o apóstolo Paulo se refere à igreja como uma reunião de fiéis que designa uma congregação local. Porém, esta mesma igreja corresponde a todos os fiéis (passados, presentes e futuros) do mundo todo, os quais formam a igreja de Cristo. A igreja é nada menos do que o Corpo de Cristo composto por santos escolhidos antes da fundação do mundo, tanto quando ajuntados em uma congregação local como quando ligados em espírito no mundo todo. Há muitas congregações locais, pertencentes a este único Corpo, citadas no Novo Testamento para as quais os apóstolos escreveram as epístolas (cartas) de exortação, aconselhamento e instrução, revelados diretamente por Cristo para serem obedecidos pela igreja (Rm 16.3-5, 14, 15; 1 Co 1:1; 1 Co 16.19-20; Cl 4.15-16; Fl 1.1-2).

QUAL O LUGAR DE SE ADORAR A DEUS?

Acabamos de ver como a reunião dos santos para a adoração e ministério é simples e diferente do sistema judaico de adoração. Visto que os membros visíveis do Corpo de Cristo, estando uma vez juntos, devem se reunir em algum lugar, qual é o local adequado ou mais correto para se adorar a Deus? No evangelho da graça, nem a oração, nem qualquer outro ato do culto a Deus é restrito a um lugar predeterminado, nem se torna mais aceito por Deus por causa do lugar em que a adoração Lhe é oferecida. Deus deve ser adorado em todo o lugar, em espírito e em verdade – seja em secreto, seja em família ou numa assembleia pública. O que importa para Deus é que a igreja O adore em espírito e em verdade, como nos é ensinado em João 4.21-24: “Crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém (templo) adorareis o Pai... Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.

Nenhuma das bases testamentárias que falam da adoração cristã limita ela a uma reunião sectária ou as estigmatiza como instituições denominacionais. Nenhuma parte das Escrituras, ao se referir à igreja de Deus, é usada para dizer que ela se trata de uma denominação ou instituição oficial onde o crente deve permanecer trancafiado para que possa ser membro do Corpo de Cristo e adorar a Deus. Nenhuma! Muito pelo contrário, vemos a Bíblia nos ensinando que o crente é livre em Cristo Jesus para adorar e orar ao Pai por meio da fé em Cristo Jesus somente (Jo 5.21; 1 Tm 2.8; Jo 4.23-24; Mt 6.6; Hb 10.25; 13.13; At 2.42).

Esta íntima relação entre Cristo e Sua igreja é apontada por Paulo como análoga à unidade e conexão do “corpo físico” (Rm 12.4-8, 1 Co 12.12-27). Desta forma, todas as funções do corpo têm seu lugar exato. A divisão no Corpo de Cristo (isto é, na igreja) revela que ela está doente. Por diversas vezes o apóstolo Paulo exorta o "Corpo de Cristo" à unidade do Espírito. Todavia, sempre que a Bíblia se refere ao mundo fora desse Corpo, ela inverte a ordem e exorta a igreja a se separar do mundo e de seu sistema religioso. A Igreja é um corpo do qual Cristo é a Cabeça. Deus comprou esta congregação com o sangue de seu Filho (At 20.28) e não com os tijolos usados para construir templos e instituições denominacionais criadas por homens corruptos e avarentos que fazem negócio com o evangelho, tentando unir ímpios e santos numa respectiva instituição mercantilista para fins escusos.

CHAMADOS PARA FORA DO ARRAIAL

“Saiamos, pois, em direção a Ele, para fora do arraial”
(Hebreus 13.13). Esta passagem é uma ordem para que saiamos para fora do judaísmo ou de qualquer sistema religioso criado pelos homens. Já vimos no início do artigo que a palavra "Igreja" vem do termo grego Ekklesia, que significa "Chamados para Fora". Em João 10 o curral e o rebanho representam dois princípios de reunião distintos. Ambos mantêm as ovelhas reunidas, mas de maneiras totalmente diferentes. Um curral ou aprisco é uma circunferência sem um centro, enquanto um rebanho é um centro sem uma circunferência. Em um curral as ovelhas são mantidas juntas pela cerca, o que nos fala dos princípios restritivos do sistema legalista da antiga dispensação, a qual mantinha os israelitas juntos. Em um rebanho não há necessidade de uma cerca, pois o Pastor no meio das ovelhas exerce atração sobre elas, que por sua vez são atraídas por Ele. As ovelhas são mantidas juntas, mas sobre um princípio completamente diferente do arraial (judaísmo). Este é o princípio de reunião no Cristianismo (Mt 18.20). Os cristãos se reúnem para adoração e ministério, não por serem forçados a isso, mas por desejarem estar onde Cristo está no meio.


Bruce Anstey explica Hebreus 13.13 da seguinte forma:

"Hebreus 13.13 nos fala que o lugar escolhido pelo Senhor -- onde Ele está no meio -- é “fora do arraial”. O “arraial” é uma palavra que o Espírito de Deus usa para indicar o judaísmo e todos os princípios e práticas judaicas. Os cristãos costumam perder este ponto de vista e acabam adotando em seus lugares de adoração muitas coisas que estão conectadas à adoração judaica. Eles ignoram o claro ensino das Escrituras que indica que o tabernáculo é uma figura do verdadeiro santuário, ao qual agora temos acesso pelo Espírito (Hb 9:8-9, 23-24). No entanto, acabaram usando o judaísmo como um padrão para suas organizações eclesiásticas. Erigiram grandes templos e catedrais “feitos por mãos de homens” (At 17:24-25), emprestando assim muitas coisas do Antigo Testamento em seu sentido literal como um padrão para sua adoração. Eles perderam completamente de vista o fato de que o verdadeiro terreno de reunião e adoração cristã é uma maneira totalmente nova de se aproximar de Deus “em espírito e em verdade” (Jo 4:23-24; Hb 10:19-20). Tal terreno encontra-se totalmente fora dos princípios e práticas judaizantes. Qualquer pessoa que estivesse procurando pelo lugar da escolha do Senhor teria de procurar fora de todos esses lugares da cristandade -- da basílica de São Pedro, em Roma, à menor capela evangélica -- pois todos esses lugares trazem, em maior ou menor escala, os paramentos do judaísmo mesclados na estrutura de seus cultos de adoração". - Bruce Anstey


Quando a igreja apostólica se iniciou em Jerusalém em Atos 2 (após a morte e ressurreição de Cristo), os fiéis deram início às reuniões nos lares. A reunião da igreja nos lares consiste na comunhão e adoração. Em Atos 2.42-47 constatamos que os primeiros cristãos se reuniam nos lares para ouvir os ensinamentos de Cristo através dos apóstolos e para celebrar a Comunhão ("o partir do pão") entre os irmãos. Os encontros da igreja nos lares consistem em (1) 
compartilhar refeições (2 Pe 2.13; Jd 1.12), (2) recitar as Escrituras (Ef 5.18-20, Cl 3.16-17), cantar hinos e salmos a Deus e alegremente louvar ao Senhor (Ef 5.18-20, Cl 3.16-17), (3) oração (At 12.12) e (4) leitura da Palavra de Deus e meditação no evangelho da graça (At 15.30, Cl 4.16).

A CONGREGAÇÃO É MAIS IMPORTANTE DO QUE A SUFICIÊNCIA DE CRISTO?


Paulo era um homem extremamente solitário. Na maior parte de sua vida ele teve de encarar suas maiores provações sozinho. Contudo, Jesus Cristo estava com ele e era suficiente para ele. Sempre que estabeleço exemplos como o de Paulo, muitos me questionam: “Mas eu não sou Paulo”. E é aqui que reside o problema. Enquanto você tiver esse tipo de pensamento e postura você jamais será qualquer coisa parecida com Paulo. Você não é Paulo (e eu de fato não afirmei isso), mas você está convicto de que confia no mesmo Cristo no qual Paulo confiou, e esse Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Sendo assim, não existe nenhuma diferença entre um verdadeiro cristão e Paulo. Logo, jamais devemos sacrificar a suficiência de Cristo no intuito de preservar a importância da comunhão na igreja. Se você é incapaz de passar o dia sem depender de outro homem para sustentá-lo espiritualmente, não infecte aos outros com sua fraqueza, incredulidade e idolatria.

Supostos líderes e pregadores que negam a suficiência de Cristo na vida do indivíduo a fim de preservar a importância da comunidade cristã deveriam ser repelidos pela igreja. A congregação local é, de fato, um plano de Deus para o Seu povo, mas não um fator de sobrevivência espiritual. A comunhão da igreja é um meio de auxílio, não de salvação. Somos salvos por crermos em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador e não porque estamos congregando. A congregação não é uma vacina contra o pecado. Cristo é suficiente para a sobrevivência do cristão. Ele é a única fonte de graça, conhecimento, santidade e perseverança para cada indivíduo à parte da congregação. Isto é inegociável.

Milhares de santos, tanto no período testamentário como na história da igreja, tiveram que se submeter à solidão e ao desprezo por estarem longe de congregações locais, não porque eles desprezavam a comunhão dos santos, mas porque foram condicionados por Deus a viverem desta forma. A reunião com os irmãos é um plano de Deus para o fortalecimento e edificação de um corpo, mas nunca se tratou de uma norma bíblica para a permanência do indivíduo na presença de Deus e sob os cuidados dEle. Se a congregação fosse necessária para a salvação dos santos, o próprio Cristo teria pecado por violar tal regra institucionalista que jamais fora requerida por Deus.

Apesar das reviravoltas para se tentar justificar a idolatria no testemunho cristão, com toda essa dependência de se construir templos denominacionais para seguir a Cristo, a Palavra de Deus não muda. O termo grego Ecclesia – “Tirados Para Fora” – continua tendo o seu legítimo significado: Congregação ou assembleia. Como já vimos, esta congregação pode estar reunida em qualquer lugar, contanto que o único nome ao qual esteja congregada seja o nome do Senhor Jesus Cristo.

Todavia, doutores e mestres sincretistas tem colocado palavras na boca de Deus e instituído regras e elementos nunca antes estabelecidos por Deus em Sua santa Palavra. Quanto a eles, é preciso que se diga:

"O profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em Meu nome, que Eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá". (Deuteronômio 18.20). "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste Livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do Livro desta profecia, Deus ‘tirará a sua parte do livro da vida’, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro" (Apocalipse 22.18,19). "Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás". (Deuteronômio 12.32).

Líderes religiosos que tentam colocar Deus dentro de uma caixinha devem ser rejeitados pelo povo de Deus e repelidos pela igreja. Esses lobos vestidos de cordeiro estipulam regras baseadas em seus próprios caprichos, remendando um versículo aqui e outro ali, escolhendo uma porção de textos fora de contexto na Bíblia para fundamentarem suas sinagogas cheias de adornos judaicos. Eles se baseiam na era patriarcal (ou lei de Moisés) a fim de manter os crentes da nova dispensação acorrentados dentro de quatro paredes. Faz-se necessário refutar esses falsos mestres dizendo: Assim diz o Senhor: "O Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas? Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais". (Atos 7.48-51).

“NÃO DEIXANDO A NOSSA CONGREGAÇÃO”

Muitos são os membros das mega-denominações religiosas que negligenciam as passagens supracitadas com base no texto de Hebreus 10.25, que diz o seguinte: “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” (Hebreus 10.25). Essa objeção mostra-se inválida pelo simples fato de que o autor inspirado não diz nada mais do que simplesmente isto – que a congregação dos santos não deve ser abandonada. Porém, nós, que aprendemos a verdade sobre o modo correto de congregar como “um só corpo”, não negamos que a congregação seja importante na vida do crente. Todavia, não se pode ir além do que está escrito, isto é, que abandonar a congregação quando esta lhe é disponível constitui-se um perigo para a unidade cristã, e não para a sobrevivência espiritual e segurança da salvação. O texto de Hb 10 nos fala da qualidade de vida que teremos durante nossa peregrinação neste mundo se observarmos a comunhão entre irmãos. Somente isso. O apóstolo da graça adverte: “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito” (1 Coríntios 4:6).

Jamais devemos ir além do que está revelado nas Escrituras por causa de um versículo isolado de seu contexto. Devemos sempre analisar cada texto de acordo com o que vem antes e depois do mesmo. Quem acha que é possível entender a Bíblia com tudo junto e misturado cai em erros assim. Pelo fato da Bíblia dizer que a comunhão do “um só corpo” é importante e que a mesma não deve ser abandonada, significaria que todo homem que é colocado numa condição de solidão está fora do Corpo de Cristo. Isso é uma grande heresia. É inferir no texto um significado que não é encontrado na mensagem e que entrará em total desacordo com todos os versículos que foram citados neste artigo.

A SALVAÇÃO SE DÁ POR MEIO DE CRISTO OU DA IGREJA?

Muitas pessoas pensam que é a Igreja que salva e que não há salvação fora da Igreja. Esse erro é muito conhecido na seita Católica Romana e é também cometido pelas denominações evangélicas ou protestantes. Assim, confunde-se Igreja com Cristo. Mas o que diz a Escritura? Como a Bíblia responde a essa importante questão?

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1.12). O que a Escritura diz a respeito de nos tornarmos filhos de Deus? Tornamo-nos filhos de Deus ao receber a Jesus Cristo como nosso Salvador. A propósito, ninguém pode “aceitar a Jesus”, como muitos pensam, como se Jesus necessitasse da aceitação humana para habitar em alguém. Na verdade a Bíblia diz que Cristo habita em nós quando O recebemos, e não quando O aceitamos. Independente de aceitarmos ou não a Ele, Ele operará a Sua vontade nos Seus escolhidos (Fp 2.13). A Escritura não cita nada aqui sobre a Igreja.

“Para que todo o que nEle crê tenha a vida eterna” (João 3.15). Como se obtém a vida eterna? Pertencendo à Igreja? Não. Mas sim depositando a fé integralmente no Senhor Jesus Cristo.

“Deus amou ao ‘mundo’ (
Kosmos aqui se refere aos escolhidos, não a cada indivíduo do mundo – vide contexto) de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Novamente, nem uma palavra da Escritura sobre a Igreja. Mais uma vez, o que temos aqui é apenas Cristo. Todo aquele que nEle crê e confia tem a vida eterna.

“Quem crê no Filho tem a vida eterna; todavia, aquele que se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus [eternamente]” (João 3.36). Nossa salvação repousa inteiramente sobre o nosso relacionamento com Cristo e não com a Igreja, pois é Cristo quem nos salva. A Igreja não é mencionada quando se trata da salvação dos escolhidos.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). Foi Jesus quem afirmou isso. Perceba que Ele não disse “a Igreja é o caminho!” ou “ninguém vem ao Pai senão pela Igreja”. Não. Ele apenas disse: “Eu sou o caminho”. Jesus Cristo é o único caminho que pode nos levar até Deus.

“Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 João 5.12). Mais uma vez Jesus nos diz, por meio do apóstolo João, que não é a Igreja, mas Ele mesmo, o Cristo, que salva. Ele diz: “Aquele que tem o Filho”, não “aquele que tem a igreja”.

“Não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12). Agora o testemunho e a palavra de autoridade vem por meio do próprio Pedro – aquele que a Igreja Católica costuma dizer erroneamente que é o fundamento da Igreja –. O que Pedro diz? Ele diz que a salvação está em Cristo e em nenhum outro nome. “Nenhum outro nome”, diz ele, seja do protestantismo ou do catolicismo romano; seja padre, papa, pastor, Maria ou qualquer outro santo. “Nenhum outro... debaixo do céu”, insiste Pedro, qualquer que seja a denominação (seita) em que alguém esteja inserido. Pedro declara que a salvação se dá por meio de Cristo e só de Cristo. Então, por que não nos voltarmos para Cristo, já que a própria Bíblia diz que Ele é quem salva e não a Igreja?

UM CHAMADO À SEPARAÇÃO

De Gênesis à Apocalipse vemos que a ordem clara sempre foi "Sair do meio herético", mesmo que isto acarrete em solidão e desprezo. Este ensino bíblico tem sido rejeitado e violado através dos tempos para se manter a unidade terrena e o jugo desigual. Por outro lado, quando alguém, sob o pretexto de humildade, permanece em um ambiente poluído e comunga com a heresia e a blasfêmia em nome da união eclesiástica, ele está sendo rebelde contra Deus em favor da necessidade de outro homem para sustentá-lo espiritualmente (idolatria), negando a suficiência de Cristo e lutando por interesses próprios. Este alguém pensa estar honrando a Cristo, mas está honrando a si mesmo e aos seus próprios mestres.

Somos poucos, mas continuamos com o mesmo objetivo e não abrimos mão da nossa ortodoxia e visão bíblica a respeito da igreja dos santos. Enquanto respirarmos, nenhuma denominação humana nos acorrentará em suas sinagogas heréticas, ecumênicas e sincretistas. Enquanto estivermos vivos, a igreja do SENHOR estará firme sob a autoridade máxima das Escrituras e em combate contra qualquer sistema religioso corrupto que tente nos amarrar e amordaçar com discursos sofísticos que visam o lucro pessoal, denominacional e político.

Os religiosos do sistema denominacional nos acusam de sermos "separatistas" e "contenciosos" por sermos contra o denominacionalismo na Igreja de Deus. Ora, se querem nos acusar disso, por que eles vivem se separando, inclusive por nomes que possam diferenciá-los uns dos outros, tais como "presbiterianos", "batistas", "assembleianos", etc., como se a Bíblia tivesse ensinado que existem vários tipos de "evangelhos", cada qual com seu próprio sistema doutrinário? Se querem que nos reunamos com aqueles que professam doutrinas estranhas ao evangelho dos apóstolos, por que não fazem eles isso? Por que eles não praticam o erro que tanto nos pressionam a praticar?

Na prática, alguém que se une a uma determinada denominação em detrimento das outras, já não tem autoridade para criticar aqueles que querem se separar das denominações, pois foi exatamente o que fez! Ao limitar-se a uma denominação, acabou deixando de lado todas as outras, pois ninguém pode ser Batista e Presbiteriano ao mesmo tempo. Portanto, ao unir-se à denominação de sua escolha, sua atitude o excluiu de todas as outras, deixando assim de guardar a unidade do Espírito. Quem quiser argumentar sobre este ponto precisará primeiro praticar por si mesmo a unidade que espera que os outros pratiquem.


“OUTRA SEITA”?

Talvez alguém venha a dizer: "Se fizermos tudo o que você diz, e começarmos a nos reunir com aqueles que congregam sobre as bases bíblicas, será que não estaríamos apenas nos filiando a outra divisão ou seita da igreja?". A resposta simples para esta pergunta é que a obediência à Palavra de Deus nunca é uma dissidência. É isto que os cristãos deveriam estar fazendo há muito tempo. Se os cristãos se reunirem em obediência à Palavra de Deus, em conformidade com a verdade do "um só corpo", eles jamais poderão ser considerados uma seita, mesmo que existissem apenas dois ou três se colocando nesse terreno. Se eles estiverem congregados pelo Espírito em torno do Senhor Jesus não estarão no terreno do sectarismo: eles estarão no divino centro, pois Cristo é o centro divino para o Seu povo (Gn 49:10; Sl 50:5; Mt 18:20; 1 Co 5:4).

BÍBLIA VS. PSICO-AFIRMACIONISMO

A mera negação da verdade não constitui uma refutação contra ela. Muitos doutores e mestres das várias seitas e denominações que se contrapõem a mim jamais me encaram à nível doutrinário. Eles estabelecem julgamentos hipócritas, xingamentos e calúnias contra minha vida pessoal, mas nunca são capazes de falarem segundo a Escritura. Nestas circunstâncias, o que eu faço é deixar que tais opositores da verdade se afundem na lama do "psico-afirmacionismo" (ou PA), onde “psico” significa maluco e “afirmacionismo” refere-se à prática de afirmar suas visões repetidamente sem fornecer argumentos para suportá-las. Visto que esse método, adotado pela maioria das pessoas, é o de afirmar sua visão repetidamente, torna-se para mim [algumas vezes] tedioso responder e refutar os mesmos comentários linha por linha.

Enquanto muitos se perdem em um círculo vicioso de queixas repetidas e desgastadas, o que posso fazer é juntá-las em uma lista e reforçar as mesmas respostas aos que de fato possuem “ouvidos para ouvir”.

Um exemplo de como a desonestidade e canalhice desses hereges podem atingir um nível de iniquidade é o termo “Desigrejado”. Eles se referem aos santos congregados ao nome do Senhor como “desigrejados” pelo fato de não fazerem parte das várias divisões denominacionais que se encontram na cristandade. A definição de "Desigrejado" atribuída aos santos que congregam fora do sistema denominacional está errada. Este termo nem mesmo existe. Todavia, num ato de histeria coletiva eles repetem como papagaios: "mas você é um desigrejado... você é um desigrejado!", sem contudo apresentarem uma premissa plausível que sirva de base para suas convicções e nos torne de fato aquilo de que somos acusados.

"Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras" (Provérbios 23.9).

O termo "Desigrejado" é tendencioso, falacioso e totalmente desconexo. Ele carrega uma conotação pejorativa e está destinado àquelas pessoas que não fazem mais parte da confusão das denominações (empresas) religiosas porque descobriram que essas instituições não possuem nenhum amparo das Escrituras, e que elas são simplesmente uma ordem inventada pelo homem.

Portanto, que todo leitor esteja apto para ouvir as palavras deste artigo, as quais, sob a base das Escrituras, mostram de forma cristalina que se você e sua família creem em Jesus Cristo vocês fazem parte do Corpo de Cristo e não podem ser retirados jamais desse Corpo. Se nos reunimos para o culto a Deus em casa, somos a igreja de Cristo congregando entre irmãos.

Não somente as denominações evangélicas têm enganado a muitos com a ideia insana de que seus templos são a igreja, a fim de trancafiarem os fieis dentro de seus templos institucionalistas. Na história constatamos que esse movimento papista surgiu há muito tempo. A igreja católica romana, por exemplo, usou dos mesmos estratagemas para estigmatizar a pessoa de Lutero e dar continuidade à manipulação religiosa. Lutero foi considerado pelo Papa Leão X como um “desigrejado”. A falácia consistia na mesma premissa de hoje – a de que se você não pertence à denominação considerada oficial pelos “sacerdotes”, “doutores” e “mestres”, e de acordo com suas tradições superficiais, você automaticamente não faz parte da igreja de Cristo. Meu desejo é que Deus, segundo o beneplácito da Sua vontade, venha a falar aos corações de Seus escolhidos por meio deste artigo para que pessoas voltem a observar a simplicidade do evangelho da graça de Deus.

Entenda mais sobre os “Templos” aqui: A Bíblia ensina que os cristãos devem congregar no Templo? | JP Padilha

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JP Padilha
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(7) Ezequiel 24-48


Ezequiel talvez seja um dos mais completos esboços proféticos, uma vez que cobre quase todos os pontos do sumário.


Os primeiros 23 capítulos contém testemunhos de Deus contra os judeus em geral por seu pecado e idolatria. Os capítulos 22 e 23 resumem, de forma completa, a situação de total corrupção em que eles se encontravam diante de Deus; tanto os seus profetas como os sacerdotes, rei, príncipes e povo.

Como consequência, no capítulo 24 Deus trouxe juízo sobre Judá e Jerusalém por intermédio dos exércitos de Nabucodonosor que desceram provenientes do norte, e destruíram a cidade e queimaram o templo. Nos capítulos 25 ao 28 os seus exércitos se espalharam pelos países ao redor de Israel saqueando-os também. Amom, Moabe, Edom, Filisteus, Tiro e Sidom, todos partilharam do mesmo juízo à medida que Nabucodonosor invadia a terra. E nos capítulos 29 e 30 ele seguiu para o Egito e os destruiu, bem como aos seus aliados. Embora, repito, todas essas batalhas tenham tido o seu cumprimento histórico na época de Nabucodonosor, foram registradas nas Escrituras em virtude de seu valor como tipo. Os capítulos 24 a 30, portanto, são outra prefiguração das campanhas militares do Rei do Norte citadas no ponto n° 2.

O capítulo 31 mostra o julgamento dos assírios, se não de uma forma completa, pelo menos no seu primeiro ataque. Este seria o ponto n° 5.

O capítulo 32 é uma lamentação por todos os que chegaram a tal ponto e que cairão na batalha. Juízo é uma obra estranha a Deus (Is 28:17). Ele não tem prazer nisso, ao contrário, lamenta que tenha de ser feito.

Os capítulos 33 a 37 mostram a restauração de Israel e o seu restabelecimento na terra. Um remanescente de judeus em Israel atenderá aos avisos de Deus (33:1-20), e será poupado -- tipificado naquele que escapa de Jerusalém quando ela é ferida (Ez 33:21-29). Os pastores de Israel (os falsos líderes do governo maligno do Anticristo estabelecido na terra) serão removidos e substituídos pelo verdadeiro Pastor de Israel -- Cristo (Ez 34). O capítulo 36 contém a promessa do Senhor de restaurar a terra após a sua desolação (vv. 1-20), e de restaurar o povo a ela (vv. 21-38). As dez tribos são, em seguida, vistas como sendo revivificadas, voltando à sua própria terra e se unindo com as duas tribos (judeus) sob o reinado de Cristo (Ez 37). Os capítulos 33 a 37, portanto, descrevem o intervalo entre a destruição do Rei do Norte e da Rússia.


Os capítulos 38 e 39 apresentam o ataque de Gogue (Rússia) às recém reunidas tribos de Israel. Este é o ponto n° 6.

O capítulo 39:9,10 faz referência a Israel despojando seus inimigos. Este é o ponto n° 7.

Nos capítulos 40 a 48 tem início o Milênio com a construção do templo e a divisão da terra de Israel pelas doze tribos.

O julgamento de Babilônia (figurativamente o julgamento do ocidente) não é mencionado em Ezequiel. Sua ausência é notória. A razão óbvia é que Ezequiel estava cativo em Babilônia e não cabia a ele, que devia se sujeitar ao cativeiro (Jr 29), falar contra os poderes governamentais que estavam investidos de autoridade. Sendo assim, Ezequiel permaneceu em silêncio quanto ao julgamento de Babilônia. Daniel em Babilônia também não se referiu ao seu julgamento (a não ser de forma velada) até a noite exata em que ela foi julgada (Dn 5).

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Sumário das Batalhas durante a Indignação

–– Bruce Anstey | Acontecimentos Proféticos – Cronologicamente Ordenados do Arrebatamento ao Estado Eterno
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CONCLUSÕES: A qual denominação Pedro, Paulo e João se filiariam?


Para retornar ao início da série, clique aqui: Sumário - A ORDEM DE DEUS: Para Cristãos Congregarem para Adoração e Ministério | Bruce Anstey

Vamos colocar toda a questão da organização eclesiástica denominacional (e não denominacional) de outra maneira. Vamos supor que pudéssemos transportar para os nossos dias Pedro, Paulo e João, além de alguns outros irmãos da igreja no princípio. Suponhamos que nós os trouxéssemos direto de uma de suas reuniões, onde eles estariam congregados ao Nome do Senhor Jesus somente (Mt 18:20); onde eles teriam partido o pão em recordação do Senhor, como regularmente fariam a cada dia do Senhor (At 20:7); ignorando qualquer outra maneira de congregar, além de fazê-lo na liberdade do Espírito em dirigir quem quer que Ele quisesse para falar na assembleia na adoração e no ministério (1 Co 14:23-32), onde estivessem mantendo a disciplina bíblica (1 Co 5:9-13; 1 Tm 5:20; 2 Ts 3:6, 14-15 etc.), onde procurassem manter a verdade na prática do "um só corpo" quanto à recepção e disciplina (Ef 4:3-4), etc.


Nós os tiraríamos dali e os traríamos para as ruas de uma das principais cidades da América do Norte, onde eles veriam a cristandade em total confusão, com suas inúmeras seitas e divisões, o mal e as doutrinas erradas permeando tudo, as construções luxuosas e ornamentadas, usadas para uma forma de adoração emprestada do judaísmo, os clérigos interferindo com a simplicidade da ordem de Deus para a adoração e o ministério, mulheres nos púlpitos, mulheres com a cabeça descoberta, corais uniformizados, orquestras, atletas famosos testificando de sua “conversão”, concertos de rock, homossexuais ocupando cargos na administração na igreja etc. Fazemos uma pausa aqui para perguntar: "A qual denominação você acha que eles iriam se filiar?". Não é preciso muito discernimento para concluir que a nenhuma delas.

Trazendo a pergunta para mais perto de você, imagine você caminhando com os apóstolos pelas ruas de uma dessas cidades, já conhecendo algo da verdade da ordem de Deus para o funcionamento da igreja conforme ensinam as Escrituras, e vendo a confusão que eles estariam vendo nessas várias organizações chamadas de "igrejas", a qual denominação você se filiaria?

O TERRENO DO “UM SÓ CORPO”

Antes de falarmos sobre o que os cristãos com este exercício devem fazer, cremos ser necessário estabelecer a importância da verdade do "um só corpo". O propósito de Deus era que o Senhor Jesus reunisse "em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos", para que viesse a existir "um rebanho e um Pastor" (Jo 11:51-52; 10:16). Apesar de estes versículos se referirem especificamente à unidade da família de Deus, eles mostram claramente que Deus desejava que o Seu povo fosse encontrado congregado em uma unidade visível na terra. Mateus 18:20 também indica isto. Ali diz: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles". A voz passiva ("reunidos") indica que existe um poder que não partiu deles para estarem reunidos ao nome do Senhor Jesus Cristo. Trata-se do poder do Espírito Santo. Ele é o "Reunidor" divino. Porém repare que o Espírito não apenas reúne crentes ao nome de nosso Senhor Jesus Cristo, mas também os reúne em unidade ao Seu nome. Trata-se de uma unidade prática, e aprendemos de outras passagens que esta unidade prática não acontece apenas na localidade onde esses crentes estão reunidos; ela também se aplica aos crentes nas outras assembleias que estão igualmente reunidos no mesmo terreno (1 Co 1:2; 4:17; 5:3-4; 10:16-17; 11:16; 14:33-34; 16:1). As decisões de "ligar ou desligar" (Mt
18:18) tomadas em uma assembleia devem ser reconhecidas e aceitas nas outras assembleias, para que a verdade do "um só corpo" seja expressada de forma prática na terra.

Se uma assembleia local tomar uma decisão de colocar alguém fora de sua comunhão, o corpo todo deve agir em comunhão com aquela assembleia local e reconhecer aquela ação. Todos devem se submeter ao julgamento feito naquela assembleia local, de forma que a pessoa colocada fora de comunhão seja considerada como alguém efetivamente fora das outras reuniões também, e não apenas na assembleia da localidade onde ela resida. Vemos isto em 1 Coríntios 5:13, quando a assembleia local em Corinto deveria tirar de seu meio aquele malfeitor.

Se você ler 2 Coríntios 2:6 verá que a "repreensão" foi "feita por muitos". Os "muitos" ali se referem ao "corpo como um todo", conforme mostra a nota de roda-pé da Bíblia traduzida por J. N. Darby, citando 2 Coríntios 9:2 como um exemplo do uso e significado da expressão. Isto faz com que o ofensor sinta que a repreensão é feita por mais do que apenas a sua assembleia local, além de demonstrar que uma decisão de ligar ou desligar tomada em uma assembleia é, na realidade, tomada em nome do corpo como um todo. O que é feito em nome do Senhor em uma assembleia local deve, na prática, afetar a todos. Esta é uma das maneiras pelas quais a igreja deve "guardar a unidade do Espírito", expressando assim a verdade de que "há um só corpo" (Ef 4:3).


CABE A CADA CRENTE HOJE BUSCAR A COMUNHÃO DO TESTEMUNHO EXISTENTE DA VERDADE DO UM SÓ CORPO

Nas Escrituras, quando o Espírito de Deus começava uma obra em alguns com relação à verdade de onde congregar, Ele tinha o cuidado de uni-los a outros no mesmo terreno de modo que a "unidade do Espírito" fosse mantida para expressar a verdade do "um só corpo". Ao dirigir-se aos santos em tessalonicenses, o Apóstolo Paulo diz: "Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judeia estão em Jesus Cristo" (1 Ts 2:14). Os tessalonicenses seguiram as assembleias da Judeia, estando ligados a elas em uma comunhão prática e até participando dos sofrimentos do evangelho. Isto não significava que as assembleias na Judeia fossem mais importantes ou mais espirituais que a dos tessalonicenses simplesmente porque o Espírito havia começado Seu trabalho de reunir as almas ao nome do Senhor Jesus Cristo primeiramente na Judeia. À medida que outros iam sendo salvos, eram ligados em uma comunhão prática àquilo que o Espírito de Deus já havia começado.

Este princípio é mostrado em Atos 8:4-24. Muitos em Samaria haviam crido no Senhor Jesus por intermédio da pregação de Filipe, todavia o Espírito de Deus não os considerou como estando no terreno do "um só corpo" até que tivessem uma comunhão prática com aqueles que Ele já havia congregado ao Nome do Senhor Jesus em Jerusalém. Buscando manter a "unidade do Espírito", dois representantes foram de Jerusalém até lá e impuseram suas mãos sobre os de Samaria (uma expressão de comunhão prática – Gl 2:9), pelo que o Espírito de Deus identificou-Se com eles. C. H. Brown escreveu: "Deus não permitiu que os Samaritanos fossem oficialmente reconhecidos como pertencentes à igreja (assembleia) até que recebessem isso daqueles emissários vindos de Jerusalém". Vemos aqui o grande cuidado tomado pelo Espírito de Deus em ligar esses crentes àqueles que estavam em Jerusalém, de modo que pudesse haver uma expressão prática do "um só corpo" na terra.

Quando o Apóstolo Paulo encontrou um grupo de crentes em Éfeso, os quais desconheciam a existência de outros que Deus já havia tocado, ele descobriu que o Espírito de Deus não os tinha reconhecido como estando sobre o divino terreno da assembleia (At 19:1-6). Eles não foram reconhecidos como estabelecidos sobre o terreno do "um só corpo" até que houvesse uma comunhão prática (a imposição de mãos) da parte daqueles que o Espírito já tinha congregado. Referindo-se a este grupo de crentes, C. H. Brown escreveu: "Eles necessitavam de algo. Necessitavam ser colocados na mesma unidade que já existia. Eles não podiam ser reconhecidos como ocupando um terreno diferente dos outros. Paulo não poderia dizer: 'Vocês não estão no mesmo terreno daqueles que estão em Antioquia ou Jerusalém, mas vocês trazem uma boa bagagem de verdade e por isso vou simplesmente seguir adiante com vocês'. Ah, não. Ele irá se certificar de que eles sejam trazidos para o mesmo terreno dos outros. Eles foram introduzidos na mesma coisa que havia sido formada antes mesmo de terem ouvido falar nela. Mais uma vez vemos o cuidado e sabedoria de Deus em manter "a unidade do Espírito" para que existisse uma expressão prática da verdade do "um só corpo".

A
verdade é que estes dois exemplos citados do livro de Atos são casos em que as pessoas ainda não tinham o Espírito e, portanto, não estavam realmente sobre terreno cristão. Mas como o irmão Brown demonstrou, os exemplos nos mostram um importante princípio sobre o qual Deus trabalha, no que diz respeito a manter a expressão prática da verdade do "um só corpo". Por meio destes exemplos, a mente que é ensinada pelo Espírito irá aprender com os pensamentos de Deus a respeito destas questões coletivas relacionadas à assembleia.

Este princípio aparece na forma de figura em Esdras 7-10. Deus havia começado uma nova obra ao trazer o Seu povo de volta da Babilônia para o centro divinamente designado para aquela época, o qual era Jerusalém (1 Rs 11:32; 14:21). Cerca de 42.000 pessoas voltaram sob o comando de Zorobabel e Jesua (Ed 1-3). Todavia, uns 68 anos mais tarde outros foram igualmente tocados para voltarem a Jerusalém (Ed 7-8). Ao voltarem eles descobriram que Deus já vinha trabalhando do mesmo modo com outros, muito tempo antes de eles terem sido exercitados acerca dessas coisas. E quando chegaram a Jerusalém, não encontraram um grupo perfeito de judeus ali (Ed 9), mas mesmo assim eles sabiam que aquele era o único lugar certo para o povo escolhido de Deus adorar. Portanto, eles se identificaram com o testemunho que já existia em Jerusalém. Não passou pela cabeça deles estabelecer um testemunho independente separado daquele que já existia ali. Cremos que isto nos dê uma resposta quanto a se as pessoas deveriam ou não iniciar um testemunho cristão. Já que o objetivo de Deus é congregar os santos na terra em unidade para o Nome de nosso Senhor Jesus Cristo no terreno do "um só corpo", não cremos que o Espírito de Deus iria dirigir pessoas a saírem por aí praticando estas verdades em um terreno da independência. Sabemos que alguns estão fazendo isso, mas não cremos que tenha a aprovação do Senhor, pois agir assim tão somente aumenta a divisão visível que não deveria existir no testemunho cristão.

Precisamos entender que o Espírito de Deus já começou uma obra no testemunho cristão no início dos anos 1800, reunindo crentes ao Nome do Senhor Jesus fora das denominações. Ele continua até hoje trabalhando com cristãos com o mesmo objetivo. Cremos que Ele quer e pode guiar aqueles aos quais Ele tem mostrado a verdade para que entrem em comunhão com o que Ele já começou. Cremos que o Espírito de Deus não ficaria satisfeito até que completasse a Sua obra, não apenas no sentido de mostrar aos crentes o modo bíblico de congregar, mas também de levá-los a uma associação prática com aqueles que Ele já congregou, de modo que possam todos estar no terreno do "um só corpo".

Se existir um grupo de cristãos passando por estes exercícios em uma região onde não exista uma reunião de cristãos no terreno do "um só corpo", eles não devem adotar o terreno da independência, formando uma assembleia independente. É preciso que entrem em contato com aqueles que já estão congregados no terreno do "um só corpo" para que a mesa do Senhor possa ser estendida àquela localidade. Ao agirem assim, a "unidade do Espírito" é mantida. A partir dos princípios bíblicos apresentados acima, cremos que seja esta a maneira de novas reuniões serem estabelecidas. Quando a mesa do Senhor é estendida a uma nova localidade, isto deve ser feito em comunhão com as outras assembleias que já se encontram no terreno do "um só corpo".

OUTRA SEITA?

Talvez alguém venha a dizer: "Se fizermos tudo o que você diz, e começarmos a nos reunir com aqueles que congregam sobre as bases bíblicas, será que não estaríamos apenas nos filiando a outra divisão ou seita da igreja?". A resposta simples para esta pergunta é que a obediência à Palavra de Deus nunca é uma dissidência. É isto que os cristãos deveriam estar fazendo há muito tempo. Se os cristãos se reunirem em obediência à Palavra de Deus, em conformidade com a verdade do "um só corpo", eles jamais poderão ser considerados uma seita, mesmo que existissem apenas dois ou três se colocando nesse terreno. Se eles estiverem congregados pelo Espírito em torno do Senhor Jesus não estarão no terreno do sectarismo: eles estarão no divino centro, pois Cristo é o centro divino para o Seu povo (Gn 49:10; Sl 50:5; Mt 18:20; 1 Co 5:4).

"VOCÊS ACHAM QUE SÃO OS ÚNICOS QUE ESTÃO CERTOS!"

Às vezes encontramos pessoas que perguntam: "Você viria conosco à nossa ‘igreja’?" É difícil recusar um convite assim, sabendo que essas pessoas têm boas intenções, principalmente quando elas não entendem a força de nossa convicção. Quando respondemos: "Não, pois não cremos que seria da vontade de Deus", elas costumam se ofender. Às vezes somos acusados de intolerância e exclusivismo. Elas dizem: "Como é que vocês acham natural irmos às suas reuniões, mas quando convidamos vocês a virem às nossas vocês se recusam? Vocês acham que são os únicos que estão certos! Vocês não amam os outros membros do corpo de Cristo!".

De nossa parte, cremos que não poderia ser da vontade de Deus que abandonássemos os fundamentos bíblicos em troca de uma ordem sem base bíblica e inventada pelo homem. Portanto, o que nos impede de aceitar convites para seus cultos não é a falta de amor pelas almas que estão nessas denominações, mas sim o temor do pecado.

Ficamos imaginando se essas pessoas já consideraram o que intolerância realmente significa. William Kelly escreveu que intolerância é "apegar -se, sem pensar e sem uma garantia divina sólida, à sua própria doutrina ou prática, opondo-se a todas as outras". Portanto a questão é: "Será intolerância evitar associar-se às igrejas denominacionais para seguir com aqueles que desejam reunir para adoração e ministério em conformidade com a Palavra de Deus?". Se essas denominações estiverem marcadas pela confusão e pelo abandono da Palavra de Deus, como já descrevemos neste livro, como alguém poderia esperar que fôssemos tão inconsistentes com nossas convicções ao ponto de nos juntarmos a eles nessas assim chamadas "igrejas" das quais nos separamos? "Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor" (Gl 2:18).

William Kelly também declarou: "Certamente é intolerante, ou algo pior, alguém que insista ou espere que eu me junte a ele contra minha clara convicção, pois para fazer isso eu precisaria pecar contra Deus. Pecado é alguém fazer sua própria vontade ou a vontade de outro, contrária à vontade de Deus. Se você me pedisse para eu me afastar daquilo que eu sei ser a vontade de Deus, evidentemente eu estaria pecando se concordasse". Isto nos faz lembrar o velho profeta de Betel (1 Rs 13). Ele tentou fazer com que o profeta de Judá, que havia sido enviado pelo Senhor para clamar contra a adoração sem fundamento bíblico que havia sido estabelecida em Betel, tivesse comunhão consigo no próprio lugar contra o qual o profeta havia clamado! O velho profeta fez isso para aliviar sua própria consciência, pois então ele poderia dizer que outros profetas estavam ali com ele. Depois que o profeta de Judá concordou em atendê-lo, um leão o encontrou no caminho e o matou. Que isto seja um alerta para nós.


Como já dissemos, é comum existir animosidade da parte daqueles que rejeitam a ordem de Deus contra quem deseja obedecer a Palavra de Deus. A escolha de permanecer em um sistema de adoração da cristandade criado pelo homem é uma coisa, mas certamente não podemos considerar errado alguém que deseje estar com cristãos que queiram praticar a ordem de Deus. Afinal, são pessoas que estão simplesmente fazendo o que está na Palavra de Deus!

Se algum cristão deseja permanecer em uma ordem ou sistema eclesiástico criado pelo homem, e se ele tenta usar a Palavra de Deus para dar suporte a essa ordem, ele terá de inserir seus próprios pensamentos entre as claras afirmações das Escrituras. Por exemplo, ele precisará inferir que o tabernáculo do Antigo Testamento é realmente o padrão para a adoração cristã; que a cobertura da cabeça para as mulheres servia apenas para a igreja local de Corinto; que as mulheres pregavam nas reuniões da igreja; que eram feitas imposição das mãos sobre aqueles que eram ordenados etc.

Por outro lado, aqueles que simplesmente aceitam o que está nas Escrituras como Deus escreveu, desfrutarão da tranquila confiança de estar fazendo a vontade de Deus. Isto porque existe uma paz que resulta de se fazer a vontade de Deus, paz esta que é conhecida apenas por aqueles que andam em conformidade com a Palavra. É um privilégio voltar ao cristianismo simples da Bíblia, sem todas essas franjas acrescentadas pelo moderno cristianismo!

UM APELO

Como o leitor tem observado, apresentamos uma ordem para os cristãos congregarem para a adoração e o ministério, a qual é diferente da tradicionalmente aceita nas assim chamadas "igrejas". O que mais precisaria ser dito a respeito das diferenças? Procuramos demonstrar, a partir da Palavra de Deus, que a ordem existente nas igrejas denominacionais em geral simplesmente não é bíblica. Mostramos que existe um padrão simples na Palavra de Deus para os cristãos se reunirem para este objetivo. É necessário fé e obediência para praticar estas verdades bíblicas. Se nos consideramos cristãos e reivindicamos que a Bíblia é o guia do cristão, então por que não seguir a Bíblia quando o assunto é o modo como os cristãos devem congregar para a adoração e o ministério?

Havendo completado nosso exame e exposição da falta de fundamento bíblico da ordem tradicionalmente seguida nas “igrejas”, e tendo apresentado a ordem de Deus para os cristãos congregarem para a adoração e o ministério, nossa oração e esperança são que o leitor não entenda mal nosso propósito com este livro. Não quisemos criticar as várias igrejas denominacionais existentes na profissão cristã apenas por criticar, mas buscamos fielmente – e cremos também em amor – apontar o erro de todo o sistema. Desde o princípio nosso desejo tem sido tornar conhecida a verdade, a fim de que o povo de Deus possa conhecer o verdadeiro cristianismo bíblico, se este for o desejo no coração daqueles que leem estas páginas.

Esperamos que, na maneira como abordamos os vários assuntos aqui, possa ser percebido um genuíno sentimento de amor e preocupação para com toda a família de Deus. Também entendemos que, independente do quanto de palavras de graça que possamos incluir na apresentação destas verdades, para alguns leitores elas nunca serão suficientes. Eles continuarão a rejeitar isso por acharem que abordar este assunto é inapropriado e injusto. É triste ter de dizer isto, mas parece que a verdadeira razão é que a vontade própria é o que está no controle deles, e simplesmente não desejam mudar. De nada adiantaria tentarmos agradar essas pessoas usando um tom mais ameno. Elas simplesmente não querem qualquer coisa que possa tocar suas consciências. Com pessoas assim nada podemos fazer além de entregá-las aos cuidados do Senhor. Apelamos agora ao leitor para que dê atenção à verdade aqui compilada. Nossa oração é que cada cristão que ler o material contido neste livro seja honesto, espiritual e maduro o suficiente para enxergar e reconhecer a verdade conforme ela foi apresentada. Que Deus possa nos dar graça para fazermos a Sua vontade.

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–– Bruce Anstey | A ORDEM DE DEUS
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Cobertura para a cabeça


Outra coisa que hoje tem sido desprezada entre os cristãos é o uso de cobertura para a cabeça. Em 1 Coríntios 11 temos instruções claras e explícitas dadas às irmãs para que tenham a cabeça coberta quando estiverem sendo tratados assuntos divinos. Já que a passagem das Escrituras não especifica onde a cobertura da cabeça deve ser usada, não temos autoridade para afirmar que ela se aplique apenas às reuniões da assembleia. Seu uso
é mais amplo. Sua aplicação se estende a qualquer lugar onde a Palavra de Deus estiver sendo estudada, seja em reuniões públicas ou no estudo da Palavra em particular. Costuma-se perguntar: "Por que Deus iria querer que as irmãs cobrissem a cabeça? Qual a utilidade disso?". Deus não apenas nos diz para fazer algo, mas Ele também explica a razão. É esta a beleza do cristianismo. Temos um "culto racional" (Rm 12:1). Quando entendemos a razão de Deus nos pedir para praticarmos algo, nossa obrigação é obedecer a Sua Palavra, pois então podemos fazer isso de forma inteligente e com um propósito. Isto contrasta com o culto que era oferecido sob a Lei; os israelitas não entendiam muito daquilo que faziam em seu culto a Deus.

O
ato de descobrir a cabeça, por parte dos irmãos, e o cobrir a cabeça, pelas irmãs, são demonstrações dos princípios envolvidos na confissão cristã. O Apóstolo mostra no início do capítulo que no cristianismo a cabeça do homem representa Cristo. Paulo diz: "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo" (1 Co 11:3). Em seguida ele mostra que, por esta razão, os irmãos devem descobrir a cabeça quando tratarem das coisas divinas. Ao fazerem assim eles reconhecem que toda glória pertence a Cristo. Trata-se de um ato deliberado de testemunho da parte dos irmãos, e reflete nosso desejo de conceder toda glória a Cristo, nossa Cabeça viva no céu. Paulo diz: "O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem" (1 Co 11:7). Esta atitude glorifica a Cristo e deve ser feita tendo isto em vista.

Por outro lado, no cristianismo a mulher representa a glória do homem. Ali diz: "O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio [autoridade], por causa dos anjos" (1 Co 11:7-10). O cabelo da mulher é um sinal da glória natural do primeiro homem. O cabelo é seu véu permanente de beleza e glória (Co 11:15). O apóstolo ensinava que o cabelo da mulher deveria ser coberto quando estivessem sendo tratadas as coisas divinas, por causa do que o cabelo representa. Quando as irmãs usam uma cobertura na cabeça, elas estão proclamando o fato de que não reconhecemos o primeiro homem como tendo qualquer lugar no cristianismo. Trata-se de uma confissão de que o homem e sua glória não têm lugar nas coisas divinas.

Paulo acrescentou:  "por  causa dos  anjos" (1  Co
11:10). Deus estabeleceu certa ordem em Sua criação. Homens e mulheres cristãs não devem negligenciar essa ordem, mas devem se lembrar de que são um espetáculo divinamente preparado. Os anjos  estão aprendendo a sabedoria de Deus em Seu agir entre os cristãos na terra (1 Co 4:9; Ef 3:10).

"COBRIR A CABEÇA ERA UM COSTUME CULTURAL ANTIGO QUE NÃO DEVE SER CONSIDERADO HOJE!"

Costuma-se argumentar que as instruções dadas pelo Apóstolo Paulo eram apenas para os Coríntios daquela época. Assim a cobertura da cabeça é descartada como sendo um antigo costume cultural que não tem qualquer aplicação para as mulheres de nossos dias.

Mais uma vez, isso não passa de suposição. Paulo nunca disse que aquilo seria somente para a sua época. Se estas coisas fossem apenas para aquela época, por que razão a igreja observou as instruções do cobrir a cabeça desde o princípio até cerca de 50 anos atrás? São 1900 anos! Será que a igreja agiu de maneira errada todo esse tempo? O Espírito de Deus parece que já tinha em mente a nossa época, quando alguns argumentariam sobre estas coisas. Por isso Paulo foi levado a escrever: "Se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus" (1 Co 11:16). Este "nós" que aparece no versículo refere-se aos apóstolos que foram dados à igreja para colocar o fundamento do cristianismo por meio de seu ministério. O que ele está dizendo neste versículo é que se existirem pessoas que queiram argumentar sobre estas coisas, que elas fiquem cientes de que os apóstolos não têm "tal costume", o costume de as mulheres terem a cabeça descoberta quando as Escrituras fossem lidas. Em momento algum os apóstolos haviam entregado tal costume à igreja.

Mais uma vez lembramos o leitor de que as coisas que Paulo ensinou concernente ao cobrir a cabeça não foi algo dado exclusivamente aos Coríntios, mas é para ser praticado "em todo o lugar" (1 Co 1:2).

"MAS O CABELO DA MULHER É O SEU VÉU!"

Outro argumento comumente usado para descartar o uso da cobertura é o versículo 15. Ali diz: "Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu". Usando este versículo alguns argumentam que se a mulher tiver cabelo longo (e alguns que não precisa ser tão longo), então ela já estaria cumprindo esta passagem das Escrituras, pois seu cabelo funcionaria como um véu. Portanto, as mulheres não precisariam usar uma cobertura artificial para a cabeça por já terem uma cobertura proporcionada pelo cabelo.

Todavia, se olharmos com mais atenção para esta passagem, veremos que são mencionadas duas coberturas. Paulo propositalmente usa duas palavras diferentes para distinguir as duas coisas. Infelizmente na maioria das traduções isto não está indicado, e por isso o leitor acaba concluindo, em sua sinceridade, que o cabelo é uma cobertura suficiente para a mulher. Mas a palavra usada no idioma original para "cobrir" nos versículos 4 a 6 é diferente da usada no versículo 15. No versículo 15 a palavra original é ' peribolaiou' e indica o cabelo enrolado em torno da cabeça. Na linguagem moderna seria o equivalente a um penteado ou algo semelhante. Portanto, o cabelo da mulher é um véu (ou cobertura) de glória e beleza que a natureza lhe concedeu. Mas a palavra nos versículos 4 a 6, ' katakalupo', indica uma cobertura artificial para o cabelo, algo como um chapéu, lenço etc. Por isso fica bem claro que não existe fundamento para a ideia de que a mulher não precise colocar uma cobertura sobre a cabeça.

Alguns argumentos são levantados por pessoas que querem fazer sua própria vontade, e acabam se mostrando ridículos quando tratados de maneira lógica. Esta ideia, em particular, de que a mulher pode deixar de trazer uma cobertura por esta já ser suprida pelo cabelo, é um exemplo disso. Se o cabelo é a cobertura da qual fala a passagem, então os homens também trariam por natureza uma cobertura, pois eles têm cabelo tanto quanto as mulheres! E se o cabelo é uma cobertura, como poderiam os irmãos orar e profetizar em obediência à Palavra de Deus, se estiverem impedidos de ministrar a Palavra com a cabeça coberta? (1 Co 11:4). Será que Paulo queria que todos os irmãos que ministram a Palavra na reunião tivessem a cabeça raspada? Certamente aqueles que usam de tais argumentos não creem ser assim. E se eles acreditam que o cabelo seja um véu, por que não raspam a cabeça? Não conhecemos um grupo sequer de cristãos que faça isso. Evidentemente, não é de cabelo natural que a passagem está tratando ao falar do véu.

"LEVANDO O SEU VITUPÉRIO"

Quando analisamos o assunto do lugar e ministério das irmãs na igreja tendo em vista o declínio do testemunho cristão nos últimos dias, fica bastante óbvio que a recusa das mulheres em aceitar o lugar que Deus lhes designou é apenas mais uma evidência do grande abandono da verdade.

O problema disso – e de muitos outros assuntos que tratamos neste livro – é que os cristãos não querem levar o vitupério ou a vergonha que está associada à prática do cristianismo bíblico. Como consequência, eles inventam todo tipo de desculpa para não seguir as simples declarações da Palavra de Deus. Aqueles que atenderem à exortação "saiamos, pois, a Ele fora do arraial" irão levar "Seu vitupério", "vergonha" ou "rejeição" (Hb 13:13). Não há como escapar disso; o cristianismo normal
é assim. Devemos, portanto, estar preparados para aceitar isso. Se por um lado podemos ser envergonhados por causa do nome do Senhor, por outro teremos também um senso de Sua aprovação em nossa alma. Isto porque existe um gozo na senda de se fazer a vontade de Deus, gozo este que só é conhecido daqueles que caminham nela. "Deleito-me em fazer a Tua vontade, ó Deus meu" (Sl 40:8; Jr 15:16).

Continua em: CONCLUSÕES: A qual denominação Pedro, Paulo e João se filiariam?

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7 - A ESFERA DE MINISTÉRIO DAS IRMÃS NA IGREJA


Outro aspecto em que as assim chamadas "igrejas" da cristandade se distanciaram da ordem estabelecida por Deus é o lugar e ministério das irmãs. Alguém poderia perguntar: "Vocês acreditam que uma irmã possa ministrar?". Nossa resposta seria: "Sim, pois é o que ensinam as Escrituras". Em Romanos 16:1 diz: "Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia". Na verdade acreditamos que Deus gostaria que todas as irmãs na igreja fossem ministras – isto é, no sentido bíblico da palavra. Todavia, se a pergunta for feita usando o termo "ministro" do modo como é comumente utilizado, o que implica reconhecer a falsa posição ocupada pelo clero, então de maneira nenhuma poderíamos acreditar que uma irmã – ou mesmo um irmão – deveria ocupar tal posição clerical. As Escrituras deixam bem claro que o papel da mulher na igreja não é desempenhado em público. Quando a Bíblia fala da oração em público, ela diz: "Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar" (1 Tm 2:8). Deus não diz o mesmo para as mulheres. Evidentemente elas devem orar, mas não em todo o lugar – isto é, não em um evento público.


No que diz respeito ao ensino e à pregação, a Palavra de Deus diz: "As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei" (1 Co 14:34-38). E também: "A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Tm 2:11-14). Se fosse para as mulheres ministrar a Palavra publicamente na assembleia, Paulo as teria incluído em suas instruções para o ministério público. Mas em 1 Coríntios 14:29, onde ele dá essas instruções, ele diz: "Falem dois ou três profetas...". Ele não diz "Falem duas ou três profetisas". Na verdade, na igreja em Tiatira havia uma mulher que tinha assumido o papel de ensinar, mas o Senhor mostra Sua desaprovação dizendo: "Tenho contra ti que toleras [permites] Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar" (Ap 2:20).

Da mesma forma, quando se trata de exercer autoridade nas questões administrativas de uma assembleia local, a Palavra de Deus diz que alguém que ocupe essa posição deve ser "marido de uma mulher" (1 Tm 3:2). Acerca disso a Palavra de Deus também diz: "Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto" (At 15:6, 7). Não há menção de mulheres (ou jovens) envolvidas neste trabalho administrativo. Além disso, quando aqueles homens se reuniram para tratar de questões administrativas, Pedro dirigiu-se a eles, dizendo: "Homens irmãos...". A expressão ali é claramente restrita aos homens. Pedro não se dirigiu às mulheres porque elas não estavam ali. Isto demonstra que as mulheres, apesar de terem um papel importante na assembleia, não faziam parte da liderança administrativa na igreja. As Escrituras falam de "homens distintos [ou principais] entre os irmãos", mas nunca fala de mulheres tomando a liderança entre os irmãos (At 15:22). Elas não deveriam exercer "autoridade" sobre os homens (1 Tm 2:12).

O MINISTÉRIO DAS IRMÃS

Portanto, fica evidente que as Escrituras afirmam que as irmãs não devem ter um papel no ministério público, mas elas têm um importante ministério a desempenhar para o Senhor – para o qual os homens geralmente não estão capacitados. O ministério das mulheres é na esfera da vida doméstica e privada; elas não precisam competir com os irmãos na esfera do ministério público e administrativo. As Escrituras dizem: "As mulheres idosas... que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada" (Tt 2:4-5). E também: "Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa..." (Tm 5:14). "A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa" (Sl 128:3). Há muitas outras passagens que mostram a esfera na qual as irmãs devem ministrar.

É
triste vermos que em quase todas as assembleias de cristãos nos dias de hoje esta ordem não é observada. As mulheres estão pregando e ensinando em púlpitos, e também ocupam postos de liderança nas várias "igrejas". As Escrituras que citamos costumam ser distorcidas ou consideradas antiquadas e discriminatórias. Com muita frequência vemos uma inversão na ordem do ministério de irmãos e irmãs. Por exemplo, ouvimos falar de irmãos (no papel do "Pastor") que têm encontros em particular com mulheres – geralmente mulheres jovens – com o objetivo de aconselhá-las em sua vida pessoal. É frequente pessoas assim acabarem caindo em algum tipo de imoralidade, para desonra do Senhor. Temos um artigo que mostra que mais de 80% dos homens no "ministério" que caíram em imoralidade chegaram a tal ponto como resultado de sessões de aconselhamento! Muito disso teria sido evitado se esse ministério na igreja fosse desempenhado por mulheres.

As Escrituras indicam que esse ministério de aconselhamento pessoal para mulheres não é para os irmãos; trata-se de um ministério de responsabilidade das irmãs, de preferência irmãs mais velhas. Isto é ensinado na epístola de Paulo a Tito. Dentre outras coisas (como a tarefa de escolher presbíteros), Tito recebeu o encargo de transmitir uma palavra de exortação dirigida às diferentes classes de crentes que havia em Creta. Ali ele deveria entregar algo para "os velhos", "mulheres idosas", "jovens [moços]", e "servos" (Tt 2:1-10). Tito tinha a incumbência de entregar essas mensagens pessoalmente a cada um deles – exceto às mulheres jovens. Paulo o instrui especificamente para que dissesse às mulheres mais velhas que entregassem a mensagem às mulheres jovens. Esse trabalho pastoral dedicado às jovens não era a esfera do ministério de Tito. William Kelly escreveu: "Podemos observar a maneira sábia e santa como ele [Tito] é instruído a admoestar as mulheres jovens, não diretamente, mas por intermédio das anciãs". Se, por alguma razão, um irmão precisar estar envolvido nesse tipo de aconselhamento, que o faça na companhia de sua esposa. Este é apenas um exemplo de um ministério que Deus deu às irmãs e que não foi concedido aos homens.

Ao desejar fazer a vontade de Deus, as irmãs que aceitaram a ordem de Deus no que concerne à sua esfera de ministério, encontraram uma paz e um contentamento impossíveis de serem descritos com palavras.

TRÊS RAZÕES PELAS QUAIS AS IRMÃS OCUPAM UM LUGAR DE SUBORDINAÇÃO NO CRISTIANISMO

Entendemos que este não é um assunto muito popular hoje em dia, e será particularmente difícil de ser aceito por alguns que se apoiam na filosofia do "Movimento de Liberação Feminina". Apesar dessa filosofia popularmente aceita em nossos dias, a Bíblia apresenta ao menos três razões pelas quais as irmãs devem ocupar um lugar de submissão no cristianismo. Após o apóstolo Paulo ter falado do lugar das irmãs na casa de Deus em 1 Timóteo 2:9-12, ele continuou para nos ensinar a razão disso. Para isso ele usa a palavra "porque" no versículo seguinte (13).

1)
Criacional "Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva" (1 Tm 2:13). Deus poderia ter feito o homem e a mulher ao mesmo tempo, mas Ele decidiu fazer primeiro Adão. Deus fez assim para indicar que foi a Sua intenção desde o princípio que o homem tivesse o lugar de liderança na criação. Os homens não conquistaram ou tomaram esse lugar – como alguns costumam pensar – mas foi dado a eles por Deus. Além disso, o fato de Deus ter feito o homem como o sexo mais forte entre os dois também indica que foi da vontade de Deus que ele ocupasse o lugar de líder (1 Pd 3:7). É preciso considerar também que faz parte da própria natureza feminina ser mais emocional. Esta característica é extremamente necessária para ela exercer seu trabalho na esfera que Deus lhe designou, mas pode ser desastrosa na administração e em outras responsabilidades de liderança, nas quais as emoções precisam ser mantidas sob controle. Deus deu a mulher ao homem para ser sua auxiliadora e complemento, não sua concorrente (Gn 2:18; 1 Co 11:9). Os dois se complementam maravilhosamente quando atuam dentro dos papéis que Deus lhes designou.

2)
Governamental "E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Tm 2:14). Paulo segue apresentando uma segunda razão. A falha ocorreu quando Eva agiu de forma independente, assumindo assim a liderança na família de Adão. Daquele dia em diante o seu lugar seria de sujeição ao seu marido. Isto decorre do julgamento governamental de Deus e pode parecer um pouco severo, mas foi o que o Senhor disse à mulher: "O teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará" (Gn 3:16). A irmã que reconhece o lugar que Deus lhe deu, e se submete à Sua vontade neste sentido, pode ser de verdadeira bênção (Sl 128:– "frutífera"). Nas Escrituras as mulheres que se recusaram a aceitar o lugar que Deus lhes designou, e assumiram a liderança, geralmente foram a causa de confusão e ruína (Gn 3:6; 1 Rs 21:25; 2 Rs 11:3; Mt 13:33; Ap 2:20; 1 Co 14:33-34). Não devemos pensar que as decisões governamentais só atingiram a mulher. O homem também está sob o juízo governamental. Ele deve se submeter ao juízo governamental de Deus no lugar que lhe foi designado. Desde a queda de Adão tem sido responsabilidade do homem trabalhar com afinco para prover alimento e abrigo, tanto para a mulher com quem estiver casado, como também à sua família (Gn 3:17-19). Um homem que não faça isso é considerado pior que um infiel (1 Tm 5:8).

3)
Testemunhal – Em outra parte o apóstolo Paulo diz: "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos... Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja" (Ef 5:22-24, 32). Esta é uma terceira razão pela qual as mulheres cristãs devem assumir um lugar de submissão. As irmãs que estão no relacionamento do matrimônio podem, por sua sujeição ao marido, exibir para o mundo uma pequena figura da submissão da igreja a Cristo.

"MAS A BÍBLIA DIZ QUE AS MULHERES DEVEM ORAR E PROFETIZAR!"


Há quem não acredite que as passagens que falam do lugar da mulher em 1 Coríntios 14:33-38 e 1 Timóteo 2:11-14 estejam se referindo à pregação e ao ensino, pois se assim fosse elas estariam contradizendo 1Coríntios 11:5, que diz: "Toda a mulher que ora ou profetiza...". O argumento utilizado é o de que Deus não teria dito para as mulheres orarem e profetizarem em um lugar da Bíblia, para depois dizer o contrário em outro. A conclusão a que chegam é que o "falar" em 1 Coríntios 14 deve estar se referindo a algum problema local em Corinto, onde as mulheres estariam interrompendo a adoração da congregação fazendo perguntas fora do contexto, perguntas essas que poderiam ser feitas em casa.

Antes de qualquer coisa, se cremos que a Bíblia é inspirada pelo infalível Deus, então certamente devemos aceitar que não existem erros ou contradições em Sua santa Palavra. O "obreiro" precisa saber manejar bem a Palavra da verdade para encontrar o significado de uma passagem em particular (2 Tm 2:15). Se olharmos com atenção em 1 Coríntios 11, veremos que o versículo que fala de mulheres orando e profetizando (vers. 5) vem antes das instruções dadas aos santos para quando eles estão reunidos (vers. 17). O versículo 17 neste capítulo marca um novo parágrafo e segue mostrando a ordem de coisas para quando os santos estão reunidos para a adoração e o ministério. Ali diz: "Nisto, porém, que vou dizer-vos não vos louvo; porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior. Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja...". Deste versículo em diante e ao longo do capítulo 14 o apóstolo trata de questões diretamente relacionadas ao momento em que os santos estão reunidos em uma assembleia. Isto é indicado por Paulo que repetidamente diz "Quando vos ajuntais" (1 Co 11:17, 18, 20, 33, 34; 14:23, 26). Conforme temos dito, os versículos que se referem à mulher que ora e profetiza são encontrados numa seção que precede as instruções para os santos quando estão reunidos. Isso demonstra que naquela passagem (vers. 2 a 16) ele não está se referindo especificamente às atividades dos santos quando reunidos para o ministério. O assunto ali é mais amplo, portanto inclui a esfera doméstica etc. R. K. Campbell escreveu: "Esta passagem (vers. 2-16) permite que a mulher faça essas coisas, mas não indica onde elas devem ser feitas. Mas o capítulo 14 fala especificamente que tal ministério das mulheres não é permitido na assembleia". Isso demonstra que Deus não impede as mulheres de orarem e profetizarem. Elas têm muitas oportunidades para fazerem isso na sua esfera doméstica, fora das reuniões públicas da assembleia. Portanto, não existe qualquer contradição entre as duas passagens. Uma está falando do momento quando os santos estão "na assembleia", como o versículo claramente indica (1 Co 14:34), enquanto a outra é genérica, e não específica à assembleia (1 Co 11:5).

Ao respondermos às objeções que costumam ser feitas às claras afirmações das Escrituras, somos constantemente confrontados com ideias que as pessoas introduziram nas Escrituras. A suposição de que as mulheres de Corinto estavam atrapalhando as reuniões com tagarelices ou conversas paralelas é um exemplo clássico disso. As Escrituras não dizem coisa alguma a respeito. O modo como o apóstolo Paulo tratava as Escrituras era exatamente o oposto ao dos cristãos de nossos dias. Ele não introduzia ideias nas Escrituras, mas procurava entender aquilo que saía das Escrituras (Atos 17:2). Esta deveria ser uma diretriz para cada um de nós.

Em seu contexto, o capítulo está tratando do exercício do dom de alguém de profetizar (ministrar) na assembleia, e não de tagarelar. A palavra no original, que é traduzida como "falar" em 1 Coríntios 14:34 e aplicada ali às mulheres, é a mesma usada em todas as outras partes do mesmo capítulo quando, por exemplo, diz "Falem dois ou três profetas..." e "Se alguém falar..." etc. Ninguém iria discutir que estas passagens significam "falar" no sentido de ministrar a Palavra. Mesmo assim, quando chegamos ao versículo no mesmo capítulo que proíbe as irmãs de falarem, alguns querem alterar o significado da palavra para "tagarelar". Parece que essas pessoas estão dispostas a aceitar qualquer tipo de explicação para o significado da palavra – mesmo uma explicação irracional – só para não admitirem que a passagem esteja se referindo à proibição de profetizar ou ministrar a Palavra. Essa insistência em distorcer a Palavra de Deus só acontece porque existem outros interesses: são pessoas que querem que as mulheres preguem a Palavra e buscam apenas uma desculpa para introduzir suas próprias ideias nas Escrituras.

"MAS NÃO DEVEMOS FAZER DISTINÇÃO ENTRE HOMEM E MULHER NA IGREJA!"

Outros concordarão que Deus tem papéis distintos para o homem e a mulher, e acreditam que estes devem ser observados, mas apenas nas relações da vida doméstica. Quando o assunto é a assembleia, eles acham que as distinções entre macho e fêmea não devem ser consideradas, pois a Palavra de Deus diz: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl 3:28). Muitos teólogos acreditam que esta declaração universal se sobreponha às declarações mais restritivas feitas por Paulo em 1 Coríntios 14 e 1 Timóteo 2.

O equívoco está em não distinguir entre posição e prática. A chave que desfaz a confusão existente na mente de alguns está em compreender o que significa a expressão "em Cristo Jesus". Ela descreve nosso lugar de aceitação individual diante de Deus, a própria posição que Cristo ocupa agora como Homem na glória. A expressão mostra a completa posição que o cristão agora ocupa diante de Deus na nova criação, a qual está inseparavelmente associada à habitação do Espírito Santo no crente. Paulo usa essa expressão diversas vezes em suas epístolas (Rm 8:1; Ef 1:6; 2 Co 5:17; Gl 6:15; Ef 2:13 etc.). Gálatas 3:28 mostra que todos os crentes, independente de sua nacionalidade, nível social ou sexo, são igualmente abençoados nesse lugar de aceitação diante de Deus no céu. Trata-se de uma expressão posicional. Todavia, em 1 Coríntios 14 e 1 Timóteo 2 o assunto é a ordem prática das coisas entre os cristãos na terra. Há duas expressões que mostram essa diferença: "em Cristo Jesus" (Gl 3:28) e "nas igrejas" (1 Co 14:34). Uma fala daquilo que os santos são no lugar que Cristo ocupa diante de Deus no céu, enquanto a outra fala do que eles são quando estão reunidos para adoração e ministério na terra. Portanto, quando o assunto é seu lugar de aceitação em Cristo não existe diferença entre crentes, mas existe uma grande diferença quando o assunto é a função prática dos crentes na assembleia. Quando entendemos a diferença entre estas duas coisas, percebemos que o lugar e o serviço dos irmãos e das irmãs na assembleia são bem distintos.

"MAS AQUELAS COISAS SE APLICAVAM APENAS A CORINTO!"


Outros dizem que a proibição para as mulheres falarem na assembleia se aplicava somente à assembleia de Corinto, cidade particularmente conhecida por suas mulheres tagarelas e desavergonhadas. Supõe-se que essas mulheres em Corinto, após terem sido salvas, tenham continuado com seus velhos hábitos, e por isso acabavam atrapalhando as reuniões. A solução dada por Paulo para aquele problema local teria sido ordenar que ficassem em silêncio até que aprendessem a se comportar melhor. Conclui-se, portanto, que tal ordem não teria aplicação para as mulheres na igreja nos dias hoje.

Mais uma vez tudo não passa de mera suposição afirmar que as mulheres agiam assim. As Escrituras não dizem que havia tal problema. Além disso, é falsa a ideia de que tais instruções tivessem sido dadas apenas para Corinto. O início da epístola mostra que os princípios apresentados ali são destinados a muito mais do que apenas aquela assembleia; eles são para "todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1:2). A própria passagem em 1 Coríntios 14 nos diz claramente que tal ordem referia-se a "todas as igrejas dos santos" (1 Co 14:33-34).

"MAS NÃO QUEREMOS AFUGENTAR AS PESSOAS DO CRISTIANISMO!"

Alguns acreditam que não deveríamos colocar em prática estas coisas, pois poderiam ofender pessoas incrédulas (principalmente mulheres) que observam o cristianismo. Eles acham que esse tipo de coisa poderia afugentar completamente as pessoas para longe de Deus, por dar a elas a impressão de que o cristianismo estaria colocando a mulher numa classe inferior. Este argumento sugere que aquilo que o mundo pensa do cristianismo é mais importante do que a obediência às Escrituras. Ele implica que é aceitável desobedecer a Palavra de Deus, se no final pudermos ganhar alguém agindo desta forma. Mas as Escrituras dizem que a obediência a Deus é mais importante do que qualquer culto que possamos oferecer a Ele. "Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros" (1 Sm 15:22). Devemos obedecer a Palavra de Deus antes de qualquer coisa, deixando para Deus os resultados do testemunho. Como já dissemos, nossa responsabilidade é cuidar dos princípios e deixar que Deus cuide das pessoas. Devemos lembrar que este é o trabalho dEle. Afinal, é Ele quem produz o exercício espiritual nas pessoas por meio de Seu poder vivificador. O Senhor elogiou a assembleia em Filadélfia dizendo: "tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome" (Ap 3:8). De modo algum poderíamos contar com Seu elogio e bênção caso viéssemos a desobedecer ao ensino claro de Sua Palavra. Façamos aquilo que sabemos que devemos fazer, e deixemos que Ele cuide do resto.

"ISSO É COISA DO VELHO PAULO!"

Outros consideram que o apóstolo Paulo escreveu essas coisas sobre o lugar da mulher por ser ignorante e insensível para com as mulheres. São pessoas que veem seus ensinos sobre o assunto como se não passasse de opiniões pessoais pelo fato de ele ser solteiro.

Ficamos em dúvida se pessoas que pensam assim acreditam na inspiração das Escrituras. Devemos nos lembrar de que essas coisas são as Escrituras divinamente inspiradas. Elas não são meras opiniões de um solteiro, mas sim mandamentos do Senhor! No mesmo capítulo em que Paulo falou essas coisas relacionadas ao lugar da mulher, ele também disse: "Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor" (1 Co 14:37).

Continua em: 
Cobertura para a cabeça

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QUEM É O JP PADILHA? QUAL É A SUA PROFISSÃO?

Se você me perguntar o que eu sou, eu lhe responderei: "sou esposo". Se você insistir, lhe responderei: "sou pai"....