Deus ama todo o mundo? – Desvendando o mito | JP Padilha


Certamente Deus ama o mundo, mas não todos os indivíduos que compõem o mundo. Na Escritura, as palavras "Mundo", "Todos", "Toda a gente" e outras expressões semelhantes raramente significam toda a raça humana (Jo 7.4; 12.19; At 17.6; 1Co 11.32). No Antigo Testamento Deus amava somente a nação de Israel (Dt 7.7), mas isso não poderia ser dito de todo e qualquer israelita, pois “nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9.6), isto é, nem todos são judeus convertidos ao SENHOR. No Novo Testamento vemos que Deus diz amar indivíduos de todo o mundo, como no caso de João 3.16, onde a palavra “mundo” se refere aos escolhidos e não a cada indivíduo da terra, e isso será provado mais à frente neste capítulo.

"Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece" (João 3.36).

Como poderia a ira (ódio) de Deus estar sobre alguém que Ele amou na eternidade? De maneira que o versículo acima salienta que somente os que creem em Seu Filho é que são amados por Ele.

São muitos os cristãos professos que negam que Deus possa odiar alguns pecadores, os quais estão condenados à perdição. A maioria das pessoas que compõem a cristandade atual crê que Deus não pode odiar um pecador, e acredita cegamente que Ele ama a todos os seres humanos, sem exceção. Mas o fato é que Deus odeia, não somente o pecado, como também o pecador não salvo. Um exemplo disso é Esaú (Rm 9.13). Além de Esaú, Deus também “odeia a todos os que praticam a maldade” (Sl 5.5).

Cristo morreu na cruz para salvar somente aqueles a quem Deus ama, e não para salvar Judas, Herodes, Pilatos ou outros “cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo” (Ap 17.8). A Bíblia é clara ao dizer que Cristo veio para salvar aqueles que o Pai havia lhe dado (Jo 6.37-39; 17.2). “Como [Cristo] havia amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim” (João 13.1), e isso significa que Ele não amou a todos os homens que estão no mundo, mas tão somente “os Seus, que estavam no mundo”.

Estando uma vez em Cristo Jesus, o pecador eleito é amado por Deus (Ef 1.4-6). Todavia, sem o espírito de Cristo, os pecadores são odiados por Deus em todo o tempo, pois Deus “não tem prazer na iniqüidade” (Sl 5.4). Muito pelo contrário, Deus “ama a justiça” (Sl 11.7).

Jesus Cristo morreu por Suas ovelhas, mas não morreu e nem sequer orou pelos bodes (Jo 10.26- 27; 17.9). Visto que o amor de Deus não é falho, Ele de fato salva a todos a quem Ele ama. Todos aqueles que são alvos de Seu amor são salvos e não podem perder a salvação. Deus busca, por Si mesmo, aqueles a quem Ele ama, e faz com que os Seus escolhidos O amem (1Jo 4.19).

Deus não é obrigado a amar ninguém, mas escolhe livremente a quem Ele ama, e por isso o homem não tem o direito de se queixar (Rm 9.13- 20).

Quem ensina que Deus ama todo o mundo, isto é, a cada indivíduo do mundo, está cometendo o pecado da mentira e da heresia. Ensinar que Deus ama todo o mundo é dizer que Deus manda Seus filhos, adotados em Cristo Jesus, para o inferno. Isso é roubar o filho de Deus do conforto da salvação e “encorajar os ímpios a não se desviarem dos seus maus caminhos para salvarem a sua vida” (Ez 13.22), o que os leva para longe de suas responsabilidades como cristãos.

A LINGUAGEM UNIVERSAL NA BÍBLIA

Muitos afirmam que Deus ama todo o mundo devido à linguagem universal que a Bíblia muitas vezes usa, tais como “o Senhor não quer que nenhum pereça” (2 Pedro 3.9) ou “todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo” (Rm 10.13). No entanto, essas objeções partem daqueles que desconsideram o contexto da mensagem e mostram a total ignorância do leitor com relação à linguagem usada na Escritura. Ora, frequentemente usamos linguagem universal para tudo que fazemos na vida. Por exemplo, quando o professor pergunta “Todo o mundo tem uma caneta?”, ele obviamente não está falando com o mundo inteiro, mas somente com sua classe de alunos. Quando um pai diz “Todo o mundo entre no carro!”, ele não está chamando o mundo todo para entrar em seu carro, mas tão somente a sua família.

Vejamos algumas passagens que usam a linguagem universal para se referir a indivíduos específicos:

Mateus 10.22 – “odiados de todos sereis”;
João 3.26 – “e todos vão ter com ele”;
Atos 19.19 – “trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos”;
Romanos 16.19 – “quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos”.

Nessas passagens, o termo “todos” não significa cada indivíduo da raça humana. Similarmente, “todo o que” significa “todos aqueles que…”. Não significa todo o mundo.

“Todo o que nele crê” (João 3.16) significa todos aqueles que crêem ou “todos os crentes”, não a raça humana inteira.

Da mesma maneira, “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13) não significa que todo o mundo pode ou invocará o nome do Senhor.

O fato de Deus amar somente os salvos não os torna justificáveis, mas JUSTIFICADOS. “Por meio dEle, todo aquele que crê é justificado de todas as coisas das quais não podiam ser justificados pela lei de Moisés” (Atos 13.39). O sacrifício consumado de Cristo cobre os pecados do pecador eleito. Quando Deus salva uma pessoa, Ele a regenera e veste com vestes brancas como a neve, com vestes de justiça. Os méritos de Cristo são atribuídos a ela. Deus a ama Cristocentricamente, ou seja, pelos méritos de Cristo, por Sua perfeita e imaculada justiça. Nem uma gota do Seu santo sangue foi derramado em vão. No último grande Dia não haverá um Salvador desapontado e derrotado, mas Um que “verá o fruto do trabalho da Sua alma, e ficará satisfeito” (Is 53.11). Não são nossas palavras, mas a infalível asserção dEle que declara: “O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade” (Isaías 46.10). Sobre esta impregnável Rocha nós descansamos.

Deus não ama o homem por aquilo que ele é, pois não há nada no pecador digno de atrair em Deus Seu afeto e amor, mas apenas o Seu justo e merecido juízo, além do Seu ódio. Porém, Deus ama Cristocentricamente pecadores salvos antes da fundação do mundo (Ef 2).

“O qual se deu a si mesmo por nós (nós – a Igreja) para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tito 2.14). A Bíblia diz que Jesus se entregou por nós, não por todo o mundo. Os pecadores pelos quais Cristo morreu são chamados de: Suas ovelhas (Jo 10.11-15), Sua igreja (At 20.28; Ef 5.25-27), Seu povo (Mt 1.21) e Seus eleitos (Rm 8.32-35). Perceba que o povo pelo qual Cristo morreu passa a ter uma identidade específica, se diferenciando do mundo caído, e tudo isso é uma dádiva de Deus, não do homem.

“Eu rogo por eles. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são Teus” (João 17.9).

E ainda aos Seus, a Igreja, afirmou Cristo: “Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a mim. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas Eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia” (João 15.18-19)

Quanto aos ímpios (vasos de ira, preparados para a perdição, conforme Romanos 9), a ira de Deus sobre eles permanece, e não o Seu amor (Jo 3.36; Sl 11.5; Pv 3.32 / 2Co 2.14-15 / 2Co 4.3).


Por mais que a maioria das pessoas afirme amar a Deus, a Bíblia ensina que os pecadores odeiam a Deus (Rm 8.7) e JAMAIS invocarão o Seu nome. Isaías lamenta que “ninguém há que invoque o Teu [i.e., de Deus] nome” (Is 64.7), e Paulo acrescenta: “não há ninguém que busque a Deus” (Rm 3.11). Alguns homens são verdadeiramente despertados a invocarem a Deus, e isso é obra do Espírito de Deus, o qual graciosamente concede fé e arrependimento a alguns (At 11.18; Ef 2.8; Fp 1.29), mas cega e endurece a outros (Js 11.20; Mt 11.25; Jo 12.40; Rm 9.18).

Leia também: O significado de "Mundo" na Bíblia | JP Padilha

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CRISTO DO ARMINIANISMO VS. CRISTO DA BÍBLIA – Arminianos e Calvinistas são irmãos na fé?





Antes de começar, devo lembrar o leitor de que quando falo de “Calvinismo Vs. Arminianismo” eu estou me limitando ao seu sentido original e histórico, isto é, apenas ao que diz respeito à doutrina da salvação (soteriologia) e como ela funciona nos desígnios de Deus. Refiro-me ao Calvinismo tendo em vista somente os Cinco Pontos do Calvinismo, e não a tradição conhecida como “Reforma Protestante”, a qual engloba não somente a questão soteriológica, como também traz conceitos denominacionais que não estão de acordo com a Bíblia. Esses termos técnicos são inevitáveis para tratar do assunto “Predestinação Vs. Livre Arbítrio”, e, portanto, é a única forma de ensinar o leitor como Deus predestina Seus santos escolhidos à salvação e os perdidos à condenação.

A LÓGICA NOS DIZ QUE ARMINIANOS E CALVINISTAS NÃO SÃO IRMÃOS NA FÉ

Existe um princípio imutável chamado Lógica. Esse princípio tem me acompanhado desde que conheci a Palavra de Deus, e tem sido meu escudo contra o sincretismo e ecumenismo religioso até aqui. A Lógica é, por definição, um gatilho bíblico que nos protege de proposições contraditórias e sofismas religiosos. Em suma, a Lógica se trata do raciocínio que se pauta na dedução, e este raciocínio é composto basicamente por duas premissas ou proposições (maior e menor), a partir das quais se alcança uma conclusão. Por exemplo: "Todos os homens são mortais. Frederico é homem. Logo, Frederico é mortal”. Se eu mudar uma das duas premissas que concluem que Frederico é mortal, a conclusão da mortalidade de Frederico estará errada. Ou seja, segundo a lógica, para que se afirme que Frederico é mortal em conformidade com uma premissa maior e menor, é obrigatoriamente necessário que (1) todos os homens sejam mortais e que (2) Frederico seja homem. Conclusão: Frederico é mortal.

Uma premissa errada leva a conclusões obviamente errôneas. Não se pode elaborar um silogismo básico e coerente quando as premissas de um determinado conceito não coadunam com a conclusão final. E é por isso que hoje eu irei dar uma breve explicação sobre a razão pela qual arminianos e calvinistas não são irmãos na fé e jamais poderiam ser. Quando quero dar uma resposta rápida, eu simplesmente digo que os arminianos servem a um deus estranho à Bíblia, e não ao Deus das Escrituras. Simples assim! Mas, a mera afirmação da minha parte não é o bastante para provar uma premissa e estabelecer uma conclusão. Isso é típico de analfabetos funcionais quando querem provar alguma ideia por meio da mera repetição de uma ideologia.

Portanto, tecerei abaixo dois princípios básicos, porém distintos, fáceis de se entender. Minha intenção neste artigo é mostrar o quanto a Igreja necessita de uma atenção urgente em relação ao “Jugo Desigual”, onde arminianos e calvinistas têm andado de mãos dadas e se ajuntado numa perversão doutrinária em massa, invalidando a Palavra de Deus e provocando danos irreversíveis à ortodoxia cristã.

1. O CRISTO DO ARMINIANISMO

● O Cristo do Arminianismo ama a todas as pessoas do mundo e deseja que todas elas sejam salvas.

● Ele pagou pelos pecados de todos os homens, sem exceção, e faz tudo que está ao seu alcance a fim de convencer os ímpios a se converterem. Todavia, sua oferta aos pecadores e seu poder de salvar são, na maioria das vezes, frustrados. Por que? Porque a maioria dos ímpios dizem “Não” ao seu chamado e se negam a vir até ele.

● Seu poder é limitado e seu sacrifício na cruz foi em vão, pois os pecadores receberam desse "deus" um dom chamado “livre arbítrio”, com o qual o homem decide, por si mesmo, ir ou não em direção a Cristo para se entregar a ele. O “livre arbítrio” do homem não pode ser violado por Cristo e o homem é quem decide se aceita ou não servir a ele.

● O Cristo do Arminianismo morreu na cruz por todo o mundo, isto é, por cada indivíduo da humanidade, sem exceção. Com isso, ele estabeleceu a possibilidade de salvação para todos, dando a oportunidade do homem escolher ser salvo ou não pelo sangue derramado no madeiro. Sua morte na cruz não fora suficiente para salvar os escolhidos de Deus. Seu sacrifício depende inteiramente da escolha do homem em se converter de seus pecados ou não. Sendo assim, muitos homens pelos quais Cristo morreu irão para o inferno.

● Esse Cristo débil, impotente e frustrado perde a muitos pelos quais ele morreu e “salvou”, visto que os tais abandonam a “fé” por si mesmos. Deste modo, quando Cristo os convence de que são verdadeiramente “salvos” e lhes implanta a “certeza da salvação”, esta segurança não está alicerçada na vontade soberana de Deus ou em Seu poder inesgotável, mas na escolha humana, quando o homem aceita Jesus em seu coração (e haja apelos carismáticos para convencer um pecador a “aceitar” esse falso cristo).

2. O CRISTO DA BÍBLIA

● Esse é o Cristo do Calvinismo (Pesquisar sobre os Cinco Pontos do Calvinismo). Ele veementemente ama somente aos que lhe pertencem, os quais Deus escolheu incondicionalmente para a vida eterna, antes mesmo da fundação do mundo (Ef 1.4). Ele jamais sequer orou pelos réprobos e deixou isso muito bem registrado (Jo 17.9), visto que o amor do Pai não recai, em nenhum nível ou aspecto, sobre os que foram predestinados à perdição. Antes, Sua ira sobre os tais permanece eternamente (Sl 5.5; 11.5; 73.17-20; Sl 92.5-7; Pv 3.33; Pv 24.16; Ml 1.2-4; Hc 1.13; Jo 17.9; Jo 3.36; 13.1; Rm 9.13; 1Pe 3.12; Ef 1.4,9,11; Rm 8.30; 2Tm 1.9; 1Ts 5.9; Rm 9.11-16; Ef. 1.19; 2.8-9; Jd 1).

● Deus, por meio do Espírito Santo, eficazmente chama os Seus eleitos de modo que, por meio da vocação a eles concedida, não podem resistir por si mesmos e certamente se converterão.  Antes que o mundo fosse criado, Deus escolheu e predestinou os Seus à salvação. Ele não fez qualquer uma dessas escolhas com base em Sua onisciência ou porque previu fé em tais homens, mas os escolheu segundo o Seu eterno e imutável propósito, conforme Seu santo conselho e beneplácito de Sua vontade, de acordo com Sua graça única [e não múltipla]. Esse Deus, o único Deus, não se baseou em nenhuma fé prevista ou em alguma boa obra humana para salvar os Seus escolhidos, nem por qualquer outra característica na criatura que pudesse movê-Lo como condição para salvá-los (Ef 1.4, 9, 11; Rm 8.30; 2Tm. 1.9; 1Ts, 5.9; Rm 9.11-16; Ef 1.19: e 2.8-9).

● Ele não somente ama Seus escolhidos incondicionalmente, como também os “leva pela orelha”, não importando se eles querem ou não ser salvos. Ele os preserva por meio da disciplina, de modo que nenhuma de Suas ovelhas podem decair da graça que uma vez foi dada aos santos. Nenhuma de Suas ovelhas pode se perder ou ser arrebatada de Suas mãos (Jo 10.28). Ainda que cometam pecados no curso de suas vidas, tais escolhidos de Cristo serão preservados pelo poder do Espírito Santo e perseverarão na genuína fé e doutrina até o fim. Pelo eterno e mui livre propósito da Sua vontade, Deus preordenou todos os meios conducentes a esse fim glorioso. Ou seja, os santos eleitos, tendo nascido escravos do pecado de Adão, são remidos por Cristo e presenteados pela verdadeira fé, por meio do Espírito e no devido tempo determinado por Deus. Por esta razão, os santos escolhidos de Deus são justificados, adotados, santificados e guardados por Cristo nesta fé imutável e eterna. Não há absolutamente ninguém além dos eleitos que seja remido, chamado de forma eficaz, justificado nos céus, adotado, santificado e glorificado por causa da salvação conquistada por Cristo na cruz do calvário (1Pe 1.2; Ef 1.4 e 2.10; 2Ts 2.13; 1Ts. 5.9-10; Tt 2.14; Rm 8.30; Ef 1.5; 1Pe 1.5; Jo 6.64-65; 17.9; Rm 8.28; 1Jo 2.19).

● Contrariando radicalmente o falso Cristo do Arminianismo, o Cristo da Bíblia soberanamente regenera o pecador eleito à margem de sua aceitação ou rejeição temporária. Visto que, sem a regeneração espiritual, o pecador está morto espiritualmente (Rm 3), o pecador jamais pode escolher a Cristo por si mesmo (Jo 6.65). A fé não é uma contribuição do homem para sua salvação. A fé não provém do coração do homem, mas é um dom recebido do alto. Não há nenhuma participação do homem nesse processo salvífico. A salvação, bem como todos os frutos que dela procedem, é uma dádiva exclusiva de Deus, não do homem (Jo 3.3; 6.44,65; 15.16; Rm 9.16; Ef 2.1,8-10; Fp 1.29; Hb 12.2).

● O Deus da Bíblia concede misericórdia a quem Ele quer e a recusa a quem Ele quer. Cristo morreu somente pelos eleitos, conquistando eficazmente a salvação para todos aqueles por quem Ele morreu. Sua morte foi uma satisfação vicária, que poderosamente quitou a dívida de Seu povo eleito. Ele escolhe ou recusa Sua bondade como Lhe apraz, para a glória do Seu soberano poder sobre as suas criaturas. Com isto, o restante dos homens foi predestinado à perdição eterna, para louvor da gloriosa justiça de Deus, que não tem a obrigação de salvar ninguém, mas o fez por pura graça. Sem a Sua graça, nenhum homem seria salvo e todos caminhariam segundo sua própria inclinação para o mal (Rm 1.18-32; 3). A justiça de Deus requer que Ele não contemple os réprobos e os lance no inferno por causa de seus pecados (Mt 11.25-26; Rm 9.17-22; 2Tm. 2.20; Jd 1.4; 1Pe 2.8).

PREMISSA MAIOR

Um é o Cristo do Arminianismo e o outro é o Cristo da Bíblia. Um é falso e o outro é verdadeiro. São dois cristos avaliados aqui, e ambos são completamente opostos. Se você está assustado com isso, saiba que a Bíblia diz que existem milhares deles (Mt 24.24; 1Co 8.5) e não somente dois ou três. Se, conforme apresentado pelo artigo, os dois cristos são tão radicalmente distintos, um deles tem de ser o verdadeiro: ou aquele que não possui sequer uma base bíblica sólida, ou Aquele que testifica cada uma das passagens da Escritura Sagrada, as quais foram aqui supracitadas.

PREMISSA MENOR

A Bíblia expressamente diz que não se pode servir e amar a dois senhores. A Bíblia é enfática em dizer que você deve amar um e odiar o outro (Mt 6.24). Você certamente pode ter dois amigos, dois irmãos, dois carros, dois hobbies e até dois empregos. Mas a Escritura o proíbe categoricamente de servir a dois cristos. Ou você ama e serve a um, ou você ama e serve a outro. A palavra “Servo”, muitas vezes empregada de forma romantizada em nossas traduções bíblicas, significa literalmente “Escravo”. Ou você é escravo do verdadeiro Cristo ou é escravo do falso. A escravidão é absoluta e não permite sociedade com outros senhores. A escravidão exige tudo aquilo que lhe pertence — todo o seu tempo, toda a sua lealdade, todo o seu trabalho, todo o seu coração, toda a sua alma. Os cristãos professos dos nossos dias insistem em acreditar que estão servindo ao genuíno Cristo dando as mãos para os que servem ao falso cristo. E não somente isto: Os que insistem em servir a dois cristos chamam os seguidores do falso cristo de irmãos! O fato é que você pode até pensar que está sendo um cristão agindo assim; você pode achar que ama a Jesus porque “vai à igreja” regularmente e porque é apaixonado pelo evangelho que você criou com a sua própria mente; mas a sua prostituição não será ignorada no dia do juízo, visto que você pensa que pode andar com o Cristo da Bíblia e ter um pequeno caso com outro cristo – o falso cristo.

A Diferença entre Calvinismo e Arminianismo é ainda mais profunda que se pode parecer à primeira vista. Não é simplesmente questão de ênfase, mas de conteúdo. O calvinista crê em um Deus que realmente salva; enquanto o arminiano crê em um Deus que possibilita que o homem se salve. O calvinista crê em um Deus Pai que elege de fato; o arminiano crê em um Deus Pai que apenas ratifica a eleição que os homens farão sobre si mesmos. O calvinista crê em um Redentor que objetivamente redime pecadores; o arminiano crê em um redentor em potencial, que apenas viabiliza a redenção dos salvos. O calvinista crê em um Espírito Santo que chama soberana e eficazmente indivíduos; o arminiano crê em um Espírito Santo que apenas “persuade moralmente”, mas que pode ser resistido. O lema do calvinista é: “Seja feita a Tua vontade”. O lema central da seita arminiana é: "Levante-se e caminhe comigo, ó Criador; vou lhe mostrar o que eu quero".

CONCLUSÃO LÓGICA

Arminianos e calvinistas não são irmãos. Jamais o poderiam ser. Eles não possuem a mesma fé. Eles não servem ao mesmo Cristo. Não há qualquer vínculo entre o Cristo da seita arminiana e o Cristo da Bíblia. Eu poderia falar sobre o cristo do Catolicismo Romano, do Espiritismo e de muitos outros milhares de cristos espalhados pelo mundo religioso. Todavia, não há, no atual século, um falso cristo que tenha enganado tanta gente como o cristo do arminianismo, com seu evangelho ardiloso e sagaz. Tenho plena convicção e afirmo com propriedade que, sem explanações como essas do artigo, a maioria das pessoas passaria a vida inteira sem notar a diferença entre um Cristo e outro. Tudo isso é resultado do sincretismo e ecumenismo religiosos que reinam soberanos em todo o mundo, em especial nas seitas denominacionais, onde o intento é adquirir membros para encherem seus templos luxuosos e cheios de adornos judaicos.

UM CHAMADO À SEPARAÇÃO

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso" (2 Coríntios 6.14-18).

Essa passagem se aplica – veementemente – a membros de seitas arminianas. Um “jugo” é tudo aquilo que une. Aqueles que pertencem a uma seita arminiana ou pentecostal estão unidos em um compromisso oficial e em uma aliança com seus membros “irmãos”. Muitos de seus membros/irmãos não dão nenhuma evidência de terem nascido de novo. Eles podem acreditar em um “Deus Soberano”, mas qual o amor que eles têm pela soberania exaustiva de Deus? Qual é a sua relação com os eternos decretos de Deus? Eles simplesmente as negam.

“Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3).

Pode aqueles que devem o seu tudo a Cristo, tanto para o tempo presente quanto para a eternidade, ter comunhão com aqueles que desprezam e rejeitam ao Deus da Palavra? Portanto, que todo e qualquer leitor cristão que esteja em jugo desigual com arminianos saia debaixo dele sem demora.

Acesse o blog do livro "O Evangelho sem Disfarces" clicando aqui:
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/2019/08/sumario-o-evangelho-sem-disfarces.html

Leia também:
O significado de "Mundo" na Bíblia | JP Padilha

–– JP Padilha / O Evangelho sem Disfarces
–– Fonte 1: Página 
JP Padilha
–– Fonte 2: 
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
–– Fonte 3: 
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/

O livre arbítrio é uma ilusão | JP Padilha



Deus declara em Sua Palavra:

“Quem poderá falar e fazer acontecer, se o SENHOR não o tiver decretado? Porventura não é da boca do Altíssimo que sai tanto o bem como o mal?” (Lamentações 3.37-38).

“Vede agora que Eu, Eu o sou, e mais nenhum deus há além de mim; Eu mato, e Eu faço viver; Eu firo, e Eu saro, e ninguém há que escape da minha mão”
(Deuteronômio 32.39).

“Eu formo a luz, e crio as trevas; Eu faço a paz, e crio o mal; Eu, o SENHOR, faço todas estas coisas” (Isaías 45.7).

O apóstolo Paulo declara a respeito de sua natureza humana:

“Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço” (Romanos 7.15.19).

Acabamos de ver como a Bíblia é direta ao ponto quando se trata dos decretos de Deus e da escravidão do homem. Deus diz que não há nada que fuja de Seus eternos decretos, e Paulo diz que o bem que ele deseja fazer ele não consegue fazer, mas o mal que ele não quer fazer, esse ele faz. Sendo assim, não é preciso ir muito longe para concluir que a Escritura derruba por terra toda a tentativa inútil de legitimar a teoria do “livre arbítrio”.

A ideia do livre arbítrio surgiu de uma doutrina criada por homens há muitos séculos, a qual visa, entre outras coisas, atribuir algum mérito ao homem por suas “boas ações”. Essa doutrina anti-bíblica domina maior parte da cristandade e talvez seja a mais danosa para o entendimento correto a respeito da obra da salvação. Se quiséssemos resumir este tema, bastaria dizer que o livre arbítrio é nada mais do que “agir livre de qualquer influência”, seja ela boa ou má. Todavia, o propósito deste livro é provar, sob a base da Escritura, que o homem não tem livre arbítrio a partir do momento em que ele já nasce escravo do seu próprio pecado (Sl 51.5). Isso não significa que o homem não faça suas escolhas, mas que todas as suas escolhas partem de uma influência interna ou externa. Ou seja, este capítulo objetiva provar, predominantemente, que o homem perdido é incapaz de se salvar e que o homem salvo é incapaz de se perder. A segurança da salvação, em Cristo Jesus, é confirmada na Bíblia. Como isso será provado? A resposta é simples: por meio da Escritura Sagrada.

Quando o pecado entrou no mundo, o homem ganhou o conhecimento do bem e do mal, mas não lhe foi dado poder para fazer o bem por conta própria ou para evitar o mal. A Bíblia nos ensina isso através do Espírito Santo, dizendo: "Todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer" (Romanos 3.12). É aqui que todo leitor interessado no assunto deveria começar: na doutrina da Depravação Total do homem, em Romanos 3. Pois é aqui que é provado que o homem não pode fazer o bem por si mesmo, pois ele é corrompido em todas as suas faculdades. Qualquer boa obra que ele faça, isso veio do alto, isto é, de Deus.

No entanto, a palavra "bem" na passagem que acabamos de ver não se refere a um “bem” aos olhos humanos, mas ao que é bom aos olhos de Deus. No que diz respeito às obras do homem caído, o mesmo capítulo de Romanos continua dizendo: "A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios; a boca, eles a têm cheia de rapina e maldade; seus pés são velozes para derramar sangue; nos seus caminhos há destruição e morte; e desconheceram o caminho da paz" (Romanos 3:13-17).

Veja o que Deus fala a respeito das nossas próprias obras de justiça:

"Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia" (Isaías 64.6). No texto original, a expressão "trapo da imundícia" é "pano de menstruação". Ou seja, se você considerar o fato de que Deus coloca nossas justiças no mesmo nível de um absorvente higiênico usado, vai perceber que não existe nem reciclagem para nossas boas obras. 

A respeito disso, Mario Persona comenta:

“Se ‘fazer o bem’ fosse escolher sorvete de coco, eu nunca faria o bem porque escolho o que considero melhor para mim, não para o dono da sorveteria. Um religioso acredita fazer o bem, mas se ele não é convertido a Cristo está apenas fazendo de conta, porque, no final, está mesmo escolhendo fazer aquilo que acha melhor para si mesmo. Pense nas pessoas “caridosas” que fazem boas obras visando eliminar o próprio carma ou pecado e você irá entender o que estou dizendo. Para elas o sofrimento alheio é um grande negócio se a boa ação de amenizá-lo valer milhas na viagem para o Paraíso. Erradicar a miséria e o sofrimento seria péssimo, porque aí o religioso só poderia se livrar do próprio carma sofrendo horrivelmente”.

As boas obras são fruto da salvação, e não um pré-requisito para ser salvo. Essas boas obras vêm acompanhadas de uma fé única em Jesus Cristo e especialmente de conhecimento de Deus. Vejamos o que diz a Bíblia:

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas." (Ef 2:8-10).

Ou seja, somos salvos “para” as boas obras e não “pelas” boas obras. Só o que já fora dito aqui já prova que o livre arbítrio é uma ilusão ensinada na maioria das ditas igrejas evangélicas e no catolicismo romano. Tudo que a doutrina do livre arbítrio – também conhecida como Arminianismo - ensina não passa de mera filosofia humana.

Mas alguém poderá perguntar: “E quando a Bíblia fala das boas obras como uma das marcas do cristão? Quer dizer que o homem de Deus não faz o bem?”. Em Atos 10 é dito que Cornélio era um homem "piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus" (Atos 10.2), e suas esmolas e orações eram aceitas por Deus. Como pode ter sido assim? Parece ser uma contradição com o que é dito em Romanos 3, onde Paulo escreve com todas as letras: "Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só" (Romanos 3.10-12).

À primeira vista isso pode parecer uma contradição, pois em Romanos 3 Paulo está falando do homem natural, o qual ainda vive em sua natureza adâmica e não se converteu a Cristo em sua consciência, como é dito em Efésios 2.2-3: "...andando segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos POR NATUREZA filhos da ira, como os outros também".

O texto sagrado está claramente dizendo que ou somos escravos do pecado ou somos escravos de Cristo. Essa conclusão já seria o suficiente para concluirmos o assunto.

Cornélio era um gentio convertido ao Judaísmo, isto é, um prosélito. E isso também o mantinha muito próximo da Palavra de Deus. A palavra "água" no capítulo 3 de João foi aplicada pelo Espírito Santo (o "vento" de João 3) a Cornélio para que ele nascesse de novo, por meio da conversão a Jesus Cristo. Por meio da "água" da Palavra e do "Espírito", Deus havia deixado Cornélio pronto para ouvir o claro evangelho de que Cristo morreu, ressuscitou e voltará. Pedro pregou a Cornélio em Atos 10.38-44, e então ele creu no evangelho da graça e foi selado com o Espírito Santo.

Agora note algo interessante: somente quando o evangelho da graça é pregado e recebido em sua clareza, é que o Espírito Santo sela a pessoa que crê:

"A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos); esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judeia, começando pela Galileia, depois do batismo que João pregou; como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judeia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro. A este ressuscitou Deus ao terceiro dia, e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dentre os mortos. E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome. E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios" (Atos 10.36-45).

O ser humano é uma criatura caída. Não existe no homem qualquer partícula de sanidade e bondade que o leve a escolher fazer o bem ou a crer em Jesus Cristo.

“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3.3). O que Jesus quer dizer com isso? Certamente Ele não está se referindo ao batismo com água, mas sim ao batismo com o Espírito Santo, que é o que converte o homem. Quando Jesus disse "Necessário vos é nascer de novo", ele não estava dando uma ordem do tipo "se esforce para nascer", pois, se fosse assim, a própria expressão “nascer” já teria sido usada de maneira errada. Afinal, quem de nós decidiu nascer ou fez qualquer esforço na hora do parto? Você consegue imaginar o médico gritando para a futura mãe de pernas abertas: "Vamos lá, Zezinho, força garoto! Você consegue! Coloque o pezinho na parede do útero e empurre! Se quiser, jogo uma corda daí de dentro, que você segura nela e eu puxo!". Não, não é assim que acontece o novo nascimento ao qual Jesus se refere. Esse novo nascimento só pode ser operado pelo Espírito de Deus para converter o homem de seus pecados e fazê-lo seguir a Cristo pelo resto de Sua vida. Veja bem: Em nosso nascimento carnal, fomos a parte mais passiva de todos os envolvidos. Nossos pais decidiram ter um filho, nossa mãe passou nove meses cuidando de nossa gestação, e todo esforço, dor e sangue derramado vieram dela, não de nós.

Assim é a salvação: uma obra exclusiva de Deus, sem nenhuma participação do homem. Essa salvação teve início nos tempos eternos, passou pelo novo nascimento e se consumou com o selo do Espírito Santo, sem qualquer participação do homem.

Nenhum homem salvo pode resistir ao Espírito Santo: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebata-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um” (João 10.27-30). Da mesma maneira, nenhum homem condenado pode se achegar a Deus, pois, por mais que ele às vezes tente se arrepender de seus pecados, não há uma conversão genuína: “Porque bem sabeis que, querendo ele [Esaú] ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou” (Hebreus 12.17).

"O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito."
 (João 3.8).

Na passagem abaixo, em Efésios 1.3-14, passou-se uma eternidade até que chegasse o momento em que uma ação vinda de nós — o crer em Cristo — acontecesse. Mas essa ação parte primeiramente de Deus, que parte em nosso resgate para nos ressuscitar e nos dar a vida eterna, pois estamos mortos em nossos delitos e pecados. Deus nos elegeu, predestinou, providenciou a redenção (sim, Ele providenciou a redenção antes de existir o homem), descobriu o mistério da Sua vontade (não fomos nós os espertos que descobrimos por nós mesmos), nos incluiu em sua herança, "segundo o conselho da Sua vontade", ou seja, porque Ele quis, até chegarmos ao ponto em que ouvimos, cremos e Ele nos selou com o Espírito Santo, garantindo assim a nossa salvação eterna e irreversível, a qual ninguém pode nos tirar.

"Bendito O DEUS E PAI de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual NOS ABENÇOOU com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também NOS ELEGEU nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E NOS PREDESTINOU para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, em quem TEMOS A REDENÇÃO pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência; DESCOBRINDO-NOS O MISTÉRIO DA SUA VONTADE, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; nele, digo, em quem também FOMOS FEITOS HERANÇA, havendo sido PREDESTINADOS, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo O CONSELHO DA SUA VONTADE; com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; em quem também vós estais, depois que OUVISTES a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também CRIDO, FOSTES SELADOS COM O ESPÍRITO SANTO DA PROMESSA. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória"
 (Efésios 1.3-14).

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Qual o significado da Besta e do 666 em Apocalipse? | JP Padilha


A palavra "besta" é empregada na Bíblia de forma simbólica e significa a “ignorância do homem” (Salmos 73.22). O sentido da palavra é assim usado para mostrar o homem agindo como uma criatura irracional, isto é,, sem consciência diante de Deus. No texto original, essa palavra é a mesma que aparece traduzida de forma diferente em Salmos 94.8 e em Jeremias 10.8,14,21; 51.17.

Na Bíblia, esta palavra é também usada para se referir a grandes poderes seculares. Sendo assim, ela tem diferentes características, dependendo da criatura simbólica que é descrita. Em geral, o termo “Besta” representa a ausência de qualquer conexão moral com Deus. Por exemplo, o termo “Besta” foi usado desta mesma forma por Daniel ao se referir aos quatro grandes reinos (Dn 7.3‑23). Outro caso em que a palavra foi usada assim é em Apocalipse, quando João se refere ao Anticristo e ao Império Romano restabelecido como a “Besta” (Ap 13.1; 20.10).

O NÚMERO 666 EM APOCALIPSE

Em geral, os números contidos em Apocalipse são literais. Dos vários números descritos em Apocalipse, somente dois são usados de forma simbólica: “sete espíritos” em Apocalipse 1.4 e “666” em Apocalipse 13.18. A respeito do número 666, muitos já tentaram decifrá‑lo, fazendo contas mirabolantes e chegando a identificar os papas católicos como sendo a besta. Todavia, isso é dizer o que a Bíblia nunca disse e, portanto, trata-se de uma forma irreverente e perigosa de se interpretar a Bíblia. De fato, a Bíblia nos mostra que a besta tem poder eclesiástico. Porém, em Apocalipse 17.16 vemos que não somente Roma, como também a grande meretriz, a Babilônia, que é a cristandade professa num todo, será desolada pelos dez chifres da besta.

Em geral, a cristandade professa inclui todo o “sistema cristão” criado por homens, o qual estará, naquele tempo, unificado sob a influência de Roma. Todavia, os verdadeiros crentes, até mesmo aqueles que neste momento pertencem a tais sistemas, serão arrebatados por Cristo antes da revelação da besta, pois mesmo na ignorância eclesiástica e debaixo de tanta confusão eles creem no verdadeiro evangelho e não se conformam com muita coisa que acontece no sistema religioso.

Naquele tempo – que não está longe de acontecer – ficarão aqui na terra apenas as organizações chamadas “cristãs”, com seus membros que não tiverem sido renascidos, os quais continuarão a celebrar seus cultos e ofícios religiosos, se unindo cada vez mais em uma grande e fraterna irmandade ecumênica, até darem as boas-vindas à besta.

O número 666 significa número de homem. Na Bíblia, o número 7 significa algo espiritualmente completo e costuma estar relacionado ao bem e à perfeição. (Nm 8.2, Lv 4.6,17; 8.11; Ap 1.4). Todavia, o número 6 significa imperfeição ou algo incompleto, pois não chega a ser sete. O número 3 é algo completo em seu testemunho, assim como Deus é completo sendo uma Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – mesmo sendo um só Deus.

Sendo assim, o número 6 repetido três vezes pode ser identificado como a completa imperfeição. A Bíblia nos mostra que Satanás irá querer imitar a Trindade divina por meio de sua própria atuação, da besta e do falso profeta.

Com isso, podemos concluir que 666 representa a imperfeição elevada ao seu grau máximo. Pode até ser que o número em si tenha um significado mais particular, identificando um determinado homem. No entanto, todas essas coisas são apenas suposições e nós não devemos nos esquecer do fato de que o número 666 em Apocalipse não são três números “6”, como se significasse “seis, seis, seis” ou “meia, meia, meia”, como muitos pensam. Na Bíblia, esse número é inteiro: “Seiscentos e sessenta e seis”.

Todavia, para nós cristãos, todo esse trabalho em ficar tentando desvendar o significado do “666” de Apocalipse é inútil, pois o iníquo só será revelado após o arrebatamento da Igreja. Ou seja, é infrutífero ficar tentando associar o número 666 a algum homem.

Do mesmo modo que teria sido impossível para um israelita do Antigo Testamento discernir a Igreja, a qual só seria revelada a Paulo em seu ministério e, em seguida, aos outros apóstolos e profetas do NT (Ef 3.5), é impossível para nós, a Igreja, ficar tentando desvendar algo que não diz respeito a nós. A Igreja não foi discernida por ninguém dentre os santos de Deus antes de sua formação no dia de Pentecostes. Portanto, tentar discernir algo que só irá interessar o remanescente judeu fiel após o arrebatamento – durante a Tribulação de sete anos – não é exatamente o que Deus deseja por parte daqueles que hoje fazem parte do Corpo de Cristo – a Igreja. O remanescente judeu, o qual irá se converter durante a Tribulação após o arrebatamento da Igreja, terá subsídios suficientes para discernir a identidade do homem ao qual o número 666 está relacionado.

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Como será a Segunda Vinda de Jesus? | JP Padilha


“Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”
(Apocalipse 1.7).

A parte do versículo que mais gera discussão é: “todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram”. Isso acontece porque muitos ainda não compreendem que “todo o olho o verá” não significa que isso acontecerá tudo de uma só vez. Isso não acontecerá de forma simultânea, mas progressiva. A Bíblia diz que Jesus virá com as nuvens do céu, exatamente como os discípulos o viram subir quando estavam no Monte das Oliveiras. Todavia, esse processo será gradual e pouco a pouco as pessoas comparecerão ao evento de Sua presença na terra – mais precisamente no Monte das Oliveiras, que é de onde Ele subiu para o céu da primeira vez, e isso será explicado mais à frente.

Em Mateus 25 constatamos que esse evento é chamado de Julgamento das Nações devido ao modo como elas se comportaram em relação aos seus “pequenos irmãos”, os judeus. O panorama completo da profecia da Segunda Vinda nos mostra que diferentes juízos irão cair em diferentes partes do mundo naquele momento: Primeiro Jesus irá tratar, de forma privativa, com o Seu povo Israel – os judeus –, representados pelas duas tribos: Judá e Benjamim.

A Bíblia nos fornece uma figura disso na maneira como José, um tipo de Cristo no Reino, se revelou a seus irmãos. “Então José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei sair daqui a todo o homem; e ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmãos” (Gênesis 45.1). Da primeira vez, Cristo “veio para o que era seu (os judeus), e os seus não o receberam” (João 1.11), e só depois disso Ele passou a tratar com as demais nações do mundo. Da mesma maneira isso acontecerá em Sua Segunda Vinda. Primeiro Ele tratará com o Seu povo Israel e, em segundo lugar, com os pagãos.

A dificuldade com a interpretação desse evento começa quando as pessoas associam o versículo de Apocalipse 1.7 a uma outra passagem de Mateus 24, a qual parece falar de uma “manifestação gloriosa”, como aquelas que os artistas costumam pintar em quadros ou as imagens que são publicadas em revistas de seitas como “Testemunhas de Jeová” e “Adventismo do Sétimo Dia”. Nessas imagens mirabolantes há multidões olhando para uma imagem de Jesus descendo das nuvens abertas e cercado de raios de luz e anjos tocando trombetas. Obviamente, pessoas que passaram a vida sendo condicionadas a verem essas imagens como legítimas acabam achando que, para o mundo inteiro enxergar a Segunda Vinda de Jesus, a terra teria de ser plana e não esférica, ou com transmissão global de TV via satélite, o que condicionaria a vinda de Cristo à invenção da TV, satélites, repórteres etc.

À parte dessas questões inventadas pelo misticismo moderno, vamos à passagem:

“Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias... Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24.28-30).

Esta passagem começa falando dos falsos anúncios da volta de Cristo que poderão confundir o remanescente judeu fiel que irá se converter nos períodos mais difíceis da Grande Tribulação. Neste capítulo 24 de Mateus a Igreja já terá sido arrebatada ao céu anos antes, e, se você não entende o arrebatamento ou as diferentes dispensações das Escrituras, terá de aprender isso, pois são coisas fundamentais para se compreender a profecia bíblica. As palavras “relâmpago”, “ocidente” e “oriente” significam que a vinda de Jesus será inquestionável, porém, com foco no juízo que Ele traz consigo. O “relâmpago” nos fala de um juízo rápido. Quando um raio cai sobre uma árvore, ela é queimada imediatamente. Águias ou aves de rapina têm o mesmo sentido de juízo rápido sobre os cadáveres — homens com aparência de que vivem, mas que estão mortos espiritualmente. Em suma, a volta de Cristo para julgar as nações será inequívoca, e seu juízo rápido como um raio do qual ninguém escapará.

ONDE E COMO JESUS VIRÁ EM SUA SEGUNDA VINDA?

Para saber onde e como Ele virá em Sua Segunda Vinda após a Tribulação de sete anos, é preciso consultar a Bíblia para ver de onde e como Ele partiu ao despedir-se dos discípulos no Jardim das Oliveiras após Sua ressurreição.

“E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado” (Atos 1.9-12).

Se Atos 1.9-12 fala da subida de Jesus, Zacarias 14.4 fala da descida:

“E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul” (Zacarias 14.4).

Aqui será o momento do encontro com “a casa de Davi”, enquanto as outras tribos ainda estarão para ser recolhidas pelos anjos. Jesus será visto, primeiramente, por aqueles que o pregaram na cruz. Essas pessoas não serão as mesmas de sua época na terra, mas serão os descendentes daqueles que há dois mil anos disseram: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mateus 27.25).

Em Zacarias 12.10, onde se encontra uma das profecias da Segunda Vinda de Jesus, vemos mais detalhes desse encontro: “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantea-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zacarias 12.10).

Diante dos fatos expostos, vemos como é importante conhecer as dispensações da Bíblia, o arrebatamento da Igreja e o panorama de toda a profecia para entender a segunda vinda de Jesus para reinar sobre a terra, o que só irá ocorrer após a Tribulação de sete anos na terra (Septuagésima Semana de Daniel). Se não tivermos um entendimento claro dessas dispensações, podemos ser enganados pela visão reducionista das seitas religiosas normalmente propagada pelo denominacionalismo católico e evangélico. Muitas dessas religiões nem mesmo conseguem distinguir a diferença entre o arrebatamento da Igreja e a segunda vinda de Jesus. A manifestação de Cristo para restabelecer o Seu reino em Sua segunda vinda acontecerá no mínimo sete anos após o arrebatamento. Durante esse intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda haverá a Tribulação e a Grande Tribulação. Como já fora dito, a manifestação de Cristo na terra tem uma sequência que começa com Sua aparição em particular aos judeus, levando-os a sair pela terra para dar a boa notícia de que Cristo, o Rei de Israel, voltou.

A propósito, é disso que fala a passagem de Isaías 52.6-8, a qual temos o costume de usar como exemplo de evangelização. No entanto, sua aplicação primária é profética. Vejamos:

“Portanto o meu povo saberá o meu nome; pois, naquele dia, saberá que sou eu mesmo o que falo: Eis-me aqui. Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina! Eis a voz dos teus atalaias. Eles alçam a voz, juntamente exultam; porque olho a olho verão, quando o Senhor fizer Sião voltar” (Isaías 52.6-8).

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Seu marido é infiel a você? A Bíblia lhe diz como reagir | JP Padilha

"Vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra" (1 Pedro 3.1); "Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos" (1 Coríntios 7.14).

Seja correta diante de Deus; ame e seja submissa (não omissa) ao seu marido. Você é uma filha de DEUS. Aja como tal, sempre. A mulher não ganha a seu marido com o uso de palavras, mas com sua conduta silenciosa. Seu marido não te merece, mas nem um de nós merece algo de bom. Assim como Jesus te ama e lhe é fiel, mesmo você errando com Ele todos os dias em arrependimento, faça o mesmo pelo seu marido, assim como faz com Deus.

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A diferença entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda | JP Padilha


A herética "Teologia do Pacto", também conhecida como "aliancismo", ensina que o arrebatamento e a segunda vinda são um mesmo evento, com tudo junto e misturado. Essa crença é aceita pelo catolicismo romano e também por maior parte do denominacionalismo evangélico. O povo, em sua ignorância, costuma trazer para a igreja de Cristo aquilo que Ele disse em Mateus 24 e 25 para judeus, não para nós, cristãos. Repare que não há sequer um aviso no evangelho dos apóstolos sobre a "ira de Deus sendo derramada sobre a Noiva de Cristo". Isso não é encontrado nas epístolas porque a Tribulação não tem relação com a Igreja, mas trata-se de um período de rigorosa disciplina de Deus sobre o povo de Israel e sobre os pagãos. O remanescente judeu fiel, guardado por Deus, passará por essa prova (a grande tribulação) a fim de dar testemunho do evangelho do reino, aquele que anuncia o retorno do Rei. É importante notar que não existia Igreja quando Jesus avisou ISRAEL sobre o sofrimento que está por vir. Quando aquelas coisas ocorrerem, nós, a IGREJA, já teremos sido arrebatados no mínimo alguns meses antes.

"Basta a cada dia o seu próprio mal"... e nós não precisamos ter medo da ira de Deus sobre a terra, pois nos foi dado um presente especial -- o arrebatamento nos ares com Cristo (1Ts 4-5), e assim seremos livrados “da hora da tentação que há de vir sobre o mundo todo" (Ap 3.10). Foi DEUS quem fez essa promessa à Igreja. E ELE não mente.

AS PROVAS BÍBLICAS DE QUE O ARREBATAMENTO OCORRE ANTES DA TRIBULAÇÃO

1. A PROMESSA DE JESUS DE GUARDAR A IGREJA DA HORA DA TENTAÇÃO

Jesus promete à Igreja que ela será removida da terra antes da hora da tentação que está por vir sobre toda a terra: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também Eu te guardarei da hora da tentação (ou “provação” em algumas traduções) que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Apocalipse 3.10).

Jesus promete uma recompensa à Igreja pela sua “perseverança” durante as tribulações da vida. Essa recompensa é ser guardada de um período único – “hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro”. Essa é simplesmente a resposta da razão do arrebatamento da Igreja. O arrebatamento é uma promessa ou recompensa para a Igreja pela perseverança durante o sofrimento. A Igreja que suporta as provações deste presente momento será guardada DA HORA especial de experimentação que irá atingir os habitantes da terra.

Com isso, uma pergunta sempre surge: A frase “guardarei da” (Grego tēreō ek) em Apocalipse 3.10 significa “um contínuo estado seguro fora de” ou um “seguro de entre de”? A primeira opção é a resposta correta. A preposição Grega “ek” carrega muitas vezes a ideia de “surgimento”, mas nem sempre é assim. Dois notáveis exemplos disso encontram-se em 2 Coríntios 1.10 e 1 Tessalonicenses 1.10. Na passagem de 2 Coríntios, Paulo detalha como Deus o salvou de potencial perigo. Agora note uma passagem ainda mais convincente: Em 1 Tessalonicenses 1.10, quando Paulo declara que Jesus resgatará crentes da ira por vir, a ideia não é de um “surgimento após passar por algo”, mas sim de “proteção de entrar em algo”.

Além disso, se Apocalipse 3.10 se referisse meramente à uma divina proteção “em meio à hora de provação” ao invés de “da hora da provação”, como está explícito no texto, como ficariam aqueles que morreram por Jesus durante este tempo? Deus não os protegeu? Teria Deus mentido? O disseminado martírio dos santos durante o período da Tribulação exige que a promessa signifique “guardar fora da” hora de experimentação, e não “guardar em meio a”.

2. A IGREJA NÃO É MENCIONADA EM NENHUM LUGAR DE APOCALIPSE QUANDO O ASSUNTO NÃO SE REFERE A ELA

Do capítulo 6 ao 18 de Apocalipse, a Igreja não é mencionada. O termo comum no Novo Testamento para “Igreja” é ekklēsia. Esse termo é usado dezenove vezes em Apocalipse 1–3 com relação à igreja histórica do primeiro século. A palavra “Igreja” aparece apenas mais uma vez no epílogo do livro (Apocalipse 22.16). Em parte alguma de Apocalipse 6–18 é mencionada a “Igreja.” Isso é tão significativo que fica difícil imaginar como alguém é capaz de não se perguntar por que isso acontece durante esses capítulos de Apocalipse. É improvável que o apóstolo João passasse de instruções detalhadas para a Igreja em Apocalipse 1–3 para um absoluto silêncio sobre a Igreja por treze capítulos se a Igreja estivesse na Tribulação. Se a Igreja fosse experimentar a Tribulação, certamente teríamos em mãos o mais detalhado estudo de eventos da tribulação com a Igreja incluída nesse período. Mas o fato é que João não inclui a Igreja nesse contexto. A total ausência da “Igreja” na terra durante os eventos de Apocalipse 6–18 explica perfeitamente o porquê de um arrebatamento.

3. O ARREBATAMENTO NÃO TERIA MOTIVOS PARA OCORRER SE NÃO FOSSE PARA LIVRAR A IGREJA DA TRIBULAÇÃO

Se a Igreja fosse passar pela Tribulação, o arrebatamento dela seria totalmente sem fundamento e não teria uma razão para Jesus arrebatá-la nos ares. Se, como muitos propõem erroneamente, Deus preserva a Igreja de forma milagrosa somente “em meio à tribulação”, qual a razão de haver um arrebatamento? Se a intenção é evitar a ira de Deus no Armagedom, por que Deus não continuaria protegendo os santos na terra da mesma maneira que protegeu Israel das pragas no Egito (Ex 8.22; 9.4, 26; 10.23; 11.7)?

E quanto à separação entre as ovelhas e bodes em Mateus 25.31-46? Se o arrebatamento e a segunda vinda fossem um evento só, a separação subsequente entre as ovelhas e os bodes em Mateus 25.31-46 seria ridiculamente redundante. A separação entre bodes e ovelhas simplesmente já teria ocorrido no arrebatamento sem a necessidade de outra.

Outra coisa intrigante é: se todos os crentes da Tribulação são arrebatados e glorificados pouco antes do reino milenar, como muitos defendem, quem preencheria a população durante o reino milenar de Cristo na terra? Todos os crentes já teriam um corpo glorificado naquele tempo, enquanto as Escrituras indicam claramente que os descrentes vivos serão julgados no final da Tribulação e removidos da terra para serem julgados (Mt 13.41-42; 25.41). Essas realidades não se enquadram com o ensino bíblico de que crentes teriam filhos durante os mil anos de reinado de Cristo e que eles serão capazes de cometer pecado e rebelião (Is 65.20; cf. Ap 20.7-10).

Se você, caro leitor, acha que já viu incoerência demais nas crendices da Teologia do Pacto, prepare-se para esta: O paradigma “pós-tribulacionista” da igreja sendo arrebatada e imediatamente trazida de volta à terra não deixa tempo para o Tribunal de Cristo (1Co 3.10-15; 2Co 5.10) ou para as bodas (Ap 19.6-10). Lembre-se que não devemos confundir o Tribunal de Cristo com o Grande Trono Branco (Conferir artigo anterior – “
Os salvos participam do Julgamento Final? | JP Padilha”). Assim, a cronologia de um arrebatamento durante ou após a tribulação não faz qualquer sentido. Tal pensamento não possui resquício de lógica. Essa teoria é estapafúrdia e incongruente com o julgamento das nações, dos bodes e ovelhas e dos dois eventos críticos do fim dos tempos. O ensino claro das Escrituras sobre o arrebatamento acontecendo antes da Tribulação evita todas essas dificuldades de interpretação.

4. NÃO EXISTE NENHUM ALERTA PREPARATÓRIO NAS EPÍSTOLAS A RESPEITO DE UMA TRIBULAÇÃO IMINENTE SOBRE A IGREJA NA TERRA

Se você for na Bíblia, perceberá que as epístolas dos apóstolos não contêm quaisquer alertas preparatórios sobre uma tribulação iminente para os crentes da era da Igreja. As instruções de Deus contêm uma variedade de alertas, mas os crentes não são alertados a se prepararem para entrar na Tribulação vindoura e suportar a ira de Deus no momento da provação sobre a terra.

O Novo Testamento nos alerta sobre vários males que aconteceriam durante a era da Igreja: Ele nos alerta sobre heresias e falsos profetas (At 20.29-30; 2Pe 2.1; 1Jo 4.1-3; Jd 1.4); nos alerta a respeito da vida ímpia (Ef 4.25-5:7; 1Ts 4.3-8; Hb 12.1); nos alerta a perseverarmos em meio à presente tribulação (1Ts 2.13-14; 2Ts. 1:4), etc. Todavia, há um silencio total quando se trata de preparar a Igreja para a Tribulação global e catastrófica descrita em Apocalipse 6–18, a qual durará sete anos. As Escrituras fazem total silêncio sobre esse evento, que seria tão traumático para a Igreja caso ela tivesse que suportar esse período de experimentação de toda a terra habitável. Se a Igreja fosse experimentar qualquer parte do período da Tribulação, deveríamos esperar que as Escrituras ensinassem a existência, o propósito e a conduta da Igreja nele. Mas elas não ensinam nada sobre isso. Não existe qualquer ensino a respeito desse assunto na Bíblia e não há nenhuma instrução para a Igreja com relação à Tribulação vindoura de sete anos.

5. O ARREBATAMENTO É A ESPERANÇA QUE CONSOLA O CRENTE

Em 1 Tessalonicenses 4.13-18 descobrimos a razão de Paulo ter consolado os Tessalonicenses. Os Tessalonicenses estavam entristecidos por temerem que seus entes queridos perdessem a segunda vinda de Jesus porque haviam morrido. Qualquer posição anti-dispensacional dessa mensagem faz com que a carta de consolo do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses perca todo o seu sentido, pois, se não fosse por essa angústia dos crentes em Tessalônica, deveríamos esperar o oposto das preocupações ali refletidas. Em primeiro lugar, os Tessalonicenses estariam felizes e se regozijando, pois saberiam que seus entes queridos estão no lar com o Senhor e não irão enfrentar os horrores da Tribulação. Porém, ao olharmos atentamente para a carta, descobrimos que eles ainda não sabiam disso, e por esta razão Paulo lhes fala a respeito do arrebatamento que aconteceria a qualquer momento, trazendo o entendimento de que seus entes queridos ainda haveriam de ser arrebatados nos ares para se encontrarem com o Senhor juntamente conosco, os vivos.

6. O ARREBATAMENTO É UMA PROMESSA DE CONFORTO E TAMBÉM DA PRESENÇA IMINENTE COM CRISTO

O que a passagem de João 14.1-3 e 1 Tessalonicenses 4.13-18 têm em comum? Os dois textos se referem ao estado de conforto e presença com o Senhor Jesus Cristo antes que a Tribulação venha sobre a terra. Vejamos:

● A promessa da presença com Cristo:

“Onde eu estou, estejais vós também” (João 14.3).

“E, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4.17)

● A promessa de conforto:

“Não se turbe o vosso coração” (João 14.1)

“Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (1 Tessalonicenses 4.18)

Jesus explica claramente aos discípulos que Ele estava indo para a Casa do Pai (o céu) preparar lugar para eles, e que retornaria para os receber, para que eles pudessem estar onde Ele está agora (João 14:1-3). A frase “onde Eu estou”, embora implicando presença contínua no geral, aqui significa presença no céu em particular. Veja bem: Em João 3.34, Jesus se dirige aos fariseus dizendo: “Para onde Eu vou, vós não podeis ir”. Perceba que Jesus, ao falar com os fariseus a esse respeito, não estava falando de sua presente morada na terra, mas de Sua ressurreta presença à destra do Pai. Em João 14.1-3, “Onde eu estou” significa “no céu”.

Se o arrebatamento fosse depois da Tribulação, os santos teriam que se encontrar com Cristo nos ares e descer imediatamente à terra, sem experimentar a promessa feita por Jesus em João 14. Sabemos que João 14 se refere ao arrebatamento e não faz qualquer referência a juízo. Somente o entendimento bíblico de que o arrebatamento ocorre como Jesus prometeu – ou seja, antes da Tribulação vindoura – nos permite ver a coerência da linguagem de João 14.1-3; e somente esse posicionamento bíblico permite que entendamos o fato de que os santos arrebatados habitarão com Jesus por um tempo significativo na Casa de Seu Pai (o céu).

7. OITO DIFERENÇAS ENTRE O ARREBATAMENTO DA IGREJA E A SEGUNDA VINDA DE JESUS PARA REINAR NA TERRA

Uma coisa é o arrebatamento; outra coisa é a volta de Cristo para reinar. Se compararmos o arrebatamento, descrito em 1 Tessalonicenses 4.13-18 e em 1 Coríntios 15.50-58, com a segunda vinda de Cristo em Mateus 24–25, veremos pelo menos oito contrastes gritantes entre um evento e outro. Vejamos:

1. No arrebatamento, Cristo vem nos ares e retorna ao céu (1Ts 4.17). Todavia, na segunda vinda, Cristo vem à terra para habitar e reinar (Mt 25.31-32).

2. No arrebatamento, Cristo reúne os Seus santos, que pertencem à Igreja (1Ts 4.17). Todavia, na segunda vinda, os anjos é que reúnem os eleitos de Deus (Mt 24.31).

3. No arrebatamento, Cristo vem para recompensar (1Ts 4.17). Já na segunda vinda, Cristo vem para julgar, não para recompensar (Mt 25.31-46).

4. No arrebatamento há a ressurreição dos mortos que estão em Cristo para que sejam arrebatados juntos com os vivos (1Ts 4.15-16). Mas, na segunda vinda, nenhuma ressurreição acontece com a descida de Cristo. Nada é mencionado na Bíblia a respeito de ressurreição na segunda vinda de Cristo.

5. No arrebatamento, os crentes são tirados da terra (1Ts 4.15-17). Todavia, na segunda vinda, os descrentes é que são removidos da terra (Mt 24.37-41).

6. No arrebatamento, os descrentes permanecem na terra (1Ts 4.15-17). Porém, na segunda vinda, os crentes é que permanecem na terra (Mt 25.34).

7. No arrebatamento não existe menção alguma sobre o reino de Cristo na terra. Todavia, na segunda vinda, a Bíblia é clara ao dizer que o reino de Cristo na terra será estabelecido (Mt 25.34).

8. No arrebatamento, os crentes receberão corpos glorificados (1Co 15.51-57). Já na segunda vinda, nenhum vivo receberá um corpo glorificado.

8. AS PARÁBOLAS DE CRISTO NOS MOSTRAM AS DIFERENÇAS ENTRE O ARREBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA

Em Mateus 13 constatamos que a Bíblia nos mostra diferenças gigantescas entre o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo à terra:

Na parábola do trigo e do joio, o joio representa os descrentes e o trigo representa os crentes. Jesus diz que o joio (descrentes) será retirado do meio do trigo (crentes) na Sua segunda vinda (Mt 13.30, 40). Todavia, no arrebatamento, a passagem de 1 Tessalonicenses 4.15-17 diz que os crentes serão removidos da terra, enquanto os descrentes ficarão aqui.

Outra parábola que fala disso é a parábola da rede. Nessa parábola os peixes ruins (descrentes) são retirados do meio dos peixes bons (crentes) no ápice da segunda vinda de Cristo (Mt 13.48-50), enquanto os crentes são removidos de entre os descrentes no arrebatamento (1Ts 4.15-17).

Finalmente, a Bíblia não menciona o arrebatamento em nenhum dos textos mais detalhados sobre a segunda vinda de Cristo, que são Mateus 24 e Apocalipse 19.

Abaixo está a tabela de passagens bíblicas sobre dois eventos distintos: Arrebatamento da Igreja e Segunda Vinda de Jesus. Entre o Arrebatamento da Igreja e a Segunda Vinda de Jesus há um intervalo de sete anos de Tribulação sobre a Terra, conhecida como Septuagésima Semana de Daniel.




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–– JP Padilha / O Evangelho sem Disfarces
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JP Padilha
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Dispensacionalismo: A importância da hermenêutica bíblica | JP Padilha



A hermenêutica verdadeiramente bíblica exige três regras indispensáveis para uma teologia honesta e sem distorções da Escritura Sagrada:

1. A HERMENÊUTICA HISTÓRICO-GRAMATICAL CONSISTENTE ELIMINA ALEGORIZAÇÕES INFUNDADAS

Se a maioria dos cristãos soubesse dos desdobramentos que a Eclesiologia e Escatologia trazem para a vida prática do cristão, não estaria atribuindo o tema a uma mera “questão secundária" ou “erro teológico” ao invés de uma clara heresia. A prática do “pedobatismo” (batismo infantil), por exemplo, é só a ponta do Iceberg herético da Teologia do Pacto ou Aliancista. Essa tradição romana ficou enraizada no coração de maior parte da cristandade e causa danos irreversíveis na ortodoxia cristã de forma direta. Há alguns anos atrás eu não diria isso, pois ainda era imaturo demais para perceber. Mas, tendo me aprofundado um pouquinho no tópico e vasculhado as conseqüências doutrinárias resultantes de uma Eclesiologia surgida com as alegorias mirabolantes de Agostinho, descobri que o assunto não se trata meramente de ênfase, mas de conteúdo. Tanto os apóstolos como os cristãos dos dois primeiros séculos pós-apostólico jamais foram conhecidos por defenderem uma visão anti-dispensacionalista. Por que? Porque a visão dispensacional das Escrituras é o que se espera de alguém que lê a Bíblia da forma intencionada pelo Espírito Santo.

O que é a hermenêutica?

A hermenêutica bíblica é o estudo dos princípios e métodos de interpretação do texto bíblico. Segundo os comandos claros de 2 Timóteo 2.15, ao se envolverem com a hermenêutica, os crentes devem "procurar se apresentar a Deus aprovados, como obreiros que não têm de que se envergonharem, que manejam bem a palavra da verdade” (v.15).

Deste modo, o objetivo central da hermenêutica dispensacionalista é nos guiar dentro das passagens bíblicas com o propósito de nos levar a uma interpretação aplicada pela própria Escritura, e jamais pela ótica limitada de métodos humanistas, tais como o método de interpretação histórico-crítico ou alegórico. Assim, com base no método histórico-gramatical [literal] dos textos sagrados, atestado e aprovado pelo tempo, a intenção da hermenêutica dispensacional é mostrar o genuíno entendimento e aplicação da Teologia Bíblica. Toda teologia é, por definição, bíblica. Mas, quando falamos de Teologia Bíblica em termos de método interpretativo, estamos a tratar daquilo que foi dito somente pelos autores inspirados das Escrituras Sagradas, sem subterfúgios em opiniões de teólogos e/ou manuscritos não-inspirados – ou até mesmo na aplicação da Teologia Filosófica, que inclina-se a defender a fé cristã a nível apologético e se ocupa de temas não respondidos de forma direta pela Escritura.

A regra indispensável e crucial para o método histórico-gramatical de interpretação é que a Bíblia deve ser interpretada literalmente, a menos que ela mesma nos forneça outra interpretação textual que aponte claramente para um simbolismo intencionado pelo autor inspirado. Isso significa que a Bíblia deve ser sempre interpretada com base em seu significado normal, literal ou simples, a menos que o texto sagrado exija uma visão alegórica do texto que está sendo lido e o autor inspirado mostre claramente sua intenção de apontar para uma conclusão simbólica da passagem.

A hermenêutica dispensacionalista se diferencia de todas as outras hermenêuticas por conta de sua consistência. Quando de frente para uma passagem bíblica, ela nos mostra de forma concisa se alguma figura de linguagem está, de fato, sendo empregada no manuscrito dos profetas ou dos apóstolos. A primeira intenção do leitor ao abrir a Bíblia deve ser buscar o sentido normal/literal do texto. Essa regra é imprescindível. Após fazê-lo, caso não seja possível interpretar a passagem de forma literal, então o leitor pode e deve tentar encontrar outra interpretação que não seja a literal.

Na Bíblia não existem contradições ou múltiplos sentidos. Ela diz o que deseja realmente dizer e não pergunta ao homem se ele tem uma opinião secundária a respeito do que está escrito. Por exemplo, quando Jesus fala de ter alimentado "os cinco mil homens" em Marcos 8.19, o princípio da hermenêutica irrefutável exige que entendamos os “cinco mil” como um número literal – ou seja, havia uma multidão de cinco mil pessoas esfomeadas e que foram alimentadas com verdadeiros pães e peixes por um Salvador dotado de poder milagroso. Qualquer tentativa de "espiritualizar" o número descrito em Marcos 8.19, ou de negar um milagre literal de Cristo nesse contexto, é lançar a inerrância das Escrituras na lata do lixo, acrescentando alegorias não intencionadas pelo Espírito Santo. Isso é ignorar as leis da linguagem exigidas pelo autor inspirado, que é comunicar um número real, literal e conciso, sem brechas para alegorizações.

Muitos intérpretes, sobretudo aliancistas [adeptos da teologia do pacto] cometem o erro grosseiro de tentar buscar significados esotéricos que nunca são encontrados nas entrelinhas do texto sagrado, como se cada passagem tivesse uma verdade espiritual oculta que, segundo eles, deveríamos tentar decifrar. A hermenêutica bíblica do Dispensacionalismo nos protege desses estratagemas e nos mantém fiéis ao significado intencionado pela Palavra de Deus e mui longe de alegorizações estapafúrdias de versículos claramente literais que não nos permitem enxergar qualquer sinal de simbolismo na passagem bíblica.

A abordagem literal na interpretação não elimina cegamente as figuras de linguagem, nem os símbolos, nem as alegorias e os tipos da Bíblia. Todavia, se a natureza das frases exigir que interpretemos um texto alegoricamente, ela certamente nos levará a um segundo sentido da passagem. O método literal de interpretação é o único freio saudável e seguro para a imaginação do homem. Esse método é o único que se coaduna com a natureza da inspiração divina nas Escrituras.

A INCONSISTÊNCIA DA HERMENÊUTICA ALIANCISTA

É de extrema importância saber que uma teologia não é uma hermenêutica. Tal pensamento prejudica a interpretação correta da Bíblia. Na realidade, uma hermenêutica (princípios de interpretação de literatura) aplicada por uma exegese habilidosa (aplicação artística de princípios interpretativos) conduz o leitor a uma teologia, mas não o inverso. Infelizmente, todos os que seguem o inverso disso têm colocado o carro proverbial teológico na frente do boi/cavalo hermenêutico.

Todavia, todo adepto da Teologia do Pacto segue esse processo, consciente ou inconscientemente, em parte ou no todo, quando vai lidar com a identidade da igreja (Eclesiologia) e o futuro de Israel (Escatologia). Quando os “teólogos do pacto” não atingem seu fim teológico predeterminado usando a hermenêutica normal (que os tem servido bem em todas as áreas da teologia), eles mudam a sua hermenêutica para gerar as conclusões predeterminadas por eles mesmos, com as quais começaram. Esse erro produz uma abordagem preconceituosa para com a interpretação bíblica a fim de validar uma conclusão preestabelecida pelo “corpo doutrinário” de sua escolha. Essa é uma maneira inaceitável, inconsistente e inválida de interpretar a Bíblia. Sendo assim, devemos rejeitar em todas as esferas esse método corrupto de interpretação bíblica.

Somente uma hermenêutica consistente, com o uso do método histórico-gramatical (literal) de interpretação bíblica, pode conduzir o leitor à interpretação intencionada por Deus do texto sagrado. Para entender as dispensações da Bíblia é necessário que tenhamos uma hermenêutica histórico-gramatical consistente (ou seja, literal) na interpretação de toda a Escritura. Para tal, o primeiro passo é usar de uma teologia pressuposicional, e não predeterminada e preconceituosa.

O QUE GANHAMOS COM ISSO?

O Dispensacionalismo não necessita de novas regras de interpretação quando deparado com os textos proféticos, em especial no Antigo Testamento, onde maior parte das profecias a respeito do futuro de Israel é encontrada. O texto bíblico é lido em seu sentido normal, dentro de seu contexto. E isso nos leva a respeitar a linguagem simbólica e as figuras de discursos quando elas são empregadas pelo Espírito Santo na Palavra. Ao ter uma visão dispensacional da Bíblia, você consegue entender a linguagem intencionada por Deus no Antigo Testamento, como a história de Josué, ou ao altamente figurativo Cantares, ou livros proféticos que, em sua maioria, falam de forma direta e literal. Quanto ao Novo Testamento, o resultado é ainda mais gratificante, pois o Novo Testamento não será usado para interpretar o Velho Testamento – um grande erro que muitos também cometem e por isso ficam confusos. O Velho Testamento é interpretado por ele mesmo, não pelo Novo Testamento.

Um exemplo disso é a diferença entre o arrebatamento da Igreja e a segunda vinda de Jesus. A menos que algum mandato claro e incontestável da Escritura mude o modo como a pessoa interpreta a profecia do Antigo Testamento sobre a segunda vinda de Jesus para reinar (e não há nenhum mandato para tal), então a Escritura deve ser interpretada consistentemente ao longo de toda a Bíblia. E somente uma visão dispensacional proporciona ao leitor o entendimento de que o arrebatamento da Igreja não tem nada a ver com a segunda vinda de Jesus, a qual ocorrerá no mínimo sete anos depois do arrebatamento (o intervalo entre os dois eventos é chamado de “Tribulação” – Essa tribulação durará sete anos).

2. O TEXTO DENTRO DO CONTEXTO

A segunda lei fundamental que rege a hermenêutica dispensacionalista, ou seja, bíblica, é que as passagens devem ser interpretadas visando seu contexto histórico, gramatical e contextual.

1 – O Contexto Histórico:

Ao interpretar uma passagem historicamente, o leitor deve se empenhar em compreender a cultura, pano de fundo e situação que deu origem ao respectivo texto, considerando o contexto do texto. Por exemplo, a fim de compreender plenamente a fuga de Jonas em Jonas 1.1-3, faz-se necessário entender a correlação que a história dos assírios tem com a história de Israel.

2 – O Contexto Gramatical:

Interpretar uma passagem gramaticalmente requer que sigamos as regras gramaticais exigidas pelo texto sagrado e que reconheçamos as nuances do hebraico e grego. Por exemplo, quando Paulo escreve sobre "nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo" em Colossenses 1, as regras gramaticais atestam categoricamente que “Deus e Salvador” são termos paralelos e ambos conectados a Jesus Cristo. Em outras palavras, Paulo claramente aponta Jesus como "nosso grande Deus”.

3 – O Contexto em Si:

Ao interpretar os versículos de uma passagem de forma contextual, estamos cientes de que isso envolve a lei imutável que rege toda a Palavra de Deus, onde o leitor deve, por temor a Deus, considerar todo o contexto de um versículo ou passagem antes de determinar o seu significado. Quando deparado com um texto bíblico difícil de ser conciliado com passagens aparentemente opostas à sua premissa, os versículos anteriores e posteriores devem ser imediatamente consultados para a conclusão intencionada pelos autores inspirados por Deus.

O Espírito Santo não é débil e a Bíblia jamais contradiz a Si mesma. A Bíblia responde por si mesma a qualquer dúvida humana, em qualquer passagem que possa apresentar dificuldades de correlação entre um ponto e outro por falta de uma análise aprofundada de seu amplo contexto. Tomemos como exemplo o livro de Eclesiastes. Muitas declarações enigmáticas em Eclesiastes tornam-se mais claras quando mantidas em seu devido contexto – o livro de Eclesiastes é escrito a partir da perspectiva terrena "debaixo do sol" (Ec 1.3). A frase “debaixo do sol” é repetida cerca de trinta vezes pelo rei Salomão, inspirado pelo Espírito Santo, estabelecendo o contexto real para tudo o que é "vaidade" neste mundo.

3. A ESCRITURA INTERPRETA A ESCRITURA


A terceira regra crucial da hermenêutica dispensacionalista que se diferencia de todas as visões teológicas, se contrapondo especialmente à Teologia do Pacto, é o fato inexorável de que a Escritura interpreta a própria Escritura. Por esta razão, os cristãos que já possuem uma compreensão dispensacional da Bíblia sempre comparam a Escritura com a própria Escritura ao tentarem determinar o significado de uma passagem ao invés de construir uma “teologia apropriada” com o intuito errôneo de aplicar uma hermenêutica predeterminada, como fazem os teólogos do pacto. Como já fora dito, uma boa hermenêutica produz uma boa teologia, mas nunca o inverso. Por exemplo, Isaías condena o desejo de Judá de buscar ajuda do Egito. É importante salientar o fato de que a sua dependência em uma cavalaria forte (Is 31.1) era motivada, em parte, pela proibição explícita de Deus de que Seu povo não deveria ir ao Egito em busca de cavalos (Dt 17.16).

Nos últimos tempos, o Dispensacionalismo tem sido maldosamente distorcido por “doutores” de várias denominações religiosas no desespero de defenderem suas convicções heréticas. A visão dispensacional da Bíblia tem sido alvo de ataques desonestos e das mais variadas formas de perversão que se pode imaginar, pois a visão dispensacionalista liberta os leitores de uma hermenêutica espúria e predeterminada por uma teologia de plástico, condicionada a olhar para a Bíblia com os olhos da incredulidade alegórica. O resultado dramático de nossos dias é notado pelas discrepâncias desse sistema religioso denominacional e corrompido que vemos hoje.

As pessoas evitam estudar com uma ótica dispensacional por caírem nos sofismas maldosos criados pelo sistema religioso e por acreditarem cegamente em conceitos criados pelos anti-dispensacionalistas. Doutores não-dispensacionalistas se empenham em criar conceitos que nunca foram defendidos pelo Dispensacionalismo. Quando isso não funciona, esses “ministros” se dedicam a apontar erros obsoletos que os próprios dispensacionalistas corrigiram ao longo do tempo. Ou seja, a elaboração errada de uma premissa leva a conclusões obviamente errôneas, tendo como objetivo promover uma falsa acusação.

CONCLUSÃO

A hermenêutica dispensacionalista aponta para a correta interpretação da Bíblia, sem mutilar seu real propósito ao se comunicar com os santos de Deus. O propósito da hermenêutica dispensacional é, sobretudo, nos proteger da má aplicação da exegese escriturística e nos livrar de qualquer outra concepção alegórica infundada que possa corromper a nossa compreensão da verdade. A Palavra de Deus é a verdade (Jo 17.17). Queremos ver a verdade, conhecer a verdade e viver a verdade. É por isso que a hermenêutica dispensacional, a qual consiste num método histórico-gramatical consistente – isto é, sem abandoná-lo ao lidar com textos proféticos e relacionados à Eclesiologia e Escatologia – é a melhor opção para quem deseja saber o que a Bíblia de fato está nos comunicando, e não o que a tradição dos homens quer que sigamos.

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–– JP Padilha / O Evangelho sem Disfarces
–– Fonte 1: Página 
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