Oferta voluntária na Igreja de Deus | JP Padilha


Depois que descobrimos que a lei do dízimo não é uma ordem de Deus para a Igreja, fica a seguinte pergunta: Se não somos ordenados a dizimar como os judeus, como funciona a contribuição cristã dentro do Corpo de Cristo?

A resposta para isso é muito simples: Em 2 Coríntios 8–9 encontramos os princípios para o cristão ofertar. É preciso ter muita atenção a partir de agora, pois, nestes capítulos, ou em qualquer outro lugar do Novo Testamento, não há uma palavra sequer que diga que os cristãos devem utilizar o método legal do dízimo em seu ato de ofertar. Nos capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios, os princípios da contribuição cristã são especificados de maneira bem simples.

Primeiro, devemos nos dar a nós mesmos para o Senhor e nos entregarmos à vontade de Deus, e só então doar nosso dinheiro ou nossos bens conforme a medida proporcional à nossa renda (2Co 8.5,11-12).

“Será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem" (2 Coríntios 8.12).

Para que a oferta tenha algum valor diante de Deus, é necessário que a contribuição cristã venha do coração daquele que dá. Se não há uma "prontidão de vontade", algo espontâneo e realmente sincero, o ato de doar dinheiro ou bens não passa de algo obrigatório e, portanto, não existirá qualquer valor real de sacrifício nisso. A caridade, nesses termos, provém de Deus e da maneira que Ele estabelece na Sua Palavra, e não da vã imaginação do homem e de seus próprios métodos.

Um dos vários exemplos desse contexto sobre a doação para Deus e Sua obra é encontrado em 2 Coríntios 9.6-9. Todavia, é comum nas denominações religiosas o “pastor” ou “líder” citar a passagem somente até o versículo 7, deixando de lado o seu contexto. Se cada leitor se atentasse para esses textos em sua totalidade, veria que essa doação não deve ser dirigida somente a homens que se autointitulam clérigos, pastores, padres e coisas semelhantes, mas sim aos necessitados da Igreja de Cristo. O que acontece em muitas dessas sinagogas de Satanás chamadas de igrejas, onde o dízimo é requerido dos cristãos, é que as passagens de 2 Coríntios 8–9 não são mencionadas por completo. Mas, quando lemos o seu contexto, vemos que o dinheiro ali doado não é para ser direcionado a homens que se dizem “pastores da igreja”, e sim “aos pobres”. Basta lermos o contexto completo dessas passagens para provar este ponto. Vejamos:

“E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”. – e a passagem continua – “E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre” (2 Coríntios 9.6-9).

Geralmente, os clérigos das denominações religiosas citam apenas os versos 6 e 7 dessa passagem e, por isso, os membros de determinadas denominações não entendem o significado do que é dito ali – o foco da contribuição na Igreja de Deus são os pobres da Igreja (v. 9).

"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (v. 7).

Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre” (v. 9).

As palavras-chave na passagem que acabamos de ler são “deu aos pobres” (v. 9), e não a um clérigo, sacerdote, padre, pastor ou seja lá a quem mais seja alvo de títulos honoríficos e seja considerado o “pastor da igreja” em meio a cristandade professa de hoje (algo totalmente antibíblico). Nessa passagem, o apóstolo não está ordenando que os cristãos deem dinheiro para supostos pastores, mas sim para qualquer irmão que sofra necessidades ou viva do ministério e da obra do Senhor, seja ele pastor, evangelista, mestre, ancião, diácono ou qualquer crente com dons diferentes desses (Obs: Esses termos, tais como Pastor, Evangelista, Mestre, etc. não devem ser usados como títulos lisonjeiros. São dons dados pelo Espírito Santo. Não encontramos na Bíblia um crente sequer sendo chamado por esses títulos inventados pelo homem – cf. Jó 32.21-22; Mt 23.8-12).

O PROPÓSITO DA CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ

Os capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios também revelam o propósito da contribuição cristã. O apóstolo mostra que o ato de dar é para:

● Expressar comunhão com outros membros do Corpo de Cristo (2Co 8.4).
● Abundar em cada aspecto da experiência cristã (2Co 8.7).
● Provar a realidade de nosso amor (2Co 8.8,24).
● Imitar nosso Senhor Jesus (2Co 8.9).
● Ajudar a atender as necessidades de outros (2Co 8.13-15).
● Experimentar, na prática, a abundância com que Deus nos supre conforme Sua total suficiência (2Co 9.8-10).
● Criar condições para que outros agradeçam a Deus (2Co 9.11-15).
● Permitir que tenhamos abundância creditada em nosso favor (Fp 4.17).

Como podemos constatar até aqui, na ordem de Deus aos cristãos não existe dízimo. Em lugar do dízimo, existem as coletas feitas regularmente quando os santos se reúnem no primeiro dia da semana. A Palavra de Deus diz: "Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas na Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade" (1 Coríntios 16.1-2). Embora a coleta mencionada nesta passagem fosse para as necessidades específicas dos santos em Jerusalém, o princípio continua valendo para os cristãos hoje. Não é uma questão de cultura, mas de um princípio normativo para toda a era da Igreja. Ainda existem necessidades específicas na Igreja e a lei que rege a coleta da oferta continua de pé.

A coleta do dinheiro, ou de qualquer forma de doação, deve ser feita no momento em que os santos se reúnem para partir o pão no primeiro dia da semana (At 20.7; Mt 18.20). Vale salientar que o primeiro dia da semana não é um dia santo, mas apenas o dia escolhido pelos apóstolos na era apostólica para facilitar as circunstâncias em que viviam naquele período. O primeiro dia da semana não é um substituto do Sábado Judaico, mas sim um dia como qualquer outro e que fora escolhido para culto e adoração a Deus. Mesmo que quiséssemos transferir o Sábado Judaico para a nossa agenda, isso seria impossível, visto que o calendário judaico é lunar, dependendo de fases concernentes à mesma. Sendo assim, tudo isso pode ser feito em outro dia da semana, se assim for necessário. A passagem de Hebreus 13.15-16 conecta o sacrifício da "beneficência e comunicação" com o "sacrifício de louvor" que é oferecido no partir do pão.

No entanto, existe um erro muito comum nas ditas “igrejas” da atualidade, que é a coleta da oferta feita com pessoas não salvas ou com incrédulos. Isso é realmente estarrecedor e uma desonra ao Senhor. Essas denominações encorajam até mesmo os ímpios a ofertarem nas coletas. A impressão que essa atitude dá é óbvia: as pessoas pertencentes a este mundo pensam que podem fazer algo de aceitável a Deus e negociar com o SENHOR em troca de dinheiro. A coleta da oferta, direcionada ao homem ainda em seu estado não regenerado, é antibíblica e prejudicial àqueles que não são convertidos.

Outra impressão que o mundo tem da Igreja por causa desse distúrbio nas denominações religiosas é que o Cristianismo é visto como um sistema de "toma-lá-dá-cá". Nesse ponto, a vergonha alheia é inevitável, pois, eu mesmo já ouvi clichês dos mundanos quanto a isso, tais como: "Seu Deus deve ser bem pobre, pois Ele está sempre obrigando vocês cristãos a pedirem dinheiro!".

Definitivamente, não se encontram na Bíblia coletas envolvendo pessoas que não são salvas. A Bíblia é clara ao nos mostrar que a prática de fazer coletas públicas é proibida na Igreja de Deus. Para evitar ideias erradas que o mundo pudesse ter dos cristãos, os servos do Senhor no início da Igreja tinham o cuidado de não tomar "nada" daqueles dentre as nações às quais eles levavam o evangelho – pessoas que não conheciam o Senhor (3Jo 1.7). Esta continua sendo a ordem para a Igreja hoje.

– JP Padilha – Trecho do livro “O Evangelho Sem Disfarces – Volume 4 – A verdade sobre dízimos e ofertas na Bíblia”

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