Quem são os bodes e ovelhas de Mateus 25? | JP Padilha
Mateus 25.31-46 nos fala da Segunda Vinda de Cristo para julgar as nações e reinar por mil anos (Ap 20.2-7). Isso ocorre depois do arrebatamento da Igreja (descrito em 1 Tessalonicenses 4.16-18) e da Grande Tribulação (descrita em Mateus 24). O Julgamento das Nações é também conhecido como “o dia do Senhor” (2Ts 2.2; 2Pe 3.10; 1Ts 5.2; etc.).
“Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes” (Mateus 25.31).
Uma coisa interessante que vemos em outra passagem que fala do mesmo evento é que Jesus descerá acompanhado também dos santos que foram arrebatados antes da Tribulação:
“Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos” (1 Tessalonicenses 3.13). Aqueles que ensinam que não há um arrebatamento antes da Tribulação deveriam explicar de onde vieram esses santos que estavam com Ele no Céu e voltaram juntamente com Ele para reinar do Céu. Como estes santos foram parar lá, senão por meio do arrebatamento antes da Tribulação?
Mas, voltando ao assunto sobre o Julgamento das Nações, observe algo interessante aqui: Jesus vem com todos os Seus anjos e santos para o Julgamento das Nações (ou gentios), identificadas aqui como "bodes" e "ovelhas". Se você observar o Antigo Testamento, verá que o julgamento de nações era algo comum, e Deus fazia isso levando em conta como elas tratavam o Seu povo terreno – Israel.
O Julgamento das Nações é um julgamento coletivo de grupos de pessoas vivas, dentre as quais algumas continuarão vivas para desfrutarem do Reino Milenar de Cristo e outras serão mortas para aguardarem o julgamento individual do Grande Trono Branco (Ap 20.9-15 – Juízo Final). Ou seja, “as ovelhas” representam o grupo dos que serão mantidos vivos para entrarem no Reino de mil anos de Cristo, enquanto “os bodes” são aqueles indivíduos que serão mortos para aguardarem o Juízo Final. No arrebatamento da Igreja, que ocorre sete anos antes disso tudo, somente os salvos são ressuscitados para serem levados ao Céu (1Ts 4.16-18). Os mortos em seus pecados continuam em suas sepulturas (Gr. Hades – Inferno), aguardando o Juízo Final. Da mesma forma, no Julgamento das Nações, os perdidos serão mortos justamente para aguardarem o Juízo Final (no Grande Trono Branco) para serem julgados após os mil anos de reinado de Cristo. Eles serão “lançados no lago de fogo” (Ap 20.15).
Existe uma passagem em Joel que pode ser identificada com este momento aqui: “Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra” (Joel 3.2).
É importante notar que as nações (gentios) serão julgadas de acordo com a maneira como tratarão o remanescente fiel de Israel, aqueles judeus convertidos durante a Tribulação, muitos dos quais terão sido martirizados. Se prestarmos atenção, veremos que existem aqui três classes, e não apenas duas: "bodes", "ovelhas" e "pequeninos irmãos".
Os "bodes" serão as nações que não deram guarida aos "pequeninos irmãos", os judeus convertidos nesse período da Tribulação, que estarão sendo perseguidos pelo Anticristo. As "ovelhas" serão as nações que protegeram e alimentaram esses judeus errantes. Estas recebem do Rei a promessa: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mateus 25.34).
É muito importante entender que Mateus 25, onde fala da separação de bodes e ovelhas – no Julgamento das Nações –, não se trata da salvação eterna, já que esta não é obtida por meio de boas obras. A promessa é de participarem vivos do Reino de Cristo na terra, o qual durará mil anos. Durante esses mil anos, aqueles que pecarem serão julgados todas as manhãs e serão mortos (Sl 101.8; Sf 3.5), para depois serem julgados no Grande Trono Branco. Entenda-se que o Reino de Cristo na terra será formado por pessoas que não necessariamente nasceram de novo, mas que apenas professam submissão ao Rei, algo muito parecido com o que acontece hoje na cristandade. É preciso lembrar que no final dos mil anos Satanás será solto por um breve tempo para enganar as nações e reuni-las para a batalha contra o povo de Deus (Ap 20.1-3 – ele ficará preso no período de mil anos, mas importa que seja solto por um pouco de tempo após isso) e irá arrebanhar milhões de seguidores para lutarem contra Cristo, o que mostra que nem todos terão entrado no milênio realmente convertidos, e nem todos os que nascerem nesse período serão de Deus.
O Senhor se identifica com estes judeus de tal modo que os chama de “meus pequeninos irmãos”. Serão esses “pequeninos irmãos” os que se recusarão a negar o nome do Senhor e a ter a marca sobre suas mãos e testas. A identificação do Senhor com Seus "pequeninos irmãos" faz lembrar a identificação dEle com a Igreja no livro de Atos, quando Ele pergunta a Paulo: “Por que me persegues?”, quando Paulo perseguia os cristãos, e não o Cristo, o qual Paulo considerava já morto.
NOTA: Não devemos confundir o Julgamento das Nações de Mateus 25 com o Grande Trono Branco (Juízo Final) de Apocalipse 20.10-15, nem com o Tribunal de Cristo (2Co 5.10). São três eventos totalmente distintos. Para entender esses diferentes julgamentos de Jesus no fim dos tempos, clique neste link:
Os diferentes julgamentos de Jesus no fim dos tempos:
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2024/04/os-diferentes-julgamentos-de-jesus-no.html
DEUS TEM DOIS POVOS: ISRAEL E IGREJA
A grande dificuldade que as pessoas têm para entenderem a profecia está em não conseguirem distinguir com clareza que Deus tem dois povos, Israel e Igreja, e saber que a Igreja não aparece nenhuma vez na profecia do Antigo Testamento, mas é um parêntese no desenrolar dos planos de Deus. A Igreja, que foi formada somente em Atos 2 e deixará este mundo no arrebatamento (1Ts 4.16-18), permaneceu um “mistério” durante milênios, tendo sido revelada inicialmente apenas ao apóstolo Paulo, conforme ele explica:
“Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do MISTÉRIO de Cristo, o qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do MISTÉRIO, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Efésios 3.4-10 – ênfase minha).
“Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja; da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus; o MISTÉRIO que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos” (Colossenses 1.24-26).
A falta de compreensão da distinção entre Igreja e Israel entre muitos crentes professos causou aberrações como as Cruzadas, quando os cristãos acreditaram que deveriam tomar posse da Jerusalém terrena e expandir o evangelho no mundo usando a força. Esta mesma visão continua entre os adeptos da Teologia do Domínio (ou Teologia do Pacto) e seus desdobramentos, como a Teologia da Prosperidade, que não enxerga a diferença entre as promessas terrenas feitas a Israel e as promessas celestiais feitas à Igreja.
No mesmo engano incorrem aqueles que aguardam pela vinda do Anticristo e pela realização de eventos que só ocorrerão após o arrebatamento da Igreja, como a pregação do evangelho do Reino em todo o mundo e os juízos descritos em Apocalipse para caírem sobre o planeta. Assim como acontece com o abotoar de uma camisa, se você errar o primeiro botão, todos os outros serão abotoados errados, quando não se tem entendimento das diferentes DISPENSAÇÕES ou maneiras de Deus tratar com o homem, e tudo mais ficará fora de seu lugar.
Todavia, às vezes o entendimento imperfeito de que Deus irá abençoar Israel no final também leva a atitudes erradas por parte dos cristãos, os quais passam a acreditar que a volta prometida de Israel à sua terra já tenha acontecido e passam então a estimular judeus a voltarem para Jerusalém agora ao invés de pregarem o evangelho da graça a eles. Esses se esquecem de que os judeus voltaram a Israel ainda em seu estado de incredulidade e rebelião contra Deus, o qual permitiu isso porque é ali mesmo que dois terços deles serão mortos pelos exércitos do Anticristo. A terra de Israel que agora existe será dizimada antes de Deus realmente plantar ali o Seu povo, o remanescente judeu fiel que irá se converter ao seu Rei após o arrebatamento da Igreja, no período da Tribulação.
– JP Padilha
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