LANÇANDO FORA O MEDO | JP Padilha
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1 João 4.18).
Eu quero falar sobre uma palavra feia de quatro letras: “MEDO”! Muitos de nós provavelmente podemos nos lembrar de quando éramos crianças. Se disséssemos uma palavra feia, nosso pai ameaçava lavar nossa boca com sabão. Bem, se “medo” é uma palavra suja de quatro letras, então a fé no amor de Deus é o sabão! Eu não estou falando de fé frágil. Estou falando de uma fé poderosa no amor incondicional, ilimitado, inabalável e perfeito que Deus tem por nós – crentes em Jesus.
ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ENSINAMENTOS DE 1 JOÃO 4.18
“No amor não existe medo” – O amor não é um afeto que produz medo. No amor que temos por um pai, um filho, um amigo, etc., não há medo. Se um homem tiver perfeito amor a Deus, ele não terá medo de nada – pois o que ele teria que temer? Ele não terá medo da morte, pois não terá nada a temer além da sepultura. É a culpa que faz as pessoas temerem o que está por vir; mas aquele cujos pecados são perdoados e cujo coração está cheio do amor de Deus não tem nada a temer neste mundo ou no mundo vindouro. Os anjos no céu, que sempre amaram a Deus e uns aos outros, não têm medo, pois não têm nada a temer no futuro; os remidos no Céu, resgatados de todo perigo e cheios do amor de Deus, não têm nada a temer; e, na medida em que esse mesmo amor opera na terra, ele libera a alma agora de toda a apreensão do que está por vir.
“Antes, o perfeito amor lança fora o medo” – Isto é, o amor que é completo em Deus, e que pode exercer sua influência adequada sobre a alma, lança fora todo o medo. Tanto quanto existe, sua tendência é libertar a mente dos alarmes. Se o amor existe em qualquer alma em um estado absolutamente perfeito (completo), essa alma está completamente livre de todo medo em relação ao futuro.
“Ora, o medo produz tormento” – O tormento é uma emoção dolorosa e angustiante. Assim, os homens sofrem com o medo da pobreza, das perdas, do luto, das doenças, da morte e das aflições futuras. De todas essas apreensões angustiantes, esse amor de Deus que fornece uma evidência da verdadeira piedade nos liberta.
“Aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” – Aquele sobre cuja mente permanece a apreensão de coisas ruins ou até mesmo da ira futura mostra que o amor em sua alma não realizou sua obra completa. De qualquer forma, Jesus prometeu que a boa obra que Ele começou em nós Ele irá terminar. Existem muitas mentes agora, tão cheias de amor a Deus, que estão livremente libertadas do medo.
1 João 4.18 ensina que, ao compreendermos o amor de Deus, somos libertos de nossos medos – todos eles.
A mensagem central desta passagem é que o medo é frequentemente associado à expectativa de punição. No entanto, ao abraçar o amor de Deus, os crentes podem encontrar segurança e paz.
Deus quer que saibamos que Ele está conosco. Ele vai nos orientar e guiar para que possamos ter confiança e fé nEle! Lembre-se, o amor dEle é perfeito, mesmo quando nós não somos. Ele não vai nos amar mais ou menos por causa de nossos erros e pecados. Não é bom saber que Deus te ama exatamente como você está? Esse não é o tipo de pensamento que reforça bastante sua fé e diminui seu medo?
De vez em quando você e eu vamos sentir medo. Quando isso acontecer, podemos nos concentrar em Deus e saber que Ele nos conduzirá através de qualquer situação que enfrentarmos. É o amor perfeito de Deus – não nós mesmos perfeitos – que expulsa o medo a cada momento.
Comece a orar: “Deus, somente Seu amor consegue expulsar meu medo. Então, deposito minha fé no Senhor. Sei que Sua presença está comigo e que o Senhor vai me conduzir através de qualquer situação de medo que eu enfrente. Eu posso não sentir a Sua presença durante boa parte da minha vida, mas o que eu sinto não interessa; o que interessa é que o Senhor está presente mesmo quando eu não sinto essa presença. Eu recebo Seu amor”.
O AMOR LANÇA FORA O MEDO DO JUÍZO DE DEUS
Vamos falar um pouco do contexto predominante em que esta passagem está inserida e, feito isso, falaremos sobre o medo num todo, pois esta passagem serve tanto para falar sobre o medo do juízo divino como para discorrer sobre o medo em geral e subjetivo.
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1 João 4.18).
Este versículo apresenta desafios para o leitor sério e tem sido usado para justificar o pecado na vida das pessoas. Teólogos modernos e crentes têm distorcido o sentido do texto para justificar suas decisões de não se arrependerem de seus pecados. Seu mantra é: “Deus me ama do jeito que sou; então não preciso mudar”. Estudantes da Bíblia podem enfrentar uma dificuldade em conciliar este versículo com outros ensinamentos das Escrituras que ensinam a importância do medo ou temor a Deus: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (Eclesiastes 12.13), e “não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10.28). Oras, devo temer a Deus ou não? Como compreender o ensinamento de João?
Uma das regras fundamentais para entender qualquer texto é considerar o contexto. João não ofereceu aqui conforto para pessoas que persistem numa vida pecaminosa (cf. 1Jo 3.6-10), nem tampouco falou sobre o temor de Deus, mas sim sobre o medo decorrente das coisas deste mundo. O contexto define termos importantes. Medo e tormento são ligados ao assunto do versículo anterior: o Dia do Juízo (vs. 17). O amor também está ligado aos versículos anteriores: Quem permanece no amor permanece em Deus (vs. 16). João explica o que é necessário para viver e morrer com a confiança da salvação em Cristo. É necessário aperfeiçoar o amor, que significa permanecer em Deus (1Jo 4.16-17). Não obstante, esse processo não depende do nosso esforço, mas sim do ato de Cristo em nos aperfeiçoar até o dia da nossa partida: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1.6). Neste caso, por meio da fé somos aperfeiçoados no amor por Jesus Cristo. O que devemos fazer então? Desenvolver a nossa fé com oração e súplica. A oração e a súplica são formas de fortalecer a fé, pois permitem pedir ajuda, louvar a Deus e refletir sobre a fidelidade dEle.
“Não estejais ansiosos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus (Filipenses 4.6-7).
Com relação ao Dia do Juízo, trata-se do Grande Trono Branco, onde somente os perdidos estarão. Nenhum crente participará deste ato judicial. Os salvos não participam do julgamento final. É impossível ser mais claro do que João 5.24: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação (ou juízo), mas passou da morte para a vida”.
Atente-se para os tempos dos verbos, os quais revelam uma transformação imutável na posição do pecador salvo: “ouve”, “crê”, “TEM”, “ENTRARÁ”, “PASSOU”. A passagem NÃO diz que o salvo “terá” vida eterna, mas que tem a vida eterna no momento em que crê, o que significa um direito adquirido por graça, e tão somente pela graça.
Há diferentes tipos de juízo que você encontra na Bíblia, mas é importante distinguir cada um deles. Na ordem dos eventos proféticos, primeiro vem o arrebatamento da Igreja (os salvos) e dos que morreram em Cristo. Para estes não há julgamento ou condenação, pois Cristo pagou o preço de sua redenção. Nas palavras de Mario Persona, “Deus seria tão injusto de julgar um crente quanto um juiz humano seria injusto de julgar alguém por um crime que outro confessou e pagou a pena. Cristo confessou nossos pecados (levou sobre si) e pagou a pena”.
Muitos confundem o Grande Trono Branco (Juízo Final) com o Tribunal de Cristo, e por isso pensam que os cristãos passarão pelo juízo divino no fim dos tempos. Grande erro! O Grande Trono Branco não é o Tribunal de Cristo. Os crentes não serão julgados no Grande Trono Branco, pois são salvos desde o princípio do mundo. O que os crentes encontrarão é o Tribunal de Cristo descrito em 2 Coríntios 5.10: "Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal". Em 1 Coríntios Paulo fala mais desse tribunal que não tem caráter condenatório, mas de apreciação das obras praticadas pelo crente. É algo parecido com um concurso de pintura, onde o que está sendo julgado não é o pintor, mas a qualidade de seu trabalho.
"E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal SERÁ SALVO, todavia como pelo fogo" (1 Coríntios 3.12-15).
Essa passagem nos ensina de forma clara que até mesmo aquele que não fez obra alguma digna de ser aproveitada SERÁ SALVO.
Seria totalmente injusto interpretar o ensinamento de João de uma maneira que contradiga o resto da epístola ou que negue ensinamentos de Jesus e dos apóstolos a respeito do aperfeiçoamento do amor de Deus. Na mesma carta de 1 João, este apóstolo disse que para permanecer em Deus é preciso andar na luz (1Jo 1.6-7). Ele resume bem as condições da comunhão com Deus nestas palavras: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 João 2.5-6).
Evitemos o erro de imaginar que alguém alcance esta perfeição por esforço próprio, ou que tenha confiança da salvação por sua própria justiça. Todo o contexto nos lembra do perdão oferecido por Deus por meio do sangue de Jesus Cristo (1Jo 1.9-10; 2.1-2; 4.9-10; 5.13). Somente em Jesus poderemos permanecer no amor de Deus e não ter parte no Dia do Juízo! Deus não ama ninguém fora de Cristo.
LANÇANDO FORA TODO O MEDO
Algumas palavras são simplesmente assustadoras: Assalto, Estupro, Homicídio, Câncer, Morte, Guerra, Inferno, Depressão, Ansiedade, etc. Em nossas vidas, enfrentamos estas palavras e as realidades que elas representam. Mas, como devemos reagir a tudo isso? Cristãos, pessoas que sinceramente confiam no Senhor, devem sentir medo? O que diz a Bíblia sobre o medo?
É Normal Ficar Assustado
Neste estudo, vamos observar que há vários sentidos em que o discípulo de Cristo não precisa, e nem deve, ter medo. Para não criar uma preocupação desnecessária (medo de sentir medo?!), devemos notar que é normal ficar assustado em algumas situações. Deus criou o ser humano e outras criaturas com a capacidade de reconhecer e reagir ao perigo. O pedestre que não reconhece o perigo de um ônibus descontrolado chegando em alta velocidade não tem muita expectativa de vida numa cidade grande. A criança que não percebe o perigo de cair num precipício pode, facilmente, perder a vida. O medo natural serve para nos proteger. Não é pecado ficar assustado quando encaramos um cão bravo, ou uma cobra venenosa ou um assaltante armado. Um exemplo bíblico de um servo do Senhor que sentiu medo é Davi.
Davi sentiu medo em várias situações, como quando Saul o perseguia, quando enfrentou Aquis e quando teve medo de Deus.
Davi sentiu medo quando Saul saiu para matá-lo. Foi morar em Horesa, no deserto, perto de Zife (1Sm 23.14). No salmo 55, Davi expressa seu medo aterrorizante: “... terrores da morte caíram sobre mim. Temor e tremor vieram sobre mim; e o horror me cobriu” (Salmos 55.4-5). Jônatas, filho de Saul, o encontrou no monte do deserto de Zife e lhe deu coragem para confiar na proteção de Deus (1Sm 23.16-17). Em 1 Samuel 22, é contada a história da Caverna de Adulão, onde Davi se refugiou para escapar da perseguição de Saul. Davi também ficou com muito medo de Aquis, rei de Gate, depois de ouvir comentários sobre ele (1Sm 21.12). Ele fingiu estar louco na frente de todos, rabiscando os portões da cidade e deixando escorrer saliva pela barba (vs. 13). Sobretudo, Davi teve medo de Deus e perguntou: “Como poderei levar a arca do Senhor?” (2 Samuel 6.9). Davi não quis levar a arca do Senhor para a Cidade de Davi, mas a levou para a casa de Obede-Edom (vs. 10). Davi fortaleceu-se no Senhor, o Seu Deus (vs. 14).
A Decisão: Ter Medo ou Não Ter Medo
Não estamos tratando de reações naturais aos perigos que enfrentamos no dia-a-dia. Vamos considerar as nossas decisões de temer ou não certas coisas e pessoas. A nossa preocupação não é com a adrenalina, e sim com a fé. Vamos abordar a questão do medo do ponto de vista de uma decisão. Podemos fazer uma comparação com o amor. Normalmente, pensamos no amor como se fosse sentimento, algo fora do nosso controle. A própria Bíblia, algumas vezes, fala sobre o amor nestes termos, especialmente no contexto de atração entre um homem e uma mulher (Gn 34.3; 2Sm 13.4,15; 1Rs 11.1). Porém, na Bíblia, o amor é mais do que mero sentimento. Trata-se de um mandamento. Ou seja, é algo que decidimos fazer porque Deus ordenou. O amor é uma decisão, e escolhemos o seu objeto. Deus ordenou que nós amássemos, e decidimos fazer ou não o que Ele mandou. Assim, devemos amar o Senhor (Mt 22.37), o nosso próximo (Mt 22.39), a nossa esposa (Ef 5.25) e até os nossos inimigos (Mt 5.44). São ordens do Senhor, e decidimos obedecê-las porque somos habitados pelo Espírito Santo.
De semelhante modo, decidimos temer ou não temer. Deus fala e nós obedecemos. Por exemplo, Jesus disse: "Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer" (Lucas 12.4-5). É um mandamento! Não tema estes, mas tema Aquele. Sendo mandamento, exige uma decisão. O servo fiel não temerá os perseguidores que matam o corpo, mas temerá Aquele que tem poder para lançar no inferno.
Uma vez que compreendemos que decidimos ter medo ou não, podemos apreciar melhor o ensinamento bíblico sobre o assunto.
Não Tenha Medo
Encontramos frequentes admoestações nas Escrituras contra o medo:
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1 João 4.18). “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8.15). “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (2 Timóteo 1.7).
Os servos de Deus não devem temer:
Inimigos do Senhor – Moisés animou o povo de Israel nas suas batalhas contra os povos condenados por Deus na região de Canaã com estas palavras: "Quando vos achegardes à peleja, o sacerdote se adiantará, e falará ao povo, e dir-lhe-á: Ouvi, ó Israel, hoje, vos achegais à peleja contra os vossos inimigos; que não desfaleça o vosso coração; não tenhais medo, não tremais, nem vos aterrorizeis diante deles, pois o Senhor, vosso Deus, é quem vai convosco a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar" (Deuteronômio 20.2-4; cf. Salmos 3). Da mesma forma que Israel enfrentava os inimigos com confiança em Deus, nós devemos pelejar contra os inimigos espirituais. "...porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1 João 5.4). Paulo escreveu aos coríntios: "Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus" (2 Coríntios 10.3-5). O discípulo de Cristo chega ao campo de batalha com a armadura de Deus para poder resistir às ciladas do diabo (Ef 6.10-18).
Falsos profetas – Muitas pessoas ficam assustadas com as proclamações heréticas e descabidas de pessoas que alegam ser profetas de Deus. Algumas igrejas dão espaço para revelações inéditas, sonhos, visões e profecias, às vezes assustando os adeptos da religião com previsões de acidentes ou outras calamidades. Esse tipo de promoção do medo é muito popular entre as denominações pentecostais, mas têm tomado espaço nas denominações tradicionais nos últimos tempos também. Poucas pessoas param para analisar estas revelações extra bíblicas, sonhos, visões e profecias a fim de saberem se estas coisas estão de acordo com os ensinamentos bíblicos. Moisés falou claramente que uma profecia não cumprida já seria motivo para desacreditar do "profeta": “Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele” (Deuteronômio 18.22). Não devemos temer tais pessoas. Jeremias falou do mesmo tipo de "profeta" quando disse: "Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor... Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração?" (Jeremias 23.16,25-26).
Circunstâncias fora do nosso controle – A angústia que paralisa muitas pessoas hoje vem do medo indevido de coisas que estão fora do nosso controle. Preocupações sobre o amanhã deixam pessoas paralisadas. Jesus disse: "Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta a cada dia o seu próprio mal" (Mateus 6.34). Nenhum homem domina o seu próprio futuro. Sendo assim, devemos confiar em Deus. "Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças" (Filipenses 4.6). O ponto chave é entregar a Deus as nossas preocupações sobre coisas fora do nosso controle. Davi aprendeu esta confiança no Senhor: "Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei" (Salmo 56.4).
A Fé não Nega a Prudência
Algumas pessoas, reconhecendo a importância de confiar em Deus e de não temer outras coisas e pessoas, têm confundido o ato da fé com irresponsabilidade. Elas se recusam a tomar precauções normais em questões de segurança e saúde, afirmando que Deus cuidará de tudo. Todavia, isso é uma forma de tentar a Deus. Um exemplo bíblico disso está em Mateus 4.6-7, onde Satanás tenta Jesus a pular do pináculo do Templo, já que Deus ordenaria aos anjos que o salvassem: “E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus” (Mateus 4.6-7). O diabo usa a própria Escritura Sagrada para enganar. Ao invés de negar as verdades das Escrituras, ele as usa para distorcê-las e tirá-las de seu contexto para tentar o crente. Ele tentou Jesus a ser irresponsável com sua vida devido à promessa de Deus de que Ele protege os Seus.
A fé, porém, não é a falta de prudência. Encontramos boas ilustrações deste fato nas Escrituras. Neemias era um homem de fé, que orava muito e confiava no poder divino. Ele servia como governador de Jerusalém quando os inimigos do povo se prepararam para atacar a cidade. Neemias relata a reação dele e do povo: "Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite" (Neemias 4.9).
Paulo se dedicava constantemente à oração e sempre seguia as orientações do Senhor. Quando ele descobriu que os judeus tinham armado uma cilada para pegá-lo, o apóstolo pediu a ajuda de seu sobrinho e do comandante da cidade. Este mandou Paulo para Cesaréia sob a proteção de centenas de soldados (Atos 23.12-33).
Nós também devemos agir com prudência. Deus nos criou com inteligência para dominar as outras criaturas (Gn 1.26). Ele nos deu o bom senso para nos proteger da chuva, do frio e de ventos fortes. O Criador abençoou o homem com a capacidade de aprender sobre ciências e medicina para melhorar a qualidade de vida e a nossa segurança. O mesmo Senhor que prometeu suprir as necessidades da vida aos fiéis também disse que os mesmos homens devem trabalhar para comer (Mt 6.31-33; 2 Ts 3.10). Devemos orar ao Senhor, pedindo proteção e, ao mesmo tempo, mostrando o bom senso para trancar as portas de casa antes de dormir. Quando sofremos de alguma enfermidade física, devemos fazer as nossas súplicas a Deus e aproveitar a ajuda de médicos e outros profissionais que entendem mais de saúde do que nós. A presença da fé não é a ausência da prudência!
Tenhamos Medo de Deus
A maior parte das referências bíblicas sobre o medo e temor falam de Deus. Enquanto o Senhor condena o medo das circunstâncias da vida, dos inimigos, dos perseguidores, etc., Ele exige o medo do nosso Criador e Redentor. Alguns procuram diminuir a força destas palavras (medo, temor, tremor) quando se referem a Deus. Sugerem que tratam de mero respeito e reverência, mas não de medo. Enfatizam a bondade de Deus enquanto esquecem Sua severidade (Rm 11.22). Existem palavras na Bíblia para respeito e reverência, que também devemos ao Senhor. Mas, quando as Escrituras dizem que devemos temer e tremer na presença de Deus, elas estão falando da atitude de homens imperfeitos e fracos na presença do Deus Santo e Todo-poderoso. Devemos sentir medo na presença do Deus Eterno. Assim, devemos honrar homens e reis e temer a Deus (1Pe 2.17). Devemos resistir ao diabo e temer o Senhor (1Pe 5.8-9; Ef 6.11,16; Sl 111.10; Pv 9.10). E quando pensamos em Deus com respeito, temor e tremor, jamais devemos nos esquecer de que Ele é o juiz que trará castigo de fogo vingador sobre os rebeldes (2Ts 1.6-9). O diabo e seus servos podem matar o corpo, mas devemos temer a Deus, porque Ele tem poder para lançar o corpo e a alma no inferno (Mt 10.28; cf. Apocalipse 20.10,14-15). "Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10.27,31).
"Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o teu nome" (Salmos 86.11).
– JP Padilha
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