Como crer no Pré-tribulacionismo se Jesus disse que a ressurreição dos mortos será no "Último Dia"?



Essa é mais uma dentre as várias objeções dos que rejeitam a doutrina do arrebatamento pré-tribulacional. Frequentemente os oponentes da verdade alegam que é impossível que o arrebatamento ocorra antes da Tribulação porque Jesus disse em João 6.40 que ressuscitaria os seus escolhidos somente no “último dia”. Trata-se de uma falácia bem convincente para os incautos, já que se trata de uma das poucas passagens que ainda causam confusão na mente dos teólogos do pacto e seus seguidores hoje em dia.

É triste saber que tanta gente anda caminhando em direção a essas doutrinas estranhas. Ao eliminar o arrebatamento da perspectiva do cristão, os doutores da teologia do pacto eliminam também a bendita esperança de nosso encontro com Cristo a qualquer momento e jogam essa esperança para algum momento no fim do mundo, além de lançarem seus leitores na incerteza da salvação (pois os fazem pensarem que terão de passar pelo juízo final) e fazer com que se preocupem mais com “guerras e rumores de guerras” (Mt 24.6) do que com o encontro com o Senhor.

Acredite se quiser, mas cheguei a ver vários artigos e vídeos onde os teólogos do pacto ensinam seus seguidores a como se prepararem para a “grande tribulação”, com dicas de “como se manter em momentos de crise e guerra, como obter água potável, como plantar, como aproveitar ao máximo as cascas e sobras de alimentos, como criar animais, como adquirir noções básicas de defesa etc”. LAMENTÁVEL!

Sendo assim, vamos às passagens que falam do “último dia” para elucidar essa questão de uma vez por todas e tirar a dúvida daqueles que possuem um desejo sincero de conhecer a verdade em sua total pureza. A passagem diz o seguinte:

“E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia (João 6.39-40). A mesma expressão aparece ainda em João 6.44,54 e 11.24. A outra passagem está em João 12.48, que diz: “Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia”.

O argumento de muitos que negam o pré-tribulacionismo é que tanto a ressurreição quanto o juízo final de todos os homens ocorreria “no último dia”, o que provaria que o crente irá passar pela “grande tribulação”. Mas o fato é que a última passagem está falando do juízo daqueles que rejeitarem o Senhor e não receberem as suas palavras. Isso está claro como a neve!

Os ímpios que rejeitarem a salvação que há em Cristo Jesus e não crerem em suas palavras passarão pelo juízo final ou “Grande Trono Branco” (Ap 20.11-13). Nenhum dentre aqueles que comparecerem no juízo final será salvo, pois ali se trata de um tribunal para lavrar as sentenças e não para julgar se alguém andou fazendo o bem ou para pesar as boas ações comparando-as com as más ações para ver se a pessoa será salva ou não. Naquele momento, no “Grande Trono Branco”, os salvos já estarão na companhia de Cristo, o qual prometeu: “Quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação [ou juízo], mas passou da morte para a vida” (João 5.24).

Então, por que é dito que tanto a ressurreição quanto o juízo final aconteceria todos no “último dia”? Porque “dia” tem vários significados e nem sempre se refere a um período de 24 horas. Por exemplo, Sofonias 1.15-16 fala de “dia” como um período de “grande tribulação”: “Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas”. A expressão “dia” não delimita necessariamente uma data, como vemos em Gênesis 26.33: “Por isso é o nome daquela cidade Berseba até o dia de hoje”. Isso não significa que amanhã a cidade teria necessariamente outro nome. “Dia” também pode ser usado para falar de um período futuro, como em Gênesis 30.33: “Assim testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã. Se você me perguntar se já atingi a estabilidade financeira e eu responder que “ainda não, mas um dia chego lá”, você não irá querer saber a data, pois estou apenas falando de um tempo futuro e não de um dia de 24 horas.

Na Bíblia você encontra expressões como “o dia do juízo”, “o dia do Senhor” e “no último dia” com diferentes significados para dias e épocas diferentes, relacionadas a diferentes pessoas. Portanto, nos evangelhos, quando Jesus fala da ressurreição no “último dia”, Ele está falando de um período de tempo que engloba todo o período desde a sua vinda para receber os seus santos nos ares até o tempo “quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força” (1Co 15.24).

Assim, a ressurreição do “último dia” mencionada no Evangelho de João inclui a ressurreição tanto dos salvos quanto dos perdidos, mas estas não ocorrem em um mesmo momento, e sim como mostram outras passagens que dizem que o período da ressurreição dos salvos e dos perdidos está dividido por um intervalo de ao menos mil e sete anos. Há uma intervalo de mil e sete anos entre a ressurreição dos salvos e a ressurreição dos perdidos, que ocorrerá somente no Grande Trono Branco. Os perdidos só serão ressuscitados para serem julgados e condenados, nada mais.

Para entender isso, sugiro que leia dois artigos de Mario Persona em 
www.respondi.com.br, os quais são “Haverá mais de uma ressurreição?” e “Quem participa da primeira ressurreição?”. O simples fato de a Palavra de Deus falar de uma “primeira ressurreição” em Apocalipse 20.5-6 demonstra que haverá mais de uma. Lembre-se também de que “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pedro 3.8).

Links dos dois artigos também no meu facebook:

“Haverá mais de uma ressurreição?”
https://www.facebook.com/photo/?fbid=4827258857393043&set=a.1397745890344374

“Quem participa da primeira ressurreição?”
https://www.facebook.com/photo?fbid=4822880917830837&set=a.1397745890344374

Alguns chegam a usar então a passagem de 1 Coríntios 15.22-26 na tentativa de provar que, exceto a ressurreição de Cristo que já ocorreu, todos os outros eventos acontecerão em sequência, mas nesse mesmo “último dia”: “...assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte”.

O problema de usar essa passagem para negar o pré-tribulacionismo é que, se Cristo irá voltar no “último dia” para ressuscitar os salvos primeiro, os perdidos depois e finalmente lançar “a morte e o inferno... no lago de fogo” (Ap 20.14), por quanto tempo Ele irá reinar? Oras, a passagem é clara em nos mostrar que Ele irá reinar do momento em que voltar até aniquilar o último inimigo, que é a morte, o que daria apenas algumas horas de reinado antes de entregar “o reino a Deus, ao Pai” (1Co 15.24). “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés” e “o último inimigo... é a morte”. Sabemos muito bem, ao abrir a Bíblia, que Cristo irá reinar por mil anos sobre a terra, juntamente com sua amada noiva, a Igreja (Ap 20.6).

Outra passagem muito usada para tentar provar que só deveríamos aguardar por uma única vinda de Jesus no “último dia” é Hebreus 9.27-28: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”.

Usar esta passagem para provar que não existe o arrebatamento da Igreja, e que só há uma única vinda de Jesus, é tão válido quanto dizer que se vou estar em São Paulo hoje e no Rio amanhã fica provado que não existe nenhuma cidade entre estas duas. Não temos que provar nada aqui. Não há complicação alguma para argumentarmos nesse ponto.

Em um outro argumento, muitos que negam o pré-tribulacionismo com base nessa mesma tese são obrigados a alterar uma passagem para justificar essa ideia: “E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele” (Judas 1.14-15).

O argumento é que, já que Cristo voltará no "último dia", que é quando acontecerá a ressurreição dos salvos e a condenação dos ímpios (???), esses “santos” mencionados na passagem, que virão com o Senhor, não poderiam ser os salvos levados no arrebatamento, mas devem ser “anjos” (o quê???). Para se apoiarem nessa ideia esdrúxula eles citam Lucas 9.26: “Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos”.

Oras, para mim a explicação mais simples, e que não implica trocar o termo “santos” ou acrescentar “anjos” em Judas 1.14-15 e em Zacarias 14.5, é que em sua vinda para reinar, e depois para a grande batalha final do Armagedom, Jesus virá tanto com seus anjos como com seus santos. Alterando, tirando ou acrescentando palavras ao texto bíblico é possível provar qualquer coisa, que é o que muitos anti-dispensacionalistas tentam fazer aqui. Só que não adianta alterar ou acrescentar o termo “anjos” aqui. Vai dar no mesmo. Mais um ponto para o pré-tribulacionismo.

Outro argumento que os anti-dispensacionalistas tentam usar para dizer que é impossível ocorrer um arrebatamento da Igreja antes da Tribulação está em 2 Timóteo 4.1-2, que diz: “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo”. Porém, esse argumento não prova absolutamente nada, já que certamente Jesus voltará para julgar os vivos e os mortos e esta passagem evidentemente não inclui o arrebatamento porque os vivos e os mortos que serão julgados no Juízo Final são apenas os PERDIDOS, não os salvos. Oras, o objetivo da passagem de 2 Timóteo 4.1-2 não é assinalar os tempos proféticos, mas sim exortar Timóteo a pregar a Palavra com urgência diante da horrível expectativa que aguarda os perdidos. Basta ler o versículo com atenção. Como já mencionei, João 5.24 mostra que aquele que crê em Cristo “não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” no momento em que creu.

Portanto, quanto a essa questão da “ressurreição no último dia”, o mais importante a se saber é que há um período de mil e sete anos entre a ressurreição dos salvos (arrebatamento da Igreja antes da tribulação) e a ressurreição dos que morreram em seus pecados. Esses, que morreram em seus pecados, serão ressuscitados somente para serem julgados e lançados no lago de fogo e enxofre (Ap 20.15). Não há um salvo sequer nessa ressurreição após o milênio.

CONSULTE A BÍBLIA, NÃO A TELEVISÃO

Aprender sobre o arrebatamento em livros e filmes como “Deixados para trás” equivale apresentar uma lista de “argumentos irrefutáveis” contra a medicina depois de assistir o seriado “House”. Aquele filme e muitos livros alarmantes que falam do arrebatamento têm tanta base bíblica quanto um gibi. Por isso, boa parte dos argumentos dos que negam o pré-tribulacionismo nem precisam ser refutados porque esses filmes e livros não apontam para versículos que falam do arrebatamento, mas para aqueles que estão nos evangelhos judaicos, onde se fala da Tribulação e da segunda vinda de Cristo para reinar.

Se você se apoia em filmes de Hollywood para tentar entender o arrebatamento, você está completamente perdido! Use a Bíblia para estudar sobre o assunto, e não esses filmes que misturam um monte de coisas aleatórias, às vezes fazendo o uso até da imaginação para mostrar um arrebatamento que não está de acordo com as Escrituras. O arrebatamento é secreto, silencioso, num "abrir e fechar de olhos", privativo aos eleitos.

COMO O ARREBATAMENTO PODE SER SECRETO COM TANTO BARULHO?

Existem diferentes esferas onde as coisas sempre aconteceram. Enquanto vivemos na terra, existe toda uma esfera cheia de atividades nas regiões celestiais, as quais não podemos ver e nem ouvir, salvo em algumas situações muito especiais que foram descritas na Bíblia, como aconteceu na transfiguração do Senhor no monte. Essas ocasiões são como frestas que permitiram a alguns enxergar o mundo espiritual.

Um bom exemplo disso é o capítulo 10 de Daniel, quando este descreve a visão que teve e seus amigos não tiveram, e também de como soube que uma guerra foi travada nos lugares celestiais por vinte e um dias sem que ninguém no mundo percebesse isso. Sugiro que leia o capítulo 10 de Daniel para melhor compreender como essas coisas acontecem. Do mesmo modo, o arrebatamento será um evento que terá a ver apenas com os interessados nele, e não com a humanidade em geral. Vamos à passagem:

"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1Ts 4:16-17).

"alarido" da versão Almeida Corrigida aparece na versão de J. N. Darby como "assembling shout", que é praticamente a mesma expressão da versão Almeida Atualizada, ou "palavra de ordem". A expressão tem a ver com o brado dado pelo comandante para seus soldados se ajuntarem para uma batalha, portanto nada tem de público nesse brado. Ele é dirigido apenas aos que estão submissos ao comandante e ao seu comando.

William Kelly comenta:

“Ele deve descer do céu com "um brado de comando". A palavra empregada restringe-se a esta passagem no Novo Testamento, e daí o peso especial que carrega. Fora das escrituras ela é usada para o comando dado por um general aos seus soldados, ou de um almirante para seus marinheiros, ou às vezes de uma forma mais genérica aos gritos para incitar coragem nos soldados.

Parece mais apropriado que uma palavra de comando seja restrita àqueles que estejam em um relacionamento próximo. Não existe aqui qualquer indício de ser um brado para o mundo, para os homens em geral escutarem. Aqui é para o povo do Senhor se juntar ao Senhor nas alturas. A expressão "com a voz do arcanjo" introduz a mais elevada glória das criaturas celestiais a serviço do Senhor nessa ocasião transcendente. Se os anjos agora ministram em favor dos santos, como sabemos que também ministraram ao Senhor, quão apropriado é escutar "a voz do arcanjo" quando eles se reunirem em torno do Senhor! Tampouco poderia a "trombeta de Deus" ficar silenciosa em um momento assim, quando tudo o que existe de mortal no homem, dentre os que pertencem ao Senhor, será tragada pela vida na presença de Cristo”.


Para mim fica tudo muito claro que isso estará acontecendo na esfera celestial, não na terra, até porque a passagem não diz que Jesus voltará à terra, mas sim que os salvos ressuscitados e transformados é que subirão para se encontrar com Ele entre as nuvens. Como isso acontece em um piscar de olhos ou fração mínima de tempo, obviamente qualquer cidadão da terra não verá acontecer. Enquanto isso estiver acontecendo, os habitantes da terra estarão olhando para as coisas da terra como sempre estiveram. Aqueles que nunca tiveram qualquer interesse em escutar as coisas vindas do céu pela Palavra de nosso Deus serão privados também de ouvir qualquer coisa dessa esfera à qual pertencem aqueles que são do céu.

Isso explica o fato de que o arrebatamento será secreto, ou seja, privativo e apenas visível e audível aos seus participantes. Parafraseando Mario Persona sobre este mesmo assunto, o arrebatamento é semelhante a esses casamentos que são públicos, porém, seguidos de uma recepção e festa restrita a alguns convidados que receberam um convite diferenciado contendo um RSVP (abreviatura do francês "Répondez S'il Vous Plaît"), que significa "Responda por favor". No caso do evangelho, o convite foi enviado a todos, mas nem todos atenderão ao RSVP e, por isso, não farão nem ideia de como foi a festa reservada.

– JP Padilha | O Evangelho Sem Disfarces – cap. 2 – Fim dos Tempos
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