A base das Escrituras para o Arrebatamento antes da Tribulação | JP Padilha
Está provado que a compreensão da profecia bíblica é progressiva – à medida que os eventos mundiais continuam a se desdobrar, os elementos que antes eram considerados alegóricos agora fazem pleno sentido! Que a Igreja esteja preparada para o arrebatamento do Senhor!
"Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (2 Tessalonicenses 4.18 – vide os versos 16-17).
Já usei muito essa ilustração, mas, a julgar pelos comentários que recebemos desafiando nossa posição de que o arrebatamento ocorrerá antes da Tribulação, ela aparentemente precisa ser repetida com frequência: o que estava anteriormente fora dos limites da razão agora tornou-se bastante razoável à luz dos eventos atuais.
Por exemplo: Até o início do século XX, a maioria dos comentaristas via o exército de duzentos milhões de soldados mencionado em Apocalipse 9.16 como algo totalmente fantástico (impossível) e que deveria ser considerado como uma alegoria – representativo de alguma outra verdade espiritual. Eles raciocinavam que, como todos os exércitos do mundo daquela época combinados não atingiriam aquele número astronômico, a passagem não deveria ser entendida literalmente. Entretanto, 75 anos depois, ficamos sabendo que a China sozinha provavelmente poderia mobilizar um exército daquele tamanho, se assim desejasse. Novamente, aquilo que antes estava fora dos limites da razão tornou-se agora bastante razoável! E o mesmo princípio aplica-se às demais profecias – o tempo inevitavelmente lança mais luz sobre a interpretação.
Similarmente, a história da Igreja mostra que, em alguns casos, foram necessárias várias centenas de anos para que todas as grandes doutrinas da fé fossem codificadas e solidificadas. Por exemplo, a Justificação unicamente pela Fé não foi completamente "firmada" até os dias de Martinho Lutero, nos anos 1500. Assim, não vamos cair na armadilha de pensar que tudo o que os primeiros “pais” disseram seja sacrossanto e esteja fora de revisão.
Até hoje, muitos ainda ridicularizam o conceito do "Arrebatamento Secreto" porque insistem que uma pessoa chamada Margaret McDonald supostamente concebeu a ideia em 1830 – e que a ideia foi adotada posteriormente pelo movimento não-denominacional “Irmãos Plymouth”, sendo popularizada por meio dos esforços de C. I. Scofield e sua famosa Bíblia de Referência.
Para responder a essas objeções, tudo o que podemos (ou precisamos) dizer é: "O que dizem as Escrituras?” A posição dispensacionalista, como afirmamos enfaticamente, encaixa-se com todas as Escrituras e faz mais sentido do que aquelas que são anteriores a ela? Vamos descobrir examinando o assunto da forma mais objetiva que pudermos.
Que haverá uma remoção instantânea da Igreja do mundo é algo que está fora de disputa porque 1 Tessalonicenses 4.13-18 e 1 Coríntios 15.51-53 declaram isso. A principal diferença de opinião gira em torno de quando ocorrerá essa remoção, pois muitos insistem que será simultânea à Segunda Vinda de Cristo no final do período da Tribulação, e não antes da Tribulação. Todos os crentes concordam que Deus certamente arrebatará Seus filhos eleitos deste mundo a qualquer momento que escolher, mas existem várias razões lógicas para acreditarmos que esse evento ocorrerá antes da Tribulação.
Primeiro, precisamos compreender que o principal propósito do período da Tribulação é punir e refinar a nação de Israel – não a Igreja de Jesus Cristo, que é Sua amada noiva. Parte (senão a maioria) da confusão que cerca esse assunto é causada pela compreensão incorreta do termo "escolhidos" como se referisse aos filhos de Deus.
A Igreja é formada exclusivamente de indivíduos escolhidos, mas existem dois grupos distintos de escolhidos fora da Igreja: O primeiro é formado pelos santos do Antigo Testamento e o segundo é o grupo daqueles que serão salvos durante o período da Tribulação. Portanto, quando vemos o termo "escolhidos" usado em Mateus 24, juntamente com algumas referências nos evangelhos de Marcos e Lucas, precisamos entender que esses não são os santos da era da Igreja por razões que serão explicadas em detalhes posteriormente.
A maioria das profecias sobre o período da Tribulação encontra-se no Antigo Testamento e, portanto, é claramente destinada a Israel. Adicionalmente, não faz absolutamente nenhum sentido o Senhor fazer Sua noiva (Igreja) passar pelos horrores inimagináveis da Tribulação – mesmo considerando que a Igreja é formada por pecadores merecedores do inferno. Ele nos salva pela Sua graça e não por algum mérito nosso. Assim, que propósito haveria em punir a Igreja durante a Tribulação? Enquanto estivermos nestes corpos mortais, o pecado continuará a caracterizar nossa existência e nenhuma punição apagará nossa natureza pecaminosa. Somente após recebermos nossos corpos glorificados é que finalmente estaremos livres do pecado.
Aqueles que insistem que o período da Tribulação servirá para remover "as máculas e as rugas" (Efésios 5.27) da Igreja antes que ela possa se apresentar diante de Cristo, negligenciam esse fato básico. As imperfeições humanas e toda mancha do pecado precisa ser removida de nós como um pré-requisito para que possamos comparecer na presença de Deus, e isso será realizado instantaneamente no arrebatamento (1Co 15.50-58). A crença de que a Tribulação é necessária para purificar a Igreja forma a base para a falsa doutrina romanista do Purgatório, de modo que aqueles que acreditam que a Igreja precisa passar por um período de "purificação" estão aceitando a mentira do Purgatório! Os cristãos que constituem a Igreja são imaculados, pois Jesus Cristo nos imputou Sua perfeição.
Vejamos o que dizem as Escrituras do Antigo Testamento sobre o assunto – "o tempo de angústia de Jacó" – para obter uma melhor compreensão de sua aplicação a Israel. Como veremos, poucos temas bíblicos associados com o fim dos tempos atraíram tanta atenção ou foram tão enfatizados no Antigo Testamento.
Na Segunda Vinda de Cristo (ou na Aparição de Cristo, em algumas versões) Ele vem com os Seus santos que foram levados em glória no Arrebatamento (Jd 1.14; Zc 14.5). Esse será o “Dia do Senhor”, quando ocorrerá o “Julgamento das Nações” (Mt 25) após os sete anos de Tribulação sobre a Terra (Dn 9.27).
O “Dia do Senhor” é justamente o dia do Seu julgamento sobre as nações (gentios), quando Ele voltar em Sua Segunda Vinda com a Igreja dos céus. É neste evento que ocorre a separação entre bodes e ovelhas – os bodes representam aqueles que serão mortos para aguardarem o Juízo Final (o Grande Trono Branco – Ap 20.10-15), enquanto as ovelhas são mantidas vivas para entrarem no Reino Milenar de Cristo (Mt 25.31-46). A Igreja não participa deste julgamento, pois já estará no Céu com Cristo sete anos antes e voltará com Ele para reinar dos céus no Reino Milenar (Ap 20.2-7).
"Ai daqueles que desejam o dia do SENHOR! Para que quereis vós este dia do SENHOR? Será de trevas e não de luz. É como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se entrando numa casa, a sua mão encostasse à parede, e fosse mordido por uma cobra. Não será, pois, o dia do SENHOR trevas e não luz, e escuridão, sem que haja resplendor?" (Amós 5.18-20).
Embora o "Dia do Senhor", como um termo teológico, inclua tudo o que acontece em todo o período durante o qual Deus cumpre Suas promessas e traz a história ao fim, a ênfase encontrada na maioria das passagens do Antigo Testamento está no evento chamado Julgamento das Nações, um dia tenebroso que terá início no fim da grande tribulação. A Tribulação é retratada como um tempo terrível para a humanidade; dias repletos dos juízos de Deus em que a Terra será devastada e esvaziada, e seus habitantes morrerão aos milhões. Haverá trevas, aflições e ais, à medida que a ira de Deus for totalmente liberada contra a humanidade rebelde (cf. Dt 4.30-31; Is 2.19; 24.1,3,6,19-21; Jr 30.7; Dn 12.1; Jl 1.15; 2.1-2; Am 5.18-20; Sf 1.14-15,18). Conforme descobrimos nessas passagens do Antigo Testamento, as nações pagãs e o povo eleito de Deus – Israel, experimentarão a ira divina, pois a abrangência da Tribulação será mundial. É bom lembrar que a Igreja não passará por esse julgamento, pois será arrebatada ao Céu antes da Tribulação (1Ts 4.16-17; Ap 3.10).
Jeremias declara: "Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que o mal passa de nação para nação, e grande tormenta se levantará dos confins da terra. E serão os mortos do SENHOR, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão por esterco sobre a face da terra. Uivai, pastores, e clamai, e revolvei-vos na cinza, principais do rebanho, porque já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e dispersos, e vós então caireis como um vaso precioso. E não haverá refúgio para os pastores, nem salvamento para os principais do rebanho" (Jeremias 25.32-35).
No entanto, apesar de todos os horrores desse tempo terrível, o objetivo é claro que ele levará ao livramento de Israel (o remanescente judeu fiel).
Eis algumas citações dos profetas:
"Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela" (Jeremias 30.7).
"Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós. E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada. E vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face entrarei em juízo convosco; como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor DEUS. Também vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo da aliança. E separarei dentre vós os rebeldes, e os que transgrediram contra mim; da terra das suas peregrinações os tirarei, mas à terra de Israel não voltarão; e sabereis que eu sou o SENHOR" (Ezequiel 20.33-38).
"E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus" (Zacarias 13.8-9 – Observe que dois terços de Israel serão mortos e somente um terço sobreviverá aos rigores do julgamento de Deus!).
O período da Tribulação objetiva fazer a purificação (cf. Ap 7.9; 14.4) e preparar a conversão nacional de Israel (cf. Ez 20.37-38; Zc 13.1,8-9 – citado anteriormente). E, de tudo isso, devemos compreender que a Tribulação do mundo inteiro está bem próxima. Entretanto, até mesmo esse mais terrível de todos os eventos será usado por Deus para o bem final, e levará a história em direção ao fim que Ele planejou. Estes são alguns textos adicionais para estudo:
TRIBULAÇÃO: Deuteronômio 4.30-31; Isaías 2.19; 24.1,3,6,19-21; 26.20-21; Jeremias 30.7; Daniel 9.27; 12.1; Joel 2.1-2; Amós 5.18-20; Sofonias 1.14-15,18.
DIA DO SENHOR: Isaías 2.12; 13.6; Ezequiel 13.5; 30.3; Joel 1.15; 2.1,11,31; Amós 5.18-20; Obadias 1.15; Sofonias 1.7,14; Zacarias 14.1; Malaquias 4.5.
NOTA IMPORTANTE: Toda vez que a Bíblia se refere ao "Dia do Senhor", ela está falando do tempo do Julgamento das Nações (Mt 25), que ocorre na Segunda Vinda de Jesus com Sua Igreja já arrebatada, onde bodes e ovelhas são separados na Terra – os bodes são mortos neste julgamento e as ovelhas são mantidas vivas para entrarem no Reino Milenar de Cristo. “O dia do Senhor” é um dia de julgamento que começará na Aparição de Cristo, no final da Tribulação.
O PARALELO ENTRE O
ARREBATAMENTO E O CASAMENTO
Agora que estabelecemos a base para o período da Tribulação e mostramos como ele se refere a Israel e não à Igreja, voltemos nossa atenção para os aspectos lógicos e de bom senso para o arrebatamento antes da Tribulação. Já dissemos que é um ponto irrealista e espiritualmente improdutivo pensar que o Senhor sujeitaria Sua amada noiva aos terríveis eventos da Tribulação. E, aproveitando que estamos no assunto da noiva de Cristo, vamos dar uma rápida olhada nos antigos costumes hebraicos de noivado e casamento.
Uma vez que os pais concordassem com o casamento de seus filhos e o noivado formal fosse declarado (o noivado naquele tempo tinha o mesmo vínculo de indissolubilidade que o casamento), o noivo, então, iria providenciar uma casa para viver com a noiva. Isso frequentemente levava até dois anos para ser concluído. Enquanto esperava, a noiva permanecia na casa de seu pai, mas vivia em uma "expectativa do retorno do noivo a qualquer momento". Suas malas ficavam prontas, por assim dizer, pois ela ansiava com expectativa pelo dia em que seu pretendido voltaria para ela. Então, quando o noivo finalmente ficava preparado para receber sua noiva, um alegre grupo de celebrantes, juntamente com os "amigos do noivo" – os paraninfos, ou “padrinhos” na terminologia atual – vinham à casa da noiva à meia-noite, e um amigo do noivo gritava: "Aí vem o noivo!" A noiva, logicamente, devia acordar e abrir a porta para os celebrantes. Nesse ponto, ele acompanhava o grupo festivo até a casa do pai do noivo, onde a cerimônia de casamento ocorria. Após isso, o casal se mudava para sua nova casa, para uma lua-de-mel que normalmente durava sete dias.
Os paralelos entre o costume hebraico do casamento e o arrebatamento da Igreja são inegáveis! A noiva (a Igreja) deve esperar a vinda do Noivo (Jesus Cristo) na casa de seu pai (este mundo, controlado por Satanás). Quando o Noivo volta após um período de separação de dois anos (aproximadamente 2.000 anos até aqui), a noiva é levada para a Casa do Pai do noivo (a Casa do Pai Celestial) onde ocorre a cerimônia de casamento. A lua-de-mel na nova Casa (as "moradas" de João 14.2) dura sete dias (corresponde aos sete anos do período da Tribulação aqui na Terra – Dn 9.24-27).
Então, encontramos outro forte argumento para um arrebatamento anterior à Tribulação em 1 Tessalonicenses 5.9, em que lemos: "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo".
Esse verso, considerado no contexto, está obviamente conectado com o ensino de Paulo a respeito do arrebatamento, pois esse é o assunto de 1 Tessalonicenses 4.13 até chegarmos em 1 Tessalonicenses 5.11. E uma das principais razões que motivou Paulo a escrever essa primeira carta era que a igreja de Tessalônica estava entristecida pelo destino dos seus amados. Aquelas pessoas também tinham crido e aparentemente tinham morrido sem terem sido tomadas nos céus por Cristo. Como Paulo havia ensinado anteriormente, isso aconteceria algum dia. No entanto, como Paulo só esteve com eles por aproximadamente um mês, o conhecimento que eles tinham do assunto era incompleto. Portanto, para corrigi-los nesse mal-entendido, Paulo diz que seus familiares mortos "em Cristo", na verdade, precederiam aqueles que estarão vivos no instante do arrebatamento. Isto é, os que morreram serão ressuscitados primeiro, terão seus corpos glorificados e subirão. Depois deles, nós, os que estivermos vivos, subiremos da mesma forma. Daí vem o consolo de Paulo a eles:
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1 Tessalonicenses 4.16-18).
Observe que Paulo usa a palavra "consolai-vos" em seu discurso, em um esforço de aliviar seus temores; depois ele conclui com o verso citado anteriormente (5.9), dizendo que Deus não os tinha destinado para a ira – a ira divina que está reservada para a nação de Israel (em particular e para o restante do mundo em geral) e, portanto, devemos compreender que esse ensino a respeito do arrebatamento objetiva ser uma fonte de consolação para todos os crentes da era da Igreja.
Como o diabo não tinha acabado de atormentar esses cristãos tessalonicenses, circulou a falsa noção de que, por causa da perseguição que eles estavam experimentando, o período da Tribulação já estava ocorrendo e eles haviam perdido o arrebatamento! Isso levou Paulo a escrever sua segunda epístola, em que lhes deu (e a nós também) dois sinais inegáveis, sem os quais o período da Tribulação não poderá iniciar! No verso 3 de Tessalonicenses 2, Paulo nos diz que não devemos nos deixar enganar por ninguém, pois "aquele dia" (a Tribulação) não virá sem que ocorra antes a apostasia – a partida da Igreja ao Céu, juntamente com o aparecimento do "homem do pecado", o Anticristo. Assim, precisamos compreender que esses dois eventos terão de ocorrer antes do início do período da Tribulação.
A PALAVRA “APOSTASIA” EM 2 TESSALONICENSES 2.3
Geralmente ouvimos dizer que toda apostasia se refere a uma rebelião de crentes professos que abandonam a fé. Mas neste texto Paulo não está usando a palavra “Apostasia” neste sentido.
Grande parte dos cristãos professos costuma pensar que antes do arrebatamento ocorrer e os crentes se reunirem a Jesus nos ares será necessário que ocorra uma grande rebelião de cristãos professos contra o evangelho. Tal crença é baseada em 2 Tessalonicenses 2.3, que diz: "Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição".
Todavia, a palavra "Apostasia" nunca foi traduzida nas bíblias antigas no sentido de "abandono da fé". Somente com o advento da Bíblia King James é que esse sentido passou a ser adotado por muitos crentes, sem que eles soubessem que não há razão alguma para aplicar esse sentido ao termo “Apostasia”. Infelizmente, porém, a bíblia King James Version teve uma influência tão grande que até mesmo os léxicos do Novo Testamento passaram a definir "Apostasia" como mero "abandono da fé".
A verdade, contudo, é que a palavra "Apostasia" significa apenas "Partida". Ou seja, somente o contexto de uma determinada passagem pode definir se o termo “Apostasia” se trata de uma partida em que uma pessoa abandona algo bom ou algo ruim. Assim, a ideia de que a "partida" citada em 2 Tessalonicenses 2.3 signifique “abandono da fé” resulta de um trabalho de dedução e não de tradução.
Em contraste com o entendimento negativo de que o termo signifique somente “abandono da fé”, está o fato de que a hermenêutica nos mostra que o verbo que está na raiz da palavra "Apostasia" é aphistemi, que ocorre quinze vezes no Novo Testamento e significa simplesmente "partir" (ou “ir embora”). Temos exemplos disso em Lucas 2.37; 4.13 e em Atos 12.10, versículos que retratam a ação de ir embora, partir ou deixar um lugar ou alguém.
Portanto, em 2 Tessalonicenses 2.3 podemos constatar com veemência que Paulo está lembrando os crentes de Tessalônica que a Tribulação não ocorrerá sem que antes ocorra a "partida", isto é, o arrebatamento da Igreja, o que ocorrerá bem antes da Segunda Vinda de Jesus para reinar na Terra. Tudo isso confirma a posição dispensacional da Bíblia.
O artigo definido acoplado ao termo "Apostasia" no texto em pauta aponta para o fato de que a partida de que Paulo falava era algo com que os tessalonicenses já estavam familiarizados. Do mesmo modo, a menção da "nossa reunião com Ele" no verso 1 cria um contexto em que a noção de "partida" da Igreja se encaixa melhor ao assunto tratado do que a ideia de "abandono da fé".
Portanto, o sentido de “Apostasia” em 2 Tessalonicenses 2.3 está relacionado à nossa partida para o céu, quando o Senhor Jesus vier nos ares para nos arrebatar antes que ocorra a Tribulação sobre a Terra. Mais um ponto para a visão dispensacional das Escrituras.
Neste ponto, eu gostaria de fazer uma pergunta ao leitor: Qual outra razão poderia ter motivado Paulo a apresentar esse ensino aos tessalonicenses, se não tivesse em vista o arrebatamento anterior à Tribulação? Não há resposta.
A PROMESSA DE JESUS DE GUARDAR
A IGREJA DA HORA DA TENTAÇÃO
Outra porção das Escrituras que se aplica à nossa discussão encontra-se em Apocalipse 3.10, onde o Senhor, glorificado, dirige palavras à Igreja de Filadélfia:
"Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra".
Pense atentamente na palavra “HORA”. É um termo limitado à Terra. Uma vez que você saia da Terra e do sistema solar, essa palavra não tem a mesma relevância!
Jesus promete à Igreja que ela será removida da terra antes da hora da tentação que está por vir sobre toda a terra. Ele promete uma recompensa à Igreja pela sua “perseverança” durante as Tribulações da vida. Essa recompensa é ser guardada de um período único – “hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro”. Essa é simplesmente a resposta da razão do arrebatamento da Igreja. O arrebatamento é uma promessa ou recompensa para a Igreja pela perseverança durante o sofrimento. A Igreja que suporta as provações deste presente momento será guardada DA HORA especial de experimentação que irá atingir os habitantes da terra.
Com isso, uma pergunta sempre surge: A frase “guardarei da” (Grego tēreō ek) em Apocalipse 3.10 significa “um contínuo estado seguro fora de” ou um “seguro de entre de”? A primeira opção é a resposta correta. A preposição Grega “ek” carrega muitas vezes a ideia de “surgimento”, mas nem sempre é assim. Dois notáveis exemplos disso encontram-se em 2 Coríntios 1.10 e 1 Tessalonicenses 1.10. Na passagem de 2 Coríntios, Paulo detalha como Deus o salvou de potencial perigo. Porém, note que em 1 Tessalonicenses 1.10 Paulo fala de proteção de entrar em um perigo. Quando Paulo declara que Jesus resgatará crentes da ira por vir, a ideia não é de um “surgimento após passar por algo”, mas sim de “proteção de entrar em algo”.
Além disso, se Apocalipse 3.10 se referisse meramente à uma divina proteção “em meio à hora de provação” ao invés de “da hora da provação” como está explícito no texto, como ficariam aqueles que morreram por Jesus durante este tempo? Deus não os protegeu? Teria Deus mentido? O disseminado martírio dos santos durante o período da Tribulação exige que a promessa signifique “guardar fora da” hora de experimentação, e não “guardar em meio a”.
As sete igrejas mencionadas em Apocalipse, capítulos 2 e 3, eram igrejas literais espalhadas pela Ásia Menor no tempo em que João escreveu o Apocalipse. Muitos eruditos bíblicos acreditam que elas representam sete períodos distintos da história da Igreja, finalizando com os "laodiceienses" – um tempo de espiritualidade morna imediatamente anterior ao período da Tribulação. Outra interpretação é que são sete tipos de igrejas, contendo membros individuais que são representativos de todas as expressões de espiritualidade e fidelidade a Jesus Cristo. E é para o caráter "filadelfense" fiel dos cristãos genuínos (que estiverem vivos naquele tempo) que a promessa é feita: "Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo". Observe que a promessa é "guardar da hora" e não "guardar na hora" da Tribulação, como alguns pós-milenistas insistem que é o caso.
Noé foi salvo "da" ira de Deus no dilúvio! Ló foi salvo “da” ira de Deus. Jesus Cristo promete à Igreja que a livrará “da hora” da provação que virá sobre todo o mundo.
EM APOCALIPSE, A IGREJA
NÃO É CONECTADA À TRIBULAÇÃO
Outro ponto interessante é que a Igreja é mencionada somente até Apocalipse 3, e, então, no verso 1 do capítulo 4, João recebe uma súbita ordem: "Sobe aqui", e a Igreja não é mencionada novamente até muito mais tarde, onde a encontramos como a "esposa do Cordeiro", no capítulo 21.
Em seguida, no verso 4 do capítulo 4, encontramos os vinte e quatro anciãos (presbuteros no texto grego) assentados em volta do trono celestial e vestidos de branco e com coroas de ouro. Estar vestido de branco significa que a pessoa é uma vencedora (Ap 3.4-5), e as coroas são consistentemente retratadas no Novo Testamento como representativas de recompensa. Assim, o fato de os anciãos estarem assim vestidos indica que o julgamento ante o Tribunal de Cristo (2Co 5.10) já ocorreu e os galardões já foram distribuídos! Se você duvida dessa interpretação, apenas veja o verso 3 do capítulo 5, em que encontramos estas palavras: "E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele". O verso 4 continua "... ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele". Meu amigo, Jesus Cristo é homem e Deus ao mesmo tempo – uma das pessoas da Trindade. Mas, esses comentários obviamente não se referem a Ele! Como, então, estão essas pessoas no Céu, se não pelo arrebatamento? É nossa compreensão das Escrituras que o próprio Jesus Cristo foi o primeiro homem a ressuscitar e entrar nos céus como "as primícias dos que dormem".
Se é assim, os santos do Antigo Testamento ou do período da Tribulação não poderão preceder a Igreja no Céu como homens ressuscitados devido ao que encontramos nos seguintes versos: "Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda" (1 Coríntios 15.20-23).
Consideradas no contexto, a frase "os que são de Cristo" refere-se à Igreja e, portanto, são os próximos na fila a serem ressuscitados, com nenhum outro grupo precedendo-os.
Acople esses fatos com Apocalipse 7.13-14 e precisamos chegar à outra conclusão:
"E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro".
Que esses são os santos do período da Tribulação está fora de qualquer discussão! E, como acabamos de ver em 1 Coríntios 15.20-23, Cristo é as "primícias dos que dormem" e depois disso os que pertencem a Ele serão ressuscitados. Assim, quando Apocalipse 7.13-14 informa-nos dos santos do período da Tribulação nos céus, isso requer que a Igreja tenha sido arrebatada em algum ponto anterior! (O TEXTO INSPIRADO É CLARO COMO A NEVE).
Em que ponto a Tribulação começará na Terra? Em Apocalipse 6.1, encontramos o Senhor Jesus Cristo abrindo o primeiro selo, que sinaliza o início da Tribulação, mas observe algo que acontece antes disso no capítulo 5: Os versos 8 e 9 nos dizem que "os quatro animais" e os “vinte e quatro anciãos” (esses anciãos claramente representam todos os cristãos) cantam um novo cântico, dizendo: "Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra". A expressão "toda a tribo, e língua, e povo, e nação" está obviamente se referindo a um grupo muito maior do que apenas os vinte e quatro anciãos.
E então há a exortação do apóstolo Paulo a respeito do Dia do Senhor: "Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios; porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele. Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis" (1 Tessalonicenses 5.1-11).
Por que Paulo nos ensinou a vigiar se o “Dia do Senhor” (Segunda Vinda) não é iminente? Porventura a Segunda Vinda de Cristo (Mt 24) após a Tribulação poderia ocorrer a qualquer momento e é o próximo evento no calendário profético de Deus? Não. Mas o arrebatamento sim (1Ts 4.16-18). O arrebatamento é iminente – ele pode ocorrer a qualquer momento. Há um intervalo de sete anos entre o arrebatamento da Igreja e a Segunda Vinda do Senhor, conhecido como “Septuagésima Semana de Daniel” – a Tribulação (Dn 9.24-27). Essa é a diferença entre os dois eventos. Agora observe a cuidadosa distinção que Paulo faz entre os pronomes "vós" e "eles" em 1 Tessalonicenses 5.1-11. Esse contraste destina-se a mostrar que nós, ao contrário daqueles que estão perdidos, não seremos pegos desprevenidos quando o Dia do Senhor vier como um ladrão de noite (final da grande Tribulação). Nós, a Igreja de Deus, estaremos no Céu neste momento.
E isso nos traz ao assunto de Mateus 24 – em minha humilde opinião o capítulo mais mal compreendido e mal aplicado de toda a Bíblia no que se refere às profecias. Até mesmo os “doutores em teologia” que deveriam conhecer mais tropeçam nessa porção das Escrituras e a consideram inteiramente fora do contexto quando tentam aplicar uma parte dela ao arrebatamento da Igreja ou a qualquer assunto sobre a Igreja. Mateus 24 está inteiramente destinado a Israel e fala da Tribulação. Não temos nada sobre a Igreja neste texto.
Entenda melhor sobre Mateus 24 aqui: “Mateus 24 está falando da Igreja?”
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2023/08/mateus-24-esta-falando-da-igreja-jp.html
O senso comum diz que Paulo sabia sobre o que estava falando em 1 Coríntios 15.51, quando disse:
"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".
O que a palavra "mistério" (grego musterion) significa quando é usada no Novo Testamento? Ela se refere a uma Escritura anteriormente não revelada! Em outras palavras, Paulo está nos dizendo algo aqui por volta dos anos 59-60 d.C aproximadamente, que nunca antes havia sido revelado por Deus: o assunto do Arrebatamento. Esse fato apenas exige que nenhuma das palavras de Cristo em Mateus 24 possa estar se referindo ao arrebatamento! Você deve estar se perguntando: “Por que esse ponto é importante?” Bem, vamos apenas olhar para o capítulo e destacar alguns detalhes.
Na cena que temos diante de nós, o Senhor está respondendo às perguntas feitas pelos Seus discípulos. É muito provável que nesse ponto particular o grupo era formado unicamente de judeus. Jesus Cristo ainda não tinha morrido e a dispensação da Graça ainda não havia iniciado, de modo que 100% do que encontramos nos relatos dos evangelhos está sob a lei e não sob a graça! Nenhum dos profetas do Antigo Testamento "viu" a época da Igreja porque Deus não revelou isso a eles. A Igreja era um "mistério" divino (Ef 3.1-9)! E o ensino do Senhor aqui é perfeitamente coerente com esse princípio. Ele está instruindo os judeus sobre o que "esta geração" (v. 34) experimentará durante o período da Tribulação, pois a Igreja ainda não existia e ainda seria revelada! Com essa ideia em mente, observe que os versos 4-13 descrevem as condições que o remanescente judeu fiel, eleito por Deus, experimentará durante os dias tenebrosos do período da Tribulação – o "tempo da angústia de Jacó".
Mateus 24.9 diz muito claramente: "Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome". Deus selará 144.000 judeus no início desse período terrível (Ap 7.3-8) e é para eles que esse discurso é dirigido. O verso 13 tem sido mal compreendido e mal aplicado por muitos cristãos pensando que precisamos "perseverar até o fim" para sermos salvos, quando, na realidade, isso está se referindo ao livramento físico dos judeus (perseverança para salvação do corpo – da vida de carne) que estarão vivos na Segunda Vinda de Cristo, no final do período da Tribulação!
Lembre-se que isso não pode se aplicar aos cristãos de forma alguma, pois naquele ponto, quando Jesus proferiu as palavras registradas em Mateus 24, a Igreja ainda era um “mistério” (Efésios 3.1-6). Observe que o verso 14 diz: "E este ‘evangelho do reino’ será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim". Meus amigos, o evangelho da graça ainda era desconhecido naquele tempo! Esse "evangelho do reino" – a mensagem que João Batista e Jesus Cristo pregaram e à qual o Senhor está se referindo aqui – era "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus".
Essa mensagem será pregada novamente durante o período da Tribulação pelos 144.000 israelitas citados em Apocalipse 7 e pelas "duas testemunhas" de Apocalipse 11.3. O final do período da Tribulação, que ocorrerá na Segunda Vinda de Cristo, não acontecerá até que essa mensagem específica do evangelho do Reino – o qual anuncia o retorno do Rei de Israel – tenha sido ouvida por TODAS AS NAÇÕES e por meio da qual elas saberão que o reino literal de Jesus Cristo na Terra está prestes a ser iniciado. Quando o Senhor disse isso aos Seus discípulos, Ele tinha acabado de ser rejeitado como Rei pela nação de Israel e sabia que Suas palavras eram para uma futura geração de descendentes judeus. Em nenhum lugar a Igreja aparece aqui.
Começando com o verso 15, temos o início da "Grande Tribulação" – os três anos e meio finais, que serão tão terríveis que o Senhor fez o seguinte comentário no verso 21: "Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver". (Mateus 24.21).
Que os judeus são o foco principal desse discurso é deixado claro no relato paralelo encontrado em Marcos 13. Observe o fraseado do verso 9:
"Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho" (Marcos 13.9).
Pelo que sei, os judeus não costumam levar os cristãos às suas sinagogas por razão alguma, muito menos para surrá-los! No entanto, durante a Tribulação, os 144.000 judeus eleitos serão perseguidos pelo seu próprio povo, bem como pelos gentios.
Em seguida, no verso 22, temos uma frase muito interessante sobre a abreviação "daqueles dias" por Deus, pois, se Ele não fizesse isso, “nenhuma carne se salvaria”! Isso tem uma relação direta com o verso 36 – outro comentário feito pelo Senhor que tem sido mal aplicado há muitos anos. Os pregadores, em especial os teólogos do pacto, dizem aos seus rebanhos, com base no verso 36, que ninguém poderá saber o "dia e a hora" do arrebatamento, quando esse verso não tem absolutamente nada a ver com o arrebatamento, pois, considerado no contexto correto, está claramente se referindo à Segunda Vinda de Cristo. A perseguição e a matança serão tão grandes que Deus abreviará aqueles dias para que alguns permaneçam vivos para povoar o Reino Milenar. E, como o período será abreviado (algo menor que o número total de dias profetizado por Daniel), ninguém saberá o dia e a hora exatos!!! Lembre-se que todo o capítulo 24 de Mateus está lidando com os judeus sob a lei, e não com a Igreja sob a graça. Tanto a Igreja quanto o seu arrebatamento, naquele tempo, ainda eram mistérios não revelados por Deus (1Co 15.51-53; Ef 3.1-9).
O verso 44 tem sido usado para fortalecer o argumento de que ninguém pode saber o tempo do arrebatamento, quando na verdade ele está falando dos judeus aterrorizados que estarão escondidos e suas mentes preocupadas com a sobrevivência, não em contar o número de dias que faltam na "Grande Tribulação", conforme informado ao profeta Daniel (um dos argumentos usados contra "saber o dia e a hora"):
"Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis" (Mateus 24.44).
Pense nisto: Os cristãos são exortados em todo o Novo Testamento a vigiar e aguardar o retorno do Senhor para nos levar para Si mesmo nos ares, e somos ensinados a ter sempre em mente esta “bendita esperança”.
O Senhor Jesus prometeu: "Na casa de meu Pai há muitas moradas, se não fosse assim eu vo-lo teria dito: Vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para que onde eu estiver estejais vós também" (João 14.2-3). Ele também afirmou: "Certamente cedo venho" (Apocalipse 22.12). A esperança adequada ao cristão é aguardar o Senhor para qualquer momento. Há muitos indícios que nos levam a concluir que a vinda do Senhor está muito próxima. Cristãos em todo o mundo aguardam pelo Senhor. Esta é a "bendita esperança" do cristão. O Senhor pode vir ainda hoje! (Jo 14.2-3; Ap 22.20; Hb 10.37; Tt 2.13).
"Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios." (1 Tessalonicenses 5.4-6).
Assim, novamente, vemos que as afirmações em Mateus 24 não podem estar conectadas ao arrebatamento.
O ajuntamento dos escolhidos de Deus "desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus" (v. 31) é "logo DEPOIS da aflição daqueles dias..." (v. 29). Novamente, vemos que Mateus 24 está falando da Segunda Vinda de Cristo (após a Tribulação) e não do arrebatamento. As ilustrações "será levado um, e deixado o outro" dos versos 40-41, tão frequentemente usadas por hereges para ilustrar o arrebatamento, na verdade referem-se à separação das ovelhas e dos bodes discutida em Mateus 25.33. Os que ficarem são aqueles que entrarão no Reino Milenar. Os que são “levados” são aqueles que serão mortos para aguardarem o Juízo Final (o Grande Trono Branco). E essa passagem está, logicamente, em um contexto não interrompido, e é parte dos comentários estendidos do Senhor com relação à sua Segunda Vinda.
É compreensível que muitos tentem usar Mateus 24 como texto de prova para o arrebatamento, pois grande parte do capítulo parece "se encaixar" nele, mas, como vimos, uma inspeção cuidadosa revela que isso simplesmente não faz nenhum sentido. Trata-se de uma interpretação espúria e irresponsável das Escrituras.
Embora muitos bons homens tenham "quebrado a cara" tentando prever a data do arrebatamento, Mateus 24.36 não é uma barreira legítima, já que nem mesmo trata do assunto “Arrebatamento”, mas sim da Segunda Vinda de Cristo para reinar por mil anos (Mt 24–25; Ap 20.2-7).
Os eventos mundiais e as atitudes nacionais estão aparentemente convergindo a um perfeito alinhamento com o que as Escrituras dizem que serão as condições existentes na época do aparecimento do Anticristo. Assim sendo, e pelas razões detalhadas anteriormente, acreditamos que o arrebatamento realmente possa ocorrer a qualquer momento. Você está preparado para encontrar o Senhor nos ares?
NOTA IMPORTANTE:
Que fique bem claro que nossa posição sobre o arrebatamento anterior à Tribulação não se dá porque não somos "corajosos" o suficiente para passar pelas perseguições do Anticristo. Muitas pessoas nos acusam assim. Essa noção é uma bobagem por um único fato bem simples: Embora a Igreja seja poupada das perseguições do Anticristo, passará pela fase final das Dores do Parto que produzirão o Anticristo (Mt 24.8 ).
Quando passarmos pelas "guerras, rumores de guerra, nações se levantando contra nação, reino contra reino, terremotos em muitos lugares", teremos a impressão que estamos passando pelas perseguições do Anticristo no período da Tribulação. Todos os cristãos hoje precisam amadurecer espiritualmente bem depressa, pois não sabemos quando seremos cercados, perseguidos e até torturados por causa da nossa fé.
A ideia de que ensinamos o arrebatamento anterior à Tribulação porque desejamos "escapar" da perseguição é risível e totalmente falsa.
Verdadeiramente, o fim dos tempos está bem diante de nós. O mundo está na iminência de ver o aparecimento do Iníquo, mas as Escrituras deixam claro que a Igreja sequer terá qualquer contato com o mesmo.
– JP Padilha
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