2. O AUTOR DE CONFUSÃO



O que se segue é uma correspondência editada. Essa mensagem, vinda de um pastor, me fornece o contexto para discutir 1 Coríntios 14:33, que é também usado às vezes para apoiar a ideia de que Deus não pode ser o autor do pecado ou do mal:


“Eu aprendi muito com o artigo “O Autor do Pecado”. Eu comecei a lê-lo pensando: ‘Sim, mas o que dizer daquela passagem que declara “Deus não é o autor de confusão”?' Certamente deve haver um contexto para ela. Eu quero ver o contexto e a relação entre metafísica e prática ali”. Até então, eu pensei que iria achá-la. Uau! Fale sobre ser ‘condicionado’! A coisa mais próxima parece ser onde a New King James Version traduz 1 Coríntios 14:33 como “Deus não é o autor de confusão”. Por causa da leitura das opiniões de outras pessoas durante anos e por ver a frase sendo repetida por todos os lados como fato, eu pensei que deveria haver uma passagem, em algum lugar na Bíblia, e que por alguma estranha razão eu nunca pensei que precisaria encontrá-la depois. O ponto principal é que ela simplesmente NÃO está lá. Grande artigo e perspicaz insight. Eu aprendi muito.” (Comentário sobre o artigo “O Autor do Pecado”)

Obrigado pelos seus comentários! Sim, esse assunto sobre o autor do pecado é apenas tradição, nada mais. Embora eu pense que não devamos nos focar em afirmar ou negar que Deus seja ou não o autor do pecado (visto que esse não é o foco da própria Bíblia), mas, antes, nos focar positivamente na soberania e majestade de Deus, não há nada biblica ou racionalmente errado em dizer que Deus é o autor do pecado.

A expressão tem sido tão falsificada, que ela soa automaticamente como errada ou até mesmo blasfema para as pessoas, mas nós podemos afirmá-la de uma maneira reverente, isto é, afirmar que Deus deveras governa sobre tudo, não de uma forma remota ou secundária, mas de uma forma poderosa e direta, fazendo tudo o que Lhe apraz.

Até mesmo 1 Coríntios 14:33 é facilmente explicado.

Primeiro, nós sabemos, a partir de muitas passagens bíblicas, que Deus causa confusão às vezes, tal como quando ele agiu contra os inimigos de Israel em batalha. Assim, isso significa que “autor de confusão” não pode ser entendido superficialmente, mas deve ser verdadeiramente entendido dentro do seu contexto.

O contexto é o versículo 40, que diz: “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem”. Esse é o ponto da passagem e o contexto para o versículo 33. Note que, seja na ordem ou na confusão, Paulo está dando instruções aos coríntios, não a Deus. Como Tiago, Paulo está falando sobre como os cristãos deveriam se comportar, e não sobre a metafísica por detrás do seu comportamento. A declaração, então, tem mais a ver com a aprovação ou desaprovação da situação por Deus do que sobre a causa metafísica.

Mas, há uma resposta direta à declaração, e esta é apontar que, antes de tudo, a palavra “autor” não está no texto! Se você verificar sua Bíblia interlinear, lemos assim a declaração: “Deus não é de confusão, mas de paz”. Não há nenhuma dica da palavra ou conceito de “autor” na passagem, mas ela foi inserida pelos tradutores.

Assim, a NIV traduz: “Pois Deus não é um Deus de desordem, mas de paz”, e outras traduções como a NASB e ESV são similares. Certamente, até mesmo as palavras “um Deus” foram inseridas aqui, mas é melhor do que inserir “autor”, que implica algo que não está realmente na declaração. Uma tradução mais literal poderia ser: “Pois Deus não é de desordem, mas de paz”, o que é verdade com respeito ao contexto imediato de ordem na igreja, e até mesmo quando Deus decreta o mal (incluindo a confusão). Ele assim o faz de acordo com um plano ordenado e racional.

– Vincent Cheung

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