A diferença entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda | JP Padilha


A herética "Teologia do Pacto", também conhecida como "aliancismo", ensina que o arrebatamento e a segunda vinda são um mesmo evento, com tudo junto e misturado. Essa crença é aceita pelo catolicismo romano e também por maior parte do denominacionalismo evangélico. O povo, em sua ignorância, costuma trazer para a igreja de Cristo aquilo que Ele disse em Mateus 24 e 25 para judeus, não para nós, cristãos. Repare que não há sequer um aviso no evangelho dos apóstolos sobre a "ira de Deus sendo derramada sobre a Noiva de Cristo". Isso não é encontrado nas epístolas porque a Tribulação não tem relação com a Igreja, mas trata-se de um período de rigorosa disciplina de Deus sobre o povo de Israel e sobre os pagãos. O remanescente judeu fiel, guardado por Deus, passará por essa prova (a grande tribulação) a fim de dar testemunho do evangelho do reino, aquele que anuncia o retorno do Rei. É importante notar que não existia Igreja quando Jesus avisou ISRAEL sobre o sofrimento que está por vir. Quando aquelas coisas ocorrerem, nós, a IGREJA, já teremos sido arrebatados no mínimo alguns meses antes.

"Basta a cada dia o seu próprio mal"... e nós não precisamos ter medo da ira de Deus sobre a terra, pois nos foi dado um presente especial -- o arrebatamento nos ares com Cristo (1Ts 4-5), e assim seremos livrados “da hora da tentação que há de vir sobre o mundo todo" (Ap 3.10). Foi DEUS quem fez essa promessa à Igreja. E ELE não mente.

AS PROVAS BÍBLICAS DE QUE O ARREBATAMENTO OCORRE ANTES DA TRIBULAÇÃO

1. A PROMESSA DE JESUS DE GUARDAR A IGREJA DA HORA DA TENTAÇÃO

Jesus promete à Igreja que ela será removida da terra antes da hora da tentação que está por vir sobre toda a terra: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também Eu te guardarei da hora da tentação (ou “provação” em algumas traduções) que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Apocalipse 3.10).

Jesus promete uma recompensa à Igreja pela sua “perseverança” durante as tribulações da vida. Essa recompensa é ser guardada de um período único – “hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro”. Essa é simplesmente a resposta da razão do arrebatamento da Igreja. O arrebatamento é uma promessa ou recompensa para a Igreja pela perseverança durante o sofrimento. A Igreja que suporta as provações deste presente momento será guardada DA HORA especial de experimentação que irá atingir os habitantes da terra.

Com isso, uma pergunta sempre surge: A frase “guardarei da” (Grego tēreō ek) em Apocalipse 3.10 significa “um contínuo estado seguro fora de” ou um “seguro de entre de”? A primeira opção é a resposta correta. A preposição Grega “ek” carrega muitas vezes a ideia de “surgimento”, mas nem sempre é assim. Dois notáveis exemplos disso encontram-se em 2 Coríntios 1.10 e 1 Tessalonicenses 1.10. Na passagem de 2 Coríntios, Paulo detalha como Deus o salvou de potencial perigo. Agora note uma passagem ainda mais convincente: Em 1 Tessalonicenses 1.10, quando Paulo declara que Jesus resgatará crentes da ira por vir, a ideia não é de um “surgimento após passar por algo”, mas sim de “proteção de entrar em algo”.

Além disso, se Apocalipse 3.10 se referisse meramente à uma divina proteção “em meio à hora de provação” ao invés de “da hora da provação”, como está explícito no texto, como ficariam aqueles que morreram por Jesus durante este tempo? Deus não os protegeu? Teria Deus mentido? O disseminado martírio dos santos durante o período da Tribulação exige que a promessa signifique “guardar fora da” hora de experimentação, e não “guardar em meio a”.

2. A IGREJA NÃO É MENCIONADA EM NENHUM LUGAR DE APOCALIPSE QUANDO O ASSUNTO NÃO SE REFERE A ELA

Do capítulo 6 ao 18 de Apocalipse, a Igreja não é mencionada. O termo comum no Novo Testamento para “Igreja” é ekklēsia. Esse termo é usado dezenove vezes em Apocalipse 1–3 com relação à igreja histórica do primeiro século. A palavra “Igreja” aparece apenas mais uma vez no epílogo do livro (Apocalipse 22.16). Em parte alguma de Apocalipse 6–18 é mencionada a “Igreja.” Isso é tão significativo que fica difícil imaginar como alguém é capaz de não se perguntar por que isso acontece durante esses capítulos de Apocalipse. É improvável que o apóstolo João passasse de instruções detalhadas para a Igreja em Apocalipse 1–3 para um absoluto silêncio sobre a Igreja por treze capítulos se a Igreja estivesse na Tribulação. Se a Igreja fosse experimentar a Tribulação, certamente teríamos em mãos o mais detalhado estudo de eventos da tribulação com a Igreja incluída nesse período. Mas o fato é que João não inclui a Igreja nesse contexto. A total ausência da “Igreja” na terra durante os eventos de Apocalipse 6–18 explica perfeitamente o porquê de um arrebatamento.

3. O ARREBATAMENTO NÃO TERIA MOTIVOS PARA OCORRER SE NÃO FOSSE PARA LIVRAR A IGREJA DA TRIBULAÇÃO

Se a Igreja fosse passar pela Tribulação, o arrebatamento dela seria totalmente sem fundamento e não teria uma razão para Jesus arrebatá-la nos ares. Se, como muitos propõem erroneamente, Deus preserva a Igreja de forma milagrosa somente “em meio à tribulação”, qual a razão de haver um arrebatamento? Se a intenção é evitar a ira de Deus no Armagedom, por que Deus não continuaria protegendo os santos na terra da mesma maneira que protegeu Israel das pragas no Egito (Ex 8.22; 9.4, 26; 10.23; 11.7)?

E quanto à separação entre as ovelhas e bodes em Mateus 25.31-46? Se o arrebatamento e a segunda vinda fossem um evento só, a separação subsequente entre as ovelhas e os bodes em Mateus 25.31-46 seria ridiculamente redundante. A separação entre bodes e ovelhas simplesmente já teria ocorrido no arrebatamento sem a necessidade de outra.

Outra coisa intrigante é: se todos os crentes da Tribulação são arrebatados e glorificados pouco antes do reino milenar, como muitos defendem, quem preencheria a população durante o reino milenar de Cristo na terra? Todos os crentes já teriam um corpo glorificado naquele tempo, enquanto as Escrituras indicam claramente que os descrentes vivos serão julgados no final da Tribulação e removidos da terra para serem julgados (Mt 13.41-42; 25.41). Essas realidades não se enquadram com o ensino bíblico de que crentes teriam filhos durante os mil anos de reinado de Cristo e que eles serão capazes de cometer pecado e rebelião (Is 65.20; cf. Ap 20.7-10).

Se você, caro leitor, acha que já viu incoerência demais nas crendices da Teologia do Pacto, prepare-se para esta: O paradigma “pós-tribulacionista” da igreja sendo arrebatada e imediatamente trazida de volta à terra não deixa tempo para o Tribunal de Cristo (1Co 3.10-15; 2Co 5.10) ou para as bodas (Ap 19.6-10). Lembre-se que não devemos confundir o Tribunal de Cristo com o Grande Trono Branco (Conferir artigo anterior – “
Os salvos participam do Julgamento Final? | JP Padilha”). Assim, a cronologia de um arrebatamento durante ou após a tribulação não faz qualquer sentido. Tal pensamento não possui resquício de lógica. Essa teoria é estapafúrdia e incongruente com o julgamento das nações, dos bodes e ovelhas e dos dois eventos críticos do fim dos tempos. O ensino claro das Escrituras sobre o arrebatamento acontecendo antes da Tribulação evita todas essas dificuldades de interpretação.

4. NÃO EXISTE NENHUM ALERTA PREPARATÓRIO NAS EPÍSTOLAS A RESPEITO DE UMA TRIBULAÇÃO IMINENTE SOBRE A IGREJA NA TERRA

Se você for na Bíblia, perceberá que as epístolas dos apóstolos não contêm quaisquer alertas preparatórios sobre uma tribulação iminente para os crentes da era da Igreja. As instruções de Deus contêm uma variedade de alertas, mas os crentes não são alertados a se prepararem para entrar na Tribulação vindoura e suportar a ira de Deus no momento da provação sobre a terra.

O Novo Testamento nos alerta sobre vários males que aconteceriam durante a era da Igreja: Ele nos alerta sobre heresias e falsos profetas (At 20.29-30; 2Pe 2.1; 1Jo 4.1-3; Jd 1.4); nos alerta a respeito da vida ímpia (Ef 4.25-5:7; 1Ts 4.3-8; Hb 12.1); nos alerta a perseverarmos em meio à presente tribulação (1Ts 2.13-14; 2Ts. 1:4), etc. Todavia, há um silencio total quando se trata de preparar a Igreja para a Tribulação global e catastrófica descrita em Apocalipse 6–18, a qual durará sete anos. As Escrituras fazem total silêncio sobre esse evento, que seria tão traumático para a Igreja caso ela tivesse que suportar esse período de experimentação de toda a terra habitável. Se a Igreja fosse experimentar qualquer parte do período da Tribulação, deveríamos esperar que as Escrituras ensinassem a existência, o propósito e a conduta da Igreja nele. Mas elas não ensinam nada sobre isso. Não existe qualquer ensino a respeito desse assunto na Bíblia e não há nenhuma instrução para a Igreja com relação à Tribulação vindoura de sete anos.

5. O ARREBATAMENTO É A ESPERANÇA QUE CONSOLA O CRENTE

Em 1 Tessalonicenses 4.13-18 descobrimos a razão de Paulo ter consolado os Tessalonicenses. Os Tessalonicenses estavam entristecidos por temerem que seus entes queridos perdessem a segunda vinda de Jesus porque haviam morrido. Qualquer posição anti-dispensacional dessa mensagem faz com que a carta de consolo do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses perca todo o seu sentido, pois, se não fosse por essa angústia dos crentes em Tessalônica, deveríamos esperar o oposto das preocupações ali refletidas. Em primeiro lugar, os Tessalonicenses estariam felizes e se regozijando, pois saberiam que seus entes queridos estão no lar com o Senhor e não irão enfrentar os horrores da Tribulação. Porém, ao olharmos atentamente para a carta, descobrimos que eles ainda não sabiam disso, e por esta razão Paulo lhes fala a respeito do arrebatamento que aconteceria a qualquer momento, trazendo o entendimento de que seus entes queridos ainda haveriam de ser arrebatados nos ares para se encontrarem com o Senhor juntamente conosco, os vivos.

6. O ARREBATAMENTO É UMA PROMESSA DE CONFORTO E TAMBÉM DA PRESENÇA IMINENTE COM CRISTO

O que a passagem de João 14.1-3 e 1 Tessalonicenses 4.13-18 têm em comum? Os dois textos se referem ao estado de conforto e presença com o Senhor Jesus Cristo antes que a Tribulação venha sobre a terra. Vejamos:

● A promessa da presença com Cristo:

“Onde eu estou, estejais vós também” (João 14.3).

“E, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4.17)

● A promessa de conforto:

“Não se turbe o vosso coração” (João 14.1)

“Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (1 Tessalonicenses 4.18)

Jesus explica claramente aos discípulos que Ele estava indo para a Casa do Pai (o céu) preparar lugar para eles, e que retornaria para os receber, para que eles pudessem estar onde Ele está agora (João 14:1-3). A frase “onde Eu estou”, embora implicando presença contínua no geral, aqui significa presença no céu em particular. Veja bem: Em João 3.34, Jesus se dirige aos fariseus dizendo: “Para onde Eu vou, vós não podeis ir”. Perceba que Jesus, ao falar com os fariseus a esse respeito, não estava falando de sua presente morada na terra, mas de Sua ressurreta presença à destra do Pai. Em João 14.1-3, “Onde eu estou” significa “no céu”.

Se o arrebatamento fosse depois da Tribulação, os santos teriam que se encontrar com Cristo nos ares e descer imediatamente à terra, sem experimentar a promessa feita por Jesus em João 14. Sabemos que João 14 se refere ao arrebatamento e não faz qualquer referência a juízo. Somente o entendimento bíblico de que o arrebatamento ocorre como Jesus prometeu – ou seja, antes da Tribulação vindoura – nos permite ver a coerência da linguagem de João 14.1-3; e somente esse posicionamento bíblico permite que entendamos o fato de que os santos arrebatados habitarão com Jesus por um tempo significativo na Casa de Seu Pai (o céu).

7. OITO DIFERENÇAS ENTRE O ARREBATAMENTO DA IGREJA E A SEGUNDA VINDA DE JESUS PARA REINAR NA TERRA

Uma coisa é o arrebatamento; outra coisa é a volta de Cristo para reinar. Se compararmos o arrebatamento, descrito em 1 Tessalonicenses 4.13-18 e em 1 Coríntios 15.50-58, com a segunda vinda de Cristo em Mateus 24–25, veremos pelo menos oito contrastes gritantes entre um evento e outro. Vejamos:

1. No arrebatamento, Cristo vem nos ares e retorna ao céu (1Ts 4.17). Todavia, na segunda vinda, Cristo vem à terra para habitar e reinar (Mt 25.31-32).

2. No arrebatamento, Cristo reúne os Seus santos, que pertencem à Igreja (1Ts 4.17). Todavia, na segunda vinda, os anjos é que reúnem os eleitos de Deus (Mt 24.31).

3. No arrebatamento, Cristo vem para recompensar (1Ts 4.17). Já na segunda vinda, Cristo vem para julgar, não para recompensar (Mt 25.31-46).

4. No arrebatamento há a ressurreição dos mortos que estão em Cristo para que sejam arrebatados juntos com os vivos (1Ts 4.15-16). Mas, na segunda vinda, nenhuma ressurreição acontece com a descida de Cristo. Nada é mencionado na Bíblia a respeito de ressurreição na segunda vinda de Cristo.

5. No arrebatamento, os crentes são tirados da terra (1Ts 4.15-17). Todavia, na segunda vinda, os descrentes é que são removidos da terra (Mt 24.37-41).

6. No arrebatamento, os descrentes permanecem na terra (1Ts 4.15-17). Porém, na segunda vinda, os crentes é que permanecem na terra (Mt 25.34).

7. No arrebatamento não existe menção alguma sobre o reino de Cristo na terra. Todavia, na segunda vinda, a Bíblia é clara ao dizer que o reino de Cristo na terra será estabelecido (Mt 25.34).

8. No arrebatamento, os crentes receberão corpos glorificados (1Co 15.51-57). Já na segunda vinda, nenhum vivo receberá um corpo glorificado.

8. AS PARÁBOLAS DE CRISTO NOS MOSTRAM AS DIFERENÇAS ENTRE O ARREBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA

Em Mateus 13 constatamos que a Bíblia nos mostra diferenças gigantescas entre o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo à terra:

Na parábola do trigo e do joio, o joio representa os descrentes e o trigo representa os crentes. Jesus diz que o joio (descrentes) será retirado do meio do trigo (crentes) na Sua segunda vinda (Mt 13.30, 40). Todavia, no arrebatamento, a passagem de 1 Tessalonicenses 4.15-17 diz que os crentes serão removidos da terra, enquanto os descrentes ficarão aqui.

Outra parábola que fala disso é a parábola da rede. Nessa parábola os peixes ruins (descrentes) são retirados do meio dos peixes bons (crentes) no ápice da segunda vinda de Cristo (Mt 13.48-50), enquanto os crentes são removidos de entre os descrentes no arrebatamento (1Ts 4.15-17).

Finalmente, a Bíblia não menciona o arrebatamento em nenhum dos textos mais detalhados sobre a segunda vinda de Cristo, que são Mateus 24 e Apocalipse 19.

Abaixo está a tabela de passagens bíblicas sobre dois eventos distintos: Arrebatamento da Igreja e Segunda Vinda de Jesus. Entre o Arrebatamento da Igreja e a Segunda Vinda de Jesus há um intervalo de sete anos de Tribulação sobre a Terra, conhecida como Septuagésima Semana de Daniel.




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Um comentário:

QUEM É O JP PADILHA? QUAL É A SUA PROFISSÃO?

Se você me perguntar o que eu sou, eu lhe responderei: "sou esposo". Se você insistir, lhe responderei: "sou pai"....