1 - INTRODUÇÃO


1. O Propósito da Profecia


O grande propósito de Deus é o de glorificar a Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, em duas esferas: nos céus e na terra. Em um dia futuro Deus irá liderar, em Seu Filho, a administração de todas as coisas nestas duas esferas. Trata-se do "mistério da Sua vontade" que Deus propôs em Si mesmo antes da criação do mundo.

...as riquezas da Sua graça; que Ele fez abundar para nós em toda a sabedoria e discernimento, fazendo-nos conhecido o mistério de Sua vontade, conforme o bom prazer que propôs a Si mesmo para a administração da plenitude dos tempos; de liderar todas as coisas no Cristo, as coisas nos céus e as coisas sobre a terra" (Ef 1:8-10 - Versão J. N. Darby)

2. O Assunto da Profecia

O assunto da profecia bíblica não é a igreja, e nem tampouco Israel e as nações gentias da terra, embora ambas serão abençoadas como resultado do cumprimento do propósito de Deus. O assunto da profecia é o Senhor Jesus Cristo. "O testemunho de Jesus é o espírito de profecia" (Ap 19:10). A profecia trata da terra, pois é o lugar que Deus escolheu para cumprir a Sua vontade concernente ao Seu Filho. Consequentemente, Israel e as nações (cuja porção e destino estão na terra) são tratadas na profecia, mas não são por si só o assunto da profecia.

A profecia não foi dada meramente para satisfazer o intelecto humano em relação aos eventos futuros, mas para trazer glória, honra e louvor ao Senhor Jesus Cristo. Quando lemos as Escrituras proféticas devemos procurar ver o que o Espírito de Deus está apresentando a respeito de Cristo e Sua glória, pois é Ele o assunto da profecia. Muitos cristãos buscam na Palavra de Deus o que ela tem a dizer a respeito de si mesmos, e com certeza Deus tem muito a nos dizer a respeito do nosso andar e modo de ser. Mas deveríamos realmente buscar a Palavra de Deus, primeiro para ver o que Ele tem a dizer a respeito de Seu amado Filho e tudo o que concerne a Ele, pois a SUA GLÓRIA é a CHAVE para o entendimento de toda Escritura, e só então procurarmos saber qual é sua aplicação para nós (Lc 24:25-27, 44; Jo 5:39; At 17:2-3, 11; 1Pe 1:11). Quando Deus, através do Seu Espírito, escreveu as Escrituras, Ele tinha o Seu Filho diante de Si, e se quisermos entender o que está na Sua Palavra precisamos também ter o Seu Filho diante de nossos corações. Que Deus permita sermos achados em comunhão com Ele e com o Seu Filho, à medida que estudamos as Escrituras proféticas. "A nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo" (1Jo 1:3).

3. A Interpretação da Profecia

Um importante princípio de interpretação das Escrituras é que, quando interpretamos um versículo em particular ou uma série de versículos, isto deve ser feito à luz de todas as outras passagens das Escrituras. As Escrituras proféticas não são uma exceção. Não se chega à interpretação de uma profecia por meio de uma passagem isolada que tenha sua própria solução e significado. Precisamos ponderar cuidadosamente cada versículo das Escrituras à luz de todos os outros. "Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2Pe 1:20-21). J. N. Darby escreveu: "Quase que se pode dizer que nenhuma profecia se explica por si só" (JND Translation, 2Pe 1:20 - nota).

Além disso, Deus usa figuras e símbolos na profecia para revelar Seus propósitos em relação a um determinado assunto. Precisamos ser cuidadosos em fazer distinção entre o que é simbólico e o que é literal. Além disso, ainda que o Espírito de Deus venha a utilizar figuras para ilustrar os Seus modos de agir, o escopo da profecia nunca é uma figura, mas é sempre literal. O Espírito de Deus também utiliza tipos na profecia para ilustrar o modo de Deus agir. Quando, neste livro, fizermos menção a algum tipo, ele será marcado com asterisco (*) a fim de ajudar o leitor a distinguir entre o que é a profecia literal e o que é um ensino figurado. Números entre # indicam a referência bibliográfica encontrada no final do livro.

Além disso, muitas profecias do Antigo Testamento têm tanto uma aplicação próxima que geralmente já se cumpriram no tempo de vida do profeta ou logo depois, e uma aplicação estendida, que pode chegar até o fim dos tempos. Portanto é importante distinguir qual parte da mensagem se refere às circunstâncias imediatas e qual parte fala do livramento final e completo de Israel no fim dos tempos.

4. O Efeito Prático da Profecia

Quando corretamente compreendida, a profecia poderá ter um triplo efeito sobre nós.

Primeiro, ela faz com que "o dia amanheça" em nossos corações (2Pe 1:19). Isto se refere à superioridade do brilho da verdade cristã no Novo Testamento. O apóstolo Pedro a põe em contraste com a "lâmpada" que reluz em um lugar escuro, referindo-se às Escrituras proféticas do Antigo Testamento. Recebemos um farol mais brilhante no corpo da verdade neo-testamentária. Isto não significa que devemos negligenciar as Escrituras do Antigo Testamento. Pedro diz exatamente o contrário, ao afirmar que faremos bem se atentarmos para elas. Quando lemos as profecias do Antigo Testamento, a verdade do Novo Testamento se destaca com um contraste ainda maior, do mesmo modo como a luz em pleno dia supera a luz de uma lâmpada. Como consequência, nos é dado perceber o quão grande é o contraste entre as bênçãos destinadas a Israel e as bênçãos e privilégios celestiais da igreja. O efeito prático da compreensão de nossas bênçãos cristãs fará com que valorizemos ainda mais aquilo que nos pertence por direito.

Segundo, o aprendizado da profecia faz com que "a estrela da alva apareça" em nossos corações (2Pe 1:19). Isto se refere à vinda de Cristo para Sua noiva, a igreja, no arrebatamento. Quando entendemos que ANTES que aconteçam todas as coisas previstas na profecia o Senhor virá e nos levará para o lar no céu, a Sua vinda para nós se torna mais iminente.

Terceiro, a leitura das profecias nos faz enxergar o fim deste mundo. Quando vemos que tudo ficará sob o juízo de Deus, entendemos como é fútil gastar nossas energias em construir algo que está fadado à destruição. O efeito prático disso fará com que vivamos, agora mesmo, mais separados do mundo. "Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?" (2Pe 3:11-12).

O Objetivo Deste Livro

Este livro não tem o propósito de comparar os eventos do noticiário com as profecias das Escrituras, pois a profecia propriamente dita não está se cumprindo nos dias de hoje. O objetivo deste livro é fornecer ao leitor um esboço resumido das "coisas que brevemente devem acontecer" (Ap 1:1).

O autor não reivindica a originalidade da verdade aqui compilada. Trata-se simplesmente daquilo que homens piedosos reunidos ao nome do Senhor (Mt 18:20) têm desfrutado e ensinado nos últimos 150 anos. Embora não possamos ser dogmáticos quanto à cronologia exata de cada evento em particular, tomamos o cuidado de seguir uma ordem sequencial. Isto foi difícil em algumas partes, pois muitos detalhes ocorrem simultaneamente.

As referências bíblicas usadas na versão
original em inglês foram tiradas da King James Bible, e em português das versões Almeida Revista e Corrigida e Almeida Corrigida Fiel. Em alguns casos foi utilizada a New Translation de J. N. Darby.

Que o efeito deste livro seja o de nos aproximar do Senhor Jesus Cristo, e fazer com que elevemos nossos olhos na jubilosa expectativa de Sua volta iminente.


Continua em: 
2 - A Bendita Esperança - O ARREBATAMENTO

Para retornar ao início, clique aqui: Sumário - ACONTECIMENTOS PROFÉTICOS: Cronologicamente Ordenados do Arrebatamento ao Estado Eterno

–– Bruce Anstey | Acontecimentos Proféticos – Cronologicamente Ordenados do Arrebatamento ao Estado Eterno
________________________________________
Livro disponível em E-book (gratuito) ou impresso aqui:
https://aprofeticosbruceanstey.blogspot.com/

–– Fonte 1: Página JP Padilha
–– Fonte 2: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

QUEM É O JP PADILHA? QUAL É A SUA PROFISSÃO?

Se você me perguntar o que eu sou, eu lhe responderei: "sou esposo". Se você insistir, lhe responderei: "sou pai"....