O QUE SIGNIFICA “O ISRAEL DE DEUS” NO NOVO TESTAMENTO? | JP Padilha


ISRAEL DE DEUS – Esse termo refere-se aos judeus crentes no Senhor Jesus Cristo que foram salvos e trazidos para fora da nação de Israel (Gl 6.16; At 26.17 – “Livrando-te deste povo”). Eles são “um remanescente, segundo a eleição da graça”, daquela nação (Rm 11.5 – AIBB) e agora fazem parte da Igreja de Deus. Mas isso não significa que a Igreja seja o Israel de Deus ou que os cristãos tenham se tornado “israelitas espirituais”, como é apontado hereticamente pelos teólogos do pacto. Embora o “Israel de Deus” (judeus convertidos ao evangelho da graça) faça parte da Igreja, isso não significa que a nação de Israel tenha perdido sua identidade como um povo terrenal de Deus e que espera pelas promessas feitas exclusivamente  a este povo no Antigo Testamento, as quais ainda não foram cumpridas, mas serão no Reino milenial de Cristo sobre a terra.

Israel e Igreja são dois povos diferentes, e isso é claramente explicado em Romanos 11. Israel está no presente momento em estado de torpor e cegueira enquanto Deus trata com a Igreja. Todavia, isso irá mudar. No fim, um remanescente judeu fiel irá se converter a Deus, e Deus terá os dois povos: Israel, escolhido desde a fundação do mundo (Mt 25.34), e a Igreja, escolhida antes da fundação do mundo (Ef 1.4).

A Igreja não é Israel. Eu não sou o “Israel de Deus”. Sou um cristão. Para ser Israel eu teria que me tornar israelita ou, no mínimo, me tornar um prosélito, passando a ter minhas práticas e costumes pautados nas ordenanças judaicas. Além disso, para ser um israelita, eu teria que buscar em Jerusalém o meu lugar de adoração (o Templo de Jerusalém), como fora ordenado aos judeus no Antigo Testamento.

Romanos 11 fala muito disso e nós deveríamos dar mais atenção ao que está explícito nesta passagem.

Mario Persona explica:

“Romanos 11 usa como exemplo a oliveira, a árvore de onde provém o azeite que é tantas vezes usado nas Escrituras como figura do Espírito Santo, pois o azeite é o combustível da luz que ilumina. O assunto do capítulo não é a salvação ou o testemunho individual, mas o testemunho coletivo de Deus na terra, ora nas mãos de seu povo Israel, ora nas mãos da Igreja, em diferentes épocas sob influência e direção do Espírito Santo.

Israel, os ramos naturais, foram quebrados, e a Igreja, os ramos de oliveira brava, enxertados. Considerando que uns e outros são meros ramos, podemos deduzir que a árvore continua existindo independente deles, porque a árvore é o testemunho de Deus em sua totalidade. Os ramos são aquelas coisas que partem do tronco e expandem seu alcance, o que vem bem de encontro à ideia de um testemunho crescente e abrangente.

Em Gênesis 12 Deus prometeu a Abraão que ele seria o pai de uma grande nação, e obviamente sabemos tratar-se de Israel. Abraão foi pai de Isaque e avô de Jacó, que teve seu nome mudado para Israel. A promessa incluía que todas as nações da terra seriam abençoadas por meio de Israel, ao qual Deus chamou de sua "menina dos olhos".” (Mario Persona – O que Respondi).

Agora note a seriedade de tudo isso:

“Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus” (João 4.22).

“Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito” (Gálatas 3.14).

Essas passagens não estão dizendo que os gentios (nós) se tornariam judeus ou Israel para serem abençoados. A mensagem está dizendo que nós, gentios, desfrutaríamos da bênção que, por intermédio de Abraão e de Israel, chegaria até nós na Pessoa de Jesus Cristo e de seu sacrifício consumado. Portanto, hoje somos salvos independente de nos tornarmos judeus ou parte da nação de Israel. O fato de nós, cristãos, existirmos, independente de Israel, não significa que Israel tenha deixado de ser a “menina dos olhos” de Deus, a nação terrenal de Deus, e muito menos significa que esta nação tenha perdido as bênçãos das promessas que Deus lhe deu.

Se antes Deus olhava para o mundo e enxergava apenas dois povos, Israel e gentios, hoje Deus enxerga três: Israel, gentios e Igreja. Veja:

Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos [gentios], nem à igreja de Deus” (1 Coríntios 10.32).

Ora, se o Espírito Santo de Deus faz essa distinção nas Escrituras, quem somos nós para dizer que Israel e Igreja são a mesma coisa? Quem nos persuadiu a crer em uma aberração dessas? Ora, Paulo não faria tal distinção entre esses três povos se a Igreja fosse apenas uma continuidade de Israel, e nem falaria de um futuro ainda a ser realizado para Israel em Romanos 11 e em várias outras passagens de suas epístolas.

Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim” (Romanos 11.1).

Nessa passagem Paulo está falando do povo de Israel. Basta ler o contexto. Paulo deixa claro que Deus não rejeitou Seu povo terrenal, Israel, citando ele próprio como exemplo inato de um israelita. O apóstolo se apresenta aqui como um judeu de nascença e apresenta as credenciais que o identificam como um judeu, embora ele seja membro do Corpo de Cristo (Igreja) agora.

– JP Padilha
___________________________________________________
Acesse o blogger do livro "O Evangelho Sem Disfarces" e baixe-o gratuitamente clicando aqui:
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/2019/08/sumario-o-evangelho-sem-disfarces.html

– Fonte 1: Facebook
JP Padilha
– Fonte 2: Página 
JP Padilha
– Fonte 3: 
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– Fonte 4: 
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

QUEM É O JP PADILHA? QUAL É A SUA PROFISSÃO?

Se você me perguntar o que eu sou, eu lhe responderei: "sou esposo". Se você insistir, lhe responderei: "sou pai"....