O SOFRIMENTO E AS PERSEGUIÇÕES POR CAUSA DE CRISTO | JP Padilha



Se alguém disse a você que a vida cristã é uma vida de felicidade plena ou sem fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, angústias e toda sorte de sofrimento por amor de Cristo, esta pessoa mentiu. Geralmente é o que fazem os ditos “pastores” “líderes espirituais” das denominações religiosas, em especial as pentecostais. Existem até mesmo denominações com o seguinte emblema: “Venha para a nossa ‘igreja’ que você será feliz!”. Existe uma organização religiosa conhecida no Brasil como “Igreja Universal do reino de Deus”. Trata-se de uma das maiores seitas evangélicas no mundo hoje. Esta seita possui um canal de televisão onde as propagandas consistem em mostrar pessoas que conquistaram riquezas e atribuem isso ao fato de elas terem se filiado a esta seita. A frase sacramental desta organização é: “Eu sou a Universal”. Eles não dizem “Eu sou de Cristo”. Resumindo o caso desta seita em específico, seus líderes fazem a promessa de uma vida cheia de riquezas em troca das pessoas fazerem parte daquela organização claramente longe dos ensinos da Bíblia. Todavia, quem conhece a Bíblia sabe que quem prometeu riquezas em troca de adoração não foi Deus, mas sim o diabo (Mt 4.9). Promessas de curas por meio de quinquilharias consideradas sagradas são frequentes nessas instituições religiosas. Porém, tudo não passa de um engano de Satanás. O evangelho não promete uma vida sem sofrimento ou uma vida de prazeres terrenos!

Jesus disse em seu famoso sermão da montanha que uma das bem-aventuranças é ser perseguido por causa da justiça (Mt 5.11). E mais, Ele também disse que bem-aventurados são aqueles que são injuriados e perseguidos através das maldades causadas pelas mentiras dos oponentes (Mt 5.12). Inventam mentiras para acusar falsamente os eleitos, como fizeram a Jesus.

Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, diz a Timóteo: “Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo” (2 Timóteo 2.3). Durante as instruções a Timóteo, Paulo insiste na exortação a respeito das perseguições que todos nós, crentes, havemos de sofrer se quisermos seguir a Cristo. Ele diz que “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3.12). Tudo isso se confirma com as palavras do apóstolo Pedro em 1 Pedro 4.12-16.

Pedro nos exorta a sofrer como cristãos e não como homens maus e desobedientes, visto que, se sofremos por causa da nossa desobediência, este sofrimento será em vão. Pedro diz claramente que o sofrimento do ímpio é totalmente vão, enquanto o nosso é para o nosso bem, não para o nosso mal. Se sofremos por seguir a Cristo, não temos do que nos envergonhar. O sofrimento causado por ser justo diante de Deus não é vão, mas produz bons frutos: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte” (1 Pedro 4.12-16).

Em 2 Coríntios 12.7-10 a Bíblia nos mostra que Paulo tinha um “espinho na carne”. A Bíblia não diz com clareza o que era esse espinho. Porém, ao nos atentarmos ao contexto histórico e textual de 2 Coríntios percebemos que o espinho na carne de Paulo provavelmente era algum homem que atuava entre os coríntios – uma figura religiosa influente dentro da igreja de Corinto –, o qual se opunha ao ministério de Paulo, perturbando sua vida, desrespeitando-o, caluniando-o, estimulando a perseguição contra ele, desencorajando a igreja a ajudá-lo em suas necessidades e deixando-o muito abatido. Essa interpretação nos parece mais sensata porque explicaria o fato de que no verso 10 Paulo associa o espinho na carne a injúrias, necessidades, perseguições e angústias. Portanto, uma enfermidade na alma, como por exemplo a depressão, ou qualquer coisa que esteja mais associada aos males da alma, parece se encaixar melhor ao espinho na carne de Paulo. Não dá para ter certeza, mas é certo afirmar que o contexto da passagem nos dá essa pista:

“... para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte” (2 Coríntios 12.7-10).

O Senhor corrige Seus filhos porque os ama:

“Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão. Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem” (Provérbios 3.11,12). “Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado” (Hebreus 12.6-13).

Sofrer por causa de nossos erros e falhas não nos levará a lugar nenhum; é um sofrimento vão! Mas se você e eu estamos permanecendo fiéis no firme fundamento da Palavra de Deus, perseverantes, obedientes a Deus, cooperando com Cristo e compartilhando Seu amor e Sua Palavra, o que podemos e devemos esperar é a oposição dos que não creem em Jesus e, consequentemente, “sofrer” por causa disso. Se pertencemos realmente a Cristo, é certo que encontraremos a oposição do mundo (Jo 15.19). Nesta passagem é dito que o mundo nos odeia assim como odiou o nosso Senhor.

Se você é cristão e ainda não sofreu por causa de Cristo, pode esperar que a sua vez irá chegar. São tempos sombrios em que somos tentados e provados pelo fogo (1Pe 1.7; Is 48.10). A vida do cristão é dura. Dura demais. Tem gente que descobre isso bem cedo, enfrentando temores, tremores, terrores e até tumores já na infância. Outros descobrem o lado amargo da vida um pouco mais tarde, quando a juventude traz consigo desafios enormes, responsabilidades pesadas, afetos frustrados, doenças da alma e trabalhos árduos. Já uma minoria privilegiada, um grupo bem pequeno mesmo, só conhece os dias cinzentos quando a terceira idade chega ou, quando já está bem mais velha. São aqueles pouquíssimos bem-aventurados que passam a maior parte da vida “numa boa”, desfrutando de saúde, bens, conforto e tranquilidade. Sim, isso pode acontecer com uma minoria de cristãos.

Todos, porém, sem exceção, cedo ou tarde se vêem obrigados a fazer coro com aqueles que, vez por outra, dizem: “A vida é dura”. Na verdade, o que eu tenho dito há cerca de 10 anos caminhando em um vale sombrio e obscuro é: “Não tenho vontade de viver”. Isso porque, segundo a Bíblia, para todos chegam os “maus dias”, nos quais o homem diz: “Não tenho neles prazer algum” (Eclesiastes 12.1).

Que os tempos de refrigério venham logo sobre nós, pois Jesus nos consola com a promessa de Sua iminente presença e conforto no arrebatamento da Igreja, quando seremos arrebatados nos ares (Jo 14.1-3; 1Ts 4.17-18). E, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Ele limpará de nossos olhos toda a lágrima, e não haverá mais pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas terão passadas (Ap 21.4). Essa deve ser a nossa constante esperança: o arrebatamento da Igreja.

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3.19).

Constantemente sou abordado pela seguinte situação: O crente chega até mim para dizer que “não pode abandonar tal pecado porque isso lhe acarretará muito sofrimento e lhe trará inúmeras perdas e angústias”. Como de costume, minha tendência é perguntar-lhe: Você realmente entendeu o que significa “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”? (Lucas 9.23). Tomar a sua cruz significa assumir publicamente que você decidiu morrer com Cristo. Isso é um caminho sem volta.

“Eis que já te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição” (Isaías 48.10).

– JP Padilha
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