14. MAL E PRIVAÇÃO



Comentário de um leitor:
“Conversamos há um tempo atrás sobre Deus ser o autor do mal no sentido de que Deus é a causa de todas as coisas. Todavia, o mal é uma privação e não realmente uma essência, não é? Eu pergunto por que ouvi alguém, num programa de rádio, argumentando com um homem, e esse disse: ‘O mal não é uma essência ontológica por si mesmo. Ele é uma privação ou falta do bem’”.

Devemos primeiro definir claramente o problema ou questão. Deixe-me ver se entendi o que você está tentando insinuar. Você parece implicar que, visto que o mal é uma privação, e visto que ele não é uma “coisa” em si mesmo, então, isso é inconsistente com Deus sendo a causa ou autor de todas as coisas. Eu não estou certo de que esse seja o seu ponto, mas parece ser. Assim, eu prosseguirei supondo que este seja o seu ponto. Se não for, você pode responder para clarificar.

Agora, nós podemos dizer que o mal não tem um status ontológico como o bem, visto que o próprio Deus é a Bondade, e não há um Mal como contraparte.[1] Se isso é o que queremos dizer, então isso é bíblico e verdadeiro; de outra forma, estaríamos afirmando o dualismo, ou a visão de que o Bem e o Mal são dois poderes eternos autoexistentes, iguais ou quase iguais, que lutam um contra o outro. Dessa perspectiva, é correto negar o Mal como tendo um status ontológico em si mesmo.

Contudo, isso não é inconsistente com a minha posição. De fato, ele é consistente somente com a minha. Que somente o Bem tem um status ontológico significa que o Bem deve ser a causa de todas as coisas, e, portanto, deve ser “bom” que exista o mal (embora o mal não seja bom em si mesmo). Essa é apenas outra forma de dizer que Deus foi bom e justo quando Ele ativamente decretou que deveria haver o mal, e então prosseguiu para ativamente executar esse decreto.

Como tenho mostrado em meus livros e artigos, não há problema bíblico ou racional com isso. Por outro lado, qualquer outra visão teria tempos difíceis tentando explicar o mal, e, assim, deveria relegá-lo ao “mistério” ou terminar no dualismo.

– Vincent Cheung
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NOTA:
1 –
Alguns seguidores de doutrinas de homens e de tradições ultrapassadas, com base na Teodiceia de Agostinho, têm afirmado que o mal não possui existência em si mesmo, e que ele não é algo que de fato exista, e sim uma corrupção do que já existe. Ou seja, segundo a tradição destes, o mal seria a ausência, distorção ou privação do que é bom. Ora, o que sobrará de tais teorias se tão somente abrirmos a boca em favor da Palavra inspirada?

A Bíblia nos mostra claramente que o mal é um ser ATIVO no mundo: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5.8 ). O diabo é tão real quanto o Seu Criador. Se o mal não existisse em si mesmo, Deus não teria nos ordenado que o mortificássemos e lutássemos contra ele (Cl 3.5-8; Ef 6.12)! (Comentário de JP Padilha – Trecho do artigo “O Autor do Mal segundo a Bíblia”).

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SUMÁRIO – IGREJA NÃO É ISRAEL

IGREJA NÃO É ISRAEL - Parte 1

IGREJA NÃO É ISRAEL - Parte 2

IGREJA NÃO É ISRAEL – Parte 3

Será que a Teologia do Pacto prova que Israel e Igreja são a mesma coisa?

A DOUTRINA DO INFERNO | JP Padilha


O inferno é muito confundido hoje com o lago de fogo e enxofre, pela maioria esmagadora de crentes professos. Essa confusão ocorre até mesmo na mente da maioria dos teólogos mais proeminentes do nosso século. O lago de fogo e enxofre, confundido por muitos com o "inferno", foi preparado para o diabo e seus anjos, que é para onde vão também os perdidos. Mas este lugar, por enquanto, está vazio. Ninguém nunca esteve lá, como pensam muitos. Os mortos em seus pecados (sem salvação) estão no hades (grego – “Inferno”, que significa “Sepultura”), que é uma condição de morte enquanto aguardam a ressurreição de seus corpos para serem lançados no “lago de fogo” (Mt 25.41; Ap 20.10-15). O inferno trata-se de um lugar temporário, no qual os mortos perdidos aguardam o Juízo Final para a condenação deles (Pv 15.24; Mt 23.33; 2Pe 2.4-17). Essa condenação é eterna, pois assim o Senhor a chama: "E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mateus 25.46). Se duvidarmos que a condenação é eterna, teremos de duvidar também que a vida seja eterna. O Senhor avisou de forma clara que o fogo "nunca" se apaga: “Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Marcos 9.44). Da mesma forma, Ele consolou os Seus escolhidos dizendo que "nunca" pereceriam nem seriam arrebatados de Sua mão: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10.28).

O destino dos perdidos é serem ressuscitados somente após o Reino Milenar para serem julgados no Grande Trono Branco (Juízo Final). O lago de fogo será a habitação final e eterna dos perversos, preordenados para este mesmo fim, mediante os decretos de Deus (Sl 9.7; Mt 25.41; Jd 1.4). No fim, o lago de fogo será inaugurado quando a besta e o falso profeta forem lançados lá (Ap 20.10-15), juntamente com os perdidos. Os salvos não fazem parte dessa lista, pois já estão com Cristo e jamais serão tirados de Sua presença (Jo 5.24).

Abaixo tecerei uma lista de 10 pontos que constituem a minha posição com relação à doutrina do Inferno. Alguns dos pontos são impopulares e controversos. Estou ciente das muitas objeções advindas da maioria dos cristãos professos da atualidade; eu já as estudei e as considerei cuidadosamente, e possuo respostas biblicamente e racionalmente definidas contra elas. Já forneci algumas dessas respostas em meus livros e artigos, e pretendo tratar das restantes em escritos futuros. Assim, até que argumentos bíblicos inegáveis sejam oferecidos para refutar qualquer um dos pontos que se seguem, devo considerar todos eles como bíblicos e coerentes, e, dessa forma, necessários, irrefutáveis e inegociáveis.

Eu tenho fortemente declarado minha insistência sobre estes pontos, pois estou ciente de que algumas das minhas crenças sobre o assunto são apaixonadamente confrontadas por muitas pessoas, incluindo cristãos reformados. Contudo, a verdade é que, se removermos todas as suposições antibíblicas, desnecessárias e injustificadas que eles afirmam, tornar-se-á claro que os seguintes pontos representam a única posição bíblica e consistente.

Nota: Na lista que se segue, usarei a palavra comumente usada pela maioria das pessoas para se referirem ao lago de fogo, que é a palavra “Inferno”. Não é o correto a se fazer, pois inferno é uma coisa e lago de fogo é outra. Porém, visto que o termo “Inferno” se tornou um mantra entre os cristãos professos quando se referindo ao estado eterno dos não-salvos, eu facilitarei as coisas para que o artigo não provoque confusão na mente de muitos. Dessa forma, quando eu uso a palavra “Inferno” abaixo, me refiro ao lago de fogo e enxofre.

Dito isso, seguem abaixo os seguintes 10 pontos:

1. O inferno é um lugar criado para os espíritos réprobos, tanto dos anjos como dos homens.

2. O inferno é um lugar cujos habitantes foram soberanamente e incondicionalmente criados por Deus para condenação.[1]

3. O inferno é um lugar no qual Deus exige castigos vindigativos, e não redentivos, dos seus habitantes. É a vingança do Senhor contra os réprobos.

4. O inferno é um lugar no qual Deus ativamente causa tormento eterno, consciente e extremo nos seus habitantes.

5. O inferno é um lugar no qual Deus demonstra Sua justiça, retidão, ira e poder, e é um lugar através do qual Ele glorifica a Si mesmo.

6. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e tudo o que Deus faz é certo e bom por definição. Portanto, é certo e bom que Deus tenha criado o inferno.[2]

7. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e é um lugar através do qual Ele glorifica a Si mesmo. Sendo assim, é pecaminoso desaprovar ou ter repulsa por sua existência ou propósito, de qualquer forma.[3]

8. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e é um lugar através do qual Ele glorifica a Si mesmo. Portanto, é certo e bom oferecer reverente e exuberante louvor e ação de graças a Deus por sua criação, existência e propósito.

9. O inferno é um lugar sobre o qual Deus adverte na Escritura e sobre o qual Cristo pregou em Seu ministério na terra. Portanto, é certo e bom para os crentes pregar sobre o inferno e pregar sobre a única forma de evitá-lo, que é a fé em Jesus Cristo, soberanamente concedida por Deus àqueles a quem Ele escolheu para salvação.

10. O inferno é um lugar que Deus predestinou para os réprobos. Portanto, embora seja certo e bom pregar indiscriminadamente o evangelho a todos os homens para chamar os eleitos e endurecer os réprobos, é errado e pecaminoso pregar como se Deus desejasse sinceramente a salvação dos réprobos, ou como se fosse possível para os réprobos receberem a fé e serem salvos.[4]

– JP Padilha
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NOTAS:
1 – Qualquer condição que pareça correlacionar com a reprovação de Deus de um indivíduo foi, em primeiro lugar, soberanamente decretada por Deus para ser parte deste indivíduo. Uma pessoa é escolhida para o inferno não por ter “livre”-arbítrio ou sobre qualquer condição determinada por seu próprio “livre”-arbítrio (que não existe de forma alguma), mas pela vontade soberana de Deus, que também soberanamente decretou e ativamente forneceu todas as condições que o próprio Deus considera apropriadas e necessárias, tais como o pecado e a incredulidade.

2 – Encontramos uma analogia na existência/criação do mal. Embora o mal seja mal (o mal não é bom), visto que o mal existe somente porque Deus ativamente e soberanamente o decretou (não passivamente ou permissivamente), é bom que exista o mal. Em outras palavras, o mal é mal (o mal não é bom), mas o decreto de Deus é bom –– isto é, Seu decreto de que o mal deveria existir por Sua vontade e poder ativo. Colocando isso de uma forma simples: o mal é mal, e não bom, mas Deus não errou em decretar o mal. Ele fez uma coisa certa e boa em decretar o mal. Da mesma forma, Deus fez uma coisa certa e boa ao criar o inferno e ao soberanamente, ativamente e incondicionalmente predeterminar a condenação dos réprobos.

3 – É certo e apropriado considerar e discutir o assunto com temor e tremor, conhecendo a severidade e o poder de Deus, mas é errado e pecaminoso considerar e discutir o assunto de uma forma que, mesmo remotamente, implique numa desaprovação ou repulsa para com o inferno, como que dizendo que Deus fez algo errado ao criá-lo. Desaprovar ou ter repulsa pelo inferno não é um sinal de compaixão bíblica, mas um sinal de rebelião pecaminosa, que deseja o bem-estar e o conforto humano à parte da fé e da santidade; à parte da dependência da graça de Deus.

4 – Eu tenho em mente a assim chamada “oferta sincera” do evangelho (a prática herética de pregar dizendo que Deus ama a todos os indivíduos do mundo).
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13. A DOUTRINA DO INFERNO



Abaixo está um sumário da minha posição com respeito à doutrina do inferno. Alguns dos pontos (ou os detalhes específicos dentro daqueles pontos) são impopulares e controversos. Eu estou ciente das objeções; eu já as estudei e considerei cuidadosamente, e possuo respostas biblicamente e racionalmente definidas contra elas. Já forneci algumas dessas em meus livros e artigos, e pretendo tratar das restantes em escritos futuros. Assim, até que argumentos bíblicos inegáveis sejam oferecidos para refutar qualquer um dos pontos que se seguem, ou qualquer um dos detalhes dos mesmos, devo considerar todos eles como bíblicos e coerentes, e, dessa forma, necessários e inegociáveis.

Eu tenho fortemente declarado minha insistência sobre estes pontos, pois estou ciente de que algumas das minhas crenças sobre o assunto são apaixonadamente confrontadas por muitas pessoas, incluindo cristãos reformados. Contudo, a verdade é que, se removermos todas as suposições antibíblicas, desnecessárias e injustificadas que eles afirmam, tornar-se-á claro que os seguintes pontos representam a única posição bíblica e coerente.

Dito isso, apresento a você os seguintes 10 pontos:

1. O inferno[1] é um lugar criado para os espíritos réprobos, tanto dos anjos como dos homens.

2. O inferno é um lugar cujos habitantes foram soberanamente e incondicionalmente criados por Deus para condenação.[2]

3. O inferno é um lugar no qual Deus exige castigos não-redentivos, mas vindicativos, dos seus habitantes.

4. O inferno é um lugar no qual Deus ativamente causa tormento eterno, consciente e extremo nos seus habitantes.

5. O inferno é um lugar no qual Deus demonstra Sua justiça, retidão, ira e poder, e é um lugar através do qual Ele glorifica a Si mesmo.

6. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e tudo o que Deus faz é certo e bom por definição. Portanto, é certo e bom que Deus tenha criado o inferno.[3]

7. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e é um lugar através do qual Ele glorifica a Si mesmo. Sendo assim, é pecaminoso desaprovar ou ter repulsa por sua existência ou propósito, de qualquer jeito.[4]

8. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e é um lugar através do qual Ele glorifica a Si mesmo. Portanto, é certo e bom oferecer reverente e exuberante louvor e ação de graças a Deus por Sua criação, existência e propósito.

9. O inferno é um lugar sobre o qual Deus adverte na Escritura, e sobre o qual Cristo pregou em Seu ministério na terra. Portanto, é certo e bom para os crentes pregar sobre o inferno e pregar sobre a única forma de evitá-lo, que é a fé em Jesus Cristo, soberanamente concedida por Deus àqueles a quem Ele escolheu para salvação.

10. O inferno é um lugar que Deus predestinou para os réprobos. Portanto, embora seja certo e bom pregar indiscriminadamente o evangelho a todos os homens para chamar os eleitos e endurecer os réprobos, é errado e pecaminoso pregar como se Deus desejasse sinceramente a salvação dos réprobos, ou como se fosse possível para os réprobos receberem a fé e serem salvos.[5]

– Vincent Cheung
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NOTAS:
1 – O inferno aqui é confundido por Vincent Cheung com o lago de fogo e enxofre. Essa confusão ocorre até mesmo na mente da maioria dos teólogos mais proeminentes do nosso século. O lago de fogo e enxofre, confundido por muitos com o "inferno", foi preparado para o diabo e seus anjos, que é para onde vão também os perdidos. Mas este lugar, por enquanto, está vazio. Ninguém nunca esteve lá, como pensam muitos. Os mortos em seus pecados (sem salvação) estão no hades (grego – “Inferno”, que significa “Sepultura”), que é uma condição de morte enquanto aguardam a ressurreição de seus corpos para serem lançados no “lago de fogo” (Mt 25.41; Ap 20.10-15). Trata-se de um lugar temporário, no qual os mortos perdidos aguardam o Juízo Final para a condenação deles (Pv 15.24; Mt 23.33; 2Pe 2.4-17). Essa condenação é eterna, pois assim o Senhor a chama: "E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mateus 25.46). Se duvidarmos que a condenação é eterna, teremos de duvidar também que a vida seja eterna. O Senhor avisou de forma clara que o fogo "nunca" se apaga: “Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Marcos 9.44). Da mesma forma, Ele consolou os Seus escolhidos dizendo que "nunca" pereceriam nem seriam arrebatados de Sua mão: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10.28).

O destino dos perdidos é serem ressuscitados somente após o Reino Milenar para serem julgados no Grande Trono Branco. O lago de fogo será a habitação final e eterna dos perversos, preordenados para este mesmo fim, mediante os decretos de Deus (Sl 9.7; Mt 25.41; Jd 1.4). No fim, o lago de fogo será inaugurado quando a besta e o falso profeta forem lançados lá (Ap 20.10-15), juntamente com os perdidos. Os salvos não fazem parte dessa lista, pois já estão com Cristo e jamais serão tirados de Sua presença (Jo 5.24). (Comentário de JP Padilha em O Evangelho Sem Disfarces, Volume 2 – Fim dos Tempos).


2 – Qualquer condição que pareça correlacionar com a reprovação de Deus de um indivíduo foi, em primeiro lugar, soberanamente decretada por Deus para ser parte deste indivíduo. Uma pessoa é escolhida para o inferno não por (ou sobre qualquer condição determinada por) seu próprio “livre”-arbítrio (que não existe de forma alguma), mas pela vontade soberana de Deus, que também soberanamente decretou e ativamente forneceu todas as condições que o próprio Deus considera apropriadas e necessárias, tais como o pecado e a incredulidade.

3 – Encontramos uma analogia na existência/criação do mal. Embora o mal seja mal (o mal não é bom), visto que o mal existe somente porque Deus ativamente e soberanamente o decretou (não passivamente ou permissivamente), portanto, é bom que exista o mal. Em outras palavras, o mal é mal (o mal não é bom), mas o decreto de Deus é bom –– isto é, Seu decreto de que o mal deveria existir por Sua vontade e poder ativo. Colocando isso de uma forma simples: o mal é mal, e não bom, mas Deus não errou em decretar o mal. Ele fez uma coisa certa e boa em decretar o mal. Da mesma forma, Deus fez uma coisa certa e boa ao criar o inferno e ao soberanamente, ativamente e incondicionalmente predeterminar a condenação dos réprobos.

4 – É certo e apropriado considerar e discutir o assunto com temor e tremor, conhecendo a severidade e o poder de Deus, mas é errado e pecaminoso considerar e discutir o assunto de uma forma que, mesmo remotamente, implique numa desaprovação ou repulsa para com o inferno, como que dizendo que Deus fez algo errado ao criá-lo. Desaprovar ou ter repulsa pelo inferno não é um sinal de compaixão bíblica, mas um sinal de rebelião pecaminosa, que deseja o bem-estar e o conforto humano à parte da fé e da santidade; à parte da dependência da graça de Deus.

5 – Eu tenho em mente a assim chamada “oferta sincera” do evangelho (a prática herética de pregar dizendo que Deus ama a todos os indivídos do mundo).

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POUCOS SÃO ESCOLHIDOS | JP Padilha


A Doutrina da Eleição estabelece que somente uns poucos chegarão ao Céu, e que, portanto, a maioria das pessoas irá para o inferno. Leiamos os textos mais enfáticos sobre esse ponto:

Mateus 7.13-14 “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram”.

Mateus 22.14“Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.

Embora a doutrina da eleição ensine que somente uma minoria de escolhidos chegará ao Céu, o conceito de eleição, em si mesmo, não implica necessariamente que esse número será pequeno. A Bíblia nos mostra que será um número grande de salvos, ainda que minoritário. Quando se referindo ao número daqueles que foram escolhidos para salvação, a Escritura promete que haverá muitos salvos. Porém, ainda assim, os salvos compõem um grupo minoritário de pessoas.

Existem três passagens mal usadas para defender a ideia de que o número de salvos será maior do que o número de condenados:

1. Por exemplo, Deus disse a Abraão: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência” (Gênesis 15.5). A Escritura ensina que Deus estava se referindo principalmente à sua semente espiritual, e não aos seus descendentes naturais, embora, num contexto escatológico, esse texto esteja literalmente falando de Israel.

2. Em Apocalipse 7.9-10 lemos: “Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas. E clamavam em alta voz: ‘A salvação pertence ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro’”.

3.
Em TUDO Cristo terá a preeminência (Compare Provérbios 27.20 com Lucas 14.23 e Colossenses 1.18).

Sabemos que haverá muitos salvos em termos absolutos, ou comparados com zero. Mas, isso não nos diz se o número de pessoas salvas será maior em relação ao número de pessoas condenadas. Algumas pessoas falham em notar esse ponto e, assim, têm enganosamente inferido dessas três passagens que o número desses salvos será maior do que o daqueles condenados no final.

A questão é quão muitos serão salvos com relação aos não-salvos, e não com relação a zero. Os dois versículos de Mateus (7.13-14; 22.14) são a base para estabelecer que o número de salvos é muito menor que o número de não-salvos. Qualquer que seja o versículo usado para tentar determinar outra premissa terá que ser submetido a uma análise exegética responsável para entender o que é dito ali. Um dos versos de Mateus que lemos diz que “poucos há que a encontrem” (a porta que conduz à vida eterna). O outro diz que “poucos são escolhidos”. Se esses dois versículos estiverem tratando amplamente da questão, então aqui está a nossa resposta — não somente o número de salvos será menor do que o número de não-salvos, mas ele será muito menor, visto que Jesus está contrastando entre os “muitos” e os “poucos”.

Há aqueles que afirmam que essas duas passagens não podem funcionar como uma resposta ampla à nossa questão, pois os contextos sugerem, segundo eles, que elas estão tratando somente da situação do primeiro século. Neste exato momento, não estou convencido de que isso seja correto, mas estou disposto a examinar argumentos exegéticos em favor dessa posição.

Ao considerar nossa questão, é importante descartar imediatamente alguns dos populares, porém vazios, argumentos.

Por exemplo, é comum argumentar que o número dos salvos será certamente muito maior do que o número de não-salvos porque Deus certamente agarrará a “vitória” no final. Isto é, Ele nunca “perderá” para satanás na batalha entre o bem e o mal, e sobre as almas humanas. Alguns dos mais proeminentes teólogos reformados do passado e do presente têm argumentado dessa forma. Mas esse argumento está errado. Trata-se de uma péssima forma de interpretar a Bíblia.

Esse argumento é tolo — é arbitrário e auto-destrutivo. É arbitrário porque ele assume que “vitória” nessa situação é determinada por número, mas esses ditos teólogos falham em produzir evidência bíblica ou qualquer tipo de suporte racional usando essa premissa ou padrão. Então, o argumento é auto-destrutivo, pois, se formos determinar “vitória” por números absolutos, então, se uma pessoa acaba no inferno, isso necessariamente significaria que Deus fracassou em obter uma vitória total sobre satanás e o mal. Todavia, muitas pessoas estão no inferno!

Embora essa ideia estapafúrdia seja usada por alguns teólogos reformados, esse argumento carrega certo sabor dualístico nele — isto é, implica que satanás é uma força do mal poderosa com quem até mesmo Deus deve contender, que Deus ganhará alguns e perderá alguns, e que, no final, Ele ganhará mais do que perderá. Que visão patética de Deus! Que entendimento anti-escriturístico da história redentora! Quando um calvinista está usando esse argumento (ou qualquer outro como esse sobre qualquer outro assunto), ele está sendo inconsistente com suas próprias crenças sadias e bíblicas.

Agora, aqueles que acabam no Céu são salvos porque Deus predeterminou a sua salvação, e aqueles que terminam no inferno são condenados porque Deus predeterminou sua condenação. Assim, como Deus poderia “perder”, quando todos aqueles que terminarão no inferno estão ali somente porque o próprio Deus predeterminou enviá-los para lá?

Deus poderia “perder” somente se o que Ele predeterminou que acontecesse falhasse em acontecer, ou se o que Ele não predeterminou que acontecesse ainda assim acontecesse de qualquer jeito. Por exemplo, se alguns daqueles a quem Deus escolheu para salvação falhassem em serem salvos e terminassem no inferno, então poderíamos dizer que Deus perdeu; ou, se alguns daqueles a quem Deus escolheu para condenação de alguma forma terminassem no Céu, então Deus também perderia. Mas é claramente estúpido dizer que Deus perderá se mais pessoas terminarem no inferno do que no Céu se isso é exatamente o que Ele quer; até mesmo porque isso é o que Ele predeterminou que acontecesse. De fato, se Deus tivesse decidido que todo pecador deveria terminar no inferno, então poderíamos dizer que Ele perderia, mesmo que uma só pessoa conseguisse entrar no Céu.

Só o que já fora exposto acima derruba a ideia de que o fato de Jesus em tudo ter preeminência significa que Ele salvou a maioria. Pelo contrário – Jesus em tudo terá preeminência justamente porque tudo o que Ele predeterminou irá acontecer, incluindo a perdição da maioria das pessoas. Sendo assim,
Provérbios 27.20, Lucas 14.23 e Colossenses 1.18 não servem de base para nossa discussão, mas sim Mateus 7.13-14 e 22.14. De fato, Colossenses 1.18 diz que em tudo Cristo terá preeminência, mas essa preeminência em nada tem a ver com o número de salvos. Ao contrário, essa passagem nos diz que Sua vontade sempre prevalece. Ou seja, Sua vontade em salvar uma pequena minoria foi realizada na cruz. Essa conclusão coaduna com uma interpretação sadia das Escrituras e do contexto dos versículos que temos analisado aqui.

Mas, a questão de que se mais pessoas terminarão no Céu ou no inferno não tem, em si mesma, relevância direta para com a questão se Deus “ganha” ou “perde”. Se o que acontece é exatamente o que Deus predeterminou que acontecesse, então Ele ganha. E Ele predeterminou que a maioria está condenada.

Há outros argumentos que as pessoas têm usado para mostrar que o número dos salvos será maior do que o número de não-salvos, mas eles são ineficazes, senão totalmente absurdos.

Todas estas objeções são ineficazes, pois há duas doutrinas que, caso fosse mostrado que as mesmas são bíblicas e relevantes, poderíamos estabelecer que o número dos salvos deveras será maior do que o dos não-salvos. Estou me referindo ao Amilenismo e ao pós-milenismo. Essas falsas doutrinas ensinam que, de acordo com numerosas profecias, tanto no Antigo como no Novo Testamento, antes do retorno de Cristo à terra, o evangelho se tornará crescentemente bem-sucedido e influente, não somente na esfera social e política, mas especialmente nos corações dos homens, de forma que ele [o evangelho] dominará o mundo por um extenso período de tempo.

O Amilenismo e o pós-milenismo afirmam hereticamente que o Reino Milenar começou no primeiro século e terminará no retorno de Cristo. Essas doutrinas ensinam hereticamente que o Reino Milenar é de caráter espiritual, não literal e futuro. Nesse ínterim entre o primeiro século e a volta de Cristo à terra, dizem eles, embora a influência do evangelho será flutuante, ele finalmente sobrepujará todas as oposições e se tornará a força dominante nos corações dos homens, e, assim também na sociedade em geral, segundo os “grandes exegetas” amilenistas e pós-milenistas. O que eu posso fazer é dar risadas!

Agora, imaginemos que o Amilenismo e o pós-milenismo estejam corretos hipoteticamente falando. Então é deveras possível que mais pessoas serão salvas do que não-salvas; que mais pessoas terminarão no Céu do que no inferno. Porém, devemos estabelecer duas coisas para eliminar tal conclusão:

Primeiro, devemos estabelecer que as duas passagens de Mateus (7.13-14; 22.14) e todas as outras passagens similares estão realmente se referindo à situação de toda a era cristã. Cristo se referiu, de fato, a toda era cristã. Ele foi enfático em dizer que poucas pessoas entrarão no Céu e que muitas irão para o inferno, e ponto final.

Segundo, devemos imaginar, se for de alguma forma possível, que o período de tempo durante o qual o evangelho dominará os corações dos homens e durante o qual mais pessoas se tornarão cristãs do que permanecerão como não-cristãs será muito longo — longo o suficiente para compensar todos os séculos passados nos quais mais pessoas permaneceram como não-cristãs (incluindo os falsos convertidos) do que aquelas que se tornaram cristãs. Porém, isso é impensável.

Essa é a razão pela qual eu digo que o Amilenismo e o pós-milenismo são visões heréticas em si mesmas, pois eles devem provar ser relevantes para que o nosso apelo a eles seja um argumento eficaz em favor de mais pessoas terminarem no Céu do que no inferno. Se o período no qual o evangelho dominará o mundo não for longo o suficiente para compensar todos os séculos passados de relativa escuridão, então, o número de pessoas não-salvas permanecerá ainda maior do que o número de pessoas salvas.

Certamente, se é impossível satisfazer a primeira condição acima, então, a segunda também é excluída. Em outras palavras, se as duas passagens de Mateus (7.13-14; 22.14) estão realmente dizendo que, como uma regra geral para todos os tempos, mais pessoas irão para o inferno do que para o Céu, então, por implicação necessária, o período durante o qual o evangelho “dominará o mundo” (de acordo com o Amilenismo e o pós-milenismo) não será suficiente para penetrar nos corações da maioria dos homens.

Podemos estar certos sobre uma coisa: que todas as coisas acontecerão exatamente como Deus predeterminou, e, portanto, Ele “ganha” mesmo que mais pessoas terminem no inferno do que no Céu.

– JP Padilha
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12. REVELAÇÃO DA GRAÇA



Comentário de um leitor:

“Eu estou lendo sua Teologia Sistemática agora e devo dizer que meu pensamento inteiro tem sido sacudido. No mês passado, eu vim a aceitar as doutrinas calvinistas, e seus materiais escritos têm, em ensino, muito mais da Escritura nesses últimos dias. É incrivelmente refrescante ouvir um pastor pregar apenas a partir da Bíblia e traçar argumentos convincentes a partir dela. Eu sou grato a Deus que ele tenha me escolhido, e seus ensinos sobre eleição e reprovação têm me provado mais e mais apenas quão abençoado eu fui por Deus ter tido misericórdia de mim, não por causa de algo em mim, mas para que Ele possa glorificar a Si mesmo. Eu ainda tenho muito o que ler dos seus escritos, mas eu apenas quero dizer obrigado e fazer com que você saiba que Deus tem te usado para mudar o meu pensamento”.

Obrigado pelos seus comentários!

O que chamamos de Calvinismo, certamente são os próprios ensinos da Bíblia com respeito à natureza de Deus, do homem, da redenção e da salvação. Ela ensina que Deus é soberano, justo e gracioso, e que o homem é depravado, impotente e perdido; que Cristo, de uma maneira certa, não somente redimiu os eleitos, mas condenou os réprobos, e que o único modo do homem pecador ser salvo é o Deus soberano salvando-o, ativa e poderosamente, mas também permanentemente.

Se não fosse pelos numerosos desvios desses ensinos bíblicos, não haveria necessidade de identificar ninguém com o nome de alguma pessoa, exceto com o de Jesus Cristo. Mas, em si, o Calvinismo não é nada mais do que uma expressão sistemática da revelação bíblica da graça. Ele é o evangelho, e é o que devemos crer e pregar. O eleito responderá com gratidão e reverência; o réprobo responderá com aversão e desdém.

A Bíblia também nos ensina sobre o poder, a ira e a justiça de Deus na reprovação. Mas os réprobos não podem fazer nada, exceto pelo poder ativo de Deus, como Lutero diz, energizando e até mesmo compelindo-os a pecar, de acordo com a natureza má que Deus também colocou neles segundo o padrão de Adão. Assim, nada é livre em qualquer sentido do poder e do controle ativo de Deus.

Assim, os vasos de cerâmica para os propósitos nobres não podem se fabricar a partir de um pedaço de barro, nem podem também os vasos para os propósitos comuns se fabricarem, mas é Deus quem ativa e soberanamente cria e arranja ambos para serem o que são. Isso é o que a Escritura consistentemente ensina.

– Vincent Cheung

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11. POUCOS SÃO ESCOLHIDOS


A doutrina da eleição implica que somente uns poucos chegarão ao Céu, e que, portanto, a maioria irá para o inferno. Mateus 7:13-14 suporta conclusivamente essa noção. Leiamos o que esses versos dizem. Visto que Mateus 22:14 é também frequentemente mencionado em conexão com essa questão, o incluiremos em nossa discussão.

Mateus 7:13-14 (ARC)“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram”.

Mateus 22:14 (ARC)“Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.

A doutrina da eleição ensina que somente uns poucos escolhidos chegarão ao Céu, mas o conceito de eleição, em si mesmo, não implica necessariamente que esse número será grande ou pequeno, ou que ele será maior do que o número de réprobos.

Quando se referindo ao número daqueles que foram escolhidos para salvação, a Escritura promete que haverá muitos salvos. Por exemplo, Deus disse a Abraão: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las”. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência” (Gênesis 15:5). A Escritura ensina que Deus estava se referindo principalmente à sua semente espiritual, e não aos seus descendentes naturais, embora, num contexto escatológico, esse texto esteja literalmente falando de Israel.

Então, em Apocalipse 7:9-10 lemos:

“Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas. E clamavam em alta voz: ‘A salvação pertence ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro’”.

Assim, sabemos que haverá muitos salvos em termos absolutos, ou comparados com zero. Mas, isso não nos diz se o número de pessoas salvas será maior em relação ao número de pessoas condenadas. Algumas pessoas falham em notar esse ponto e, assim, têm enganosamente inferido dessas duas passagens que o número desses salvos será maior do que o daqueles condenados no final.

A questão é quão muitos serão salvos com relação aos não-salvos, e não com relação a zero. Os dois versículos de Mateus parecem muito relevantes. Um diz que “poucos há que a encontrem” e o outro diz que “poucos são escolhidos”. Se esses dois versículos estiverem tratando amplamente da questão, então aqui está nossa resposta — não somente o número de salvos será menor do que o número de não-salvos, mas ele será muito menor, visto que Jesus está contrastando entre os “muitos” e os “poucos”.

Há aqueles que afirmam que essas duas passagens não podem funcionar como uma resposta ampla à nossa questão, pois os contextos sugerem, segundo eles, que elas estão tratando somente da situação do primeiro século. Neste exato momento, não estou convencido de que isso seja correto, mas estou disposto a examinar argumentos exegéticos em favor dessa posição.

Ao considerar nossa questão, é importante descartar imediatamente alguns dos populares, porém vazios, argumentos.

Por exemplo, é comum argumentar que o número dos salvos será certamente muito maior do que o número de não-salvos porque Deus certamente agarrará a “vitória” no final; isto é, Ele nunca “perderá” para satanás na batalha entre o bem e o mal, e sobre as almas humanas. Alguns dos mais proeminentes teólogos reformados do passado e do presente têm argumentado dessa forma. Mas esse argumento está errado.

Esse argumento é tolo — é arbitrário e auto-destrutivo. É arbitrário porque ele assume que “vitória” nesta situação é determinada por número, mas eles falham em produzir evidência bíblica ou qualquer tipo de suporte racional usando essa premissa ou padrão. Então, o argumento é auto-destrutivo, pois, se formos determinar “vitória” por números absolutos, então, se uma pessoa acaba no inferno, isso necessariamente significaria que Deus fracassou em obter uma vitória total sobre satanás e o mal. Todavia, muitas pessoas estão no inferno!

Embora isso seja usado por mais do que uns poucos teólogos reformados, esse argumento carrega certo sabor dualístico nele — isto é, implica que satanás é uma força do mal poderosa com quem até mesmo Deus deve contender, que Deus ganhará alguns e perderá alguns, e que, no final, Ele ganhará mais do que perderá. Que visão patética de Deus! Que entendimento anti-escriturístico da história redentora! Quando um calvinista está usando esse argumento (ou qualquer outro como esse sobre qualquer outro assunto), ele está sendo inconsistente com suas próprias crenças sadias e bíblicas.

Agora, aqueles que acabam no Céu são salvos porque Deus pré-determinou a sua salvação, e aqueles que terminam no inferno são condenados porque Deus pré-determinou sua condenação. Assim, como Deus poderia “perder”, quando todos aqueles que terminarão no inferno estão ali somente porque o próprio Deus pré-determinou enviá-los para lá?

Deus poderia “perder” somente se o que Ele pré-determinou que acontecesse falhasse em acontecer, ou se o que Ele não pré-determinou que acontecesse ainda assim acontecesse de qualquer jeito. Por exemplo, se alguns daqueles a quem Deus escolheu para salvação falhassem em serem salvos e terminassem no inferno, então poderíamos dizer que Deus perdeu; ou, se alguns daqueles a quem Deus escolheu para condenação de alguma forma terminassem no Céu, então Deus também perderia. Mas é claramente estúpido dizer que Deus perderá se mais pessoas terminarem no inferno do que no Céu se isso é exatamente o que Ele quer; até mesmo porque isso é o que Ele pré-determinou que acontecesse. De fato, se Deus tivesse decidido que todo pecador deveria terminar no inferno, então poderíamos dizer que Ele perderia, mesmo que uma só pessoa conseguisse entrar no Céu.

Assim, a questão de que se mais pessoas terminarão no Céu ou no inferno não tem, em si mesma, relevância direta para com a questão se Deus “ganha” ou “perde”. Mas, se o que acontece é exatamente o que Deus pré-determinou que acontecesse, então Ele ganha.

Há outros argumentos que as pessoas têm usado para mostrar que o número dos salvos será maior do que o número de não-salvos, mas quase todos eles são ineficazes, senão totalmente absurdos.

Eu disse “quase” todos eles são ineficazes, pois há uma doutrina que, caso seja mostrado que a mesma é bíblica e relevante, pode estabelecer que o número dos salvos deveras será maior do que o dos não-salvos. Estou me referindo ao Amilenismo e pós-milenismo. Essas falsas doutrinas ensinam que, de acordo com numerosas profecias, tanto no Antigo como no Novo Testamento, antes do retorno de Cristo, o evangelho se tornará crescentemente bem-sucedido e influente, não somente na esfera social e política, mas especialmente nos corações dos homens, de forma que ele [o evangelho] dominará o mundo por um extenso período de tempo. O Amilenismo e o pós-milenismo afirmam hereticamente que o Reino Milenar começou no primeiro século e terminará no retorno de Cristo. Nesse ínterim, embora a influência do evangelho será flutuante, ele finalmente sobrepujará todas as oposições e se tornará a força dominante nos corações dos homens, e assim também na sociedade em geral, segundo o Amilenismo e o pós-milenismo.

Agora, se o Amilenismo e o pós-milenismo estão corretos, então é deveras possível que mais pessoas serão salvas do que não-salvas, que mais terminarão no Céu do que no inferno. Porém, devemos estabelecer duas coisas para tirar tal conclusão:

Primeiro, devemos estabelecer que as duas passagens de Mateus (e todas as outras passagens similares) estão realmente se referindo à situação de toda a era cristã.

Segundo, devemos estabelecer, se for de alguma forma possível, que o período de tempo durante o qual o evangelho dominará os corações dos homens, e durante o qual mais pessoas se tornarão cristãs do que permanecerão como não-cristãs, será muito longo — longo o suficiente para compensar todos os séculos passados nos quais mais pessoas permaneceram como não-cristãs (incluindo os falsos convertidos) do que aquelas que se tornaram cristãs.

Essa é a razão pela qual eu digo que o Amilenismo e o pós-milenismo são visões heréticas em si mesmas, pois eles devem provar ser relevantes para que o nosso apelo a eles seja um argumento eficaz em favor de mais pessoas terminarem no Céu do que no inferno. Se o período no qual o evangelho dominará o mundo não for longo o suficiente para compensar todos os séculos passados de relativa escuridão, então, o número de pessoas não-salvas permanecerá ainda maior do que o número daqueles que serão salvos.

Certamente, se é impossível satisfazer a primeira condição acima, então, a segunda também é excluída. Em outras palavras, se as duas passagens de Mateus (7:13-14; 22:14) estão realmente dizendo que, como uma regra geral para todos os tempos, mais pessoas irão para o inferno do que para o Céu, então, por implicação necessária, o período durante o qual o evangelho “dominará o mundo” (de acordo com o Amilenismo e o pós-milenismo) não será suficiente para penetrar nos corações da maioria dos homens.

Podemos estar certos sobre uma coisa: que todas as coisas acontecerão exatamente como Deus pré-determinou, e, portanto, ele “ganha” mesmo que mais pessoas terminem no inferno do que no Céu.

– Vincent Cheung (adaptado e ampliado por JP Padilha)

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