Algumas
vezes as pessoas me perguntam sobre fatalismo. A maioria delas são pessoas
educadas e educáveis que desejam conhecer o que o determinismo e o fatalismo
são, como eles se diferem um do outro e como minha posição se difere do
fatalismo.[2] E então, há alguns que abertamente me acusam de ensinar
fatalismo. O que se segue será suficiente como minha resposta para ambos os
grupos de pessoas.
Em algumas definições, os termos “determinismo” e “fatalismo” são similares. Alguns dicionários ingleses definiriam esses termos de formas que falhariam em fazer uma clara distinção entre eles. Merriam-Webste é muito ambíguo para o nosso propósito, e Webster's New World Thesaurus considera as duas palavras como sinônimas. Certamente, mesmo aqueles que afirmam o determinismo “suave” e me acusam de ensinar o fatalismo não aceitariam essas definições ambíguas, visto que, então, eles se tornariam, na melhor das hipóteses, “fatalistas suaves”. As definições na literatura teológica e filosófica poderiam ser mais precisas.
Por “fatalismo”, eu me refiro ao ensino de que todos os eventos são pré-determinados (1) por forças impessoais e (2) a despeito dos meios, de forma que, não importa o que uma pessoa faça, a mesma consequência resultará.
Por “determinismo”, estou especificamente me referindo ao determinismo teológico ou divino. Ele é o ensino de que o Deus pessoal da Bíblia pré-determinou inteligente e imutavelmente todos os eventos, incluindo todos os pensamentos, decisões e ações humanas, predestinando, assim, tanto os fins como os meios para aqueles fins.
Essas não são definições privadas minhas, mas são consistentes com o uso comum na literatura teológica e filosófica.
Por exemplo, o Dr. Alan Cairns é um respeitado pastor e teólogo Presbiteriano, cuja ortodoxia é geralmente inquestionável, e, infelizmente, ele é um determinista “suave”.[3] Ele define “fatalismo” da seguinte forma: “A teoria da necessidade inevitável; a filosofia oriental pagã de que todas as coisas são pré-determinadas por forças cegas e irracionais, e, portanto, não há lugar para o esforço humano mudar algo”.[4]
Agora, diante dos olhos de Deus, quem ousaria me acusar de ensinar que “todas as coisas são pré-determinadas por forças cegas e irracionais”? Fazer isso seria cometer o pecado de calúnia, e alguns têm realmente cometido esse pecado contra mim por suas falsas acusações. Antes, eu afirmo que é o Deus pessoal e racional quem pré-determinou todas as coisas.
E quem ousaria me acusar de ensinar que todas as coisas ocorrem como pré-determinadas, a despeito dos meios? Eu afirmo que Deus determinou todas as coisas por imutavelmente pré-ordenar e diretamente controlar tanto os fins como os meios. Portanto, não é que “não há lugar para o esforço humano”, mas é Deus quem também controla os esforços humanos bem como os efeitos desses esforços para produzir os resultados pré-determinados.
É perigoso falar de coisas que você não entende, e parece que aqueles que me acusam de ensinar o fatalismo são, de fato, ignorantes a respeito do que o fatalismo realmente significa.
Assim como alguns arminianos falsamente acusam os calvinistas de ensinar o fatalismo, aqueles calvinistas que afirmam o determinismo “suave” dão meia-volta e me acusam de ensinar o fatalismo, quando, na verdade, tanto esses calvinistas “suaves” como aqueles arminianos não têm idéia do que o fatalismo significa. Essas pessoas não têm a cortesia de nem mesmo dar uma olhada na palavra num dicionário teológico para se certificar se a acusação se aplica. E eles certamente não têm o mínimo fundo teológico para entender o que o fatalismo significa sem consultar algum dicionário.
Quanto àqueles de vocês que são atenciosos e ensináveis — diferentemente daqueles que fazem acusações ignorantes e caluniosas, pretendendo ser eruditos quando não o são — eu não acuso vocês por perguntarem sobre isso, visto que há muita falsa informação sendo circulada.
Tenha certeza de que o que eu ensino, embora seja uma versão mais vigorosa do determinismo que você está acostumado a ouvir, é muito diferente do fatalismo. De fato, ele é tão diferente do fatalismo como o teísmo é diferente do paganismo e do ateísmo, visto que eu afirmo que todas as coisas são determinadas por um Deus pessoal e soberano, não por “forças cegas e irracionais”.
Portanto, não permita que pessoas ignorantes te confundam ou te enganem.
Então, eu apontarei também algo que é comumente mal-entendido, a saber, o fato de que algumas pessoas assumem que uma pessoa tem mais liberdade sob o “determinismo” e que as coisas são mais abrangentemente determinadas no “fatalismo”. Mas isso não é verdade.
O fato é que as coisas são mais determinadas no determinismo divino do que em qualquer outro esquema. Sob o “fatalismo” (como definimos apropriadamente acima), um evento é pré-determinado de tal forma que a mesma consequência resultará, “não importando o que você faça”, isto é, a despeito dos meios. Mas, sob o determinismo divino, embora “importe” o que você faça, “o que você faz” é também imutavelmente pré-determinado em primeiro lugar. E “importa” porque há uma relação definida entre “o que você faz” e o resultado, mas até mesmo essa relação é determinada e controlada por Deus.[5]
Assim, eu afirmo o determinismo divino e não o fatalismo, mas não pela razão que as pessoas algumas vezes evitam o fatalismo. Eu afirmo o determinismo não porque as coisas são menos controladas nesse esquema — elas são mais controladas nele — mas eu o afirmo porque ele é a verdade revelada e racional.
Aproveitando, há aqueles que acusam que o meu determinismo e ocasionalismo equivalem ao panteísmo.[6] Mas isso também é estúpido e ignorante. Se o panteísmo afirma que “tudo é Deus”, então isso significa que quando Deus age em qualquer objeto, Ele sempre está agindo em Si mesmo. Contudo, isso está muito longe do que eu afirmo. Antes, eu afirmo que Deus criou entidades espirituais e materiais que são outras além dele, mas que Ele, todavia, as sustenta e controla completamente. Dizer que Deus controla X é muito diferente de dizer que Deus é X.
De fato, para os meus oponentes me acusarem de panteísmo porque eu afirmo o controle direto e total de Deus sobre todas as coisas implica que eles crêem, sob o nome de teísmo, que Deus não pode ter controle direto e total sobre todas as coisas que não sejam Ele mesmo.[7] Mas, então, visto que o universo criado não é Deus, por implicação eles devem afirmar que Deus não tem controle direto e total sobre qualquer coisa no universo criado.
Isto é, através da acusação deles contra mim, eles implicam que Deus está identificado com todas as coisas sobre as quais Ele tem controle direto e total. Então, visto que eles negam meu ensino de que Deus tem controle direto e total sobre todas as coisas, e visto que eles ao mesmo tempo negam que Deus seja identificado com o universo, segue-se que eles crêem que Deus não tenha controle direto e total sobre qualquer coisa no universo.[8] E se isso é o que eles crêem, então eles nem mesmo são cristãos.
Esta é a implicação do que eles crêem a partir da acusação deles contra mim. Certamente, eu não estou realmente acusando-lhes de crerem nisso, mas é a implicação lógica, e a conclusão generosa é que eles são no mínimo inconsistentes.
Em todo caso, assim como com a acusação de fatalismo, essas pessoas não têm ideia do que o panteísmo significa, e acusar-me de ensinar panteísmo de uma maneira explícita ou implícita não é nada senão calúnia.
Em outras palavras, a objeção denuncia a suposição de que Deus é (identificado com) tudo o que Ele controla. E a acusação caluniosa é de que, se Vincent Cheung ensina que Deus controla completamente todas as coisas, incluindo os pensamentos e decisões humanas, e incluindo todos os objetos corpóreos e incorpóreos e as relações e interações entre eles (assim, que um objeto em movimento não tem nenhum poder inerente para mover outro objeto quando o primeiro colide com o último, mas que é Deus quem ativamente e diretamente controla ambos, e que uma “causa secundária” pode, na melhor das hipóteses, ser um termo relativo que não pode atribuir nenhum poder causativo inerente a nenhum objetivo criado, etc.), então Vincent Cheung deve estar ensinando panteísmo.
Agora, após apontar a suposição injustificada (que Deus é tudo o que Ele controla completamente), e após apontar que eu rejeito essa suposição, permanece que essa é a suposição deles sob a base do que formam sua acusação contra mim. É nesse ponto que a objeção é um tiro pela culatra. Visto que a suposição deles é a de que Deus é identificado com tudo o que Ele controla completamente, isso significa que se eles crêem que Deus controla completamente alguma coisa, então Deus deve ser identificado com tal objeto, e isso faz deles pelo menos panteístas modificados ou parciais. Mantendo constante a suposição deles, a única alternativa lógica para eles é negar que Deus controla completamente algo em Sua criação, e, sendo assim, eles não serão mais nem mesmo teístas. Não podemos chamá-los de cristãos.
Portanto, logicamente falando, aqueles que usam essa objeção afirmam o panteísmo parcial ou um deísmo finito, cujo nenhum dos quais permite que se chamem consistentemente de cristãos. Por outro lado, eu afirmo que Deus controla completamente tudo sobre tudo que é algo, e isso não implica que Ele seja identificado com aquelas coisas que Ele controla. Antes, Sua criação é algo outro que não Ele mesmo, mas é, todavia, algo que Ele controla completamente.
– Vincent Cheung
_________________________________________
NOTAS:
1 – Por “determinismo”, estamos nos referindo somente ao determinismo teísta, teológico ou divino, e não ao determinismo naturalista ou científico, o último sendo a posição afirmada pela maioria dos ateus. Estamos considerando o controle que Deus exerce sobre a Sua criação, e não a relação entre ações humanas e causas naturais antecedentes (tais como genética e fatores ambientais). Certamente, quando diz respeito às assim chamadas causas naturais, eu afirmo que é Deus quem direta e ativamente controla tanto essas causas naturais como as reações dos objetos sobre os quais essas causas naturais supostamente agem. Em outras palavras, minha posição é que todas as causas naturais são somente “causas” num sentido relativo.
2 – Aqui estão dois exemplos: (1) “Gostaria de saber qual é a sua posição sobre fatalismo. Fatalismo e determinismo são a mesma coisa?”; (2) “Gostaria de saber como você diferenciaria o determinismo rígido do fatalismo. A razão pela qual eu pergunto isso é que me parece que a maioria dos calvinistas que sustentam o determinismo suave se esforça para evitar a acusação de serem fatalistas”.
3 – Alan Cairns, Dictionary of Theological Terms, p. 186.
4 – Ibid., p. 176.
5 – Do que as pessoas me acusarão agora? Eu não posso ser acusado de ensinar fatalismo, visto que estou dizendo que o fatalismo é muito fraco! Mas os caluniadores pensarão em algo.
6 – Veja A. A. Hodge em Esboços de Teologia.
7 – De outra forma, eles não me acusariam de ensinar panteísmo quando eu afirmo que Deus controla direta e totalmente todas as coisas.
8 – Com a Escritura, eu digo que o Oleiro tem controle direto e total sobre o barro, mas eles dizem que isso é panteísmo. Isso implica que eles crêem que o Oleiro pode ter controle direto e total sobre o barro somente se o Oleiro for o barro, e se o Oleiro não for o barro, então o Oleiro não tem controle direto e total sobre o barro. Visto que é de fato verdade que o Oleiro (Deus) não é o barro (criação e criaturas), segue-se que eles crêem que Deus não tem nenhum controle direto e total sobre a criação e as criaturas.
Para voltar ao SUMÁRIO, clique aqui:
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2025/06/sumario-o-autor-do-pecado-vincent-cheung.html
___________________________________________________
Acesse o blog do livro E-BOOK "O Evangelho Sem Disfarces" completo e baixe-o gratuitamente clicando aqui:
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/2019/08/sumario-o-evangelho-sem-disfarces.html
Compre o livro impresso aqui:
https://clubedeautores.com.br/livro/o-evangelho-sem-disfarces-2
– Fonte 1: Facebook JP Padilha
– Fonte 2: Página JP Padilha
– Fonte 3: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– Fonte 4: https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/
Em algumas definições, os termos “determinismo” e “fatalismo” são similares. Alguns dicionários ingleses definiriam esses termos de formas que falhariam em fazer uma clara distinção entre eles. Merriam-Webste é muito ambíguo para o nosso propósito, e Webster's New World Thesaurus considera as duas palavras como sinônimas. Certamente, mesmo aqueles que afirmam o determinismo “suave” e me acusam de ensinar o fatalismo não aceitariam essas definições ambíguas, visto que, então, eles se tornariam, na melhor das hipóteses, “fatalistas suaves”. As definições na literatura teológica e filosófica poderiam ser mais precisas.
Por “fatalismo”, eu me refiro ao ensino de que todos os eventos são pré-determinados (1) por forças impessoais e (2) a despeito dos meios, de forma que, não importa o que uma pessoa faça, a mesma consequência resultará.
Por “determinismo”, estou especificamente me referindo ao determinismo teológico ou divino. Ele é o ensino de que o Deus pessoal da Bíblia pré-determinou inteligente e imutavelmente todos os eventos, incluindo todos os pensamentos, decisões e ações humanas, predestinando, assim, tanto os fins como os meios para aqueles fins.
Essas não são definições privadas minhas, mas são consistentes com o uso comum na literatura teológica e filosófica.
Por exemplo, o Dr. Alan Cairns é um respeitado pastor e teólogo Presbiteriano, cuja ortodoxia é geralmente inquestionável, e, infelizmente, ele é um determinista “suave”.[3] Ele define “fatalismo” da seguinte forma: “A teoria da necessidade inevitável; a filosofia oriental pagã de que todas as coisas são pré-determinadas por forças cegas e irracionais, e, portanto, não há lugar para o esforço humano mudar algo”.[4]
Agora, diante dos olhos de Deus, quem ousaria me acusar de ensinar que “todas as coisas são pré-determinadas por forças cegas e irracionais”? Fazer isso seria cometer o pecado de calúnia, e alguns têm realmente cometido esse pecado contra mim por suas falsas acusações. Antes, eu afirmo que é o Deus pessoal e racional quem pré-determinou todas as coisas.
E quem ousaria me acusar de ensinar que todas as coisas ocorrem como pré-determinadas, a despeito dos meios? Eu afirmo que Deus determinou todas as coisas por imutavelmente pré-ordenar e diretamente controlar tanto os fins como os meios. Portanto, não é que “não há lugar para o esforço humano”, mas é Deus quem também controla os esforços humanos bem como os efeitos desses esforços para produzir os resultados pré-determinados.
É perigoso falar de coisas que você não entende, e parece que aqueles que me acusam de ensinar o fatalismo são, de fato, ignorantes a respeito do que o fatalismo realmente significa.
Assim como alguns arminianos falsamente acusam os calvinistas de ensinar o fatalismo, aqueles calvinistas que afirmam o determinismo “suave” dão meia-volta e me acusam de ensinar o fatalismo, quando, na verdade, tanto esses calvinistas “suaves” como aqueles arminianos não têm idéia do que o fatalismo significa. Essas pessoas não têm a cortesia de nem mesmo dar uma olhada na palavra num dicionário teológico para se certificar se a acusação se aplica. E eles certamente não têm o mínimo fundo teológico para entender o que o fatalismo significa sem consultar algum dicionário.
Quanto àqueles de vocês que são atenciosos e ensináveis — diferentemente daqueles que fazem acusações ignorantes e caluniosas, pretendendo ser eruditos quando não o são — eu não acuso vocês por perguntarem sobre isso, visto que há muita falsa informação sendo circulada.
Tenha certeza de que o que eu ensino, embora seja uma versão mais vigorosa do determinismo que você está acostumado a ouvir, é muito diferente do fatalismo. De fato, ele é tão diferente do fatalismo como o teísmo é diferente do paganismo e do ateísmo, visto que eu afirmo que todas as coisas são determinadas por um Deus pessoal e soberano, não por “forças cegas e irracionais”.
Portanto, não permita que pessoas ignorantes te confundam ou te enganem.
Então, eu apontarei também algo que é comumente mal-entendido, a saber, o fato de que algumas pessoas assumem que uma pessoa tem mais liberdade sob o “determinismo” e que as coisas são mais abrangentemente determinadas no “fatalismo”. Mas isso não é verdade.
O fato é que as coisas são mais determinadas no determinismo divino do que em qualquer outro esquema. Sob o “fatalismo” (como definimos apropriadamente acima), um evento é pré-determinado de tal forma que a mesma consequência resultará, “não importando o que você faça”, isto é, a despeito dos meios. Mas, sob o determinismo divino, embora “importe” o que você faça, “o que você faz” é também imutavelmente pré-determinado em primeiro lugar. E “importa” porque há uma relação definida entre “o que você faz” e o resultado, mas até mesmo essa relação é determinada e controlada por Deus.[5]
Assim, eu afirmo o determinismo divino e não o fatalismo, mas não pela razão que as pessoas algumas vezes evitam o fatalismo. Eu afirmo o determinismo não porque as coisas são menos controladas nesse esquema — elas são mais controladas nele — mas eu o afirmo porque ele é a verdade revelada e racional.
Aproveitando, há aqueles que acusam que o meu determinismo e ocasionalismo equivalem ao panteísmo.[6] Mas isso também é estúpido e ignorante. Se o panteísmo afirma que “tudo é Deus”, então isso significa que quando Deus age em qualquer objeto, Ele sempre está agindo em Si mesmo. Contudo, isso está muito longe do que eu afirmo. Antes, eu afirmo que Deus criou entidades espirituais e materiais que são outras além dele, mas que Ele, todavia, as sustenta e controla completamente. Dizer que Deus controla X é muito diferente de dizer que Deus é X.
De fato, para os meus oponentes me acusarem de panteísmo porque eu afirmo o controle direto e total de Deus sobre todas as coisas implica que eles crêem, sob o nome de teísmo, que Deus não pode ter controle direto e total sobre todas as coisas que não sejam Ele mesmo.[7] Mas, então, visto que o universo criado não é Deus, por implicação eles devem afirmar que Deus não tem controle direto e total sobre qualquer coisa no universo criado.
Isto é, através da acusação deles contra mim, eles implicam que Deus está identificado com todas as coisas sobre as quais Ele tem controle direto e total. Então, visto que eles negam meu ensino de que Deus tem controle direto e total sobre todas as coisas, e visto que eles ao mesmo tempo negam que Deus seja identificado com o universo, segue-se que eles crêem que Deus não tenha controle direto e total sobre qualquer coisa no universo.[8] E se isso é o que eles crêem, então eles nem mesmo são cristãos.
Esta é a implicação do que eles crêem a partir da acusação deles contra mim. Certamente, eu não estou realmente acusando-lhes de crerem nisso, mas é a implicação lógica, e a conclusão generosa é que eles são no mínimo inconsistentes.
Em todo caso, assim como com a acusação de fatalismo, essas pessoas não têm ideia do que o panteísmo significa, e acusar-me de ensinar panteísmo de uma maneira explícita ou implícita não é nada senão calúnia.
Em outras palavras, a objeção denuncia a suposição de que Deus é (identificado com) tudo o que Ele controla. E a acusação caluniosa é de que, se Vincent Cheung ensina que Deus controla completamente todas as coisas, incluindo os pensamentos e decisões humanas, e incluindo todos os objetos corpóreos e incorpóreos e as relações e interações entre eles (assim, que um objeto em movimento não tem nenhum poder inerente para mover outro objeto quando o primeiro colide com o último, mas que é Deus quem ativamente e diretamente controla ambos, e que uma “causa secundária” pode, na melhor das hipóteses, ser um termo relativo que não pode atribuir nenhum poder causativo inerente a nenhum objetivo criado, etc.), então Vincent Cheung deve estar ensinando panteísmo.
Agora, após apontar a suposição injustificada (que Deus é tudo o que Ele controla completamente), e após apontar que eu rejeito essa suposição, permanece que essa é a suposição deles sob a base do que formam sua acusação contra mim. É nesse ponto que a objeção é um tiro pela culatra. Visto que a suposição deles é a de que Deus é identificado com tudo o que Ele controla completamente, isso significa que se eles crêem que Deus controla completamente alguma coisa, então Deus deve ser identificado com tal objeto, e isso faz deles pelo menos panteístas modificados ou parciais. Mantendo constante a suposição deles, a única alternativa lógica para eles é negar que Deus controla completamente algo em Sua criação, e, sendo assim, eles não serão mais nem mesmo teístas. Não podemos chamá-los de cristãos.
Portanto, logicamente falando, aqueles que usam essa objeção afirmam o panteísmo parcial ou um deísmo finito, cujo nenhum dos quais permite que se chamem consistentemente de cristãos. Por outro lado, eu afirmo que Deus controla completamente tudo sobre tudo que é algo, e isso não implica que Ele seja identificado com aquelas coisas que Ele controla. Antes, Sua criação é algo outro que não Ele mesmo, mas é, todavia, algo que Ele controla completamente.
– Vincent Cheung
_________________________________________
NOTAS:
1 – Por “determinismo”, estamos nos referindo somente ao determinismo teísta, teológico ou divino, e não ao determinismo naturalista ou científico, o último sendo a posição afirmada pela maioria dos ateus. Estamos considerando o controle que Deus exerce sobre a Sua criação, e não a relação entre ações humanas e causas naturais antecedentes (tais como genética e fatores ambientais). Certamente, quando diz respeito às assim chamadas causas naturais, eu afirmo que é Deus quem direta e ativamente controla tanto essas causas naturais como as reações dos objetos sobre os quais essas causas naturais supostamente agem. Em outras palavras, minha posição é que todas as causas naturais são somente “causas” num sentido relativo.
2 – Aqui estão dois exemplos: (1) “Gostaria de saber qual é a sua posição sobre fatalismo. Fatalismo e determinismo são a mesma coisa?”; (2) “Gostaria de saber como você diferenciaria o determinismo rígido do fatalismo. A razão pela qual eu pergunto isso é que me parece que a maioria dos calvinistas que sustentam o determinismo suave se esforça para evitar a acusação de serem fatalistas”.
3 – Alan Cairns, Dictionary of Theological Terms, p. 186.
4 – Ibid., p. 176.
5 – Do que as pessoas me acusarão agora? Eu não posso ser acusado de ensinar fatalismo, visto que estou dizendo que o fatalismo é muito fraco! Mas os caluniadores pensarão em algo.
6 – Veja A. A. Hodge em Esboços de Teologia.
7 – De outra forma, eles não me acusariam de ensinar panteísmo quando eu afirmo que Deus controla direta e totalmente todas as coisas.
8 – Com a Escritura, eu digo que o Oleiro tem controle direto e total sobre o barro, mas eles dizem que isso é panteísmo. Isso implica que eles crêem que o Oleiro pode ter controle direto e total sobre o barro somente se o Oleiro for o barro, e se o Oleiro não for o barro, então o Oleiro não tem controle direto e total sobre o barro. Visto que é de fato verdade que o Oleiro (Deus) não é o barro (criação e criaturas), segue-se que eles crêem que Deus não tem nenhum controle direto e total sobre a criação e as criaturas.
Para voltar ao SUMÁRIO, clique aqui:
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2025/06/sumario-o-autor-do-pecado-vincent-cheung.html
___________________________________________________
Acesse o blog do livro E-BOOK "O Evangelho Sem Disfarces" completo e baixe-o gratuitamente clicando aqui:
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/2019/08/sumario-o-evangelho-sem-disfarces.html
Compre o livro impresso aqui:
https://clubedeautores.com.br/livro/o-evangelho-sem-disfarces-2
– Fonte 1: Facebook JP Padilha
– Fonte 2: Página JP Padilha
– Fonte 3: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– Fonte 4: https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário