IGREJA NÃO É ISRAEL - Parte 1 | JP Padilha


Existe um aspecto dispensacional no episódio em que os judeus acusam Jesus de possessão demoníaca. Em Mateus 12.22-24, os fariseus acusam Jesus de estar possuído por um demônio porque Ele está expulsando demônios, alegando que o Seu poder vem de Belzebu, o chefe dos demônios.

Os evangelhos representam uma mudança de dispensação antes da formação da Igreja – o Corpo de Cristo – composta de judeus e gentios. Todavia, primeiro Israel deveria rejeitar o Messias, o qual “veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1.11). Essa rejeição é vista aqui nos líderes religiosos da nação de Israel e, como consequência, Deus colocou Israel de lado por um tempo para tratar com a Igreja.

Em outro evangelho, Jesus fala do triste resultado que teve Sua interação com Seu povo: “Se eu não tivesse vindo e lhes falado, não seriam culpados de pecado. Agora, contudo, eles não têm desculpa para o seu pecado. Aquele que me odeia, também odeia o meu Pai. Se eu não tivesse realizado no meio deles obras que ninguém mais fez, eles não seriam culpados de pecado. Mas agora eles as viram e odiaram a mim e a meu Pai. Mas isto aconteceu para se cumprir o que está escrito na Lei deles: ‘Odiaram-me sem razão’” (João 15.22-24).

A falta de entendimento da verdade dispensacional de que Deus tem dois povos – Israel e Igreja – leva muitos cristãos a adotarem em sua adoração costumes judaicos, como templos, clérigos, dízimos etc. Consideram a Igreja uma continuação de Israel e herdeira das mesmas promessas terrenas de prosperidade feitas àquele povo no Antigo Testamento (Promessas que ainda não foram cumpridas, mas serão no futuro). Entretanto, a Igreja nada tem a ver com Israel, pois ela era um “mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus” (Efésios 3.9). Tampouco a Igreja tem sua esperança na terra, como Israel, pois foi abençoada com promessas espirituais, não terrenas, “com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1.3). Seu destino não é viver aqui, pois “a nossa cidadania está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Filipenses 3.20).

O apóstolo Paulo explica da seguinte forma:

“Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegasse a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: ‘Virá de Sião o Redentor que desviará de Jacó a impiedade. E esta é a minha aliança com eles quando eu remover os seus pecados’. Quanto ao evangelho, eles são inimigos por causa de vocês; mas quanto à eleição, são amados por causa dos patriarcas, pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis” (Romanos 11.25-29). Esse “endurecimento em parte” é só “até que chegue a plenitude dos gentios”, mostrando um período de tempo definido que termina com os últimos gentios sendo acrescentados ao Corpo de Cristo. Então “virá de Sião o Redentor” para salvar Israel e estabelecer um Reino de mil anos na terra (cf. Ap 20).

Como calvinista de verdade, creio que a eleição de Deus é irrevogável (Rm 11.25-29). É por isso que acredito que a eleição de Israel permanece, não tendo sido revogada ou substituída pelo advento da Igreja. De fato, quem diz que a Igreja é o novo Israel não pode ser definido como calvinista, pois milita contra a perpetuidade da eleição divina, um dos pilares do Calvinismo autêntico. A Bíblia é dispensacionalista do início ao fim.

Entenda mais sobre o assunto nos links abaixo:

Igreja não é Israel – Parte 2
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2025/04/igreja-nao-e-israel-parte-2-jp-padilha.html

Igreja não é Israel – Parte 3
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2025/05/igreja-nao-e-israel-parte-3.html

Será que a Teologia do Pacto prova que Israel e Igreja são a mesma coisa?
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2023/10/sera-que-teologia-do-pacto-prova-que.html

– JP Padilha
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