14. MAL E PRIVAÇÃO



Comentário de um leitor:
“Conversamos há um tempo atrás sobre Deus ser o autor do mal no sentido de que Deus é a causa de todas as coisas. Todavia, o mal é uma privação e não realmente uma essência, não é? Eu pergunto por que ouvi alguém, num programa de rádio, argumentando com um homem, e esse disse: ‘O mal não é uma essência ontológica por si mesmo. Ele é uma privação ou falta do bem’”.

Devemos primeiro definir claramente o problema ou questão. Deixe-me ver se entendi o que você está tentando insinuar. Você parece implicar que, visto que o mal é uma privação, e visto que ele não é uma “coisa” em si mesmo, então, isso é inconsistente com Deus sendo a causa ou autor de todas as coisas. Eu não estou certo de que esse seja o seu ponto, mas parece ser. Assim, eu prosseguirei supondo que este seja o seu ponto. Se não for, você pode responder para clarificar.

Agora, nós podemos dizer que o mal não tem um status ontológico como o bem, visto que o próprio Deus é a Bondade, e não há um Mal como contraparte.[1] Se isso é o que queremos dizer, então isso é bíblico e verdadeiro; de outra forma, estaríamos afirmando o dualismo, ou a visão de que o Bem e o Mal são dois poderes eternos autoexistentes, iguais ou quase iguais, que lutam um contra o outro. Dessa perspectiva, é correto negar o Mal como tendo um status ontológico em si mesmo.

Contudo, isso não é inconsistente com a minha posição. De fato, ele é consistente somente com a minha. Que somente o Bem tem um status ontológico significa que o Bem deve ser a causa de todas as coisas, e, portanto, deve ser “bom” que exista o mal (embora o mal não seja bom em si mesmo). Essa é apenas outra forma de dizer que Deus foi bom e justo quando Ele ativamente decretou que deveria haver o mal, e então prosseguiu para ativamente executar esse decreto.

Como tenho mostrado em meus livros e artigos, não há problema bíblico ou racional com isso. Por outro lado, qualquer outra visão teria tempos difíceis tentando explicar o mal, e, assim, deveria relegá-lo ao “mistério” ou terminar no dualismo.

– Vincent Cheung
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NOTA:
1 –
Alguns seguidores de doutrinas de homens e de tradições ultrapassadas, com base na Teodiceia de Agostinho, têm afirmado que o mal não possui existência em si mesmo, e que ele não é algo que de fato exista, e sim uma corrupção do que já existe. Ou seja, segundo a tradição destes, o mal seria a ausência, distorção ou privação do que é bom. Ora, o que sobrará de tais teorias se tão somente abrirmos a boca em favor da Palavra inspirada?

A Bíblia nos mostra claramente que o mal é um ser ATIVO no mundo: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5.8 ). O diabo é tão real quanto o Seu Criador. Se o mal não existisse em si mesmo, Deus não teria nos ordenado que o mortificássemos e lutássemos contra ele (Cl 3.5-8; Ef 6.12)! (Comentário de JP Padilha – Trecho do artigo “O Autor do Mal segundo a Bíblia”).

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