O poder de Deus diminuiu?



Em Atos 5.16, no início da era apostólica, quando a igreja estava começando, lemos que as multidões eram curadas pelos apóstolos.(25) Anos depois, Paulo, o maior dos apóstolos, não conseguia livrar-se de um espinho na carne (v. 2 Co 12.7-10). Apesar de parecer ter a capacidade de curar as pessoas à vontade (At 28.8), no final de sua vida Paulo aparentemente não apresentava a evidência de possuir esse dom. Ele aconselhou Timóteo a tomar um pouco de vinho por causa do estômago — um jeito comum de tratar algumas doenças naqueles dias (1Tm 5.23). Um pouco mais tarde, no final da carreira, Paulo deixou um irmão querido doente em Mileto (2Tm 4.20). Se lhe fosse possível, ele certamente o teria curado.


Conforme as primeiras páginas de Atos dos Apóstolos, no início da igreja, Jerusalém presenciou muitos milagres. Após o martírio de Estêvão não há registro de nenhum outro milagre realizado naquela cidade. ALGO ESTAVA MUDANDO.

Os milagres da era apostólica não deviam ser um padrão para as gerações cristãs futuras. Não temos nenhuma ordem para buscar ou realizar milagres. Fomos ordenados a estudar a Palavra de Deus e obedecê-la, pois ela é capaz de tornar-nos sábios e maduros. Também recebemos a ordem de viver pela fé e não pelo que vemos (2Co 5.7).

Em João 14.12 encontramos esta promessa de nosso Senhor: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que Eu faço e outras maiores fará, porque Eu vou para junto do Pai”. Ao ouvir alguns dos advogados contemporâneos do ministério de sinais e maravilhas, você pensará que esta promessa ignorou a era apostólica e está se cumprindo nas reuniões deles.

“Obras maiores” não se refere a milagres mais espetaculares. O contexto de João 14 não apresenta qualquer sugestão de sinais e maravilhas sobrenaturais. Que obra ultrapassa a ressurreição de mortos? O texto de João 5.20-21 indica que é a outorga de vida espiritual a pecadores. É evidente que as obras dos apóstolos foram maiores do que as de Jesus em quantidade e não em qualidade. Eles levaram o evangelho aos confins do mundo conhecido em seus dias. Entretanto, grande parte dessa atuação foi realizada após os milagres começarem a sair de cena.

Os carismáticos alegam: se entendemos que a era de milagres já passou, expomos um conceito deficiente a respeito de Deus. Jerry Horner, professor auxiliar de literatura bíblica na Oral Roberts University, declarou: “Quem deseja um Deus que perdeu toda a energia? Ele poderia fazer algo em um século e, no seguinte, seria incapaz de realizá-lo?... Deus perdeu todo o seu poder?”(32)

Russell Bixler, outro carismático, conclui que se pessoas negam a normalidade de milagres semelhantes aos dos apóstolos hoje, elas têm uma “fé que não permite que Jesus seja o mesmo ontem, hoje e para sempre. Elas estão muito contentes com um Deus distante, que não realizou nada significativo em dois mil anos”.(33)

Deus perdeu todo o poder? Ele não realizou nada significativo em dois mil anos? Isto não é verdade. Percebemos à nossa volta evidências da maravilhosa obra de Deus: na transformação mediante o novo nascimento da vida de milhões de pessoas em todo o mundo, que crêem em Cristo; na resposta diária à oração; na união providencial de pessoas e recursos para Lhe darem glória; na capacidade de recuperação rápida de sua Igreja, que resistiu à perseguição implacável e a vários ataques internos no decorrer dos séculos, e continua a fazê-lo hoje.

No entanto, Deus não tem dado à igreja moderna porta-vozes com o poder de realizar milagres. Você pode estar certo de que, se Deus fizesse isso, eles não se assemelhariam aos milagreiros carismáticos tais como os que vemos na televisão ou em qualquer tenda. Por que Deus confirmaria uma teologia péssima dessa? Por que Ele concederia o poder de realizar “milagres” a quem ensina heresias? Todo movimento moderno que enfatiza os milagres como um tema central está maculado por teologia errada, por doutrina confusa e incoerente, por heresia ou pela combinação de todos esses elementos. No próximo capítulo examinaremos, com detalhes, o maior e mais influente dos movimentos que expõem a teologia de sinais e maravilhas.

Efésios 3.20 apresenta uma promessa para a nossa época: Nosso Senhor “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós”. O que Deus faz em e por nós hoje não é o mesmo que Ele fez na era apostólica. Ele tinha um propósito especial para os apóstolos e seus milagres; e a vontade dEle se cumpriu. Deus tem um propósito maravilhoso e especial para nós porque Ele é Deus e todas as suas ações são maravilhosas.

–– John MacArthur | O Caos Carismático
–– Fonte 1: Página JP Padilha
–– Fonte 2: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/

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