QUEM SÃO AS DUAS TESTEMUNHAS DE APOCALIPSE? | JP Padilha

Costumo receber com frequência mensagens perguntando se as duas testemunhas de Apocalipse seriam Enoque, Moisés, Elias ou algum outro personagem da Bíblia. Alguns também acham que seriam dois grupos de pessoas ou até dois conceitos ou formas de se testemunhar. O fato de serem duas tem a ver com o testemunho, que na Bíblia exige um mínimo de duas pessoas para ser dado: "pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato." (Deuteronômio 19.15).

Nos primeiros séculos da existência da igreja na terra os dois candidatos mais fortes para o cargo eram Enoque e Elias, já que eles não experimentaram a morte e, segundo alguns, iriam voltar de algum lugar onde estivessem para essa última missão na qual morreriam para depois serem ressuscitados.

A passagem de Apocalipse que descreve os sinais que farão diz que "estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem" (Efésios 11.6). Isso coloca na lista de candidatos Elias e Moisés, pois foram sinais que eles fizeram quando estavam na terra.

Alguns dentre os adeptos da herética Teologia do Pacto, que não conseguem diferenciar a Igreja de Israel, acreditam serem dois cristãos por não entenderem que a Igreja só aparece no final do capítulo 3 de Apocalipse, quando se dá o arrebatamento – talvez tipificado pela chamada de João para subir ao céu – e só volta a aparecer no final do livro. Maior parte de Apocalipse está tratando de Israel e do mundo. Do capítulo 6 ao 18 de Apocalipse, a Igreja não é mencionada. O termo comum no Novo Testamento para “Igreja” é ekklēsia. Esse termo é usado dezenove vezes em Apocalipse 1–3 com relação à igreja histórica do primeiro século. A palavra “Igreja” aparece apenas mais uma vez no epílogo do livro (Ap 22.16).

A Wikipedia diz que algumas seitas dão a personagens eminentes em seu meio a honra de serem essas duas testemunhas. Para os adventistas, seriam Uriah Smith e Ellen G. White; para os mórmons seriam dois profetas daquela seita em missão aos judeus, possivelmente dois membros do alto escalão daquela religião ou até mesmo o falso profeta Joseph Smith e seu irmão Hyrum Smith.

Mas a resposta para esta dúvida é muito simples: A Bíblia simplesmente não revela quem seriam essas duas testemunhas. Portanto, qualquer especulação não poderá ser verificada até o dia em que elas se manifestarem. Neste caso, os salvos por Cristo da presente dispensação não estarão mais na terra e assistirão a tudo isso de camarote a partir do céu.

O texto a seguir, de autoria de Bruce Anstey e extraído do livro UNSOUND DOCTRINAL STATEMENTS and CLICHÉS (Commonly Accepted as Truth) pode ajudar a entender o assunto.

AS DUAS TESTEMUNHAS

“Muitos pensavam que, uma vez que o profeta Malaquias disse que Deus iria enviar "Elias, o profeta, antes do grande e terrível Dia do Senhor" (Malaquias 4.5), e que ele e Moisés (uma vez que eles estavam juntos no Monte da Transfiguração – Mt 17.3.) retornariam pessoalmente como testemunhas na Terra durante a Grande Tribulação, isso significaria que as duas testemunhas supracitadas seriam eles. Esta é uma suposição que resulta da tendência de se dar às profecias um caráter sensacionalista.

O capítulo 11 de Apocalipse deve ser interpretado literalmente, ainda que o primeiro versículo deste livro nos ensine que as profecias nesse caso são “figuras”, significando que elas devem ser entendidas como “símbolos” (Ap 1.1). Se não for assim, poderemos chegar a algumas ideias bastante fantasiosas de como as coisas acontecerão no fim dos tempos.

A interpretação ortodoxa da Bíblia indica um cumprimento literal das Escrituras. Isso não significa que toda palavra ou frase encontrada na Bíblia seja literal, mas que o cumprimento dessas coisas será literal.

O Espírito de Deus usa muitas figuras e símbolos na Palavra para simbolizar coisas que são literais. Por exemplo, a Escritura fala de "o sol" não brilhando e "as estrelas" caindo do céu (Mt 24.29). Isso não pode ser entendido literalmente. Se o sol parasse de brilhar, toda a vida na Terra morreria. Além disso, a maioria das estrelas são milhares de vezes maiores do que a Terra. Se uma delas fosse cair na Terra, esta seria destruída imediatamente.

Essas coisas são, obviamente, simbólicas. Elas têm a finalidade de mostrar que a grande apostasia que o Anticristo trará resultará no afastamento da verdade e da luz divina (o sol) para bem longe dos homens, e que muitos líderes dentre os homens (as estrelas) irão sucumbir à escuridão espiritual e não mais temerão a Deus. Estas são coisas literais que acontecerão.

Interpretando as "duas testemunhas" simbolicamente, vemos que Deus levantará um testemunho apropriado (indicado com o número 2 nas Escrituras) na terra de Israel em oposição à malignidade da Besta e do Anticristo. Isso será uma parte do remanescente judeu que será autorizada por Deus para esse testemunho especial.

F. B. Hole disse: ‘A pergunta naturalmente surge: Devemos entender esses versos como predizendo o levantar-se de dois homens reais, ou Deus levanta e mantém pelo tempo que Lhe convier um suficiente e poderoso testemunho com as características de Elias e Moisés, ou são mesmo os dois? Estamos inclinados ao segundo ponto de vista, especialmente por causa do caráter simbólico de todo o livro.

Pensamos então que eles indicam – não um grande e abundante testemunho; isso seria indicado pelo número 3 e não 2 – mas um testemunho suficiente, divino, na verdade, miraculosamente preservado e sustentado nesta época’ (The Revelation – F. B. Hole).

W. Scott escreveu: ‘Sobre a questão do número 2 de testemunhas, inúmeras hipóteses têm surgido, tal como os dois Testamentos, a Lei e o Evangelho, Huss e Jerome, os Valdenses e os Albigenses, etc.

Outros, demonstrando mais razão e com aparente sanção da Escritura, supõem que Moisés e Elias são as duas testemunhas, citando Malaquias 4.5 como prova de sua afirmação. A frase desse versículo “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo” não implicaria na presença pessoal do grande legislador nas cenas dos últimos dias; enquanto que no versículo 5 parece realmente uma declaração expressa de que o distinguido profeta deve novamente aparecer na Palestina: “Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor”.

Um testemunho completo e adequado é a intenção propositadamente pretendida no número das testemunhas. Parece-nos que um número maior do que dois é trazido diante de nós nesta solene crise, e que também o versículo 8 supõe um grupo de testemunhas mortas’ (The Book of Revelation – W. Scott).

Essa questão foi submetida ao editor da revista Help and Food:

"Pergunta: Por gentileza, você poderia explicar o significado das "duas testemunhas" de Apocalipse 11.3?

Resposta: Nós acreditamos que eles são o fiel remanescente judeu que Deus levantará durante a segunda metade da última semana de Daniel – o tempo da Grande Tribulação. O número 2 não é necessariamente literal, mas revela um testemunho adequado, assim como a Lei exigia... Assim como foi com Moisés e Elias, cujo testemunho foi em circunstâncias semelhantes. Ainda que o Rei já estivesse longe, eles estavam em humilhação e sofrimento” (Help and Food, vol.19, p. 252).[1]

OBSERVAÇÃO: Apesar de termos um versículo que supostamente indica ser Moisés e Elias as duas testemunhas (Ef 11.6), eu prefiro não me posicionar por duas razões: 1 - A Bíblia não declara com clareza quem são essas duas testemunhas; 2 - Eu não preciso saber quem são elas porque nem estarei aqui para vivenciar o tempo de experimentação sobre a terra (a Tribulação).

Temos também o fato de que o número 2 na passagem de Apocalipse 11.3 não é literal. Portanto, se eu tivesse que me posicionar, escolheria pensar que as duas testemunhas de Apocalipse são o fiel remanescente judeu que Deus levantará durante a segunda metade da última semana de Daniel – o tempo da Grande Tribulação. O número 2 não é necessariamente literal, mas revela um testemunho adequado, assim como a Lei exigia... Assim como foi com Moisés e Elias, cujo testemunho foi em circunstâncias semelhantes. Ainda que o Rei já estivesse longe, eles estavam em humilhação e sofrimento.

Por fim, no céu, para onde vamos, teremos certeza de quem são essas duas testemunhas e os veremos de camarote.

– JP Padilha
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Na Igreja, instrumentos musicais não são permitidos no culto a Deus | JP Padilha


Os sacrifícios cristãos não são literais e exteriores como no Judaísmo, mas sim "sacrifícios espirituais" (1Pe 2.5; Hb 13.15; Jo 4.23; Fp 3.3). Já que o cristão adora "em espírito e em verdade", ele poderia sentar-se em uma cadeira sem se movimentar, e mesmo assim poderia ser produzido em seu espírito um verdadeiro louvor e adoração a Deus por meio do Espírito Santo que habita nele. Esta é a verdadeira adoração celestial. O cristão não necessita de uma orquestra ou de um coro para extrair adoração de seu coração, como era o caso de Israel no Judaísmo.

Adorar com o auxílio de instrumentos musicais é adorar da forma judaica. Misturar o conhecimento e a revelação inerentes ao Cristianismo com a ordem judaica de adoração (a qual é essencialmente o que a maioria das assim chamadas "igrejas" fazem) não é Cristianismo autêntico. No céu não haverá necessidade de um auxílio mecânico e exterior à adoração a Deus, e os cristãos tampouco precisam deles agora, pois já estão adorando a Deus do modo celestial.

Por esta razão não encontramos no livro de Atos ou nas epístolas qualquer referência de cristãos adorando ao Senhor usando instrumentos musicais. E se alguém alega seguir a doutrina Sola Scriptura (latim – Somente a Escritura), este alguém deve entender que durante toda a dispensação da graça, a qual vivemos desde o período de Atos, como Igreja, não nos é ordenado que adoremos a Deus com instrumentos musicais. Isso não existe na doutrina dos apóstolos como doutrina nem como norma de culto. Não existe uma menção sequer nas epístolas do Novo Testamento de uma adoração cristã auxiliada por instrumentos musicais. Seria obra do acaso que os únicos dois instrumentos mencionados no Novo Testamento para adoração a Deus sejam o "coração" (Cl 3.16; Ef 5.19) e os "lábios" (Hb 13.15)? Seria obra do acaso que somente no Velho Testamento (dispensação da lei) e nos mil anos de reinado de Cristo sobre a Terra (dispensação da plenitude dos tempos) é que os instrumentos musicais aparecem como norma para se cultuar a Deus? Por que a doutrina dos apóstolos (Atos e Epístolas) faz total silêncio quanto a instrumentos musicais inseridos na adoração cristã?

No Cristianismo, tudo o que encontramos é "cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração" (Ef 5.19; Cl 3.16). Somos instruídos a oferecer "sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome" (Hb 13.15). Mesmo assim, a distinção entre a adoração cristã e o Judaísmo tem sido ignorada nas denominações religiosas espalhadas pelo mundo. Bandas e até grandes orquestras passaram a fazer parte integral dos "cultos de adoração" de nossos dias. Tal modelo de culto é chamado de "ministério de música", mas o objetivo parece ser mais voltado ao entretenimento da audiência do que ao – assim chamado – “ministério”. Porém, onde encontramos um “ministério de música” na doutrina dos apóstolos? A resposta é óbvia: Em nenhum lugar!

Não somente inexiste qualquer direção na Palavra de Deus para os cristãos adorarem dessa maneira, como a própria história mostra que a música instrumental não teve virtualmente qualquer parte no Cristianismo durante os primeiros 1.400 anos! (Há uma total ausência de música instrumental na Igreja nos primeiros 700 anos, seguidos de uma ferrenha oposição a ela durante os próximos 700 anos). Foi somente nos últimos séculos que a música instrumental passou a ser aceita e usada na adoração e na atividade evangelística. A questão é: Se o chamado "ministério de música" é tão importante para a vida da assembleia, como a Igreja hoje a considera, por que o apóstolo Paulo não exortou as assembleias às quais escreveu a adotarem um "ministério de música" em suas reuniões? E por que não existe qualquer menção disso no Novo Testamento? Cremos que o uso de instrumentos musicais na adoração – além de muitas outras coisas inventadas pelo homem que acabaram sendo introduzidas nos cultos – é uma evidência do distanciamento que as Escrituras nos alertam que ocorreria com a Igreja. À medida que as coisas no testemunho cristão foram se afastando da ordem dada por Deus, a música instrumental foi pouco a pouco conquistando um lugar (porém não sem oposição), até acabar sendo aceita como normal para a adoração cristã. Ela pode ter sido até introduzida com boas intenções, mas, mesmo assim, não tem lugar na adoração cristã (não na Bíblia).

Não queremos com isso dizer que o cristão não possa tocar música instrumental em honra ao Senhor, mas apenas que ela não tem lugar na adoração cristã. J. N. Darby escreveu: "Se eu puder fazer um pobre pai enfermo dormir com música, tocarei a música mais bela que puder encontrar; mas ela irá estragar qualquer adoração ao introduzir o prazer dos sentidos naquilo que deveria ser fruto do poder do Espírito de Deus".

Podemos sim usar instrumentos musicais para tocar em uma banda de Rock, com letras com temáticas cristãs e que falem de Deus e de Sua glória, amor, justiça, juízo, entre outros de seus atributos. Nossa oposição aqui é contra instrumentos musicais durante as reuniões de culto a Deus. Isso é ir além do que a Escritura define como culto a Deus na dispensação da graça.

VINHO NOVO EM RECIPIENTES NOVOS

Apesar de tudo, muitos cristãos rejeitam a ordem de Deus e insistem que o modo de Israel se aproximar de Deus em adoração é o verdadeiro padrão para a adoração cristã. Porém, se o modo de Israel adorar no Antigo Testamento for o padrão para a adoração cristã, então por que razão as Escrituras dizem que a adoração cristã é um "novo" caminho de adoração? (Hb 10.20). O Senhor sabia que haveria uma tentativa de se vincular a velha ordem de coisas à nova ordem do Cristianismo, e alertou que fazer isso seria como colocar remendo novo em pano velho e vinho novo em odres ou recipientes velhos (Lc 5.36-39). Isso acabaria por estragar a ambos. É exatamente o que tem acontecido na profissão cristã. O Senhor continuou ensinando que "vinho novo" é para ser colocado em "odres novos". Isto significa que as coisas novas relacionadas à adoração cristã devem ser encontradas em uma nova configuração, adequada a essa adoração. O Senhor também disse que quando alguém se acostuma com o vinho velho das coisas judaicas e experimenta o vinho novo do Cristianismo acaba achando inicialmente que o velho é melhor (Lc 5.39). Por estar sentimentalmente ligada àquela ordem exterior de adoração, que tem um forte apelo para os sentidos, não é fácil para a pessoa desvencilhar-se disso.

Como já dissemos, a epístola aos Hebreus trata detalhadamente deste problema. Ela toma uma característica do judaísmo após outra e as compara com aquilo que agora temos no Cristianismo, concluindo, quase que em todos os seus capítulos, que agora temos algo "melhor" (Hb 1.4; 6.9; 7.7,19,22; 8.6; 9.23; 10.34; 11.4,16,35,40; 12.24).

UM DESAFIO AOS QUE INSISTEM NO ERRO

Não há uma só linha nas epístolas dos apóstolos, nem nos primeiros 1.400 anos da história da Igreja, em que os cristãos tenham usado instrumentos musicais ou outras formas de entretenimento para o funcionamento do culto a Deus. Os argumentos expostos nos comentários contra minha posição bíblica de não acrescentar instrumentos musicais (nem nada que não seja expressamente prescrito pela Santa Escritura) ao culto a Deus estão fundamentados nas várias dispensações das Escrituras onde nada tem a ver com a "dispensação da graça", onde as EPÍSTOLAS DOS APÓSTOLOS ditam as regras. Uma certa mulher tentou argumentar, com base na "dispensação da lei", quando os instrumentos eram usados para louvor. Depois, outro homem veio e citou um versículo isolado de Apocalipse, onde o reino de Cristo já está instaurado; ou seja, ele fala com base na "dispensação da plenitude dos tempos", quando Cristo retornará para reinar por mil anos sobre a terra. Assim fica difícil levar essas pessoas a sério. Ora, alguém, por acaso, consegue encontrar esse tipo de adoração (com instrumentos musicais e outros tipos de forma mecânica) no evangelho da graça (epístolas dos apóstolos)?

O que falta a esses “pastores” e “ministros” do sistema religioso denominacional é o entendimento que me faltaria se eu tentasse socorrer um acidentado e tentasse reconstruir seu corpo. Por não ser médico, eu acabaria costurando os órgãos nos lugares errados, na ordem errada e para cumprirem funções erradas. O resultado seria um corpo bem ao estilo Frankenstein. Assim são as denominações existentes na cristandade, e é assim que muitos de seus ministros tentam explicar a Bíblia, sorteando os versículos que mais lhe agradam e que se encaixam em suas doutrinas pré-estabelecidas.

Quanto a isso, o apóstolo Paulo instrui Timóteo da seguinte forma: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15).

A versão de J. N. Darby, se traduzida para o português, ficaria assim: “Esforça-te diligentemente para apresentar-te aprovado a Deus, como obreiro que não tem de que se envergonhar, cortando com precisão a palavra da verdade”. Nesta versão, a imagem que temos é de um bisturi nas mãos de um hábil médico que separa os órgãos corretamente, de acordo com seu lugar, posição e função.

A primeira edição da Bíblia em inglês, publicada em 1535 por iniciativa do Rei Tiago da Inglaterra, ou “King James”, trazia um prefácio de Miles Coverdale que trazia um conselho semelhante: “Será de grande auxílio para entenderes as Escrituras se atentares, não apenas para o que é dito ou escrito, mas de quem e para quem, com que palavras, em que época, onde, com que intenção, em quais circunstâncias, e considerando o que vem antes e o que vem depois”.

Sendo assim, não se pode querer entender a Bíblia como um saco de versículos que você sacode, mistura e tira dali uma passagem qualquer para embasar uma doutrina. Como escreveu Coverdale, é preciso saber “de quem e para quem... onde, com que intenção e em quais circunstâncias” aquela passagem aparece ali.

Jesus nunca pregou com fundo musical. Nem os apóstolos o fizeram. E se você me perguntar se esse tipo de coisa é pecado, eu direi que sim, pois essa não é a ordem de Deus para a Igreja em Seu culto. O que não foi expressamente ordenado por Deus para culto e ministério não deve ser acrescentado por invenções humanas. Isso se chama zelo pelas Escrituras (Dt 12.32). O culto pertence a Deus, não aos homens. O culto não foi estabelecido para entreter os homens, mas sim para glorificar a Deus por meio da pregação, louvor e ação de graças (entre outras coisas ordenadas diretamente pela Palavra). Você não encontrará no Novo Testamento a ordem de que devemos acrescentar instrumentos musicais à adoração dos santos da nova dispensação. Isso era permitido apenas aos judeus na dispensação da LEI. Isso é Judaísmo, não Cristianismo. Se você deseja música e outros tipos de entretenimento, sugiro que vá para um show, não para um culto.

ADIAPHORA – UM ALERTA SOBRE OS PRINCÍPIOS QUE REGULAM O CULTO

Adiaphora (do grego ἀδιάφορα - adiaforon) é a palavra usada para se referir a algo que não é obrigatório nem proibido. Em outros contextos, possui também o sentido de "insignificante". Esta é a palavra adotada pelas denominações religiosas, tanto tradicionais como carismáticas. Elas aderiram a posição luterana da interpretação livre. Isto é, quando a Escritura não estabelece uma ordem direta de permissibilidade, assim entendem estar livres para determinar e instituir o que não foi instituído para o culto e adoração na Igreja.

Lamentavelmente, a maioria dos cultos realizados por ditos cristãos, hoje, não observa as normas estabelecidas pelo próprio Deus em relação ao Seu Culto. Porém, a Escritura determina, de forma cristalina, que só se pode ser aceito no Culto aquilo que está expressamente ordenado na Palavra como padrão de adoração.

Não existem cultos específicos em que Deus se sinta mais amado ou menos afrontado. Não existem “dias santos” ou “especiais” que Deus tenha estabelecido à Igreja para que o culto a Ele seja mais agradável. Porventura é nos dado autoridade para saquear a limitação dos elementos de culto estabelecidos detalhadamente pelo Deus da Palavra, seja no Velho ou no Novo Testamento? Não, em nenhum lugar da Bíblia. Isto se aplica a todas as formas de entretenimento que Deus jamais permitiu ou ordenou que Seu povo praticasse em Seu culto.

O que vemos na Bíblia é a ordem clara de se adorar a Deus através dos meios que Ele mesmo estabeleceu, e não com base na imaginação humana. A Escritura nos ensina claramente que o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e expressamente limitado pela Sua vontade revelada. Assim, Deus não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, nem sob as sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras (Dt 12.32; Pv 30.6; Mt I5.9; Jo 4.24; 1 Co 3.10,11; 4.6; Gl 1.6-10; Cl 2.7,8).

Um exemplo de como o povo tem se perdido por conta da não-observância desses princípios são os instrumentos musicais como forma de entretenimento dentro do culto a Deus. Ora, se acrescentamos esses instrumentos como forma de adoração a Deus, sendo que Ele não nos ordenou tal prática judaica, como poderemos saber que outras coisas piores não serão acrescentadas no culto? Como podemos observar na atual cristandade, o resultado da desobediência nesse ponto é que agora as pessoas usam de todo o tipo de diversão como norma para o culto, tal como representações teatrais, danças, cantores “gospel” e até o maldito “Natal”, uma profanação ao nosso Deus e um insulto ao Homem de Dores (conferir artigos anteriores, neste mesmo capítulo, sobre o Natal).

Os que alegam ser irrelevante o que se deve ou não fazer dentro do culto dizem: “Mas isso são apenas circunstâncias do culto; sabemos não ser elementos do culto”. Ora, se partirmos dessa premissa, como saberemos que daqui a alguns dias não teremos mulheres seminuas dançando em torno de um poste ídolo para divertir os ditos “crentes” em uma assembleia? Se as "meras circunstâncias" são permitidas no culto a Deus em detrimento do princípio regulador do culto, como no caso dos instrumentos musicais, uma mulher de biquíni no culto também é uma circunstância aceitável, pois não faz parte dos elementos de culto, mas é uma “circunstância”, como alegam os defensores de que não devemos dar importância para aquilo que não é nitidamente proibido pela Palavra de Deus. Sendo assim, aonde isso vai parar? Segundo tal premissa, podemos fazer o que quisermos no culto a Deus. Por isso precisamos observar e obedecer os princípios que regulam o culto e nos restringir a eles.

Culto não é lugar de ouvir músicas, nem de celebrar cultos que não foram expressamente prescritos pela Palavra de Deus na dispensação da graça. O "Natal", a “Páscoa”, o “Teatro”, a “Dança” e tantas outras formas de entretenimentos pagãos e mundanos são puramente direcionadas a deuses pagãos. Nenhuma dessas práticas possuem resquício de amparo da Escritura.

Algumas pessoas reclamam dizendo que sentem falta de instrumentos musicais para adorarem a Deus, e que esses instrumentos são “circunstâncias comuns” no culto, tais como orar de joelhos ou de olhos fechados. Todavia, orar de joelhos ou de olhos fechados não interfere nos princípios que regulam o culto. O fato é que a Bíblia diz que o único instrumento para se adorar a Deus no Novo Testamento é um coração puro e os lábios dos que adoram ao SENHOR. Ponto final.

O problema de muitos é não entender a diferença entre o sistema de coisas do judaísmo e o novo modo de culto e ministério do cristianismo. As pessoas querem imitar o que os israelitas faziam, mas não percebem que aquele era o modo ordenado por Deus na antiga dispensação para adoração. Os instrumentos musicais não fazem parte do culto na Igreja de Deus (de Atos a Apocalipse). Não somos o Israel de Deus. Somos a Igreja de Deus.

A palavra Cânone, em hebraico “qenéh” e no grego “kanóni”, tem o significado de "régua" ou "cana [de medir]", no sentido de um catálogo. Isto significa que não somos nós quem determinamos as regras de Culto e adoração a Deus. A Bíblia nos ensina, em toda a sua base e essência escriturística, que não temos o direito de revirar as Escrituras de cabeça para baixo, sacudi-la e, após não encontrar qualquer brecha para nossas vãs tradições, simplesmente estabelecê-las como normas de culto a Deus, ao bel prazer e sem nenhuma autoridade divina revelada.

Onde a Bíblia se cala, nós, cristãos, nos calamos simultaneamente. No Antigo Testamento vemos Deus ordenando Seu povo Israel que o adore segundo os padrões estabelecidos por Ele, e jamais segundo os moldes mundanos. Da mesma forma, no Novo Testamento, Deus ordena a Igreja que faça o mesmo que Ele ordenara a Israel neste sentido. Nada se deve acrescentar e nada se deve subtrair da Escritura Sagrada.

“Tudo o que Eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás” (Deuteronômio 12.32).

“Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mateus 15.9).

"E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito" (1 Coríntios 4.6).

“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” (Apocalipse 22.18,19).

Antes que me chamem de legalista, aprendam o significado da palavra "Legalista". Legalista é aquela pessoa que acrescenta algo de sua própria mente à Palavra de Deus, algo que não está nas Escrituras. Essa pessoa cria uma tradição e exige que as pessoas a sigam. Ou seja, legalista é justamente a pessoa que INVENTOU a ideia de que na Escritura existe um "ministério de música" na Igreja de Deus, ou que afirma que Deus deu tal ordem, sendo que Ele não ordenou nada disso.

É certo que cantores e instrumentistas “gospel” que costumam fazer shows nas reuniões de culto irão ranger os dentes! Eles não querem perder os aplausos da multidão, nem descer do pedestal!

Finalmente, se alguém conseguir encontrar uma só norma no Novo Testamento de que devemos inserir instrumentos musicais às reuniões de culto, na dispensação da graça, nas epístolas dos apóstolos, eu mudo minha posição imediatamente.

– 
JP Padilha
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A melhor forma de calar os pentecostais em poucos segundos | JP Padilha



A melhor forma de calar os pentecostais/continuístas é mostrando a eles que a Bíblia começa a se calar com respeito aos dons de sinais logo após a carta aos Coríntios. De fato, quem leu a Bíblia irá perceber que já na era apostólica, após os acontecimentos de Atos e 1 Coríntios, os dons de sinais já estavam desaparecendo. Em Gálatas 4.13, Paulo está falando de uma “enfermidade física” que lhe acometeu e, ainda assim, Deus não o curou, mas o ensinou a depender dEle naquela dificuldade. Timóteo tinha "freqüentes enfermidades", mas Paulo não o curou, nem lhe indicou alguém que o curasse, mas o aconselhou que utilizasse um remédio para sua enfermidade (1Tm 5.23). Em 2 Timóteo 4.20, Paulo deixou Trófimo doente em Mileto, embora tivesse curado tantas pessoas durante seu ministério apostólico (At 19.11,12; 28.8,9).

O dom de línguas era um dom miraculoso de revelação inédita, e, como já observamos repetidas vezes, a era dos milagres e da revelação chegou ao fim com os apóstolos. Os últimos milagres registrados no Novo Testamento ocorreram por volta do ano 58 d.C., nas curas realizadas na ilha de Malta (Atos 28.7-10). Do ano 58 ao 96, momento em que João escreveu o livro de Apocalipse, nenhum milagre foi registrado. Os sinais milagrosos como o de línguas e curas são mencionados em 1 Coríntios, uma das primeiras epístolas a serem escritas. Embora duas epístolas posteriores tratem cabalmente sobre os dons do Espírito, as mesmas não fazem qualquer referência aos sinais milagrosos do dom de línguas e curas instantâneas. Muito pelo contrário, as cartas de Efésios e Romanos descrevem os dons miraculosos como sinais obsoletos e desnecessários para a edificação da Igreja. Em ambas as epístolas os dons extraordinários de línguas e curas já eram considerados sinais pertencentes ao passado (Hb 2.3,4). Com isto, a autoridade e a mensagem dos apóstolos não necessitavam mais de confirmação por meio de sinais. Antes do fim do século I, todo o Novo Testamento já havia sido escrito e circulava pelas igrejas de Cristo. Sendo assim, os dons de revelação acompanhados de sinais milagrosos haviam cumprido seu propósito e cessaram. Ao fim da era apostólica, com a morte de João, os sinais que identificavam os apóstolos como mensageiros da revelação divina já haviam se tornado questionáveis (2Co 12.12).

Quanto ao dom de línguas, as próprias epístolas registram que esse dom cessou. Outra vez é significativo perceber que as manifestações das “línguas” são mencionadas apenas nas primeiras cartas do Novo Testamento. Depois de 1 Coríntios, Paulo escreveu pelo menos doze epístolas em que não mais menciona as “línguas”. Pedro, Tiago, João e Judas jamais as mencionaram. O dom de línguas durou por um breve período de tempo (mencionado em Atos e 1 Coríntios) e desapareceu na medida com que a mensagem do evangelho foi disseminada.

Com efeito, logo que a Igreja de Deus foi estabelecida, o dom de línguas desapareceu. As epístolas posteriores não o mencionam. Tampouco se vê a Igreja pós-apostólica falando sobre isso. Os assim conhecidos “pais da Igreja” jamais mencionaram nada a respeito de “línguas”.

Jamais devemos ir além da Palavra de Deus (Gl 1.6-10; 1 Co 4.6; Sl 62.5; Nm 23.19). Aqueles que buscam por dons de sinais nos dias de hoje estão indo além da Palavra de Deus e praticando heresias. Por conta dessa busca frenética por “poderes milagrosos”, muitos se encontram vulneráveis a "todo vento de doutrina" e ao poder de Satanás (Sl 17.4,5; 2Tm 2.24-26). Falsos profetas farão sinais e maravilhas no futuro (Mt 24.24), mas serão sinais feitos pelo poder de Satanás.

Todas as passagens das Escrituras que tratam dos últimos dias da história nunca falam de sinais e milagres, mas sim da fraqueza dos crentes e do abandono de Deus em suas vidas. Veja, por si mesmo, o que Paulo diz a respeito da Igreja em seus últimos dias em 2 Timóteo 3. Veja, por si mesmo, o que João diz sobre os últimos dias da Igreja em Laodicéia (Ap 3.14-20). Veja, por si mesmo, o que Pedro diz em 2 Pedro 3.3,4 a respeito dos últimos dias da Igreja.

O Espírito Santo foi dado no dia do Pentecostes, e agora, como uma Pessoa divina, Ele habita nos corpos dos crentes (1Co 6.19) e Se encontra também na casa professa da cristandade (Ef 2.22). O Senhor Jesus falou disso (Jo 14.16,17), dizendo aos discípulos, antes do dia de Pentecostes, que esperassem por Sua vinda em cujo tempo eles seriam "do alto revestidos de poder" (Lc 24.49). Em Corinto, não foi dito aos crentes que esperassem que viesse "poder" sobre eles, mas que deveriam usar os dons do Espírito, os quais Deus lhes havia dado, inteligentemente, dirigidos por Sua Palavra e em uma santa liberdade, conforme fossem guiados pelo Espírito (1Co 12.4-11). O Espírito e a Palavra não podem ser separados sem que se caia no misticismo e na perdição. Por outro lado, o mesmo acontece no racionalismo quando separamos o Espírito da Palavra.

Além de inútil, é perigoso aguardar por um segundo derramamento adicional do Espírito Santo em nós, além daquele que temos. Somos habitados pelo Espírito de Deus e a Palavra diz que isso nos basta.

O movimento carismático leva as pessoas a buscarem por demonstrações de poder que não estão em conformidade com a Palavra de Deus, e, portanto, não são pelo Espírito de Deus. Mesmo nos dias de hoje a demonstração desse poder e as ditas "línguas" estão com freqüência associadas à má doutrina acerca da Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo, como também ligadas a outras práticas macabras e heréticas, pois Satanás se transfigura em "anjo de luz" (2Co 11.13-15); ele é como um "leão que brama ao nosso derredor, buscando a quem possa devorar" (1Pe 5.8,9). Seu grande alvo sempre foi atacar a gloriosa Pessoa e a obra consumada de nosso bendito Senhor e Salvador Jesus Cristo, e o movimento carismático é uma de suas maiores armas hoje.

A prova de que os dons de sinais cessaram se encontra em um conjunto de versículos que, quando analisados, corrobora o cessacionismo. De fato, já na era apostólica os dons de sinais começaram a sumir e os - assim chamados - "pais da igreja" não mencionam esses dons em seus escritos. Pelo contrário, esses sinais já eram considerados como práticas heréticas pelos primeiros cristãos da era pós-apostólica.

– JP Padilha – Trechos extraídos do livro "O Evangelho Sem Disfarces"
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DOIS DIAS NAS ESCRITURAS | JP Padilha

Com relação ao arrebatamento da Igreja, o Senhor prometeu: "Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-los teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também" (João 14.2-3). Ele também declarou: "Certamente cedo venho" (Apocalipse 22.20). A esperança apropriada ao cristão é aguardar o Senhor vindo a qualquer momento (1Ts 1.9-10). O Senhor não revelou uma data específica de quando Ele voltaria, para que pudesse haver uma esperança sempre presente para a Igreja ao longo de todo o período de sua jornada na Terra. O apóstolo Paulo, em seus dias, incluía-se entre aqueles que esperavam ser arrebatados na vinda do Senhor. Ele dizia: "Nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles" (1 Tessalonicenses 4.17 – Veja também 1 Coríntios 15.51). Embora não devamos fixar uma data para a vinda do Senhor (arrebatamento), precisamos discernir os tempos (Mt 16.3). Portanto, que fique bem claro que aqui estamos tratando do arrebatamento, não da segunda vinda de Cristo para julgar as nações e reinar por mil anos sobre a terra (o que ocorrerá somente após a Tribulação de sete anos sobre a terra). Estamos falando de um evento que ocorre ANTES da Tribulação, isto é, do arrebatamento da Igreja nos ares, o qual ocorrerá no mínimo sete anos antes da segunda vinda de Cristo com sua Igreja. Entre o arrebatamento e a segunda vinda há um intervalo de sete anos de Tribulação e Grande Tribulação sobre toda a terra habitável. Sendo assim, continuemos nossa análise sobre alguns fatores que nos levam a acreditar que Jesus está mais perto de arrebatar sua noiva (Igreja) do que nunca.

Satanás está fazendo tudo o que pode para convencer a Igreja a se acomodar neste mundo. Uma de suas várias maneiras de fazer isso é tirar da Igreja a bendita esperança presente da vinda do Senhor para nos arrebatar. Hoje em dia, devido a um ensino herético proclamado principalmente pela teologia do pacto, muitos cristãos professos deixaram de lado esta esperança e não estão aguardando a vinda do Senhor para qualquer momento. Ao invés disso, estão olhando para os eventos proféticos, esperando que eles se cumpram primeiro. Eles acreditam firmemente que é necessário que se cumpram, por exemplo, os horrores da grande tribulação sobre a Igreja na terra antes que ela possa ser levada por Cristo ao Céu. Porém, isso se trata de um grande erro. A profecia propriamente dita não está se cumprindo hoje e nem irá se cumprir enquanto a Igreja estiver na terra. A profecia não tem a ver com a Igreja, mas sim com Israel e as nações que irão povoar a Terra milenial. Já que Israel tem sido, na presente era, posto de lado por causa de sua rejeição a Cristo, a profecia foi suspensa (Veja as Setenta Semanas de Daniel – Dn 9; Rm 11) até que venha a plenitude dos gentios e a Igreja seja levada para a glória. Não estamos esperando pelo cumprimento da profecia! Estamos esperando pela vinda do Senhor! Existem, porém, certos indícios inequívocos que elevam nosso coração ao Céu em uma sempre nova expectativa pela volta iminente do Senhor, visto que o arrebatamento é um evento iminente – pode acontecer a qualquer momento:

1. A condição da Igreja como Laodicéia

Apocalipse 3.14-22 – Nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse vemos sete estágios sucessivos de declínio na condição moral da Igreja, dos dias dos apóstolos até os últimos dias que antecedem a vinda do Senhor para levar o Seu povo para a glória (Ap 4.1). O sétimo e último estágio é o de Laodicéia, no qual a Igreja professa é apresentada em uma condição deplorável de indiferença a Cristo. O apóstolo Paulo também descreveu a condição do testemunho cristão nos últimos dias como sendo do mais terrível estado de ruína no qual o mal moral e doutrinário iriam prevalecer (2Tm 3.1-9; 4.3-4). Tal estado de coisas descreve com precisão o tempo presente no qual vivemos e deveria nos fazer chegar à solene conclusão de que o Senhor está vindo logo.

2. O clamor da meia noite já ocorreu

Mateus 25.1-13 – Nesta passagem das Escrituras temos uma antevisão dispensacional do período da Igreja. Ela mostra que após a Igreja haver recebido a verdade da vinda do Senhor como sendo o Noivo, ela se acomodou neste mundo e caiu no sono (Mt 25.1-5). A esperança da vinda do Senhor foi perdida. Em meio às trevas que predominaram na cristandade por mais de 1.500 anos, Deus começou a despertar a profissão cristã ao sentimento consciente da iminência da vinda do Senhor. Ouviu-se o clamor: "Aí vem o esposo" (Mt 25.6). Este reavivamento da esperança da vinda do Senhor aconteceu há cerca de 150 anos! O fato de já haver passado mais de 150 anos e a Igreja continuar na Terra só nos leva a concluir que "perto está o Senhor" (Fp 4.5).

3. O renascimento da independência nacional dos judeus e as condições políticas no Oriente Médio

Em Mateus 24.32-34, Marcos 13.28-30 e Lucas 21.29-32 o Senhor Jesus ensinou que quando a figueira (símbolo de Israel como nação) se tornasse tenra e suas folhas começassem a brotar, Sua vinda estaria próxima. Oras, Israel, após muitos séculos sem um país, começou a brotar novamente em 1.948. Israel voltou a ser visto novamente como uma nação declarando sua independência. Apenas com as folhas da profissão e sem nenhum fruto para Deus, os judeus estão prontos para receber o falso messias, o Anticristo de que fala a profecia. O Senhor disse: “Olhai para a figueira...”; e continuou dizendo: "...e para todas as árvores" (Lc 21.29), referindo-se às outras nações no Oriente Médio, como Egito e Líbia, que voltaram a ocupar um lugar de proeminência nos últimos anos. As nações árabes também fizeram acordos com a Rússia para o fornecimento de munições, de modo que sabemos que eventualmente possa vir a existir uma aliança dessas nações com a Rússia (Dn 8.24-25). As nações na Europa também estão se unindo no Mercado Comum, o que poderia ser uma preparação para os reinos de dez nações da Besta (Dn 7.7). Todas estas coisas são agora apenas sombras e não o cumprimento destas passagens das Escrituras. Estas coisas terão o seu lugar na Tribulação após a Igreja ter sido levada para a glória. Mas isso deve fazer com que solenemente entendamos que "já está próximo o fim de todas as coisas" (1Pd 4.7).

4. O aumento do conhecimento e o rápido ritmo de vida

Daniel 12.4 – Foi dito a Daniel que os últimos dias seriam marcados pelo rápido ritmo de vida e pelo aumento de conhecimento. Uma simples olhada para a história do homem é suficiente para mostrar que nunca existiu uma época como esta para o conhecimento em todos os campos, seja na medicina, tecnologia, ciência, etc. Isto é certamente um sinal dos tempos em que vivemos e mais uma vez vem a confirmar que "o tempo se abrevia" (1Co 7.29).

5. Indícios de dois dias representando figurativamente 2.000 anos

2Pd 3.8; Sl 90.4 – "Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia”. Sendo esta linguagem figurada, esta indicação apenas sugere 2.000 anos aproximadamente. Para se enxergar isso com maior clareza é necessário entender algo dos modos dispensacionais de Deus tratar com Israel. Por Israel haver fracassado tão completamente de todas as formas sob a Lei e havendo rejeitado o Senhor Jesus Cristo como seu Messias, este povo foi colocado de lado por algum tempo enquanto Deus estiver enviando o Evangelho da Sua graça ao mundo gentio para tirar dele um povo para o Seu nome (At 15.14; Rm 11.11-27). Após este presente período em que Deus está tratando com os gentios, Ele voltará a tratar com Israel novamente para abençoá-lo em conformidade com as promessas incondicionais feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Há várias referências nas Escrituras onde aparecem dois dias sugerindo que este presente período da graça, quando Israel seria posto de lado, seria de aproximadamente 2.000 anos. Embora não ousemos estabelecer datas de quando o Senhor poderá vir, podemos ver de uma maneira geral que a Igreja tem estado na Terra por cerca de 2.000 anos. Nosso calendário mostra agora 2.023 anos desde o nascimento de Cristo, mas é sabido que os anos do calendário foram adulterados e que há quatro ou cinco anos faltando. Na verdade, Cristo nasceu no ano 5 a.C. Já teriam se passado então 2.028 ou 2.029 anos desde então! Se levarmos em consideração que existe ainda um período de Tribulação de pelo menos sete anos, os quais não sabemos se devem ser contados ou não com os dois mil e vinte e três anos, quão próximo estamos do momento em que o Senhor descerá com um clamor para nos chamar! (1Ts 4.15-18). Isto certamente deveria encorajar nosso coração a esperarmos pela vinda do Senhor para qualquer momento, para arrebatar a sua Igreja nos ares!

As referências que se seguem são algumas das passagens onde aparecem os "dois dias" nas Escrituras.

Oséias 6.1-3

Esta passagem fala dos arrependidos em Israel "Depois de dois dias (o presente período da graça de aproximadamente 2.000 anos) nos dará a vida; e ao terceiro dia (os 1.000 anos futuros do reinado de Cristo, chamado de Milênio) nos ressuscitará, e viveremos diante dEle".

Lucas 10.30-35

Nesta passagem, o homem deixado caído à beira do caminho pelos ladrões é uma figura da horrível condição em que o homem caiu devido às artimanhas de Satanás. Abandonado na vala do pecado, o homem está "meio morto" diante de Deus. Fisicamente ele está vivo, mas espiritualmente está morto. O Sacerdote e o Levita que não podem ajudá-lo mostram que a religião não pode salvar o homem caído. O Samaritano que aparece na cena seguinte para resgatar o homem é uma figura do Senhor Jesus Cristo, o Salvador rejeitado. Ele resgata o homem e o leva, não de volta a Jerusalém para a antiga ordem de coisas do Judaísmo, mas para uma estalagem, que é uma figura da assembleia, onde ele recebe socorro, comida e auxílio em suas necessidades. Após deixar o homem aos cuidados do hospedeiro (o Espírito Santo), ele paga sua estadia na estalagem com dois dinheiros, prometendo voltar. Isto sugere que o tempo que Ele estaria fora seria de dois dias. Embora esta passagem não mencione "dois dias", existe uma referência a isto se aplicarmos o que está em Mateus 20.2 ("um dinheiro por dia". Ou seja, se um dinheiro era o salário de um dia, dois dinheiros seriam para dois dias).

João 1.29–2.11

Em João 1.29-51 encontramos dois dias (os versículos 29 a 35 falam cada um de um dia – repare que no versículo 35 diz "outra vez", o que o liga ao versículo 29). Os detalhes encontrados nestes dois dias compõem aquilo que caracteriza o período da Igreja. É feita referência a Cristo sendo conhecido como o Cordeiro de Deus e Filho de Deus, à descida e ao batismo do Espírito, ao lugar onde Cristo habita (a assembleia) e ao Evangelho sendo pregado para levar outros a Cristo. No terceiro dia (Jo 2.1-11) acontece um casamento que representa a reunião de Israel com o Senhor em um dia ainda porvir. "E naquele dia, diz o Senhor, tu Me chamarás: Meu marido" (Os 2.16; Is 62.4-5). O Senhor dá então o vinho novo do Reino a todos os que se encontram no casamento, o que nos fala do gozo que haverá naquele dia.

João 4.1-54

Este capítulo começa com o Senhor Jesus rejeitado pelos Judeus na Judéia, aqueles que eram os responsáveis pela nação (vs. 1-3). Trata-se de uma figura da nação rejeitando o Senhor e depois o crucificando. Ao ser rejeitado, Ele os deixa e vai para os samaritanos, que é um povo de origem gentia e ali se revela a uma pobre mulher pecadora e ao seu povo (vs. 4-42). Isso ilustra a Igreja sendo tirada de um mundo gentio enquanto Israel é posto de lado (At 15.14; Rm 11.16-20). É a ela que Ele revela a mudança da antiga ordem judaica e a introdução da verdadeira adoração cristã em espírito e em verdade. É digno de se notar também que Ele não fez milagres em Samaria. Ele usou apenas a Sua Palavra para ganhá-los, o que caracteriza o testemunho do Senhor nesta era cristã, a qual não é marcada por sinais e maravilhas. Ele fica "dois dias" (v. 40) com os samaritanos e é conhecido apenas deles como o Salvador. Então, após os "dois dias", Ele parte dos samaritanos e volta ao seu próprio povo, os judeus na Galiléia, o que é uma figura do pobre e desprezado remanescente em Israel recebendo bênçãos do Senhor em um dia vindouro (vs. 43-54). O nobre que vai se encontrar com Ele sugere que os líderes, que levaram Israel a rejeitar a Cristo, irão se arrepender primeiro (Jl 2.12-17). O Senhor ressuscita então o filho do nobre, o que é uma outra figura de uma ressurreição nacional de Israel (Ez 37.10-28; Dn 12.1-2).

João 10.39–11.46

Aqui o Senhor Jesus é visto sendo mais uma vez rejeitado pelos judeus que tentaram apedrejá-lo até à morte. Ele escapa de suas mãos e vai para um lugar além do Jordão, fora da terra de Israel, onde muitos vêm a crer nEle e são abençoados. Mais uma vez, isto é uma figura do Senhor deixando de tratar com Israel por um tempo, por o terem rejeitado, e Se voltando para os gentios. Ele fica ali trabalhando, entre aqueles que crêem nEle, por um período de "dois dias" (Jo 11.6). No capítulo 11 Lázaro é visto morto, o que é uma figura da condição de Israel diante de Deus. Maria e Marta, em sua dor, compõem uma figura do remanescente judeu fiel que futuramente irá rogar ao Senhor que volte (Sl 6.3-4). Então, após "dois dias", o Senhor vai a Lázaro e o ressuscita e, assim, também Israel será ressuscitado na segunda vinda do Senhor (Ez 37.1-28; Dn 12.1-3).

Atos 20.7-12

Nesta passagem temos uma pequena figura da Igreja de Deus como ela deveria ser e era nos primeiros dias do Cristianismo. Eles estavam num "cenáculo" (Lc 22.12, Jo 13.1-17), "reunidos" (Mt 18.20), "partindo o pão" (1Co 11.23-26), no "primeiro dia da semana". Existe aqui uma sugestão de dois dias, o "primeiro dia da semana" e o "dia seguinte". Aquela alegre cena sofre um distúrbio ocasionado pela queda e retomo de Êutico, o que nos fala da história da Igreja caindo no mundo, da posição elevada que antes ocupava e sendo então graciosamente restaurada na forma de um testemunho remanescente. Todavia a reunião não terminou até "à alvorada" do dia seguinte, o que nos fala da vinda do Senhor no arrebatamento para encerrar a presente dispensação.

Êxodo 19.10-11

Aqui o Senhor fica oculto à vista de Israel por dois dias antes de se apresentar a todo o povo para fazer um concerto com eles no terceiro dia. Os dois dias mais uma vez correspondem à presente dispensação durante a qual o Senhor tem estado oculto para Israel e para o mundo que o rejeitou. O terceiro dia corresponde ao tempo da manifestação pública do Senhor em sua segunda vinda ou manifestação (Ap 1.7; Tt 2.13). Embora Israel tenha falhado em guardar a lei que lhe foi dada naquele dia, num dia futuro o Senhor fará com Israel um concerto eterno e este irá guardar sua lei (Hb 8.10; 10.16-17; Ez 36.25-27; 37.26; Rm 11.25-27).

Josué 10.12-15

No nono capítulo, Israel falhou em sua responsabilidade e consequentemente os Gibeonitas, que eram gentios, foram introduzidos na cena. Como resultado de seu fracasso, foram chamados a "salvarem" os Gibeonitas (Js 10.6). Mais uma vez isto nos fala da oportunidade que foi dada ao mundo gentio de ser salvo diante do fracasso de Israel (Rm 11.11-20; At 15.14). Após lutarem todo aquele dia, Josué, vendo que eles não teriam tempo suficiente para consumar a vitória, pediu ao Sol que não se pusesse e este parou sobre Gibeom por mais um dia inteiro. Temos aqui dois dias e uma bela figura deste dia estendido da graça onde o brilho da graça de Deus permaneceu sobre este mundo até que chegasse a plenitude dos gentios (Rm 11.25). "Não houve dia semelhante a este" e certamente não houve um dia semelhante a este atual dia, quando almas em todo o mundo têm sido salvas aos milhares. Após aquele longo dia em Gibeom, Israel voltou a "Gilgal" (v. 15), o lugar do juízo-próprio. Israel, após o dia da graça haver terminado o seu curso, será levado a um juízo próprio e arrependimento diante do Senhor, e então será introduzido na bênção do Reino (Sl 51; Zc 12.9-14).

2 Samuel 1.1-2

Em 1 Samuel, Davi foi rejeitado por seus irmãos e se refugiou em Ziclague, que era um lugar fora da terra de Israel (1Sm 27.4-6). Davi ficou ali por "dois dias" antes de seguir adiante no terceiro dia e tomar publicamente o trono em Hebrom. Davi, em sua rejeição, prefigura Cristo no tempo presente, rejeitado por Israel e pelo mundo. O terceiro dia prefigura o tempo quando o Senhor virá em poder e glória para tomar o trono em Israel a reinar como Rei de direito sobre todos (Zc 14.9; Is 32.1).

2 Reis 19.35–20.11

Nesta passagem vemos que, após Senaqueribe e seu exército assírio terem sido derrotados pelo Senhor, Ezequias, que estava "mortalmente" enfermo, teve sua saúde restituída e foi levantado no "terceiro dia". Senaqueribe e os assírios formam um bem conhecido tipo dos exércitos russos (Ez 38–39) que descerão sobre Israel nos últimos dias. Ezequias é uma figura da condição de Israel espiritualmente diante de Deus hoje, chegando até a morte. Ezequias ficou assim por dois dias antes de rogar ao Senhor e ser levantado no terceiro dia. Assim acontecerá com Israel quando clamarão o Senhor em sua angústia (Jl 2.15-17) no final da Grande Tribulação. Então Israel será levantado como nação e seus inimigos derrotados.

Jonas 1–3

No capítulo 1 Deus comunica seus pensamentos a Jonas, fazendo dele uma testemunha responsável para os ninivitas. A nação de Israel recebeu privilégio similar, pois os oráculos de Deus lhe foram confiados (Rm 3.2). O povo de Israel foi colocado em um lugar de responsabilidade para que levasse ao mundo o testemunho do verdadeiro conhecimento de Deus (Rm 2.18-20; Is 43.10). Mas Jonas se rebelou e fugiu da presença do Senhor. Israel também se rebelou contra o Senhor e fracassou em todos os sentidos em dar um testemunho apropriado de Jeová ao mundo (Rm 2.23-24). Assim como Jonas foi lançado para fora do navio, Israel foi, nos desígnios de Deus, posto de lado por algum tempo, tendo ficado disperso no mar das nações (Mt 21.21; Ap 17.15; Lv 26.33; Sl 44.11). Após Jonas ter sido jogado no mar, os marinheiros gentios se voltaram para Deus. Mais uma vez, isto é uma figura da salvação chegando aos gentios por Israel ter sido posto de lado (Rm 11.11; At 28.25-28). A aflição que Jonas passa no capítulo 2 é outra figura da terrível perseguição que foi a parte que coube ao judeu durante os longos anos de sua dispersão. No terceiro dia Jonas é visto outra vez e de boa vontade usado como um instrumento de bênção para os ninivitas. Trata-se de uma antevisão da restauração de Israel quando for colocado em um lugar de proeminência durante o Milênio e usado por Deus para a bênção do mundo (Is 60.1-5; 62.1-3).

Levítico 23

Os dois dias são vistos aqui de um modo diferente. Primeiro é necessário ter um simples entendimento do esboço dispensacional do capítulo antes que os dois dias sejam vistos. Há sete festas anuais no capítulo, as quais nos dão uma antevisão dos eventos que vão desde a cruz de Cristo até o seu Reino vindouro. São elas: (1) a Páscoa - a morte de Cristo (1Co 5.7), (2) a Festa dos Pães Ázimos - santidade prática na vida do crente (1Co 5.8), (3) a Festa das Primícias - Cristo ressurreto e ascendido à glória (1Co 15.23), (4) a Festa do Pentecostes - a Igreja sendo formada em um só corpo (At 2.1), (5) a Festa das Trombetas - Israel reunido de entre as nações (Mt 24.31), (6) o Dia da Expiação - Israel se arrependendo (Zc 12.9-14; Sl 51) e (7)  a Festa dos Tabernáculos - a bênção milenial da Terra no Reino de Cristo (Sl 72). As quatro primeiras festas já se cumpriram em tipo. As últimas três ainda estão para se cumprir. Todas as festas, exceto as duas do meio (3 e 4), foram celebradas em dias específicos do calendário judaico e correspondem à ordem judaica de se observar os tempos e as estações (Gl 4.9-10). Mas não existia menção a uma data no calendário para a Festa das Primícias e para a Festa do Pentecostes, que prefiguram a presente dispensação cristã. Eram simplesmente para serem celebradas no primeiro dia da semana. Estes dois dias se diferem claramente dos outros dias de festa e assinalam o presente período de aproximadamente 2.000 anos.

Mateus 15.1-39

Na primeira parte do capítulo o Senhor revelou a apostasia em Israel no tempo da Sua primeira vinda, mostrando estar Israel corrompido e distante de Deus. Após haver pronunciado seus juízos que cairiam sobre o povo, o Senhor partiu para Tiro e Sidom, que são cidades gentias da Síria (At 21.3). Tratava-se de uma atitude simbólica, mostrando que os procedimentos do Senhor para com Israel seriam postergados para que Ele visitasse os gentios no dia presente com o Evangelho da Sua graça (At 15.14). Uma mulher gentia foi abençoada ali sobre o princípio da fé, sendo aquela uma amostra do material de que a Igreja seria formada. Após haver tratado com a mulher Ele voltou às terras dos Judeus tomando um lugar em uma montanha na Galiléia, onde administrou bênçãos a todos como uma antevisão de Seu Reino milenial. Todos foram curados (vs. 29-31), em conformidade com Isaías 35.5-6, e alimentados com pão (vs. 32-39), de acordo com o Salmo 132.15. Mais uma vez, aqui é no terceiro dia (v. 32) que a bênção é dispensada.

Mateus 17.1-9

O relato da transfiguração do Senhor Jesus Cristo no monte é uma antevisão da glória do seu Reino Milenial. Isto aconteceu "seis dias depois", indicando figurativamente que o Reino de Cristo seria estabelecido após terminados 6.000 anos da história do homem sobre a Terra. Cristo veio ao mundo após 4.000 anos ou quatro dias, deixando dois dias ou 2.000 anos para o presente dia da graça.

Talvez exista outra indicação dos dois mil anos sugerida no relato da entrada de Israel na terra de Canaã no tempo de Josué (Js 3-4). É interessante a ordem na qual eles entraram na terra. Primeiro entrou a arca de Deus (figura de Cristo) no rio Jordão (figura da morte). Isto nos fala de Cristo tendo chegado até a morte. Então, 2.000 côvados após a arca, seguiu Israel, que passou entrando na terra (Js 3.3-4). Se os 2.000 côvados puderem ser aplicados ao presente dia de graça, podemos ver que Israel será introduzido em sua terra para bênção 2.000 anos após a morte de Cristo.

Estes indícios encorajadores devem nos levar a uma alegre expectativa da vinda do Senhor para arrebatar sua amada noiva (Igreja) a qualquer momento. "Porque ainda um pouquinho de tempo, e O que há de vir virá, e não tardará”. "Amém. Ora vem, Senhor Jesus!" (Hb 10.37; Ap 22.20).

– JP Padilha
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BÍBLIA VS. TRADIÇÃO DOS HOMENS | JP Padilha


Muitas das coisas que você encontra nas várias denominações religiosas você não encontrará na doutrina dos apóstolos – na Igreja que se encontra na Bíblia. Por exemplo, você não encontrará o dízimo na doutrina dos apóstolos, exceto por alguma citação fazendo referência ao Antigo Testamento e à Lei. Além de não encontrar o dízimo na doutrina dos apóstolos, também não encontrará igrejas denominadas (exceto pela identificação da cidade onde estavam), templos, pastores dirigindo congregações, mulheres falando nas reuniões da igreja, altares, música instrumental na adoração, corais, homílias, danças, ensaios, dias santos, escolas de teologia, um clero distinto dos leigos, roupas ou cadeiras diferentes para certas pessoas do clero, títulos honoríficos, presidente disso, diretor daquilo... e muitas outras coisas inventadas pelas denominações criadas pelos homens.

Na doutrina dos apóstolos os cristãos não constroem templos, nem trazem outro nome que diferencie os crentes uns dos outros além do nome de Cristo. Na doutrina dos apóstolos ninguém se faz membro de alguma instituição religiosa e ninguém assina algum contrato para obter carteirinha.

Na doutrina dos apóstolos você jamais verá crentes prestando juramento a algum sistema religioso ou a um documento confessional. Na verdade, os crentes da Igreja de Deus são exortados a reconhecerem que há um só Corpo de Cristo, o qual inclui TODOS os salvos desde a fundação do mundo. Os cristãos são ordenados a darem testemunho prático disso quando congregam somente ao nome do Senhor Jesus para a comunhão e aprendizado da doutrina dos apóstolos, além de celebrar a ceia do Senhor à mesa do Senhor e dedicarem tempo à oração (Mt 18.20).

Individualmente – e não como igreja – os cristãos são levados a pregarem o evangelho, mas não são capacitados por alguma escola de teologia e nem enviados por alguma junta de missões ou liderança. Toda obra é imputada apenas pelo Espírito Santo, não por denominações (seitas) religiosas. Tais homens, com dons específicos e sem nenhum interesse no dinheiro, saem para a obra do Senhor e jamais pedem dinheiro aos irmãos para se dedicarem à obra, visto que a obra é do Senhor e Ele irá sempre prover as necessidades dos que são destinados ao ministério; se forem realmente pertencentes ao Senhor. O cristão não pede dinheiro em troca da pregação do evangelho, nem aos seus irmãos e muito menos aos incrédulos.

Na doutrina dos apóstolos os cristãos não promovem partidos políticos, nem apoiam candidatos, mas simplesmente cumprem com a lei porque não são inimigos do governo enquanto o mesmo não estabelece leis que contrariem a lei de Deus. Os cristãos são simplesmente cidadãos celestiais que estão momentaneamente vivendo na Terra, um planeta que não lhes pertence. Eles não se iludem em transformar este lugar em um "mundo melhor", pois sabem muito bem qual é o seu destino.

SOLA SCRIPTURA OU SOLA TRADIÇÃO?

Não me venha falar de Confissões e Concílios quando se pretende passar por cima da Palavra. Não tente me persuadir com as canonizações de seus reformadores preferidos. Não subestime minha inteligência com suas legitimações papais sobre documentos eclesiásticos e manuscritos não inspirados. A propósito, quando foi que Jesus ordenou ou permitiu que a Igreja imitasse os fariseus ao criar suas próprias tradições (confissões) para poderem passar por cima da Palavra de Deus por meio delas (cf. Mt 15.3)?

Adoto em minha casa muitos desses documentos os quais me servem apenas como guias de aconselhamento na direção de um estudo sistemático. A cada erro encontrado nesses documentos, eu risco e substituo com uma exposição correta do texto sagrado. Cada nota de rodapé da Bíblia de Estudo que possuo em minha casa, onde encontro um equívoco ou heresia, por menor que seja, sob a autoridade do Espírito Santo falando na Escritura eu risco com um marca-texto e corrijo conforme o suporte da exegese honesta.

Se por "confessional" subentende-se que as Confissões e Concílios são regras de fé e conduta do cristão (e é exatamente isso que se propõe nas várias denominações religiosas espalhadas pelo mundo, em especial a Igreja Presbiteriana), então eu sou anti-confessional declarado. Este é o princípio normativo de Knox e de todo puritano por herança. Se uma coisa não pode ser justificada pelas Escrituras, eu não aceito e não permito que seja adotada nas reuniões de culto, ministério e ceia do Senhor. Sim, eu congrego somente ao nome do Senhor, em minha própria casa e nos lares de outros irmãos, da forma clara e simples como Ele ensinou (Mt 18.20). Não sou pastor, nem padre, nem clérigo. Não estou ligado a nenhuma denominação ou organização religiosa. Congrego somente ao nome do Senhor Jesus (Mt 18.20), fora do sistema denominacional, sem templos, sem líderes, sem sacerdotes, sem dízimos e coisas semelhantes.

O meu Jesus Cristo não me ordenou (a menos que se prove) a adotar métodos e tradições emboloradas para seguir o caminho da retidão. Ele me ordenou [unicamente] que eu "examine as Sagradas Escrituras" (Mc 12.24), "prove os espíritos" (homens, documentos de homens, manuscritos de homens, pregações de homens etc. – 1Jo 4.1) e que eu não vá além do que está escrito (1Co 4.6). Se um anjo dos céus vem até mim e diz o que não se conforma, não se encontra nem testifica com a Palavra de Deus, eu o amaldiçoo (Gl 1.6-10).

Não preciso me esforçar para provar que a confessionalidade papal das denominações tradicionais, sem as devidas correções que há séculos congelaram em seus documentos canonizados, desemboca inevitavelmente em um novo Papismo. As igrejas orientais, a Igreja Copta, a Igreja Católica Romana e o Anglo-Catolicismo pregam que a interpretação correta das Sagradas Escrituras se dão por meio das autoridades eclesiásticas (papas, pastores, clérigos, confissões etc.). Na verdade, não são “igrejas” no sentido original da palavra, mas, para melhor entendimento do que estou dizendo aqui, usarei este termo como é entendido pelas massas semi-analfabetas.

Temos também a Igreja Pentecostal, que possui uma teologia empírica. Trata-se de um movimento pseudo-cristão conjectural, sensorial e pragmático. Sua hermenêutica se baseia na experiência pessoal, ignorando fatores Bíblicos que formam um indivíduo genuinamente cristão.

A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma organização papista da planta dos pés aos últimos fios de cabelo. Sua hermenêutica reformada é determinantemente adepta à herética teologia do pacto. Tal instituição possui em sua membresia uma casta de ministros que se situam acima dos demais crentes, diferenciando clérigos de leigos, além de possuir roupas e poltronas especiais e separadas para o clero da denominação. De fato, a IPB anda de mãos dadas com o Catolicismo. Na verdade, tem se mostrado até pior, pois, enquanto o Catolicismo possui apenas um papa, por outro lado, a Igreja Presbiteriana, com seus documentos confessionais, possui milhares de pequenos papas que reivindicam a mesma autoridade sacerdotal antibíblica que temos presenciado há séculos. A Igreja Pentecostal faz a mesma coisa. Sendo assim, enquanto a Igreja Católica possui o Concílio de Trento, a Igreja Presbiteriana possui uma porção de Concílios que se situam acima da autoridade das Escrituras Sagradas. Portanto, não há diferença entre essas denominações religiosas. Todas elas colocam suas tradições acima da Bíblia.

Com respeito a toda essa idolatria às tradições legadas pelas várias denominações religiosas, é necessário que se diga: “Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens... BEM INVALIDAIS A PALAVRA DE DEUS PARA GUARDARDES A VOSSA PRÓPRIA TRADIÇÃO... A QUAL VÓS MESMOS ORDENASTES POR CONTA PRÓPRIA" (Marcos 7.6-13).

A doutrina Sola Scriptura condena toda essa aberração irredutível descrita aqui. Sobre isso, Martinho Lutero era enfático: "Um simples leigo armado com as Escrituras é maior que o mais poderoso papa sem elas". É uma pena que Lutero não tenha tido tempo de entender que sua luta foi basicamente em vão, uma vez que ele não se libertou do sistema religioso denominacional! Ao invés disso, tentou, frustradamente, “reformar” a Igreja. Não temos que tentar reformar o que é errado, mas sim correr em direção ao que é certo. O verdadeiro cristão não tenta reformar a Igreja, mas corre em direção à Igreja bíblica, a qual se constitui o Corpo de Cristo, o qual é um só povo celestial.

Não devemos fazer juramentos a documentos confessionais. Isso é pecado e leva à condenação. Cristo ensinou a jamais fazermos juramentos ou promessas, nem pelo céu, nem pela terra, nem qualquer outro juramento:

“Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação” (Tiago 5.12).

Porventura precisamos desses documentos confessionais que tanto nos pressionam a honrar e seguir nas sinagogas da cristandade atual? A Bíblia diz que não. A Palavra de Deus nos é suficiente para aprender sobre Deus, seus preceitos e decretos:

"Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça" (2 Timóteo 3.16).

A base da doutrina SOLA SCRIPTURA é de que as Escrituras são perfeitas, e que ninguém pode pôr outro fundamento além do que está posto, o qual é Jesus Cristo, a Palavra (Verbo) de Deus, e que qualquer que pregar outro evangelho, mesmo sendo um anjo, seja AMALDIÇOADO (Gl 1.6-10).

Os assim chamados “reformados” gostam de falar das doutrinas da graça e de suas iniciais que formam a palavra “TULIPA”. Com relação a isso, é claro que eu creio na TULIPA! Cada doutrina representada por essas iniciais está correta e de acordo com as Escrituras. Todavia, minha tulipa é aberta. Ela não me acorrenta a cada detalhe das confissões antigas, nem me obriga a adotar velhas tradições emboloradas. Minha tulipa nasceu no terreno fértil da exegese, não no piso de granito do escolasticismo protestante. Por isso ela é aberta, acolhendo todas as conclusões da hermenêutica honesta. Se essas conclusões forem pétalas que chamam de dispensacionalistas, eu as acolherei, pois agora compreendo as dispensações das Escrituras. Abandonei o sistema religioso denominacional e me libertei da herética teologia do pacto. Não sou reformado, embora eu seja calvinista porque não posso evitá-lo de ser. Meu compromisso é com o texto inspirado e eu tenho uma Bíblia em casa. Minha Confissão de Fé é a Bíblia. A Canonização das Confissões e Concílios é um vírus trazido do Catolicismo Romano. Não me renderei a isso jamais.

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8.32).

– JP Padilha
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Se você me perguntar o que eu sou, eu lhe responderei: "sou esposo". Se você insistir, lhe responderei: "sou pai"....