Aplausos e Elogios | JP Padilha


O FALSO CALVINISTA: A TRAJETÓRIA DE UM *CALVINISTA DE VITRINE* | JP Padilha

Uma Resposta aos Falsos Cristãos da "Zueira"

PRIMEIRO ANO
Vestígios dos Cânones de Dort, protestos e textos bíblicos ainda ficam. As pentequices, que outrora haviam sido abandonadas devido à sua notória ilegitimidade, logo começam a ser toleradas sob o pretexto de piedade pelos “irmãos” incautos ou pelo receio de perder o carinho da família assembleiana. Nesse ponto, a admiração pela tríade “John MacArthur, Marcos Granconato e Paul Washer” vai se dissipando devido às suas severas denúncias contra as práticas pentecostais.

SEGUNDO ANO
A doutrina da eleição, o coração da Reforma Protestante, já não parece mais relevante. Os cinco pontos do calvinismo dão lugar a uma série de debates infrutíferos, deboches contra os que neles se apóiam em defesa das doutrinas da graça e, sobretudo, começam as famosas “zoeiras”. Páginas e sites com o nome de “zoeira” são criadas no intuito de usar a Bíblia como fonte de anedotas e piadinhas sobre a ortodoxia alheia. É mais ou menos nesta fase que rompe-se com o temor a Deus e a seriedade. Curiosamente, baseados sabe-se lá em quê ou em quem, começa-se a lutar ferrenhamente contra os que se empenham honestamente no protesto contra a imposição do dízimo. É nesta fase que se começa as propagandas gratuitas de autores arminianos como Billy Graham, Leonard Ravenhill e David Wilkerson.

TERCEIRO ANO
Da tríade só fica o Paul Washer devido ao seu “calvinismo de obras” (ou legalismo reformado, se preferir) contra os calvinistas que não toleram a comunhão com arminianos. Paul Washer fica no topo da lista de favoritos quando se trata de citar um pastor proeminente em defesa da união entre calvinistas e arminianos. Por que? Porque, de acordo com o “calvinismo de obras”, a salvação é somente pela graça, porém, alguns arminianos são salvos porque são “piedosos”. John MacArthur é visto como uma espécie de monstro, pois, embora seja um dos pastores mais brilhantes da igreja reformada, desagrada a maioria das pessoas por condenar os conceitos e práticas dos pentecostais e arminianos. Agora, mais do que nunca, as obras de caridade passam a ser discutidas de maneira calorosa. Já não há espaço para os que finalmente compreenderam a cessação dos dons e se posicionaram firmemente como cessacionistas, que apoiam-se em obras sucintas e diretas ao ponto, tais como o livro “Fogo Estranho” e “O Caos Carismático”, de John MacArthur. Cessacionistas, segundo o “calvinista de vitrine”, não devem julgar os continuístas por acrescentarem à Palavra de Deus as suas experiências mirabolantes com o sobrenatural. Os que advogam a continuidade dos dons (continuístas), apoiam-se em Grudem, Piper e Carson, embora não tenham nenhum amparo das Escrituras para sustentar sua teoria. Ataques e "espantalhos" contra os cessacionistas são constantes, principalmente em páginas de cunho piadista (ou zoeiras, como são chamadas hoje). Os cessacionistas passam a ser estigmatizados pelos “calvinistas de vitrine” por defenderem tão somente o zelo pela Escritura revelada, com base em Gálatas 1:6-10. Os continuístas, por outro lado, são considerados crentes “equivocados”, mas que não devem ser comparados com os "pentecostais", uma vez que (novamente, com base em que ou em quem eu não sei) existe diferença entre “heresia” e “erro teológico”. Os cessacionistas são intitulados de incrédulos, quando, na verdade, o cessacionismo jamais teve a ver com crer ou não nos milagres de Deus. Há também a questão escatológica, mas esta quase sempre é uma posição outorgada por outras posições. Os amilenistas se apoiam papalmente em Leandro Lima, Tio Nico e Anthony Hoekema. Premilenistas futuristas são tachados de loucos por terem finalmente enxergado que não há mais espaço para os velhos conceitos aliancistas herdados do Romanismo Católico. Batistas Reformados não são mais considerados calvinistas. Dispensacionalistas são apontados como hereges por romperem os laços com a tradição escolástica da teologia pactualista. MacArthur e Granconato estão sob influência de demônios e precisam se converter porque abriram mão do “juramento” às confissões de fé. Na falta de argumentos sólidos, o que resta é jogar todos os dispensacionalistas dentro de uma caixinha condenatória e dar gargalhadas histéricas pela internet (os famosos “kkk”s), chamando-os de inconfessionais e lunáticos. Livros sobre o verdadeiro e atual conceito dispensacionalista são barrados pelo “Supremo Concílio Papista” e os dispensacionalistas se vêem fadados a trabalharem duro na tradução de mais materiais a fim de informar o povo de Deus sobre o perigo da israelização da igreja. Sorte de quem sabe inglês!

QUARTO ANO
A comunhão com arminianos e pentecostais fica ainda mais intensa. Um fenômeno curioso ocorre nesta fase: Tudo o que é defendido pelos calvinistas mais consistentes passa a ser condenado e zombado pelos “calvinistas de vitrine”: Louvor sem instrumentos musicais e sem "artistas gospel", Determinismo Bíblico, Doutrina Bíblica da Separação (arminianos e pentecostais não são irmãos na fé), etc. Surge também a hipocrisia disfarçada de humildade, pois aqueles que agora possuem uma carga didática que os ameaça recebem o nome de “soberbos” e/ou “presunçosos” por se aprofundarem em termos técnicos que visam esclarecer as doutrinas evitadas pela ala ecumenista. Alguns desses termos acadêmicos são: Apologética Pressuposicionalista, Supralapsarianismo X Infralapsarianismo, etc. Embora essas terminologias tratem de questões fundamentais para uma posição bíblica sadia, sendo elas uma ferramenta crucial no aprendizado acerca das doutrinas da graça, são tidas [pelos calvinistas de vitrine] como “teologia fria e sem vida piedosa”. É claro que os mesmos não apresentam nenhum argumento que apóie tal generalização, mas eles o farão mesmo assim. Afinal, o objetivo é amordaçar pastores e mestres calvinistas que realmente querem expor a verdade às suas ovelhas por meio de pregações expositivas e sem eufemismos do tipo “Isto é irrelevante”, ou, a predileta dos omissos: “Isto é secundário”. O resultado é o que já temos visto: a heresia passa a receber os nomes de “equívoco teológico” e “secundário”.

QUINTO ANO - ALTERNATIVA 1
A esta altura, muitos já terão migrado para as raras igrejas presbiterianas ou batistas que ainda detém um remanescente fiel. Porém, por acharem que igreja bíblica é sinônimo de jugo desigual, acabam se decepcionando por encontrarem ali uma coisa de outro mundo, fora da realidade sincretista das igrejas modernas e relativizadas, principalmente quanto aos batistas reformados (que ainda se mantém de pé em meio a toda essa lambança política que, dia após dia, tenta unir o justo com o profano). E dá-lhe textões contra os herdeiros do puritanismo, os quais buscam sempre preservar a doutrina, ainda que isso lhes custe a vida, exigindo dos mesmos uma “confessionalidade” que nem mesmo o Concílio de Trento ousou impor sobre os católico-romanos, tendo como o atual Papa Hernandes Dias Lopes. E tome brigas e mais brigas (embora eles aleguem ser contra discussões na internet): O Credobatismo, biblicamente testificado, é tido como uma afronta às “vacas sagradas” do tradicionalismo reformado. Por outro lado, o Pedobatismo, que embora possua uma vasta lista de defensores na história, porém, sem nenhum amparo das Escrituras, é o “bezerro de ouro” dos “calvinistas de vitrine”. Por que? Porque o que o Papa diz, o que as Confissões e Concílios dizem e o que a tradição da igreja diz está acima da Palavra inspirada. Todavia, não se pode esperar que tais facínoras admitam esta realidade. Eles jamais admitirão. Ao invés disso, dirão que estão a “preservar” pela Bíblia porque seu Papa é um “homem de Deus” e seus documentos confessionais são inerrantes, irretratáveis, perfeitamente harmonizadas com a Bíblia (traduzindo: em pé de igualdade com a Bíblia) e não devem ser rejeitadas nem questionadas. E tome mais jugo desigual, amizade entre santos e infiéis, cristãos e ímpios, e assim sucessivamente. E tome bloqueios por parte dos que preferem defender a união com arminianos do que com os próprios calvinistas que tentaram alertá-los. Indubitavelmente que, se houvesse um Sínodo de Dort 2.0, os calvinistas de vitrine crucificariam os calvinistas e seguiriam seus “irmãos arminianos e pentecostais” (de certo modo, é exatamente isso que está acontecendo). E tome mais amizades coloridas, pois, conforme a mesma premissa, católico-romanos também são irmãos, bem como neo-pentecostais, adventistas e testemunhas de jiová.

QUINTO ANO - ALTERNATIVA 2
Eis o ponto crítico e, na maioria dos casos, irreversível. Qualquer igreja com mensagens de auto-ajuda e pregações que não julguem as heresias arminianas e pentecostais é viável. Tornam-se amantes de tradições emboloradas, adoradores de templos monumentais, membros oficiais de qualquer instituição e conquistadores de sorrisos largos e aplausos infindáveis. Na teoria, é um cristão reformado. Na prática, um discípulo de Satanás. Perde-se o senso de ortodoxia somada à ortopraxia, e tornam-se uma vergonha para calvinistas sérios que levam a culpa pelo distúrbio, afinal, as massas gostam de “calvinistas de vitrine”. Eles proclamam muitas das doutrinas da graça, mas andam de mãos dadas com o arminianismo, de forma que aqueles que são novos no seio da igreja os vêem como uma espécie de Madre Tereza de Calcutá, porém, com barba e uma Sistemática mofada de Berkhof debaixo do braço. Os maus frutos saltam como confetes em um carnaval. Não é atoa que a “zoeira” é uma das cinco solas do “calvinismo de vitrine”, tendo à frente a Sola-Tradição, Sola-Confissão, Sola-Alegoria e Sola-Mento.

CONCLUSÃO
Se você se identificou com pelo menos 80% desse texto, você corre um sério risco de ser um calvinista de vitrine. Sua estante [provavelmente] está cheia de livros reformados com exemplos de ousadia e intrepidez que nunca sequer passaram do teto. Com isso, o universalismo provavelmente contaminou 80% do que um dia você pôde chamar de cristianismo.

JP Padilha
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NOTA:
1 - Hoje, com uma mente mais madura, não faço uso de termos técnicos, tais como "supra", "infra", "calvinista", etc. Somente em casos que realmente exigem que eu o faça.
2 - Não faço mais parte do denominacionalismo religioso. Não estou ligado a nenhum nome institucional, mas congrego somente ao nome do Senhor Jesus Cristo. Portanto, este artigo está sujeito a mudanças.

"PASTORADO FEMININO"? | JP Padilha



Há muitos artigos bíblicos sobre a heresia do pastorado feminino. Essa doutrina ímpia sempre foi muito comum em denominações pentecostais, mas conquistou espaço nas igrejas (seitas) históricas nos últimos tempos. Os textos mais explícitos sobre o tema na Bíblia são Atos 6.1-7; 1 Timóteo 2.11-15; 1 Coríntios 14.34-36 e 1 Coríntios 11. 2-16. Algumas dessas passagens foram analisadas com mais profundidade nos esboços que tenho feito a fim de escrever artigos mais complexos. O pequeno artigo que se segue é uma forma de mostrar que a Escritura não usa meios termos e não contradiz a si mesma. A Bíblia é determinista e não abre margens para conjecturas, culturas, costumes e épocas. Além disso, a relação intrínseca entre a família e a Igreja mostra que aquele que é a cabeça na família (Ef 5.21-33) também deve exercer a liderança na Igreja. As credenciais para o “pastorado” na Igreja apostólica, assim como qualquer função onde o papel é o ensino sobre os homens, estão prescritas em 1 Timóteo e Tito 1. A vocação do ensino e da pregação é apenas um dos requisitos para o pastorado, ou para o evangelista, ou para qualquer lugar onde o homem exerce seu papel de ensinar e doutrinar. Há outros, como por exemplo, governar a própria casa e ser M-A-R-I-D-O de uma só mulher, que não podem ser preenchidos por mulheres cristãs, por mais dons que tenham.

Em 1 Coríntios 14.34-37, o apóstolo Paulo não usa meios termos:

“As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja. Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor (1 Coríntios 14.34-37).

Agora note o “Xeque-mate” da questão: Quando o apóstolo diz no verso 37: “se alguém pensa ser espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Co 14.37), ele destrói o argumento relativista daqueles que rejeitam as claras e normativas instruções de Paulo sob a base de que elas são meramente culturais. O mandamento nessa passagem é normativo para toda a Igreja e em toda a sua era.

Em 1 Timóteo 2.12 ele diz, peremptoriamente:

“Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio”.

É inconcebível imaginar como Cristo poderia ter sido mais claro do que nessas duas passagens. As mulheres são proibidas de “falar”, isto é, de “ensinar” na igreja. O ministério de ensino na igreja, com exceção do ensino de mulher para mulher ou de mulheres aos seus filhos, pertence aos homens (compare 1 Timóteo 3 e Tito 1). Isto não se trata de ser maior ou melhor. Se trata da lei de Deus onde Ele estabelece papéis distintos ao homem e à mulher. Quando tal mandamento é violado, o Espírito de Deus não tem participação nenhuma e o que sobra são palavras advindas de filosofias humanas e discursos cheios de apelo.

"Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres dominam sobre ele; ah, povo meu! Os que te guiam te enganam, e destroem o caminho das tuas veredas”. (Isaías 3:12)

DÉBORA NÃO É EXEMPLO PARA A IGREJA; SARA SIM.

Em nenhum episódio bíblico vemos a mulher como pastora, como líder espiritual. Débora, uma profetiza que julgou a Israel no período dos Juízes, foi usada por Deus como juíza e profetisa e nunca como uma líder. Deus a usava como profeta, para entregar ao povo a Sua Palavra, mas Débora não era “pastora”. Baraque era quem liderava e estava no comando. Tanto que Deus usou Débora para dizer a Baraque: "Levanta-te, pois esse é o dia que o Senhor tem dado a Sísera nas tuas mãos; porventura, o Senhor não saiu diante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens após ele". (Jz 4.14). Não é uma questão de inteligência; é uma questão de uma simples leitura bíblica.

Na doutrina dos apóstolos, o exemplo que temos de mulher que serve a Deus é Sara, e não Débora:

"... vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; considerando a vossa vida casta, em temor. O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos; como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto" (1 Pedro 3:1-6).


Acesse o blog do meu livro "O Evangelho sem Disfarces" clicando aqui:
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/2019/08/sumario-o-evangelho-sem-disfarces.html

–– JP Padilha / O Evangelho sem Disfarces
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ELEIÇÃO INCONDICIONAL e REPROVAÇÃO INCONDICIONAL | JP Padilha


Existem, pelo menos, 13 pontos básicos para entender o funcionamento da obra da salvação, que é a maneira como Deus predestinou alguns homens à salvação e condenou o restante da humanidade à perdição eterna de acordo com a Sua vontade:

1 - Deus não salva o homem porque o homem crê nEle. Deus não salva com base na reação humana, mas unicamente por meio de Sua soberana vontade, isto é, Deus salvou o homem [eleito] porque quis (Romanos 9.16-24).

2 - O amor de Deus é salvífico, e aqueles a quem Ele amou, antes os predestinou para a vida eterna. Deus os amou na eternidade, portanto, tais homens, assim escolhidos, não podem decair da graça e/ou perder a salvação (Romanos 8.29-30).

3 - Deus é quem concede a Fé. Só pode crer nEle aquele a quem foi concedido a Fé (Filipenses 1.29).

4 - Não somente a Fé, mas todo o processo da salvação [fé, doutrina, santificação, boas obras, justificação] é operado exclusivamente por Deus. O homem não tem participação nenhuma em sua salvação (Filipenses 2.13). A graça é um dom de Deus, e todo o processo da salvação é dom exclusivo de Deus e não do homem. Portanto, suas obras não podem salvá-lo (Efésios 2.8,9). Ainda assim, o homem é responsabilizado pelos seus atos e não pode se queixar (Romanos 9.13-20; Atos 4.26-28).

5 - O homem [eleito] não é salvo "por causa" das boas obras, mas salvo "para" as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas (Efésios 2.8-10).

6 - Toda a "boa obra" tem seus elementos bíblicos estabelecidos e não são meramente atitudes humanistas de caridade. Estas boas obras são operadas pelo Espírito Santo e não pelo homem (João 16.8 / João 14.16,17).

7 - As nossas próprias obras são vistas por Deus como “trapos da imundícia”. Nossa própria justiça é como esterco perante Deus. Todos nós somos, por natureza, como o imundo, e murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam (Isaías 64.6).

8 - Em nós mesmos, isto é, em nossa carne, não habita bem algum. Portanto, se o homem for deixado a mercê de sua própria escolha, ele sempre escolherá o mal (Romanos 7.15-25).

9 - O homem não é salvo porque creu em Jesus; ao contrário, o homem crê em Jesus porque foi salvo (Atos 13.48).

10 - Do mesmo modo, o homem não escolhe a Cristo por si mesmo, mas Cristo é quem o escolhe seletivamente. Estes homens, assim escolhidos, darão frutos segundo a operação do Espírito Santo, que neles habitará por meio da intercessão única de Cristo (João 15.16).

11 - Ninguém pode caminhar em direção a Cristo se o Pai não lhe trouxer até Ele (João 6.44). O verbo grego "trouxer", na Bíblia, significa "arrastar", "puxar à força", "tomar posse". Isso significa que quando Deus escolhe alguém Ele não pergunta se aquele alguém o aceita como Deus ou não; ele simplesmente será convertido porque Deus o fará se converter de seus maus caminhos. E estes mesmos escolhidos serão preservados por Deus até o fim; e ainda que lhes seja permitido pecar muitas vezes, contudo, o Senhor os disciplinará e os colocará de volta em seu caminho (João 10.27-30).

12 - Deus preordenou a perdição eterna de muitos homens e anjos, que serão lançados no fogo eterno por causa de seus pecados (Romanos 9.13-24). Embora Deus tenha decretado sua condenação, tais homens e anjos estão indesculpáveis diante de Deus, porquanto todos nascemos maus e merecemos o inferno (Romanos 3). E não somente isso, como Deus, em Sua soberania, enviará sobre os ímpios o "espírito do engano", para que creiam na mentira, rejeitem a verdade e sejam condenados (2 Tessalonicenses 2.11,12).

13 - Deus é Bom, Santo e Justo. Seus eternos decretos não interferem em Seu caráter. O fato de Deus decretar o mal não o torna Mau. Deus a ninguém tenta, mas conduz o homem à tentação de seu próprio coração (Tiago 1.13-15). Este mesmo Deus também induz o homem para ser tentado por Satanás e testado por meio disso, assim como o fez com Seu próprio Filho Jesus Cristo (Mateus 4.1).

📖 "E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e CRERAM todos quantos estavam ORDENADOS para a vida eterna" (Atos 13.48).

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CAPÍTULO 5: E QUANTO A ISRAEL? | Michael Vlach

Um pastor de outra geração estava pregando sobre a realeza de Cristo quando, eloqüente e poderosamente, soltou este belo resumo:

A Bíblia diz que meu Rei é rei de sete maneiras. Ele é o Rei dos Judeus. Este é um rei social. Ele é o Rei de Israel. Este é um rei nacional. Ele é o Rei da Justiça. Este é um rei espiritual. Ele é o Rei dos séculos. Este é um rei eterno. Ele é o Rei dos céus. Este é um rei celestial. Ele é o Rei da glória. Este é um rei magnífico. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Este é um rei divino. Este é o meu Rei divino.[1]

O propósito deste capítulo é estabelecer o fato de que Israel é o povo e a nação sobre a qual o Rei dos reis e Senhor dos senhores governará um dia.

Poucos temas na teologia cristã são tão controversos e importantes quanto Israel. Na realidade, Israel é a questão principal que separa Premilenismo Futurista de sistemas não-dispensacionalistas, tais como Amilenismo, Premilenismo histórico e Posmilenismo. A questão fundamental é: “A nação de Israel ainda possui significância no plano de Deus ou esta relevância foi substituída e transcendida por Jesus de tal forma que não há um papel futuro para a nação neste planejamento divino?” Premilenistas futuristas afirmam a primeira opção enquanto os outros pontos de vista defendem a segunda.

A evidência bíblica mostra que o Premilenismo Futurista está correto ao considerar que a nação de Israel permanece importante para os propósitos de Deus. Na verdade, não se pode ter uma compreensão apropriada dos planos de Deus para as eras a menos que se tenha uma opinião sobre como Deus está usando Israel para cumprir Seus propósitos. Isso inclui compreender a relação entre a nação de Israel e Jesus, o israelita definitivo que, como o cabeça Israel, restaura a nação num futuro local de culto e liderança entre as nações. É aqui que os premilenistas futuristas fazem uma contribuição significativa para a compreensão da teologia e onde outros sistemas teológicos têm falhado largamente. Aqueles que não endossam o Premilenismo Futurista têm concluído erroneamente que a identificação de Jesus com Israel significou o fim do papel e da significância do Israel nacional,[2] enquanto os premilenistas futuristas afirmam que a identidade de Jesus “Israel” é parte de uma solidariedade societária na qual na qual um (Jesus) e muitos (nação de Israel) estão relacionados entre si sem que Aquele retire o significado destes.

O ponto principal neste capítulo é que a Bíblia, incluindo ambos os Testamentos, frequentemente e explicitamente, ensina a salvação e a restauração da nação de Israel. Vamos também estabelecer que Deus criou Israel para ser um meio de bênção para todo o mundo.. Como Robert Martin-Achard declarou: “A escolha de Israel (...) pertence ao domínio dos meios e não dos fins”.[3] Isso inclui ser o veículo através do qual Jesus viria. E também envolve Israel tendo um papel estratégico para as nações enquanto Cristo exerce seu justo governo sobre estas nações. Assim, Israel é um meio de bênçãos para o mundo, mas não é um fim em si mesmo. Não é o propósito de Deus tornar “Israel” todos aqueles que crêem.


UMA PALAVRA SOBRE NAÇÕES NA BÍBLIA
Muitos não-dispensacionalistas combatem a idéia de que a nação de Israel possa ter qualquer papel futuro a desempenhar nos propósitos de Deus. Para eles, a unidade que todos os crentes têm em Cristo deve significar que não pode haver a restauração de Israel. Mas, antes de examinar o que a Bíblia tem a dizer sobre Israel, é importante ter um correto entendimento das nações. Pois, se alguém erra na compreensão de como Deus vê as nações, irá errar em relação a Israel como uma nação nos planos de Deus. Nossa proposta é esta – não há nada de errado ou não espiritual sobre o conceito de nações. Na verdade, Deus tem um propósito para as nações. E, se Ele tem um propósito para as nações, não deve haver nenhum problema em se entender que Ele tenha um plano futuro para a nação de Israel. A unidade salvífica que todos os crentes experimentam em Cristo (cf. Ef 2.11-22) em nada exclui a futura relação de Deus com as nações, incluindo Israel, pois a unidade espiritual em Cristo não exclui a diversidade em outras áreas. Unidade e diversidade podem existir em perfeita harmonia. Vemos isso com outras categorias. Crendo que homens e mulheres são iguais em sua posição com Cristo (veja Gl 3.28), mesmo assim ainda há diferenças em suas funções na igreja (veja 1Tm 2.9-15). Da mesma forma, dentro de uma igreja local, todos os cristãos compartilham igualmente das bênçãos da salvação, mas os diáconos e líderes da igreja possuem papéis não compartilhados por outros na congregação (veja Hb 13.17). A própria Trindade evidencia tanto a unidade (um só Deus) e diversidade (três pessoas). Um dos pontos fortes do Premilenismo Futurista é o entendimento de que Deus tem a intenção de glorificar a Si mesmo através de ambos, unidade e diversidade. Eles podem coexistir em harmonia e, quando o fazem, também refletem a unidade e a diversidade dentro da Divindade.

Apesar de ser uma instituição pós-queda, as nações não são inerentemente más ou algo que deva transcender ou diminuir em importância com a vinda de Cristo. Sim, há muita ênfase na Bíblia na salvação individual, mas isso não é mutuamente exclusivo com os planos de Deus para as nações. Na verdade, as nações foram criadas por Deus. Paulo declarou que “de um só [Deus] fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra” (At 17.26ª). Isaías 19.24-25 indica que um dia virá quando os tradicionais inimigos de Israel, Egito e Assíria irão se juntar a Israel como povo de Deus:

“Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra; porque o Senhor dos exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança”.

Note que, nos últimos dias, o Egito se tornará “meu povo” e a Assíria será “obra de minhas mãos”. Estas nações se tornarão o povo de Deus ao lado de Israel, que ainda é “herança” de Deus. As nações crentes não se tornam “Israel”, mas existem como povo de Deus junto a Israel para a glória dEle. Assim, o Senhor não apenas tem um futuro para Israel; Ele tem um plano para outras nações também, mesmo os tradicionais inimigos de Israel, como o Egito e a Assíria. Em Zacarias 2.11, Deus declarou que “muitas nações se ajuntarão ao SENHOR e serão o meu povo”. Zacarias 14 indica que no dia em que “O SENHOR será Rei sobre toda a terra” (v. 9), “nações” (incluindo o Egito) “subirão de ano em ano para adorar o Rei” (v. 16).

Mas os planos de Deus são transcendidos pela vinda de Jesus e a era do Novo Testamento? Não há evidência de que sim. Repetidamente, os planos de Deus para a nação de Israel são afirmados (ver Mt 19.28; Lc 1.32-33; At 1.6; Rm 11.26-27). Apocalipse 21.24-26 afirma ainda a presença de nações no Estado Eterno:

“As nações andarão mediante a sua [a Nova Jerusalém] luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória. As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite. E lhe trarão a glória e a honra das nações”.

Estas “nações” (plural) andarão pela luz da Nova Jerusalém e os “reis da terra” trarão suas contribuições culturais de suas terras para a grande cidade. Estas nações estão unidas no sentido de que todas são salvas da mesma maneira – através unicamente da fé somente em Cristo. Mas esta unidade espiritual não apaga todas as diferenças étnicas e geográficas que possuem entre si. A evidência escriturística para as nações nos planos futuros de Deus é tão significativa que até mesmo o teólogo amilenista Anthony Hoekema reconhece a existência das nações. Em relação à Apocalipse 21.24,26, Hoekema perguntou: “Será que é demais dizer que, de acordo com esses versículos, as únicas contribuições de cada nação para a vida da terra presente será enriquecer a vida da nova terra?”[4] Estas contribuições incluem “os melhores produtos da cultura e arte que esta terra já produziu”.[5]

Este entendimento de que várias nações têm um papel nos propósitos futuros de Deus conduz a uma importante implicação teológica: Se é reconhecido que há nações no futuro com papéis e identidades específicos, por que não haveria um papel especial e identidade para a nação de Israel? Em resposta à declaração de Hoekema sobre a presença de nações e cultura na nova terra, Barry Horner corretamente aponta que “a menção de contribuições nacionais distintas (...) certamente teriam de incluir as benfeitorias culturais de Israel!”[6] O ponto de Horner é bem aceito. Se há nações na nova terra, por que Israel não seria uma dessas nações que contribuem para a nova ordem? Além disso, a presença de nações plurais no estado eterno indica que não é o propósito de Deus tornar todos Israel, como os não-dispensacionalistas constantemente alegam. Não há nenhuma indicação de que as nações em Apocalipse 21 e 22 sejam todas identificadas como “Israel”. O papel de Israel é trazer bênçãos para as nações, não tornar todo mundo Israel. Em suma, ao nos aproximarmos do tema de Israel, devemos pôr de lado quaisquer noções não-bíblicas ou suposições de que as nações não são de caráter espiritual ou algo que deva ser transcendido. Ambos os Testamentos da Bíblia afirmam um futuro para as nações.


A NAÇÃO DE ISRAEL COMO UM MEIO DE BÊNÇÃOS PARA TODO O MUNDO
Um entendimento apropriado sobre Israel e os propósitos de Deus para ele devem estar enraizados numa correta interpretação de Gênesis 12.1-3. Pois é aqui que encontramos o propósito para Abraão e Israel:

“Ora, disse o SENHOR a Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”.

Esta passagem introduz a aliança Abraâmica. Aqui, Deus promete a Abraão bênçãos pessoais, incluindo um grande nome. Deus também diz a Abraão: “de ti farei uma grande nação”. Quando o livro de Gênesis se desdobra, torna-se evidente que esta “grande nação” é Israel, os descendentes de Abraão através de Isaque e Jacó. Significativamente, o propósito de Abraão e da grande nação que viria dele é encontrado no versículo 3b: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Dumbrell salienta que a gramática hebraica indica aqui o destino de Abraão e da grande nação:

A cláusula é, mais provavelmente, para ser tomada como uma cláusula de resultado, indicando qual será a consumação das promessas que os versos precedentes anunciaram. Ou seja, as promessas pessoais feitas a Abraão têm a bênção mundial final como o seu objetivo.[7]

Assim, Gênesis 12.2-3 indica que o propósito de Abraão e da grande nação a surgir dele (Israel) é uma bênção para todo o mundo. Como Christopher Wright ressalta: “Sem dúvida, então, houve um propósito universal na eleição de Abraão por Deus e, portanto, também uma dimensão universal para a própria existência de Israel. Israel como um povo que foi chamado à existência por causa da missão de Deus em abençoar as nações e restaurar sua criação”.[8]

As implicações desta passagem para o conceito de povo de Deus são significativas. Em primeiro lugar, desde o início, a aliança Abraâmica foi determinada para Israel e os gentios. Não apenas para Israel, embora o pacto tenha sido mediado através dele. Mais tarde, quando vemos a aliança Abraâmica relacionada aos crentes gentios (cf. Gl 3.7-9,29), isso não deve nos surpreender ou nos fazer concluir que os gentios são agora parte do Israel. Também não devemos concluir que as promessas da aliança Abraâmica foram agora transferidas de Israel para a igreja. O propósito de Deus com este pacto não é fazer dos gentios parte de Israel, como os não-dispensacionalistas costumam acreditar. Em vez disso, o propósito de Abraão e Israel é trazer bênçãos para os gentios enquanto gentios. Em segundo lugar, Deus não tem a intenção de que Israel seja um fim em si mesmo. Não é um fim, mas um meio – um meio para bênçãos. Essa promessa de que a semente de Abraão seria o veículo para bênçãos aos gentios é explicitamente declarada novamente em três outras partes de Gênesis:

“Nela [a descendência de Abraão] serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz” (Gn 22.18).

“Multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e lhe darei todas estas terras. Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra” (26.4).

“A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra” (28.14).

O propósito de Israel enquanto um veículo de bênçãos para as nações também é visto em Êxodo 19.6, onde Deus declara: “vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa”. Israel deveria ser um cintilante testemunho de Deus para outras nações. Deuteronômio 26.19 afirma: “Para, assim, te exaltar [Israel] em louvor, renome, e glória sobre todas as nações que fez”. O salmo 67 diz ainda que “Seja Deus graciosos para conosco [Israel], e nos abençoe (...) para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação. (...) e todos os confins da terra o temerão” (Sl 67.1,2,7). Estas passagens devem nos levar a concluir, como Tuvya Zaretsky observou, que “O propósito de Deus para Israel como revelado na Bíblia foi de que eles seriam um veículo para resplandecer a luz de Sua revelação às nações e um sistema de entrega do Salvador de Deus, o Messias”.[9]


A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL NO ANTIGO TESTAMENTO
Deuteronômio 30.1-6 é uma passagem estratégica sobre planos de Deus para Israel:

“Quando, pois, todas estas coisas vierem sobre ti, a bênção e a maldição que pus diante de ti, se te recordares delas entre todas as nações, para onde te lançar o SENHOR teu Deus, e tornares ao SENHOR, teu Deus, tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua alma, e deres ouvidos à sua voz, segundo tudo o que hoje te ordeno, então, o SENHOR, teu Deus, mudará a tua sorte, e se compadecerá de ti, e te ajuntará, de novo, de todos os povos entre os quais te havia espalhado o SENHOR, teu Deus. Ainda que os teus desterrados estejam para a extremidade dos céus, desde aí te ajuntará o SENHOR, teu Deus, e te tomará de lá. O SENHOR, teu Deus, te introduzirá na terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem e te multiplicará mais do que a teus pais. O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas”.

Este trecho detalha uma profecia “num quadro geral” sobre o futuro de Israel. Deus tinha tirado Israel dramaticamente do Egito. Ele também tinha dado a Israel a lei mosaica. Em Deuteronômio 28-29, Deus descreveu as bênçãos que viriam sobre Israel se a nação O obedecesse. Ele também tratou das maldições que resultariam da desobediência. Deus então descreveu o que o futuro distante reservaria para Israel. Depois de experimentar a bênção e a maldição, Deus iria banir Israel a todas as nações por causa da desobediência. Mas um tempo viria em que Israel voltaria para Deus e Ele o restauraria. Isso inclui uma salvação espiritual (“O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração”) e uma restauração física (“na terra que teus pais possuíram”). Em suma, Deus prometeu a Israel que, após um período de banimento, a nação seria salva e restaurada à sua Terra Prometida. Esta passagem deve nos orientar claramente com relação a qualquer teologia que afirme que Deus tenha supostamente substituído ou suplantado a nação de Israel por causa de sua desobediência. Tanto a rebelião quanto a restauração de Israel ao previstas e ambas acontecerão. Outras passagens reafirmam a expectativa de Deuteronômio 30.1-6. Ezequiel 36.22-30 prediz que, após um período de dispersão, Israel irá experimentar salvação e restauração na sua terra:

“Dize, portanto, à casa de Israel: Assim diz o SENHOR Deus: Não é por amor de vós que Eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. Vindicarei a santidade do meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio delas; as nações saberão que Eu Sou o SENHOR, diz o SENHOR Deus, quando Eu vindicar a minha santidade perante elas. Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. Habitareis na terra que Eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e Eu serei o vosso Deus. Livrar-vos-ei de todas as vossas imundícias; farei vir o trigo, e o multiplicarei, e não trarei fome sobre vós. Multiplicarei o fruto das árvores e a novidade do campo, para que jamais recebais o opróbrio da fome entre as nações”.

Jeremias 30.1-3 também fala de uma restauração de Israel para a terra:

“Palavra que do SENHOR veio a Jeremias, dizendo: Assim fala o SENHOR, Deus de Israel: Escreve num livro todas as palavras que Eu disse. Porque eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que mudarei a sorte do meu povo de Israel e de Judá, diz o SENHOR; fá-los-ei voltar para a terra que dei a seus pais, e a possuirão”.

Joel 3.20 indica que, como resultado do dia do Senhor (3.18) “Judá, porém, será habitada para sempre, e Jerusalém, de geração em geração”. Em Sofonias 3.20 Deus promete novamente “mudar a sorte” de Israel. Quando se examinam estes outros textos sobre restauração na Bíblia, certas verdades emergem: (1) A restauração de Israel envolve tanto a salvação espiritual quanto bênçãos físicas, incluindo a posse da terra da promessa; (2) a promessa de restauração não é baseada na grandeza de Israel, mas na escolha de Deus e no caráter dEle; e (3) a promessa de restauração tem lugar após o período de desobediência de Israel. Como as passagens acima e muitas outras indicam, a restauração de Israel é um dos temas principais do Antigo Testamento. Trata-se de uma doutrina explícita.


JESUS, O SERVO E A NAÇÃO ISRAEL
Outra passagem importante para uma compreensão apropriada de Israel é Isaías 49.3-6. Este trecho trata da relação entre o Servo de Israel (Jesus) e a nação de Israel:

“E me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado. Eu mesmo disse: debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia, o meu direito está perante o SENHOR, a minha recompensa, perante o meu Deus, mas agora diz o SENHOR, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele, porque eu sou glorificado perante o SENHOR, e o meu Deus é a minha força. Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra”.

De acordo com o versículo 3, o Senhor está falando para “meu servo Israel”. O amilenista Robert Strimple tem razão quando afirma que Cristo “é o Servo sofredor do Senhor”.[10] O versículo 5 afirma, em seguida, um dos propósitos deste “Servo”. O papel dele é “para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele”. O versículo 6 também afirma que o papel do Servo é “levantar as tribos de Jacó, e restaurar os preservados de Israel”. Deus irá também “fazer” o Servo ser uma “luz para os gentios”. O que é significativo aqui é que o Servo está claramente ligado a Israel (v.3), mas Ele também é distinto de alguma forma, já que Ele é aquele que irá “restaurar” Israel. A nação de Israel não pode restaurar a si mesma, pois é pecadora. Mas o Servo – que é Jesus Cristo, o verdadeiro Israel – pode restaurar esta nação e trazer bênçãos para as outras. Assim, esta passagem ensina que Jesus, o verdadeiro Israel, vai restaurar a nação de Israel e trazer luz para as nações. Ele também vai restaurar Israel à sua terra (Is 49.8).

Desta forma, a presença de Jesus não significa que o povo de Israel perde seu significado ou identidade. Não é o objetivo de Jesus que tudo seja absorvido nEle. Pelo contrário, o povo de Israel está salvo e restaurado à sua terra e transformando no que deveria ser por causa de Jesus Cristo. Em relação a Israel, Robert Saucy corretamente aponta para o conceito de “personalidade social”, na qual a cabeça ministra o corpo para que este possa realizar sua missão.[11] Isto significa que Israel, a quem foi dada uma missão para as nações, será capaz de cumprir sua missão por causa do Servo – Jesus Cristo. Assim, Isaías 49.3-6 contradiz explicitamente o argumento de não-dispensacionalistas de que Cristo, enquanto o verdadeiro Israel, implique no fim da significância de Israel nacional. Não apenas Cristo, enquanto o verdadeiro Israel, não significa o fim da nação de Israel no plano de Deus, como também a presença de Cristo significa a restauração da nação.


A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL NO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento fala da vinda de Jesus, o Servo, Aquele que representa tudo o que Israel estava destinado a ser. A ligação entre Jesus e Israel é claramente vista em Mateus 2.15, onde o chamado e a partida de Jesus do Egito estão conectados com a saída histórica da nação de Israel do Egito (cf. Os 11.1): “do Egito chamei o meu filho”. A conexão de Jesus com Israel é a de uma solidariedade social ou personalidade na qual existe uma relação entre a cabeça (Jesus) e muitos (o povo de Israel). Jesus é singularmente o representante de Israel, mas Ele também é o único que representa e restaura o povo de Israel.


Os Evangelhos e Atos
Quando o anjo Gabriel apareceu a Maria, ele indicou que a criança nascida dela um dia reinaria sobre Israel: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai (Lc 1.32). As palavras de Jesus em Mateus 19.28 e Lucas 22.29-30 mostram que Jesus esperava uma restauração da nação de Israel:

“Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19.28).

“Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino; e vos assentareis em tronos para julgar as doze tribos de Israel” (Lc 22.29-30).

Nestas passagens Jesus está falando sobre o que acontecerá no futuro. Quando chegar o dia em que a terra experimentará a “regeneração” e o “reino”, os apóstolos se assentarão em doze tronos para “julgar as doze tribos de Israel”. Este é o testemunho explícito e poderoso sobre a restauração de Israel, que está ligada à segunda vinda, à renovação do planeta e ao vindouro Reino de Deus.

Mateus 23.37-39 e Lucas 13.34-35 também são evidências de que Jesus esperava uma restauração futura de Israel. A primeira passagem registra as palavras de Jesus aos habitantes de Jerusalém:

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mt 23.37-39).

O texto de Lucas 13.34-35 é semelhante:

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. E em verdade vos digo que não mais me vereis até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Lc 13.34-35).

Nestes dois textos paralelos, Jesus anunciou que a desolação viria a Jerusalém e a seu Templo porque os habitantes da cidade O rejeitaram. Ele também anunciou que estaria oculto às pessoas de Jerusalém até o dia em que eles dissessem: “Bendito o que vem em nome do Senhor!”. A predição de que os judeus um dia irão gritar que Jesus é “bendito” é clara, mas qual o contexto do seu clamor? Seria a exclamação dos judeus desobedientes enfrentando o julgamento escatológico ou é o grito de Israel arrependido no momento da sua restauração? A última visão está correta. Craig L. Blomberg observa que as palavras de Jesus em Mateus 23.39 indicam uma “crença genuína” por parte de Israel.[12] Esta declaração de bem-aventurança sobre Jesus virá de uma nação arrependida na época de sua restauração. Assim, Robert Gundry é correto em afirmar que Mateus 23.37-39 refere-se à “restauração de Israel no Reino do Filho do Homem”.[13] Em referência a Lucas 13.35, Robert C. Tannehill também declara, com razão, que “Este lamento sobre Jerusalém inclui uma contínua esperança de que uma Jerusalém restaurada vai encontrar esta salvação”.[14]

Outra passagem que apoia a ideia de uma restauração da nação de Israel é Atos 1.6-7, onde os apóstolos fizeram a Jesus uma importante pergunta:

“Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela Sua exclusiva autoridade”.

Após a ressurreição de Jesus, no dia de Sua ascensão ao céu, os apóstolos esperavam uma restauração da nação de Israel. A resposta de Jesus não incluiu nenhuma repreensão ou correção a esta crença, reconhecendo assim o entendimento deles. A idéia deles não estava equivocada por duas razões: Em primeiro lugar, Atos 1.3 afirma que Jesus esteve com os discípulos por um período de “quarenta dias” após Sua ressurreição, “falando sobre o reino de Deus”. Parece improvável que os discípulos estivessem totalmente equivocados em suas percepções do Reino depois de terem recebido quarenta dias de instruções sobre o Reino do Senhor ressuscitado. Se Jesus tivesse ensinado alguma coisa sobre o Reino Espiritual ou a redefinição do Reino que não envolvesse o Israel nacional, como a pergunta deles poderia ser tão discrepante? Em segundo lugar, a falta de correção de Jesus em Atos 1.7 é a validação de que os discípulos estavam corretos em suas crenças sobre a restauração de Israel pela simples razão de que Jesus não apresenta nenhuma repreensão ou correção para esta premissa. Se os discípulos estivessem errados sobre uma futura restauração do Reino de Israel, Jesus provavelmente os corrigiria do equívoco, como Ele fez nas outras ocasiões. Mas Jesus não corrige nada. Ele afirmou que os discípulos não saberiam o momento da restauração do Reino de Israel. Assim, J. Bradley Chance está certo ao dizer que “a resposta de Jesus contesta a expectativa de uma imediata restauração de Israel. Mas Ele não contesta a expectativa de uma restauração em si”.[15]


Romanos 9-11
Romanos 9-11 oferece a mais explícita evidência de um futuro para a nação de Israel. Em 9.3b-4, Paulo se refere a “meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas”. Quando Paulo escreveu em sua carta aos Romanos, a era da igreja estava em curso e a rejeição de Cristo por Israel estava bem estabelecida. Mas Paulo diz que há certas coisas que ainda “pertencem” a seus irmãos israelitas. Usando o tempo presente, Paulo inclui “adoção de filhos”, “glória”, “os mandamentos” “a entrega da Lei”, “o serviço do templo” e “as promessas”. Estes ainda pertencem a Israel. As palavras de Paulo não são uma declaração de que judeus descrentes são salvos ou estão atualmente em um relacionamento correto com Deus, mas elas indicam que o compromisso de Deus para com a nação de Israel não acabou. Assim, apesar de seu presente estado de descrença, Deus não terminou com Israel. Ele não revogou Suas alianças e promessas para o Seu povo. Estas coisas ainda pertencem a Israel.

Romanos 11.1 coloca: “terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo? De modo nenhum!”. No caso, não houve nenhuma dúvida para Paulo declarar enfaticamente que Israel ainda era “Seu povo”. Paulo então fez uma declaração estratégica em Romanos 11.11-12:

“Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude”!

O tropeço de Israel é temporário, não permanente. Além disso, esse tropeço tem um propósito: provocar ciúmes em Israel, trazendo a salvação para os gentios. Quando o cumprimento de Israel (salvação e restauração) acontecer, bênçãos ainda maiores serão concedidas ao mundo. Isso mostra que os planos de Deus, tanto para Israel quanto para os gentios, não foram totalmente cumpridos em nossa era. Grandes bênçãos têm atualmente vindo aos gentios como resultado da queda temporária de Israel, mas, quando este for salvo, as bênçãos aos gentios serão ampliadas ainda mais. Em outras palavras, se você acha que as bênçãos para os gentios são grandes agora, abasta esperar até o “cumprimento” de Israel chegar! Então Paulo prevê explicitamente esta salvação e restauração de Israel em Romanos 11.25-27:

“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E ESTA SERÁ A MINHA ALIANÇA COM ELES, QUANDO EU TIRAR OS SEUS PECADOS”.

A salvação de Israel não é apenas explicitamente declarada – “Todo o Israel será salvo”, como também está ligada às promessas do Antigo Testamento, mostrando que as promessas de Deus serão cumpridas literalmente. Paulo também menciona que a salvação de Israel está relacionada com a soberania de Deus, para fins de eleição: “quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas” (11.28). Deus tem um futuro para o povo de Sua aliança, Israel, porque Ele é fiel às promessas que fez aos patriarcas judeus e Seus propósitos relativos à eleição permanecem verdadeiros.

Em suma, Romanos 9-11 é um poderoso testemunho quanto ao futuro da nação de Israel e uma forte refutação contra a “teologia da substituição”, no qual a Igreja é vista como uma troca ou substituição de Israel. O estudioso C. E. B. Cranfield declarou que estes capítulos são uma forte contestação a qualquer idéia de que a Igreja substituiu Israel nos planos de Deus:

É apenas quando a Igreja insiste em se recusar a aprender esta mensagem, em que secretamente – talvez inconscientemente – considere que a sua própria existência é baseada em realizações humanas, e assim falhe em entender a misericórdia de Deus para si mesma, que ela é incapaz de acreditar na misericórdia de Deus para com o Israel ainda descrente, e então entretém a noção feia e anti-bíblica [herética] de que Deus rejeitou o Seu povo Israel e simplesmente o substituiu pela Igreja Cristã. Estes três capítulos [Rm 9-11] enfaticamente nos proíbem de falar da Igreja como tendo, de uma vez por todas, tomado o lugar do povo judeu.[16]


Apocalipse
Quando chegamos  ao último livro da Bíblia, Apocalipse (cerca de 95 d.C), fica claro que Israel ainda é importante para os propósitos de Deus. Apocalipse 7.4-8 prediz especificamente a selagem das doze tribos de Israel durante o tempo da Tribulação que cairá sobre todo o mundo:

“E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil selados; da tribo de Rúbem, doze mil selados; da tribo de Gade, doze mil selados; da tribo de Aser, doze mil selados; da tribo de Naftali, doze mil selados; da tribo de Manassés, doze mil selados; da tribo de Simeão, doze mil selados; da tribo de Levi, doze mil selados; da tribo de Issacar, doze mil selados; da tribo de Zebulom, doze mil selados; da tribo de José, doze mil selados; da tribo de Benjamim, doze mil selados”.

A menção específica de cada uma das doze tribos de Israel, que têm um papel de testemunhas nos dias difíceis do período da Tribulação, enfatiza a continuidade da importância das tribos de Israel no plano de Deus. Isso não é uma referência aos gentios ou à “igreja militante”, como alguns afirmam.[17] Imediatamente depois, Apocalipse 7.9 declara: “Depois destas coisas, vi, e eis uma grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro”. Assim, João distingue judeus (Ap 7.4-8) dos gentios (Ap 7.9). O grupo em 7.4-8 consiste de judeus étnicos, enquanto o grupo em 7.9 é uma multidão de “todas as nações”. Além disso, o grupo em 7.4-8 é um número específico e relativamente pequeno – um grupo de 144 mil, enquanto o de 7.9 é uma “grande multidão que ninguém podia enumerar”. Estes não são um mesmo grupo de pessoas.

Apocalipse 21.10-14 também enfatiza a continuidade de relevância das tribos de Israel no plano de Deus:

“E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”.

Essa passagem é importante por se referir às “doze tribos dos filhos de Israel” (v.12) na eternidade. Robert L. Thomas aponta que os nomes de Israel servem como um “aviso explícito do papel distinto da nação na cidade eterna em cumprimento de seu papel distinto na história ao longo dos séculos de sua existência (cf. 7.1-8)”.[18] As doze tribos de Israel se distinguem dos “doze apóstolos do Cordeiro” do versículo 14. Isso mostra que a identidade distinta de Israel ainda é mantida mesmo no estado eterno. Esta passagem também exclui qualquer idéia insana de que as doze tribos de Israel foram apenas um tipo temporário que foi substituído pelos doze apóstolos. As doze tribos de Israel, que são a base da nação de Israel, são vistas como distintas dos doze apóstolos.


CONCLUSÃO
Como este estudo mostrou, a salvação e a restauração da nação de Israel é uma doutrina bíblica explícita. Ela é encontrada de Gênesis a Apocalipse. O futuro de Israel está ligado ao Israelita definitivo, Jesus Cristo, que restaura a nação de Israel e traz bênçãos às nações da terra. Que a nossa resposta à idéia anti-bíblica de que a nação de Israel não tem mais um lugar nos planos de Deus seja a do apóstolo Paulo, que declarou: “Terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo? De modo nenhum” (Rm 11.1).

– Michael Vlach / Os Planos Proféticos de Cristo: Um guia básico sobre o premilenismo futurista – John MacArthur & Richard Mayhue – Pág. 101-117.

SUMÁRIO: Os Planos Proféticos de Cristo

A Carta aos Romanos e Sua Peculiaridade | JP Padilha


Será Que Você é Mesmo um Cristão? | J. M. Vianney


Provérbios 12.25


O Culto Racional | Paul Washer


O Natal é Puramente Anti-Bíblico e de Origem Papal | Charles H. Spurgeon


Nenhum Santo vai para o Céu tendo a Aprovação do Mundo | Josemar Bessa


Só Existe Uma Maneira de se Satisfazer | Josemar Bessa


Não Sou o Israel de Deus; Sou a Igreja de Deus | JP Padilha


O Verdadeiro CRISTÃO | Jonathan Edwards


Ninguém Sobe Para o Céu sendo Arminiano | Augustus Toplady


Não Posso Evitar Ser um CALVINISTA | Charles H. Spurgeon


Todo Aquele que Promove o Falso Ensino NÃO é Irmão | Martyn Lloyd Jones


Deus ordena que o crente ame ao seu próximo, mas o proíbe expressamente de ter comunhão com qualquer um ou até mesmo de chamá-los de irmãos (2 João 1:10-11 / 1 Timóteo 6:3-5 / 1 Coríntios 5:9-13 / Tito 3:10-11 / Gálatas 1:7-10 / Efésios 5:11).

Paulo não tolerou Pedro quando este quis estabelecer regras que o evangelho jamais impôs à Igreja de Cristo, e isto resultou em um grande conflito.

"E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão [judeus]. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?" (Gálatas 2:11-14)

Todos nós [cristãos] erramos e pecamos. Todavia, a Bíblia nos mostra que há um abismo entre o erro e a conivência com o mesmo.

"Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e vive pecando, estando já em si mesmo condenado". (Tito 3:10,11)

JP Padilha
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#SolaScriptura | Ecclesia reformata et semper reformanda est

O Que Importa é o que As Escrituras Ensinam | Paul Washer


A Conversão Não é Um Processo Confortável | JP Padilha


Não Escolhi Ser Cristão Para Ter Conforto | JP Padilha


NOTA: Se Cristo não tivesse me escolhido, eu jamais o teria escolhido. 

QUESTÃO DE SEMÂNTICA | JP Padilha


O OUTRO EVANGELHO | Arthur W. Pink


Satanás não é um iniciador; ele é um imitador. Deus tem um Filho unigênito, o Senhor Jesus Cristo; de modo similar, Satanás tem o “filho da perdição” (2 Ts 2.3). Existe uma Trindade Santa; de maneira semelhante, existe a Trindade do Mal (Ap 20.10). Lemos nas Escrituras a respeito dos “filhos de Deus”? Lemos também sobre os “filhos do maligno” (Mt 13.38). Deus realmente realiza em seus filhos tanto o querer como o executar a sua boa vontade? Somos informados que Satanás é o “espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). Existe um “mistério da piedade” (1 Tm 3.16)? Também existe um “mistério da iniquidade” (2 Ts 2.7). A Bíblia nos diz que Deus, por meio de seus anjos, sela os seus servos em suas frontes (Ap 7.3)? Aprendemos igualmente que Satanás, por meio de seus agentes, coloca uma marca sobre as frontes de seus servidores (Ap 13.16). As Escrituras nos revelam que o “Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1 Co 2.10)? De maneira semelhante, Satanás possui as suas “coisas profundas” (Ap 2.24). Cristo realiza milagres? Satanás também pode fazer isso (2 Ts 2.9). Cristo está assentado em seu trono? De modo semelhante, Satanás tem o seu trono (Ap 2.13). Cristo possui uma Igreja? Satanás tem a sua sinagoga (Ap 2.9). Cristo é a luz do mundo? De modo similar, o próprio Satanás “se transforma em anjo de luz” (2 Co 11.14). Cristo designou os seus apóstolos? Satanás também possui os seus apóstolos (2 Co 11.13). Tudo isso nos leva a considerar o “Evangelho de Satanás”.

Satanás é um arqui-imitador. Ele está agora em atividade no mesmo campo em que o Senhor Jesus semeou a boa semente. O diabo está procurando impedir o crescimento do trigo, utilizando-se de outra planta, o joio, que em aparência se assemelha muito ao trigo. Em resumo, por meio de um processo de imitação, Satanás está almejando neutralizar a obra de Cristo. Portanto, assim como Cristo tem um evangelho, Satanás também possui um evangelho, que é uma imitação sagaz do evangelho de Cristo. O evangelho de Satanás se parece tanto com aquele que procura imitar, que multidões de pessoas não salvas são enganadas por este evangelho.

O apóstolo Paulo se referiu a este evangelho, quando disse: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Este falso evangelho estava sendo proclamado mesmo nos dias do apóstolo, e uma terrível maldição foi lançada sobre aqueles que o pregavam. O apóstolo continuou: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (v. 8). Com a ajuda de Deus, nos esforçaremos para explicar, ou melhor, para desmascarar este falso evangelho.

O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem ainda é um programa de anarquia. Ele não promove a luta e a guerra, mas objetiva a paz e a unidade. Ele não busca colocar a mãe contra sua filha, nem o pai contra seu filho, mas busca nutrir o espírito de fraternidade, por meio do qual a raça humana deve ser considerada como uma grande “irmandade”. Ele não procura deprimir o homem natural, mas aperfeiçoá-lo e erguê-lo. Ele advoga a educação e a cultura e apela para “o melhor que está em nosso interior” – Ele objetiva fazer deste mundo uma habitação tão confortável e apropriada, que a ausência de Cristo não seria sentida, e Deus não seria necessário. Ele se esforça para deixar o homem tão ocupado com este mundo, que não tem tempo ou disposição para pensar no mundo que está por vir. Ele propaga os princípios do auto-sacrifício, da caridade, e da boa-vontade, e nos ensina a viver para o bem dos outros, e a sermos gentis para com todos. Ele tem um forte apelo para a mente carnal, e é popular com as massas, porque deixa de lado o fato gravíssimo de que, por natureza, o homem é uma criatura caída, apartada da vida com Deus, e morta em ofensas e pecados, e que sua única esperança reside em nascer novamente.

Contradizendo o Evangelho de Cristo, o evangelho de Satanás ensina a salvação pelas obras. Ele inculca a justificação diante de Deus em termos de méritos humanos. Sua frase sacramental é “Seja bom e faça o bem”; mas ele deixa de reconhecer que lá na carne não reside nenhuma boa coisa. Ele anuncia a salvação pelo caráter, o que inverte a ordem da Palavra de Deus – o caráter como fruto da salvação. São muitas as suas várias ramificações e organizações: Temperança, Movimentos de Restauração, Ligas Socialistas Cristãs, Sociedades de Cultura Ética, Congresso da Paz, estão todos empenhados (talvez inconscientemente) em proclamar o evangelho de Satanás – a salvação pelas obras. O cartão da seguridade social substitui Cristo; pureza social substitui regeneração individual, e, política e filosofia substituem doutrina e santidade. A melhoria do velho homem é considerada mais prática que a criação de um novo homem em Cristo Jesus; enquanto a paz universal é buscada sem que haja a intervenção e o retorno do Príncipe da Paz.

Os apóstolos de Satanás não são taberneiros e traficantes de escravas brancas, mas são em sua maioria ministros do evangelho ordenados. Milhares dos que ocupam nossos modernos púlpitos não estão mais engajados em apresentar os fundamentos da Fé Cristã, mas têm se desviado da Verdade e têm dado ouvidos às fábulas. Ao invés de magnificar a enormidade do pecado e estabelecer suas eternas conseqüências, o minimizam ao declarar que o pecado é meramente ignorância ou ausência do bem. Ao invés de alertar seus ouvintes para “escaparem da ira futura”, fazem de Deus um mentiroso ao declarar que Ele é por demais amoroso e misericordioso para enviar quaisquer de Suas próprias criaturas ao tormento eterno. Ao invés de declarar que “sem derramamento de sangue não há remissão”, eles meramente apresentam Cristo como o grande Exemplo e exortam seus ouvintes a “seguir os Seus passos”. Deles é preciso que seja dito: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus” (Romanos 10:3). A mensagem deles pode soar muito plausível e seu objetivo parecer muito louvável, mas, ainda sobre eles nós lemos: – “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (II Coríntios 11:13-15).

Somando-se ao fato de que hoje centenas de igrejas estão sem um líder que fielmente declare todo o conselho de Deus e apresente Seu meio de salvação, também temos que encarar o fato de que a maioria das pessoas nestas igrejas está muito distante de conseguir descobrir a verdade por si mesma. O culto doméstico, onde uma porção da Palavra de Deus era costumeiramente lida diariamente, é agora, mesmo nos lares de Cristãos professos, basicamente uma coisa do passado. A Bíblia não é exposta no púlpito e não é lida no banco da igreja. As demandas desta era agitada são tão numerosas, que multidões têm pouco tempo, e ainda menos disposição, para fazer uma preparação para o encontro com Deus. Por essa razão, a maioria, aqueles que são negligentes o bastante para não pesquisarem por si mesmos, são deixados à mercê dos homens a quem pagam para pesquisar por eles; muitos dos quais traem a verdade deles, por estudar e expor problemas sociais e econômicos ao invés dos Oráculos de Deus.

Em Provérbios 14:12 lemos: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Este “caminho” que termina em “morte” é a Ilusão do Diabo – o evangelho de Satanás – um caminho de salvação através da realização humana. É um caminho que “parece direito”, o qual, é preciso que se diga, é apresentado de um modo tão plausível que ganha a simpatia do homem natural; é pregado de forma tão habilidosa e atrativa, que se torna recomendável à inteligência dos seus ouvintes. Por incorporar a si mesmo terminologia religiosa, algumas vezes apela para a Bíblia como seu suporte (sempre que isto se ajusta aos seus propósitos), mantém diante dos homens ideais elevados, e é proclamado por pessoas que têm graduação em nossas instituições teológicas, e incontáveis multidões são atraídas e enganadas por ele.

O sucesso de um falsificador de moedas depende em grande medida de quão proximamente a falsificação lembra o artigo genuíno. A heresia não é uma total negação da verdade, mas sim, uma deturpação dela. Por isto é que uma meia verdade é sempre mais perigosa que uma completa mentira. É por isso que quando o Pai da Mentira assume o púlpito, não é seu costume claramente negar as verdades fundamentais do Cristianismo, antes ele tacitamente as reconhece, e então procede de modo a lhes dar uma interpretação errônea e uma falsa aplicação. Por exemplo, ele não seria tão tolo de orgulhosamente anunciar sua descrença em um Deus pessoal; ele dá a Sua existência como certa, e então apresenta uma falsa descrição da Sua natureza. Ele anuncia que Deus é o Pai espiritual de todos os homens, que as Escrituras claramente nos dizem que nós somos: “filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gálatas 3:26), e que “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12). E mais adiante, ele declara que Deus é por demais misericordioso para em algum momento enviar qualquer membro da raça humana no Inferno, mesmo havendo o próprio Deus dito que: “aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse 20:15).

Novamente, Satanás não seria tão tolo, a ponto de ignorar a figura central da história humana – o Senhor Jesus Cristo; ao contrário, seu evangelho O reconhece como sendo o melhor homem que já viveu. A atenção é então levada para os Seus feitos de compaixão e para as Suas obras de misericórdia, para a beleza de Seu caráter e a sublimidade de Seu ensino. Sua vida é elogiada, mas Sua morte vicária é ignorada, a importantíssima obra reconciliadora da cruz não é mencionada, enquanto Sua triunfante e corpórea ressurreição dos mortos é considerada como uma crendice de uma época de muita superstição. É um evangelho sem sangue, e apresenta um Cristo sem cruz, que é recebido não como Deus manifesto em carne, mas meramente como o Homem Ideal.

Em 2 Coríntios 4.3-4, temos uma passagem bíblica que oferece muito esclarecimento sobre o nosso tema. Esta passagem nos diz: “Se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está en- coberto, nos quais o deus deste século [Satanás] cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. Satanás cega a mente dos incrédulos por ocultar-lhes a luz do evangelho de Cristo e por substituí-lo pelo seu próprio evangelho. Ele é apropriadamente chamado de “diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo” (Ap 12.9). Apenas em apelar ao “melhor que existe no homem” e em exortá-lo a “seguir uma vida nobre”, Satanás fornece uma plataforma geral sobre a qual as pessoas de diferentes tons de opinião podem se unir e proclamar esta mensagem comum.

Citamos, novamente, Provérbios 14.12: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte”. Alguém já disse, com considerável verdade, que o caminho para o inferno está pavimentado com boas intenções. Haverá muitos no lago de fogo que recomendaram suas próprias vidas com boas intenções, resoluções honestas e ideais elevados — aqueles que eram justos em seus relacionamentos, corretos em suas transações e caridosos em todos os seus procedimentos; homens que se orgulhavam de sua integridade, mas que procuravam justificar-se a si mesmos diante de Deus, por meio de sua justiça própria; homens de boa moralidade, misericordiosos, magnânimos, mas que nunca se viram como pecadores culpados, perdidos, merecedores do inferno e necessitados de um Salvador. Este é o caminho que “parece direito”; é o caminho que a si mesmo se recomenda à mente carnal e a multidões de pessoas iludidas em nossos dias. O engano do diabo afirma que podemos ser salvos por meio de nossas próprias obras e justificados por meio de nossos atos; enquanto Deus nos declara em sua Palavra: “Pela graça sois salvos, mediante a fé... não de obras, para que ninguém se glorie”; e: “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou”.

Há alguns anos, conheci um homem que era um pregador leigo e obreiro cristão entusiasta. Durante sete anos, ele estivera engajado na pregação pública e em atividades religiosas. No entanto, por meio das expressões que ele utilizava, eu mesmo duvidei se ele era “nascido de novo”. Quando comecei a questioná-lo, descobri que ele tinha um conhecimento muito imperfeito das Escrituras e apenas uma vaga noção sobre a obra de Cristo em favor dos pecadores. Por algum tempo, procurei apresentar-lhe o caminho da salvação, de uma maneira simples e impessoal, e encorajá-lo a estudar a Palavra de Deus, na esperança de que, se meu amigo ainda não era salvo, Deus se agradaria em revelar-lhe o Salvador que ele necessitava.

Uma noite, para nossa alegria, aquele que estivera pregando o evangelho por vários anos, confessou que havia encontrado a Cristo somente na noite anterior. Ele reconheceu (usando as suas próprias palavras) que estivera apresentando “o Cristo ideal”, e não o Cristo da cruz. Creio que existem milhares de pessoas semelhantes a este pregador, pessoas que, talvez, foram trazidas à Escola Dominical, aprenderam sobre o nascimento, a vida e os ensinos de Jesus Cristo; pessoas que crêem na historicidade da pessoa de Cristo; pessoas que esporadicamente se esforçam para obedecer os preceitos de Jesus e pensam que isso é tudo que é necessário para a sua salvação. Com freqüência, esse tipo de pessoa, quando atinge a maturidade e sai para o mundo, depara-se com os ataques de ateístas e infiéis, dizendo-lhes que Jesus de Nazaré nunca viveu neste mundo. Mas as impressões dos primeiros contatos com o evangelho não podem ser facilmente apagadas e tais pessoas permanecem firmes na confissão de que crêem em Jesus. Apesar disso, quando a sua fé é examinada, com muita freqüência descobre-se que, embora acreditem em muitas coisas sobre Jesus, tais pessoas realmente não crêem nEle. Em sua mente, elas acreditam que Ele realmente viveu neste mundo (e, por crerem nisso, imaginam que são salvas), mas nunca abaixaram as armas de sua guerra contra Jesus, sujeitando-se a Ele, nem creram nEle verdadeiramente, com todo o seu coração.

A simples aceitação de uma doutrina ortodoxa sobre a pessoa de Cristo, sem o coração haver sido conquistado por Ele e sem a vida Lhe ser consagrada, é outra fase do “caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte”; em outras palavras, é outro aspecto do evangelho de Satanás.

E, agora, qual é a sua situação? Você está no caminho que “parece direito”, mas termina na morte, ou no caminho estreito que conduz à vida? Você abandonou verdadeiramente o caminho largo que conduz à perdição? O amor de Cristo criou em seu coração um ódio e horror por tudo aquilo que é desagradável a Deus? Você tem desejo de que Ele reine sobre você (Lc 19.14)? Você está descansando plenamente na justiça de Cristo e no sangue dEle para a sua aceitação diante de Deus?

Aqueles que estão confiando em formas exteriores de piedade, como o batismo ou a “confirmação”; aqueles que são religiosos porque isto é considerado uma característica de respeitabilidade; aqueles que freqüentam alguma igreja, porque fazê-lo está na moda; e aqueles que se unem a alguma denominação porque supõem que esse passo os capacitará a se tornarem cristãos — todos esses estão no caminho que “ao cabo dá em morte” — morte espiritual e eterna. Não importa quão puros sejam os nossos motivos; quão bem intencionados, os nossos propósitos; quão nobres, as nossas intenções; quão sinceros, os nossos esforços, Deus não nos reconhece como seus filhos enquanto não recebemos o seu Filho.

Uma forma ainda mais ilusória do evangelho de Satanás consiste em levar os pregadores a apresentarem o sacrifício expiatório de Cristo e, em seguida, dizerem aos seus ouvintes que a única exigência de Deus para eles é que creiam no seu Filho. Por meio disso, milhões de almas que não se arrependem são iludidas, pensando que foram salvas. Mas o Senhor Jesus disse: “Se.... não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lc 13.3). Arrepender-se significa odiar o pecado, sentir tristeza por causa do pecado e converter-se dele. É o resultado da obra do Espírito Santo em tornar o coração contrito diante de Deus. Ninguém, exceto a pessoa de coração quebrantado, pode crer de maneira salvífica no Senhor Jesus Cristo.

Afirmamos, mais uma vez, que milhares estão iludidos, ao supor que “aceitaram a Cristo” como seu “Salvador pessoal”, quando na realidade ainda não O receberam como seu SENHOR. O Filho de Deus não veio ao mundo para salvar seu povo nos pecados deles, e sim para salvá-los “dos pecados deles” (Mt 1.21). Ser salvo dos pecados significa ser salvo do ignorar e do rejeitar a autoridade de Deus; significa abandonar o curso de vida caracterizado pelo egoísmo e pela satisfação pessoal; ou, em outras palavras, abandonar nosso próprio caminho (Is 55.7). Ser salvo significa sujeitar-se à autoridade de Deus, render-se ao domínio dEle, oferecer-nos a nós mesmos para sermos governados por Ele. Aquele que nunca tomou sobre si o jugo de Cristo; aquele que não está verdadeira e diligentemente procurando agradar a Cristo, em todos os aspectos da sua vida, e continua supondo que está confiando na obra consumada de Cristo, esse está iludido por Satanás.

Em Mateus 7, há duas passagens que nos mostram os resultados aproximados entre o evangelho de Cristo e a falsificação de Satanás. Primeira, nos versículos 13 e 14: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela”. Segunda, nos versículos 22 e 23: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Sim, querido leitor, é possível trabalhar em nome de Cristo (até pregar em seu nome) e, embora o mundo e a igreja nos conheçam, não sermos conhecidos pelo Senhor! Quão necessário é que descubramos em que situação realmente estamos; que examinemos a nós mesmos, a fim de sabermos se estamos na fé; que nos julguemos pela Palavra de Deus e verifiquemos se estamos sendo enganados pelo nosso sutil inimigo; que descubramos se estamos edificando nossa casa sobre a areia ou se ela está construída sobre a Rocha, que é Jesus Cristo! Que o Espírito de Deus examine nosso coração, quebrante nossa vontade, destrua nossa inimizade contra Deus, produza em nós um profundo e verdadeiro arrependimento e faça os nossos olhos se fixarem no Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

– Arthur Walkington Pink 

QUEM É O JP PADILHA? QUAL É A SUA PROFISSÃO?

Se você me perguntar o que eu sou, eu lhe responderei: "sou esposo". Se você insistir, lhe responderei: "sou pai"....