É POSSÍVEL PERDER A SALVAÇÃO? | JP Padilha


“Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama” (2 Pedro 2.20-22).

Com base neste versículo, muitos crentes pensam ser possível que um cristão perca a salvação pelo fato de que muitos crentes professos, conhecedores da verdade do evangelho, renunciam o conhecimento do Senhor e outra vez são envolvidos e vencidos pelas corrupções do mundo, das quais uma vez haviam escapado. Mas estes versos não dizem, nem poderiam dizer que um cristão perde a salvação que uma vez foi conquistada na cruz do calvário por Cristo. Estes versos falam de pessoas que apenas professaram o evangelho temporariamente, mas que não são salvas devido ao fato de voltarem a se envolver e ser dominadas pelas mesmas “corrupções do mundo”, o que torna o estado dessas pessoas ainda pior do que antes da sua profissão do evangelho. Os versículos não falam que elas perderam a salvação, mas que provaram não ser salvas. Para provar este ponto, basta lembrar o que Jesus disse a respeito de seus escolhidos em João 5.24. Aqui é dito que uma pessoa verdadeiramente redimida pelo seu sangue sequer participará do Juízo Final:

Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação (ou Juízo – ARA), mas passou da morte para a vida” (João 5.24).

Atente-se para os tempos dos verbos, os quais revelam uma transformação imutável na posição do pecador salvo: “ouve”, “crê”, “TEM”, “ENTRARÁ”, “PASSOU”. A passagem NÃO diz que o salvo “terá” vida eterna, mas que tem a vida eterna no momento em que crê, o que significa um direito adquirido por graça, e tão somente pela graça. A conjugação desses verbos está bem definida aqui, de forma que aquele que verdadeiramente recebe a genuína fé jamais pode decair da graça que uma vez lhe fora conferida.

Há diferentes tipos de julgamentos que você encontra na Bíblia, mas é importante distinguir cada um deles. Na ordem dos eventos proféticos, primeiro vem o arrebatamento da Igreja (os salvos) e dos que morreram em Cristo. Para estes não há julgamento ou condenação, pois Cristo pagou o preço de sua redenção. A dívida foi quitada. Nas palavras de Mario Persona, “Deus seria tão injusto de julgar um crente quanto um juiz humano seria injusto de julgar alguém por um crime que outro confessou e pagou a pena. Cristo confessou nossos pecados (levou sobre si) e pagou a pena”.

Oras, se Jesus disse que aquele que crê verdadeiramente nele não participa sequer do Juízo Final, o que podemos inferir de 2 Pedro 2.20-22? Certamente não se trata de um genuíno crente sendo capaz de perder a salvação uma vez dada aos santos de Deus. Portanto, o contexto mais adequado para entender o que Pedro está nos dizendo está em 1 João 2.19, que diz:

“Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós” (1 João 2.19).

Este é o contexto. Se considerarmos o que está explícito neste verso, todo o entendimento do contexto de 2 Pedro 2.20-22 virá à tona, e teremos convicção de que esse texto NÃO diz que um genuíno cristão, nascido de novo, pode perder a salvação. A doutrina satânica do livre arbítrio ensina que uma pessoa redimida pelo sangue de Cristo pode perder a salvação, mas, como podemos constatar na Bíblia, isso é uma heresia que alcança um nível de iniquidade difícil de suportar. É tirar de Jesus Cristo o seu poder de salvar aqueles que o Pai lhes deu:

“E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia” (João 6.39).

ENTENDENDO O CONTEXTO DE 2 Pedro 2.20-22

João Calvino, um dos maiores expositores da Doutrina da Salvação, comenta sobre estes dois versos da seguinte forma:

“Pedro mostra quão perniciosa foi a seita que levou os homens consagrados a Deus de volta à sua sujeira antiga e às corrupções do mundo. E ele exibe o nível hediondo do mal por uma comparação; pois não era pecado comum afastar-se da santa doutrina de Deus. Teria sido melhor para eles, diz ele, não conhecer o caminho da justiça; pois, embora não haja desculpa para a ignorância, o servo que, consciente e deliberadamente, despreza as ordens de seu Senhor, merece uma dupla punição. Além disso, havia ingratidão, porque deliberadamente extinguiram a luz de Deus, rejeitaram o favor que lhes era conferido e, sacudindo o jugo, tornaram-se perversamente devassos contra Deus; sim, na medida do possível, profanaram e revogaram a aliança inviolável de Deus, a qual havia sido ratificada pelo sangue de Cristo. Quanto mais sinceros deveríamos ser, deveríamos avançar humildemente e cuidadosamente no curso de nosso chamado. Agora devemos considerar cada sentença.

Ao nomear as “corrupções do mundo” (vs 20)Pedro mostra que rolamos na sujeira e somos totalmente poluídos até renunciarmos ao mundo. Por “o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo” (vs 20), ele sem dúvida entende o evangelho. Ele testemunha que o objetivo é livrar-nos das impurezas do mundo e nos afastar delas. Pela mesma razão, ele chama depois de “o caminho da justiça” (vs 21). Ele, então, sozinho, faz um progresso correto no evangelho que fielmente aprende de Cristo; e ele realmente conhece Cristo, que o ensinou a despojar-se do velho e vestir-se do novo, como Paulo nos lembra em Efésios 4.22.

Ao dizer que, tendo abandonado “o santo mandamento que lhes fora dado” (21)eles retornaram às suas próprias poluições, ele sugere primeiro quão indesculpáveis ​​eram; e, em segundo lugar, ele nos lembra que a doutrina de uma vida santa e virtuosa, embora dirigida a todos em comum, ainda é peculiarmente ensinada àqueles a quem Deus favorece com a luz de seu evangelho. O homem, por si só, não pode alcançar a verdade de Deus. Mas Pedro declara que aqueles que novamente se tornam escravos das poluições do mundo se afastam do evangelho de uma vez por todas. Os fiéis também pecam; mas como eles não permitem o domínio do pecado sobre si, eles não se afastam da graça de Deus, nem renunciam à profissão de sã doutrina que uma vez adotaram. Os que permanecem no pecado não devem ser considerados salvos pela graça enquanto resistem arduamente à carne e às suas concupiscências” (João Calvino – Comentário de 2 Pedro 2.20-22).

Estes versos nos falam de homens que se submeteram à obediência a Cristo e, após isso, se precipitaram novamente em pecados sem medo ou vergonha. Agora note algo interessante: No verso 22 estes falsos crentes são comparados a “cães e porcos”. Isso nos lembra do que Jesus nos advertiu a respeito daqueles que são incapazes de receber o evangelho como pérolas, mas tratam-no como se fossem pedradas. Senão, vejamos:

“Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem” (Mateus 7.6).

O sentido aqui é que, quando identificamos esses “cães e porcos”, não devemos distribuir as pérolas do evangelho a eles, visto que eles não sabem diferenciar pérolas de pedradas. Com isso, cães e porcos, quando ouvem o evangelho da graça, se sentem ofendidos e voltam-se contra nós a fim de nos despedaçar.

Mas, voltando ao contexto de 2 Pedro 2.20-22, daqui resulta que nenhuma parte do pecado pode ser atribuída ao evangelho. Para esse propósito, Pedro cita dois provérbios antigos – sendo o primeiro deles o ditado de Salomão em Provérbios 26.11. Neste provérbio se diz: “Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete a sua estultícia”. Pedro, com base neste provérbio, prossegue em dizer que “o cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama” (vs 22). O que Pedro quis dizer é brevemente isso: que o evangelho é um remédio que nos purifica com alimentos saudáveis, mas que existem muitos cães que vomitam e engolem novamente o que vomitaram para sua própria ruína; e que o evangelho também é uma pia que limpa toda a nossa impureza, mas que existem muitos porcos que, imediatamente após a lavagem, se revolvem na lama. Estes indivíduos são claramente identificados aqui como réprobos, indignos e incapazes de ouvirem outra vez o evangelho (Tt 3.10-11). Ao mesmo tempo, os piedosos são lembrados a prestar atenção em si mesmos, exceto que desejem ser considerados cães ou porcos (Mt 7.6).

Sendo assim, a resposta é: Não, o verdadeiro crente não pode perder a salvação. A Palavra de Deus confirma a garantia da salvação:

“Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória” (Efésios 1.11-14).

– JP Padilha
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COMO AMO A TUA LEI | Marcelo Rodrigues


“Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Salmos 119.18).

Este lindíssimo Salmo é o maior de todos os Salmos. Sua autoria é indefinida, mas a sua relevância é enorme! Revela-se como uma oração de um coração que se humilha em busca dos ensinamentos da Palavra do Senhor! Este Salmo nos leva a meditar sobre a nossa postura diante da Palavra de Deus! Ao nos debruçarmos sobre a Palavra, recebemos a vida que dela emana.

A leitura da Palavra de Deus deve ser encarada como um deleite e não como um esforço desgostoso. Já recebi algumas reclamações sobre a extensão dos textos e reflexões que escrevi com os ensinos extraídos da Palavra. Qual a sua postura diante da Palavra de Deus? Você a considera um tesouro inestimável ou a trata como algo sem valor ou relevância para você?

O que não tem valor para nós não é tratado como prioridade e não recebe a nossa dedicação ou atenção! O tempo que dedicamos à Palavra revela a importância que damos a ela! A sua fome irá determinar o quanto você se alimentará da Palavra de Deus. A leitura da Palavra é alimento. Quem pouco lê ou ouve a Palavra, pouco se alimenta.

Quem se inclina à Palavra de Deus recebe:

1. Comportamento irrepreensível - versículo 1.
2. Não praticam o mal e andam nos caminhos do Senhor - Versículo 3.
3. Não se decepcionarão - Versículo 6.
4. Tem prazer e alegria nos decretos de Deus - Versículos 14 e 16.

Temos diversos recursos para recebermos o alimento da Palavra. Áudios, textos, Bíblias tradicionais (papel), Aplicativos em smartphone. Excelentes mestres, pastores e professores também possuem conteúdos da Palavra. Somos o Povo do Livro! As Sagradas Escrituras nos dão vida!

Há tesouros escondidos na Palavra de Deus que irão mudar o nosso modo de pensar e consequentemente o nosso modo de agir! A Palavra de Deus traz sobre nós os pensamentos de Deus, que são maiores e mais altos que os nossos pensamentos. Ela nos revela os caminhos de Deus que não são os nossos caminhos!

"Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos", declara o Senhor. “Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos” (Isaias 55.8-9).

A meditação na Palavra é um convite ao desfrute e à comunhão com Deus! A postura do salmista, diante da Palavra de Deus, deve ser também a nossa postura. Devemos nos aproximar com o coração de um discípulo, com humildade, simplicidade e coração de aprendiz. Não podemos nos comportar de modo soberbo.

Peça ao Senhor que Ele incline o seu coração à sua Palavra! Este é o maior Salmo e o ensino que dele extraímos nos inclina à relevância que devemos dar à Palavra de Deus!

Meditar na Palavra é investir no seu relacionamento com Deus! Então, abra o Livro! Abra o Livro Sagrado! Se debruce sobre a Palavra de Deus! Ore para que o Deus da Palavra fale ao seu coração e te dê amor e contentamento nesta prática!

Leia todo o Salmo 119 e se inspire a buscar a Palavra do Senhor!

Graça e paz!!!

– Marcelo Rodrigues
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A VIGILÂNCIA NA ASSEMBLEIA | Bruce Anstey



Em uma assembleia biblicamente reunida haverá liberdade para vários irmãos exercitarem seus dons e sacerdócio, mas não devemos pensar que na assembleia não há governo. As Escrituras indicam que existem certas regras (liderança administrativa) na Igreja. Na assembleia biblicamente reunida haverá aqueles que tomarão a liderança administrativa para assegurar que a santidade e a ordem sejam mantidas.

Normalmente o Senhor guia uma assembleia local no que tange às responsabilidades administrativas por meio dos que “tomam a liderança” (1 Ts 5:12-13; Hb 13:7,17,24; 1 Co 16:15-18; 1 Tm 5:17 – Tradução de J. N. Darby). Essa frase na versão King James da Bíblia e na versão de João Ferreira de Almeida foi traduzida como “aqueles que presidem sobre vós”, mas é um pouco equivocada, nos levando a pensar que exista uma casta especial de homens que esteja “sobre” o rebanho – o clérigo. É evidente que essas versões da bíblia estiveram nas mãos de clérigos que de alguma forma influenciaram na tradução. O uso da palavra “bispo” é outro exemplo. Ela deveria ter sido traduzida como “supervisor” ou “supervisão”.

Tomar “a liderança” nessa função não significa liderar no ensino público ou pregar, mas tem a ver com questões administrativas da assembleia. Confundir essas duas coisas é interpretar de forma equivocada a diferença entre dons e ofícios, que são duas esferas distintas na Casa de Deus. Alguns daqueles que “tomam a liderança” podem não ensinar publicamente, mas quando são capazes são muito bons e úteis (1 Tm 5:17). Estes homens devem conhecer os princípios da Palavra de Deus e serem capazes de expô-los para que a assembleia compreenda o curso da ação que Deus tomaria em um assunto em particular (Tt 1:9). Estes homens não constituem a si mesmos para o desempenho deste papel, nem mesmo são constituídos pela assembleia – como é frequente na Igreja professa atualmente – mas eles são levantados pelo Espírito Santo para este trabalho (At 20:28). A assembleia irá reconhecê-los pelo cuidado devotado aos santos, pelo conhecimento dos princípios das Escrituras e pela demonstração de bom discernimento.

Há três palavras usadas nas epístolas para descrever estes líderes responsáveis na assembleia local.

- Primeiramente, “anciãos” (Presbuteroi). Essa palavra se refere àqueles avançados em idade – implicando maturidade e experiência. No entanto, nem todos os homens mais velhos da assembleia necessariamente atuam no papel de líderes (1 Tm 5:1; Tt 2:1-2).

- Em segundo lugar, “bispos” ou supervisores (Episkopoi). Essa palavra se refere ao trabalho que eles fazem – pastoreando o rebanho (At 20:28; 1 Pe 5:2), cuidando das almas (Hb 13:17) e admoestando (1 Ts 5:12).

- Em terceiro lugar, “guias” ou líderes (Hegoumenos). Isto se refere à capacidade espiritual que possuem em liderar e guiar os santos.

Os pontos acima mencionados não se referem a três diferentes posições na assembleia, mas sim a três aspectos de um trabalho que esses homens fazem. Isto pode ser visto pela maneira como o Espírito de Deus usa os termos alternadamente – compare Atos 20:17 com 20:28 e Tito 1:5 com 1:7. No livro de Apocalipse os que possuem esta função são chamados de “estrelas” e também de “anjo da igreja (local)” (Ap 1 a 3). Como “estrelas” eles devem ser testemunhas da verdade de Deus (dos princípios de Sua Palavra) como portadores de luz na assembleia local, trazendo luz sobre os vários assuntos enfrentados pela assembleia.

Isso é ilustrado em Atos 15. Após ouvir sobre os problemas que estavam atribulando a assembleia, Pedro e Tiago trouxeram luz à questão. Tiago aplicou um princípio da palavra de Deus e julgou da forma como ele acreditava que o Senhor desejaria que eles fizessem (vss. 15 a 21). Como “o anjo da igreja”, eles agem como mensageiros que levam a mente do Senhor à assembleia no cumprimento das coisas. Isso também é ilustrado nos versículos 23 a 29.

Como já foi dito, não há nomeação oficial de anciãos/supervisores/guias para este trabalho hoje, como houve na Igreja primitiva (At 14:23; Tt 1:5), porque não há apóstolos (ou pessoas delegadas pelos apóstolos) na terra para ordená-los. Isso não significa que o trabalho de supervisão não possa continuar. O Espírito de Deus continua levantando homens de Deus para exercer a supervisão na assembleia biblicamente reunida (At 20:28). Esses certamente seriam aqueles que um apóstolo iria ordenar se vivesse em nossos dias.

Na carta de despedida de Paulo aos anciãos de Éfeso, ele fornece uma descrição do caráter e trabalho de um ancião/supervisor/guia, usando a si mesmo como exemplo (At 20:17-35). Primeiramente ele destaca o que os mesmos devem ser:

- Coerentes (vs. 18);
- Humildes (vs. 19);
- Compassivos (v. 19);
- Perseverantes (vs. 19);
- Fiéis (vs. 20);
- Comprometidos (vss. 21-24);
- Enérgicos (ou decididos) (vss. 24-27).

Na sequência ele destaca o que eles devem fazer:

- Pastorear o rebanho (vs. 28);
- Vigiar contra duas ameaças: lobos adentrando e homens atraindo discípulos após si (vss. 29-31);
- Utilizar os recursos dados por Deus para aquele trabalho – oração e a Palavra de Deus (vs. 32);
- Ter o ministério de dar (vss. 33-35).

A MANUTENÇÃO DA SANTIDADE E DA ORDEM

O propósito do governo na igreja é manter a santidade e a ordem na casa de Deus. Isso, tem a ver, principalmente, com duas coisas:

- O cuidado com o que adentra a assembleia. Isso envolve princípios de recepção.

- O cuidado com o que (ou quem) está na assembleia. Isso envolve disciplina na Igreja, caso necessário.

PRINCÍPIOS DE RECEPÇÃO

Importar-se com a glória de Deus com relação ao que trazemos à comunhão, é algo que praticamente não existe na cristandade hoje. Ora, a Bíblia ensina que a assembleia deve ter cuidado em não trazer alguém à comunhão que possa estar envolvido com o mal, seja esse mal moral, doutrinal ou eclesiástico. O princípio é simples. Se uma assembleia local é responsável por julgar o mal no seu meio excomungando os que praticam o mal (1 Co 5:12), então é natural que se tenha cuidado com o que ou quem é trazido à assembleia.

Tem sido dito, e com razão, que a assembleia local não deve possuir uma comunhão aberta e nem fechada, mas sim, uma comunhão vigiada. A assembleia deve receber à mesa do Senhor todos os membros do corpo de Cristo a quem a disciplina bíblica não proíbe. Se, por um lado, todo cristão possui o direito de estar à mesa do Senhor, por outro nem todo cristão possui necessariamente o privilégio de estar nela, pois este privilégio pode ser perdido por seu envolvimento com alguma forma de mal.

Quem decide quem deveria estar em comunhão?

É importante entender que os irmãos na assembleia local não decidem o que é adequado à mesa do Senhor e o que não é. Isto é algo que compete à Palavra de Deus. A razão é que a mesa não é dos irmãos, a mesa é do Senhor (1 Co 10:21). As preferências e gostos pessoais dos que fazem parte da assembleia não têm nada a ver com a recepção. A decisão vem totalmente da Palavra de Deus. Quando não existir um motivo bíblico para recusar a alguém a comunhão à mesa do Senhor, tal pessoa deve ser recebida. Se um crente já tiver sido batizado, for são na fé e piedoso em seu andar, não existe motivo para ser rejeitado. O nível de conhecimento das Escrituras não é um critério neste sentido. Ainda que seja um crente limitado em seu conhecimento, as Escrituras dizem: “Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas” (Rm 14:1).

Todavia, nem sempre se pode determinar de imediato se alguém é são na fé e piedoso em seu andar. Quanto maior a confusão no lugar de onde a pessoa tiver saído, seja do meio cristão ou do mundo, maior a dificuldade de se tomar uma decisão. Se for este o caso, agir com sabedoria pode significar pedir à pessoa que tem o desejo de estar em comunhão que aguarde. Isto não significa que a assembleia esteja afirmando que tal pessoa tenha alguma associação com o mal. Poderia até ser o caso, porém os irmãos podem estar indecisos quanto a isso e por esta razão devem esperar até que estejam convencidos de não ser este o caso, uma vez que são eles os responsáveis diante de Deus pelas pessoas que recebem em comunhão. As Escrituras ensinam: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios” (1 Tm 5:22). Este versículo fala da comunhão pessoal com alguém individualmente, mas o princípio é amplo o suficiente para guiar os santos na comunhão coletiva à mesa do Senhor. Alguém maduro e piedoso não se sentirá ofendido com isso, pois certamente nenhum cristão piedoso iria querer que a assembleia violasse um princípio bíblico. Na verdade, todo esse cuidado deveria dar a ele a confiança de estar entrando em uma comunhão de cristãos onde existe a preocupação com a glória do Senhor e a pureza da assembleia.

Os testemunhos pessoais não seriam suficientes?

Outro importante princípio relacionado a este assunto e que precisa ser compreendido é que a assembleia, biblicamente falando, não faz coisa alguma baseada no que diz apenas uma testemunha. Tudo o que se refere à assembleia deve ser feito de acordo com este princípio: “Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra” (2 Co 13:1). Confira também o que diz em João 8:17 e Deuteronômio 19:15. Por esta razão a assembleia não deve receber pessoas com base em seu próprio testemunho. As pessoas naturalmente costumam dar um bom testemunho de si mesmas, como as próprias Escrituras afirmam: “Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos” (Pv 16:2). E também: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória” (Jo 7:18). Por isso pode ser preciso pedir a uma pessoa que deseja entrar em comunhão que aguarde. Assim que os irmãos na assembleia local conheçam melhor a pessoa que deseja estar em comunhão, ela poderá ser recebida com base no testemunho desses.

Este é um princípio que encontramos através das Escrituras. Até mesmo o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da Glória, sujeitou-Se a este princípio quando Se apresentou a Israel como seu Messias. Ele disse; “Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro [válido]” (Jo 5:31). Em seguida Ele continuou apresentando quatro outros testemunhos que comprovavam quem Ele era: João Batista, Suas obras, Seu Pai e as Escrituras (Jo 5:32-39). Apesar dos vários testemunhos que testificavam dele como sendo o Messias, o Senhor advertiu os judeus de que chegaria um tempo quando eles, como nação, receberiam um falso messias (o Anticristo) sem testemunhas. Ele disse: “Se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5:43). Assim o Senhor reprovou a prática de se receber alguém com base em seu próprio testemunho.

Atos 9:26-29 nos dá um exemplo do cuidado que a igreja no princípio tinha ao receber alguém à comunhão. Quando Saulo de Tarso foi salvo ele quis entrar em comunhão com os santos em Jerusalém, porém foi rejeitado. Apesar de ser verdade tudo o que ele disse aos irmãos em Jerusalém sobre sua vida pessoal, ele não foi recebido com base em seu próprio testemunho. Foi só quando Barnabé levou Saulo consigo e o apresentou aos irmãos, testificando de sua fé e caráter, de modo que então já era o testemunho de duas pessoas, que os irmãos o receberam. Daquele momento em diante Saulo “andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo” (At 9:28).

Outro princípio para se receber alguém é que existe a necessidade de se colocar à prova a profissão de fé da pessoa. Se alguém diz ser cristão, é preciso que prove isso deixando de lado todo pecado conhecido. Em 2 Timóteo 2:19 diz que “qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade”. Veja também Apocalipse 2:2 e 1 João 4:1. Se essa pessoa não se apartar da iniquidade, seu modo de agir não estará de acordo com sua profissão de fé. Isto é ainda mais importante em uma época de ruína e abandono do testemunho cristão, quando o que não falta são doutrinas e práticas perniciosas de todos os tipos.

Se uma pessoa professa má doutrina, está claro que a assembleia não deve recebê-la, pois se o fizer ficará em comunhão com o mal que ela traz em seu ensino. (Compare 2 Jo 9-11 e Rm 16:17-18). Não falamos aqui das diferenças de opinião que as pessoas possam ter a respeito de assuntos como o batismo, por exemplo, mas de coisas que digam respeito aos fundamentos da fé cristã. As Escrituras dizem: “Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus” (Rm 15:5-7). Se alguém que professasse má doutrina fosse recebido, como se poderia dizer que a assembleia estaria concorde e “a uma boca” glorificando a Deus? Os irmãos na assembleia estariam dizendo uma coisa e essa pessoa dizendo outra. O resultado seria confusão. Paulo disse aos Coríntios: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer” (1 Co 1:10).

ASSOCIAÇÕES ECLESIÁSTICAS

Quando a questão envolve pecado eclesiástico, é preciso paciência e discernimento para identificar isso em alguém. Existe uma diferença entre alguém estar associado ao erro clerical por ignorância e uma pessoa ativamente envolvida e promovendo tal erro. Um crente que talvez ignore a ordem bíblica para a adoração e o ministério cristão pode querer partir o pão à mesa do Senhor vindo de uma denominação criada por homens e onde seja adotada uma ordem clerical. Ainda que essa pessoa esteja associada ao erro eclesiástico, ela não está envolvida com o mal eclesiástico. E se tal pessoa for conhecida por sua piedade no andar e professar sã doutrina, não deveria haver impedimento para que ela partisse o pão, mesmo que não tenha se desligado formalmente de sua associação com aquela denominação.

A questão é: quando uma associação inconsciente com o erro eclesiástico se torna mal eclesiástico? Cremos que a resposta é simplesmente quando a vontade da pessoa está envolvida nisso. Para detectar essa vontade é preciso que a assembleia tenha um discernimento sacerdotal. Em casos assim a assembleia precisa depender muito do Senhor para conhecer a opinião que Ele tem a respeito do assunto. Em condições normais os irmãos deveriam permitir que essa pessoa partisse o pão, esperando e confiando que Deus estaria trabalhando em seu coração e que ela iria abandonar o lugar de onde veio após ter participado da ceia do Senhor, continuando a partir daí congregada com aqueles reunidos ao nome do Senhor.

Isto é ilustrado na passagem em 2 Crônicas 30 e31. Ezequias permitiu que o povo de Judá, e também alguns das dez tribos separadas, participassem da Páscoa e adorassem ao Senhor no divino centro em Jerusalém. Depois de fazerem isso, eles voltaram para casa e destruíram seus ídolos e imagens. (Não estamos insinuando que as denominações criadas pelos homens sejam condescendentes com a idolatria; estamos falando apenas do princípio encontrado ali). O que é interessante notar neste caso é que Ezequias não lhes falou para agirem assim! Aquilo foi uma resposta vinda de seus corações pelo simples fato de terem estado na presença do Senhor em Jerusalém.

Todavia, se alguém deseja continuar indo a ambos os lugares regularmente, isto não deveria ser aceito. Como assinalou J. N. Darby, “Pontos de vista eclesiásticos diferentes não representam razão suficiente para colocar fora uma alma. Mas se alguém deseja estar entre os irmãos um dia e no próximo entre os sectários, isso não deveria ser permitido e tal pessoa não deveria ser recebida, pois, ao invés de usar da liberdade que pertence a ela para gozar da comunhão espiritual entre os filhos de Deus, avança na pretensão de mudar a ordem da casa de Deus e perpetuar a divisão dos cristãos. Fica claro que uma pessoa assim não estaria sendo honesta com nenhuma das partes.” Darby também afirmou que a degradação e a corrupção aumentam cada vez mais no testemunho cristão, ficando cada vez mais difícil colocar em prática este princípio. À medida que os dias se tornarem mais sombrios será necessário um discernimento cada vez maior. Atualmente algo assim só tem acontecido esporadicamente.

O VISITANTE OCASIONAL

W. Potter disse: “Eu não concordo com o pensamento de que, às vezes, a participação na Mesa do Senhor é feita, por assim dizer, por conveniência. Por exemplo, como aqueles que entre nós têm parentes que os visitam, sendo estes membros de alguma denominação, e que vêm à reunião e desejam participar conosco da Ceia ‘simplesmente como cristãos’. Pode ser que eles sejam íntegros e tenham uma consciência reta. Porém, eles simplesmente vêm pela ocasião da visita, e não se importam de romper com os amigos com quem reúnem no momento. Nesse ponto eu não concordo”.

“Parece-me que, em tais casos, a nossa responsabilidade não é a de recusar a participação deles, mas de colocá-los a par da razão pela qual estamos reunidos, que a nossa posição é um protesto prático contra a falta de base bíblica para as denominações, e que eles, ao participarem conosco no ato da Ceia naquele momento, identificam-se conosco nessa posição, que é de protesto contra aquilo que eles estão conectados e defendem confessadamente. Estariam eles dispostos, mesmo que por ora, a se identificarem conosco? Onde as almas são exercitadas, é outra questão, e parece-me que alguém se sentiria realmente muito à vontade em sentar-se à mesa com eles”.

“Não é o exercício da alma o que importa? Assim nenhuma regra pode ser estabelecida. Certamente não viria do Senhor a exigência de que uma alma piedosa e exercitada, conectada com qualquer uma das denominações “tradicionais”, cortasse seus laços com a sua igreja, antes que nós permitíssemos que viesse participar conosco à Mesa. Fazer isso, parece-me, é negar praticamente o terreno sobre o qual estamos reunidos”.

“Em relação às assembleias que professam estar reunidas ao nome do Senhor, eu acredito tratar-se de outra questão. Elas professam estar reunidas ao Seu nome, e devem saber por que estão em separação de nós e nós delas. Se alguns deles têm o desejo de participar da mesa conosco, as suas razões para isso devem ser examinadas e medidas tomadas de acordo com o que for encontrado. Há sempre mais conhecimento entre eles, como verdade divina, do que com os santos nas denominações, e creio que, em geral, eles não são  tão ignorantes das causas das divisões entre nós, como alguns deles, às vezes, fazem-nos pensar”.

Em Israel havia “porteiros” e “guardadores de porta” que cuidavam dos portões e guardavam as portas da casa de Deus (1 Cr 9:17-27). O dever deles era deixar entrar os que deveriam estar dentro e recusar a admissão dos que deveriam ser mantidos fora. Da mesma forma hoje, em uma assembleia nos moldes bíblicos, haverá este tipo de cuidado.

Outro tipo de ilustração no Antigo Testamento demonstra esse cuidado no recebimento. Quando a cidade de Jerusalém, o centro divino na terra onde o Senhor colocou Seu nome, foi reconstruída nos dias de Neemias, havia ao seu redor grande perigo por conta dos inimigos. Consequentemente, eles não abriam as portas para permitir que as pessoas adentrassem a cidade até que “o sol aquecesse” [literalmente “meio-dia”] (Ne 7: 1-3.). Eles se certificavam de que não havia nenhum vestígio de “escuridão” ao redor antes de receberem as pessoas na cidade. Até aquele momento, os que queriam entrar tinham que esperar. Enquanto a escuridão da cristandade aumenta nestes últimos dias, são necessários cuidados deste tipo no recebimento.

DISCIPLINA NA IGREJA

Uma assembleia nos moldes bíblicos também exercerá disciplina quando necessário. Se os anciãos que cuidam do rebanho virem uma pessoa  com um mau comportamento, de alguma forma, eles vão agir para corrigi-la (Hb 13:17). Isto será feito para a glória do Senhor, mas também em amor para com o indivíduo que está se extraviando. Eles vão se sentir responsáveis por agir a este respeito, porque sabem que a Palavra de Deus diz: “Se tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, e aos que estão sendo levados para a matança; se disseres: Eis que não o sabemos; porventura não o considerará aquele que pondera os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme a sua obra?” (Pv 24: 11-12). Como vigias sobre o muro, eles são responsáveis ​​por “tocar a trombeta” para soar um alerta quando veem algum perigo. Ao fazê-lo, eles livram suas próprias almas, porque Deus os considera responsáveis ​​(Ez 33:1-6; Hb 13:17).

Existem três principais áreas de preocupação em que um indivíduo pode se extraviar. Em cada caso, os que cuidam do rebanho e são responsáveis ​​por manter a santidade e a ordem na casa de Deus vão tentar lidar com o problema antes que ele fique fora de controle. Se eles puderem corrigir o curso que uma pessoa está percorrendo antes que ela atinja um ponto em que a assembleia deverá colocá-la fora da comunhão, terão feito um bom trabalho e terão livrado essa pessoa de muita dificuldade e sofrimento em sua vida (Tg 5:19-20). Isso pode ser feito por qualquer um que se preocupa com a pessoa, mas os anciãos/supervisores são primeiramente responsáveis ​​por este trabalho. Por conseguinte, eles vão tomar certas ações preliminares com a pessoa no erro, dependendo do rumo no qual a pessoa está. Isso mostra que a maior parte de toda a disciplina da Igreja deve ser exercida para com uma pessoa que ainda está em comunhão.

Os cenários seguintes dão o procedimento geral. É reconhecidamente difícil delinear o porquê de estas coisas não poderem ser arregimentadas e tratadas como se estivéssemos consultando um manual ou livro; cada caso deve ser tratado em seu próprio mérito, e não existem dois casos idênticos. A Escritura pressupõe que aqueles que fazem este trabalho são pessoas espirituais que irão lidar com esses casos com discernimento “espiritual” (Gl 6:1; 1 Co 2:15).

UMA PESSOA MUNDANA – (com andar imperfeito). Isso pode incluir um grande número de desordens morais nas quais uma pessoa poderia estar envolvida (1 Co 5:11, etc.).

- Aqueles que se importam com o rebanho vão tentar “restaurar” a pessoa surpreendida em alguma falta, com espírito de mansidão, indo a ela com a Palavra de Deus (Gl 6:1; Jo 13:14). Eles procurarão alcançar o coração e a consciência da pessoa de uma forma gentil e carinhosa, num esforço para afastá-la do curso que ele ou ela possam se encontrar.

- Se isso não alcançar a pessoa, o próximo passo será o de “alertar” a pessoa em uma repreensão privada (1 Ts 5:14). Isso seria mais firme e direto.

- Se a pessoa persiste em seu curso, mas não em um pecado em particular que exija a excomunhão, aqueles que assumem a liderança na assembleia podem encorajar os santos a se “afastarem” da pessoa para que sua consciência seja tocada, assim, ela poderá julgar-se a si mesma (2 Ts 3: 6-15).

- Se um pecado em particular se torna manifesto e exige a excomunhão, a assembleia terá que agir na tomada de uma decisão de julgamento obrigatória para “colocar para fora” a pessoa que está entre eles. (Mt 18: 18-20; 1 Co 5:11-13).

UMA PESSOA HERÉTICA/HEREGE – (com erros doutrinais). Esta seria uma situação em que uma pessoa adota doutrinas errôneas consideradas heterodoxas.

- Os responsáveis ​​na assembleia tentarão corrigir o indivíduo de seu erro e “intimá-lo” a não ensinar outra doutrina que não seja a ortodoxa (1 Tm 1:3).

- Se a pessoa insiste em ensinar suas ideias errôneas na assembleia, a assembleia é responsável por “julgar” os seus ensinamentos e chamá-la a ficar em silêncio nas reuniões (1 Co 14:29). Isso poderia ser chamado de “a disciplina do silêncio”.

-  Se as doutrinas da pessoa têm caráter de blasfêmia, tocando a Pessoa e a obra de Cristo, a assembleia deverá colocá-la fora de comunhão. O apóstolo Paulo fez isso com Himeneu e Alexandre, entregando-os a Satanás, para que “aprendam a não blasfemar” (1 Tm 1:20). A assembleia não pode entregar diretamente a Satanás como um apóstolo podia fazer, mas pode colocá-la fora de comunhão, onde Deus julga.

- Se os santos entram em contato com essa pessoa na profissão cristã em geral, elas devem se “afastar” dos tais que têm ensinamentos errôneos e que pervertem a fé dos santos (2 Tm 2:16-19).

A PESSOA QUE CAUSA DIVISÃO – (com espírito herege). Esta é uma pessoa que cria divisão na assembleia, tendo um espírito partidário em alguma causa. Este é mais um mal eclesiástico e, geralmente, é o mais difícil de detectar-se entre todos os males. J. N. Darby disse: “impiedade Eclesiástica é sempre o pior.” Uma vez que isso é prejudicial para a saúde da assembleia, deve ser tratado.

- Os irmãos devem identificar e “evitar” aqueles que provocam divisões e escândalos na reunião (Rm 16:17-18). Nota: Isso não quer dizer: “note os que seguem em divisões”, mas aqueles que “causam” divisões. Isto significa que devemos distinguir entre os líderes e os liderados quando um espírito de partidarismo surge na assembleia.

- Aqueles que pressionam em questões que dividem os santos muitas vezes fazem isso liderando uma rebelião contra os que tomam a dianteira da assembleia. Os que pecam por trazer acusações infundadas contra um ancião, a assembleia deve “repreendê-los na presença de todos” (1 Tm 5:19-20). A repreensão pública está ordenada para quando alguém divide os santos em linhas de partidarismo (Gl 2:12-14).

- Se a pessoa continua a propagar suas questões e a dividir o rebanho, a assembleia tem motivos para excomungá-la. Semear a discórdia entre os irmãos é uma “abominação” ao Senhor (Pv 6:16-19), e algo que é abominável ao Senhor não deve estar em comunhão à Sua mesa. Por conseguinte, a pessoa deve ser afastada.

- Se alguém na assembleia se encontrar com um líder de uma divisão colocado fora da comunhão ou acompanhar essa pessoa, eles devem “admoesta-lo mais uma vez” (Tito 3:10). Se houver qualquer outro encontro com ele, devem “evita-lo”, porque ele está pervertido (Tito 3:10).

TRÊS RAZÕES PARA EXCOMUNHÃO

Existem três razões principais pelas quais a assembleia deve afastar da comunhão pessoas que estão no erro.

1) A Glória do Senhor - A assembleia deve ter cuidado de não permitir que o nome do Senhor seja associado ao mal diante do mundo. Quando os coríntios agiram para a glória do Senhor e colocaram para fora a pessoa imoral que estava no meio deles, o apóstolo Paulo escreveu os elogiando e dizendo: “Porque, quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio” (2 Co 7:11). Eles agiram com zelo veemente e vingança para a glória do Senhor.

2) A santidade na Assembleia deve ser mantida - Há duas razões para isso. Em primeiro lugar, a assembleia é lugar da habitação de Deus (Ef 2:22). Ela deve ser mantida como um lugar adequado para a Sua santa presença. O Senhor habita no meio do Seu povo reunido ao Seu nome (Mt 18:20) e, portanto, a assembleia deve manter o mal fora do seu meio para que continue a ser um lugar adequado para Sua presença. “A santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre” é um princípio verdadeiro em cada dispensação (Sl 93:5). “O que usa de engano não ficará dentro da minha casa” (Sl 101: 7; 1 Co 3:17; Nm 5: 1-4). A segunda razão é o caráter de fermento do pecado. A Escritura ensina que a associação com o mal contamina. O apóstolo Paulo disse: “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa” (1 Co 5:6-8; Gl 5:9-12). Se a assembleia não afastar o mal de seu meio, não demorará muito para que outros sejam afetados por ela, porque “as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15:33).

3) A Correção e Restauração do Ofensor - A ação da assembleia de colocar alguém fora da comunhão também deve ter em vista o bem da pessoa que erra. Ela é posta para fora da convivência para que possa ser contristada para arrependimento e restaurada para o Senhor. “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais” (1 Co 5:11). Isto se refere a nem mesmo fazer uma refeição qualquer com a pessoa. Quando a pessoa estiver arrependida e tiver julgado o seu pecado, a assembleia irá recebê-la de volta à comunhão. O apóstolo Paulo disse: “Basta-lhe ao tal esta repreensão feita por muitos. De maneira que pelo contrário deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza. Por isso vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor” (2 Co 2:6-8). Esta é uma ação administrativa da assembleia ao desligar alguém.  (Mt 18:18).

A ATITUDE APROPRIADA DA ASSEMBLEIA NA EXCOMUNHÃO

A assembleia deve ter sempre em pauta o assunto de seus pecados. A sua atitude em excomungar alguém deve ser de luto, reconhecendo que eles falharam em não conseguir alcançar a pessoa quando esta estava caminhando rumo ao pecado. Isto é o que os coríntios não fizeram. Paulo lhes disse: “Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação” (1 Co 5: 2). Cada um na assembleia deve buscar em seu coração perguntando a si mesmo, “O que eu poderia ter feito para evitar a queda dessa pessoa?” Devemos ver que temos parte nisso, em não termos guiado/pastoreado a pessoa adequadamente, ou não termos orado por essa pessoa o suficiente, etc. É sobre isso que se refere o comer a oferta pelo pecado (Lv 6:26).

Resumo: Uma assembleia biblicamente reunida terá aqueles que irão assumir a liderança administrativa para garantir que a santidade e a ordem sejam mantidas.

– Extraído do livro "The Search for a Scripturally Gathered Assembly", de Bruce Anstey
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Canais no YouTube para os irmãos congregados ao nome do Senhor (Mt 18.20) | JP Padilha

DOUTRINA DE CRISTO VS. DOUTRINA DE HOMENS | JP Padilha


Após anos tentando me manter dentro do sistema religioso denominacional, descobri que o denominacionalismo é como um copo de água misturada com veneno. Somente quando entendi que nada daquilo era bíblico, e que Jesus havia ensinado algo totalmente diferente a respeito da congregação (Mt 18.20), adoração e ministério cristãos, é que eu pude congregar em meio aos santos de Deus sem as amarras de Satanás.

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.36).

A construção de templos com adornos judaicos é um pecado de avareza e uma forma sofística de explorar a fé das pessoas. Ao invés de construírem templos com os paramentos do templo de Jerusalém, os cristãos deveriam gastar menos dinheiro e construir um galpão menos pomposo e menos pretensioso, até porque esses templos inspirados no templo que havia em Jerusalém são opressores demais para os mais simples de coração. Sendo assim, a construção de templos com adornos judaicos, com todos os seus aspectos judaicos, tais como um altar, pastores dirigindo congregações, mulheres falando nas reuniões da igreja, altares, dízimos, música instrumental na adoração, corais, homílias, danças, ensaios, dias santos, escolas de teologia, um clero distinto dos leigos, roupas ou cadeiras diferentes para certas pessoas do clero, títulos honoríficos, presidente disso, diretor daquilo... e muitas outras coisas inventadas pelas denominações criadas pelos homens só servem para envergonhar a Igreja de Deus e distorcer o verdadeiro evangelho.

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Os diferentes julgamentos de Jesus no Fim dos Tempos | JP Padilha


Muita gente pensa que o fim dos tempos ocorre quando Jesus volta à terra, julga todo mundo misturado, lança os réprobos no lago de fogo e leva para o céu os seus escolhidos. Na mente dessas pessoas, tudo se trata de um único evento: o Juízo Final com a vinda de Cristo para incluir crentes e descrentes neste juízo. No entanto, isso é um erro grotesco de interpretação bíblica e uma total ignorância acerca dos vários tipos de julgamento que ocorrerão nos últimos dias. Nas linhas que se seguem, eu gostaria de explicar ao leitor que existem pelo menos três tipos de julgamento que ocorrerão no corredor da história, começando no céu, onde Cristo tratará de forma privativa com a Igreja já arrebatada. Como será provado aqui, no céu haverá um julgamento conhecido como Tribunal de Cristo, do qual somente os crentes participarão. É o único julgamento onde não há juízo sobre a pessoa, mas somente uma comparação das obras de cada um dentro do Corpo de Cristo. Portanto, vamos entender melhor os diferentes julgamentos que Deus executará no fim dos tempos.

Não devemos confundir o Tribunal de Cristo, descrito em 2 Coríntios 5.10, com o Julgamento das Nações de Mateus 25 (“o dia do Senhor”), nem com o Grande Trono Branco de Apocalipse 20.10-15. São três eventos totalmente distintos.

Por falta de conhecimento, muitos cristãos passam quase a vida inteira na igreja temendo o Juízo final, sem saber sequer a diferença entre o Tribunal de Cristo, o Julgamento das Nações e o Grande Trono Branco. E parece que aos seus líderes religiosos é conveniente que continuem sem saber. Minha vontade é de perguntar a essas pessoas se elas de fato creram em Cristo e no seu sacrifício vicário, perfeito e suficiente. Além desses "pastores" não ensinarem às pessoas a diferença entre o Tribunal de Cristo, o Julgamento das Nações e o Grande Trono Branco, ainda ensinam a elas que Mateus 24 está falando da Igreja, fazendo-as acreditar que os horrores da Tribulação cairão sobre a Noiva de Cristo. Oras, qualquer leitor iniciante, que tenha responsabilidade com as Escrituras, verá que Mateus 24 está inteiramente direcionado a Israel e falando sobre Israel. A Igreja não passará pela Tribulação, e isso está bem registrado no Novo Testamento. Vejamos, portanto, a diferença entre os julgamentos que acontecerão no fim dos tempos.

O TRIBUNAL DE CRISTO (2Co 5.10)

Os crentes não participam do Julgamento das Nações porque já estarão no céu no mínimo sete anos antes, e não passarão pela grande tribulação. Os crentes também não são julgados no Grande Trono Branco, pois são salvos desde o princípio do mundo. O que os crentes encontrarão é o Tribunal de Cristo descrito em 2 Coríntios 5.10: "Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal". Em 1 Coríntios Paulo fala mais desse tribunal que não tem caráter condenatório, mas de apreciação das obras praticadas pelo crente. É algo parecido com um concurso de pintura, onde o que está sendo julgado não é o pintor, mas a qualidade de seu trabalho.

"E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal SERÁ SALVO, todavia como pelo fogo" (1 Coríntios 3.12-15). Essa passagem nos ensina de forma clara que até mesmo aquele que não fez obra alguma digna de ser aproveitada SERÁ SALVO.

O JULGAMENTO DAS NAÇÕES (Mt 25.31-46)

Mateus 25.31-46 nos fala da segunda vinda de Cristo para julgar as nações e reinar. Isso ocorre depois do arrebatamento da Igreja (descrito em 1 Tessalonicenses 4.16-18) e da grande tribulação (descrita em Mateus 24). O Julgamento das Nações é também conhecido como “o dia do Senhor” (2Ts 2.2; 2Pe 3.10; 1Ts 5.2, etc.).

“Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes” (Mateus 25.31).

Uma coisa interessante que vemos em outra passagem que fala do mesmo evento é que Jesus descerá acompanhado também dos santos que foram arrebatados antes da Tribulação:

“Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos” (1 Tessalonicenses 3.13).

Aqueles que ensinam que não há um arrebatamento antes da Tribulação deveriam explicar de onde vieram esses santos que estavam com Ele no céu e voltaram juntamente com Ele para reinar do céu. Como estes santos foram parar lá, senão por meio do arrebatamento antes da Tribulação?

Mas, voltando ao assunto sobre o Julgamento das Nações, observe algo interessante aqui: Jesus vem com todos os seus anjos e santos para o Julgamento das Nações (ou gentios), identificadas aqui como "bodes" e "ovelhas". Se você observar o Antigo Testamento, verá que o julgamento de nações era algo comum, e Deus fazia isso levando em conta como elas tratavam o seu povo terreno, Israel.

Julgamento das Nações é um julgamento coletivo de grupos de pessoas vivas, dentre as quais algumas continuarão vivas para desfrutarem do reino milenar de Cristo e outras serão mortas para aguardarem o julgamento individual do Grande Trono Branco no final de Apocalipse. Ou seja, as ovelhas representam o grupo dos que serão mantidos vivos para entrarem no reino de mil anos de Cristo, enquanto os bodes são aqueles indivíduos que serão mortos para aguardarem o Juízo Final. No arrebatamento da Igreja, que ocorre sete anos antes disso tudo, somente os salvos são ressuscitados para serem levados ao céu (1Ts 4.16-18). Os mortos em seus pecados continuam em suas sepulturas, aguardando o Juízo Final. Da mesma forma, no Julgamento das Nações, os perdidos serão mortos justamente para aguardarem o Juízo Final (no Grande Trono Branco) para serem julgados após os mil anos de reinado de Cristo. Eles serão lançados no lago de fogo.

Existe uma passagem em Joel que pode ser identificada com este momento aqui: “Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra” (Joel 3.2).

É importante notar que as nações (gentios) serão julgadas de acordo com a maneira como trataram o remanescente fiel de Israel, aqueles judeus convertidos durante a tribulação, muitos dos quais terão sido martirizados. Se prestarmos atenção, veremos que existem aqui três classes, e não apenas duas: "bodes", "ovelhas" e "pequeninos irmãos".

Os "bodes" serão as nações que não deram guarida aos "pequeninos irmãos", os judeus convertidos nesse período da tribulação, que estarão sendo perseguidos pelo Anticristo. As "ovelhas" serão as nações que protegeram e alimentaram esses judeus errantes. Estas recebem do Rei a promessa: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mateus 25.34).

É muito importante entender que Mateus 25, onde fala da separação de bodes e ovelhas – no Julgamento das Nações –, não se trata da salvação eterna, já que esta não é obtida por meio de boas obras. A promessa é de participarem vivos do reino de Cristo na terra, o qual durará mil anos. Durante esses mil anos, aqueles que pecarem serão julgados todas as manhãs e serão mortos, para depois serem julgados no Grande Trono Branco. Entenda-se que o reino de Cristo na terra será formado por pessoas que não necessariamente nasceram de novo, mas que apenas professam submissão ao Rei, algo muito parecido com o que acontece hoje na cristandade. É preciso lembrar que no final dos mil anos Satanás será solto (ele ficará preso no período de mil anos) e irá arrebanhar milhões de seguidores para lutarem contra Cristo, o que mostra que nem todos terão entrado no milênio realmente convertidos, e nem todos os que nascerem nesse período serão de Deus.

O Senhor se identifica com estes judeus de tal modo que os chama de “meus pequeninos irmãos”. Serão esses “pequeninos irmãos” os que se recusarão a negar o nome do Senhor e a ter a marca sobre suas mãos e testas. A identificação do Senhor com seus "pequeninos irmãos" faz lembrar a identificação dele com a Igreja no livro de Atos, quando ele pergunta a Paulo: “Por que me persegues?”, quando Paulo perseguia os cristãos, e não o Cristo, o qual Paulo considerava já morto.

O GRANDE TRONO BRANCO (Ap 20.10-15)

Durante o reino milenar de Cristo haverá julgamentos todas as manhãs com a aplicação da Pena de Morte imediata. Todavia, essa pena é para os indivíduos que estiverem vivendo na Terra. A Igreja não estará necessariamente na terra no milênio, mas estará vivendo no céu.

Ao final desse milênio haverá o Grande Trono Branco, onde serão julgados todos os que não foram salvos, cujos nomes não estavam no Livro da Vida (Ap 20). Aqui sim acontece o Juízo Final. Aqueles que foram mortos no Julgamento das Nações em Mateus 25 (os bodes), no momento da segunda vinda de Jesus para reinar, serão ressuscitados para serem julgados e condenados. E é somente para isso que serão ressuscitados: Para serem julgados e condenados.

Quem chegar diante do "Grande Trono Branco" com um pecado sequer já estará condenado. A passagem abaixo deixa claro que aquele que crê em Cristo não entra em juízo ou julgamento: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, e não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (João 5.24).

As expressões "Ouve""crê""tem""não entra em juízo" e "passou da morte para a vida", no momento em que creu, são expressões muito claras nesse sentido.

Quando analisamos Apocalipse 20, percebemos como esse julgamento se trata de um ato judicial que visa apenas dar a sentença. O julgamento do Grande Trono Branco não tem a finalidade de estabelecer se a pessoa deve ou não ser salva. Todos são condenados ali. Não há um salvo em Cristo que participa desse evento, mas somente os predestinados à perdição (os réprobos). E deste evento não sairá um salvo sequer. Todos que participarem deste julgamento serão lançados no lago de fogo e enxofre, onde o fogo nunca se apaga e o tormento é eterno (Mc 9.44; Mt 25.46). Ali eles sofrerão para todo o sempre.

"O diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre. Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles. Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Se o nome de alguém não foi encontrado no livro da vida, este foi lançado no lago de fogo(Apocalipse 20.10-15).

– JP Padilha
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