A LUTA DOS PURITANOS CONTRA A FESTA PAGÃ DO NATAL | JP Padilha
A rejeição dos Puritanos ao Natal e a abolição dos demais dias santos aplicada pela Igreja Reformada foi consequência da aplicação consistente do Princípio Regulador do Culto. O que os ditos “reformados” de hoje não entendem é que a Reforma Protestante foi, entre vários outros motivos, uma resposta aos diversos acréscimos ao culto feitos pela Igreja Romana, e os Puritanos lutaram contra estes acrescentamentos que ainda insistiam em ser mantidos pela Igreja Anglicana. Eles [os puritanos] sustentavam unanimemente o Princípio Regulador do Culto afirmando que, no culto a Deus, tudo que não é ordenado pela Escritura, é proibido. O puritano John Hooper (c.1495-1555) disse que “Não há nada a se fazer na Igreja que não seja ordenado na Palavra de Deus, seja expressamente ou por conclusão necessária” [1]. De modo semelhante, o puritano Jeremiah Burroughs (1600-1643) afirmava que aquelas coisas no culto que têm significado religioso devem ter um comando direto ou claramente deduzido da Escritura. “Deve ser Ordenado. Não é suficiente que seja não proibido” [2]. William Ames (1576-1633), John Owen (1616-1683), Thomas Watson (1620-1686), Matthew Henry (1662-1714) e tantos outros Puritanos estavam de acordo com o fato escriturístico de que o culto agradável a Deus e os meios corretos de realizá-lo devem ser ordenados pela Escritura, sendo proibidos todos os modos concebidos pelo homem ou mesmo pela Igreja [3]. Os Puritanos formularam confessionalmente este Princípio na Confissão de Fé de Westminster:
[...] O modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e tão limitado pela Sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras (Rm 1.20; Sl 119.68; 31.33; At 14.17; Dt 12.32; Mt I5.9; 4.9,10; Jo 4.3,24; Ex 20.4-6). [4]
Os Puritanos, bem como todos que hoje trazem consigo a essência do Puritanismo, estão cientes de que não se encontra na Escritura mandamento algum para a manutenção de dias santos e suas muitas cerimônias. No Diretório de Culto de Westminster, eles afirmaram que “Na Bíblia não há nenhum Dia que seja ordenado para ser guardado como santo sob o Evangelho. Os dias de festa, comumente chamados de dias Santos, não tendo base na Palavra de Deus, não devem ser continuados” [5]. De acordo com o Princípio Regulador do Culto, os Puritanos entendem que estão errados aqueles que guardam o Dia do Natal, porquanto estes criam para si ídolos e blasfemam contra a Santa Escritura. Sob o pretexto da “liberdade cristã”, não somente instituem o que não foi instituído, como também celebram e dizem “amém” para tradições e ritos trazidos originalmente do Paganismo (Jr 10.2-3; Dt 12.30-32).
“Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja REPROVADO. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja MALDITO. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gálatas 1.8-12).
“Tudo o que Eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás”. (Deuteronômio 12.29-32)
– JP Padilha
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NOTAS:
[1] Apud. MURRAYM Ian. As Escrituras e as coisas indiferentes: um problema central na controvérsia puritana. Recife, PE: Ed. Os Puritanos, 2012, p. 17
[2] BURROUGHS, Jeremiah. Gospel worship. Grand Rapids: Soli Deo Gloria, 1990, p. 10.
[3] AMES, William. The Marrow of Theology (London: 1639), p. 211; OWEN, John. A brief instruction in the worship, p. 9; WATSON, Thomas. A fé cristã – estudos no breve catecismo, p. 23; HENRY, Matthew. Atos a Apocalipse (Rm 12.1), p. 385
[4] Confissão de Fé de Westminster, XXI. I, p. 168.
[5] Diretório de Culto de Westminster. São Paulo: Editora Os Puritanos, 2000, p. 66.
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