Uma Resposta aos Falsos Cristãos da "Zueira"
PRIMEIRO
ANO
Vestígios dos Cânones de Dort, protestos e textos bíblicos ainda ficam. As
pentequices, que outrora haviam sido abandonadas devido à sua notória
ilegitimidade, logo começam a ser toleradas sob o pretexto de piedade pelos
“irmãos” incautos ou pelo receio de perder o carinho da família assembleiana.
Nesse ponto, a admiração pela tríade “John MacArthur, Marcos Granconato e Paul
Washer” vai se dissipando devido às suas severas denúncias contra as práticas
pentecostais.
SEGUNDO ANO
A doutrina da eleição, o coração da Reforma Protestante, já não parece mais
relevante. Os cinco pontos do calvinismo dão lugar a uma série de debates
infrutíferos, deboches contra os que neles se apóiam em defesa das doutrinas da
graça e, sobretudo, começam as famosas “zoeiras”. Páginas e sites com o nome de
“zoeira” são criadas no intuito de usar a Bíblia como fonte de anedotas e
piadinhas sobre a ortodoxia alheia. É mais ou menos nesta fase que rompe-se com
o temor a Deus e a seriedade. Curiosamente, baseados sabe-se lá em quê ou em
quem, começa-se a lutar ferrenhamente contra os que se empenham honestamente no
protesto contra a imposição do dízimo. É nesta fase que se começa as
propagandas gratuitas de autores arminianos como Billy Graham, Leonard
Ravenhill e David Wilkerson.
TERCEIRO ANO
Da tríade só fica o Paul Washer devido ao seu “calvinismo de obras” (ou
legalismo reformado, se preferir) contra os calvinistas que não toleram a
comunhão com arminianos. Paul Washer fica no topo da lista de favoritos quando
se trata de citar um pastor proeminente em defesa da união entre calvinistas e
arminianos. Por que? Porque, de acordo com o “calvinismo de obras”, a salvação
é somente pela graça, porém, alguns arminianos são salvos porque são
“piedosos”. John MacArthur é visto como uma espécie de monstro, pois, embora
seja um dos pastores mais brilhantes da igreja reformada, desagrada a maioria
das pessoas por condenar os conceitos e práticas dos pentecostais e arminianos.
Agora, mais do que nunca, as obras de caridade passam a ser discutidas de
maneira calorosa. Já não há espaço para os que finalmente compreenderam a
cessação dos dons e se posicionaram firmemente como cessacionistas, que
apoiam-se em obras sucintas e diretas ao ponto, tais como o livro “Fogo
Estranho” e “O Caos Carismático”, de John MacArthur. Cessacionistas, segundo o
“calvinista de vitrine”, não devem julgar os continuístas por acrescentarem à
Palavra de Deus as suas experiências mirabolantes com o sobrenatural. Os que
advogam a continuidade dos dons (continuístas), apoiam-se em Grudem, Piper e
Carson, embora não tenham nenhum amparo das Escrituras para sustentar sua
teoria. Ataques e "espantalhos" contra os cessacionistas são
constantes, principalmente em páginas de cunho piadista (ou zoeiras, como são chamadas
hoje). Os cessacionistas passam a ser estigmatizados pelos “calvinistas de
vitrine” por defenderem tão somente o zelo pela Escritura revelada, com base em
Gálatas 1:6-10. Os continuístas, por outro lado, são considerados crentes
“equivocados”, mas que não devem ser comparados com os
"pentecostais", uma vez que (novamente, com base em que ou em quem eu
não sei) existe diferença entre “heresia” e “erro teológico”. Os cessacionistas
são intitulados de incrédulos, quando, na verdade, o cessacionismo jamais teve
a ver com crer ou não nos milagres de Deus. Há também a questão escatológica,
mas esta quase sempre é uma posição outorgada por outras posições. Os
amilenistas se apoiam papalmente em Leandro Lima, Tio Nico e Anthony Hoekema.
Premilenistas futuristas são tachados de loucos por terem finalmente enxergado
que não há mais espaço para os velhos conceitos aliancistas herdados do
Romanismo Católico. Batistas Reformados não são mais considerados calvinistas.
Dispensacionalistas são apontados como hereges por romperem os laços com a
tradição escolástica da teologia pactualista. MacArthur e Granconato estão sob
influência de demônios e precisam se converter porque abriram mão do
“juramento” às confissões de fé. Na falta de argumentos sólidos, o que resta é
jogar todos os dispensacionalistas dentro de uma caixinha condenatória e dar
gargalhadas histéricas pela internet (os famosos “kkk”s), chamando-os de
inconfessionais e lunáticos. Livros sobre o verdadeiro e atual conceito
dispensacionalista são barrados pelo “Supremo Concílio Papista” e os
dispensacionalistas se vêem fadados a trabalharem duro na tradução de mais
materiais a fim de informar o povo de Deus sobre o perigo da israelização da
igreja. Sorte de quem sabe inglês!
QUARTO ANO
A comunhão com arminianos e pentecostais fica ainda mais intensa. Um fenômeno
curioso ocorre nesta fase: Tudo o que é defendido pelos calvinistas mais
consistentes passa a ser condenado e zombado pelos “calvinistas de vitrine”: Louvor sem instrumentos musicais e sem "artistas gospel", Determinismo Bíblico, Doutrina Bíblica da Separação
(arminianos e pentecostais não são irmãos na fé), etc. Surge também a
hipocrisia disfarçada de humildade, pois aqueles que agora possuem uma carga
didática que os ameaça recebem o nome de “soberbos” e/ou “presunçosos” por se
aprofundarem em termos técnicos que visam esclarecer as doutrinas evitadas pela
ala ecumenista. Alguns desses termos acadêmicos são: Apologética
Pressuposicionalista, Supralapsarianismo X Infralapsarianismo, etc. Embora
essas terminologias tratem de questões fundamentais para uma posição bíblica
sadia, sendo elas uma ferramenta crucial no aprendizado acerca das doutrinas da
graça, são tidas [pelos calvinistas de vitrine] como “teologia fria e sem vida
piedosa”. É claro que os mesmos não apresentam nenhum argumento que apóie tal
generalização, mas eles o farão mesmo assim. Afinal, o objetivo é amordaçar
pastores e mestres calvinistas que realmente querem expor a verdade às suas
ovelhas por meio de pregações expositivas e sem eufemismos do tipo “Isto é
irrelevante”, ou, a predileta dos omissos: “Isto é secundário”. O resultado é o
que já temos visto: a heresia passa a receber os nomes de “equívoco teológico”
e “secundário”.
QUINTO ANO - ALTERNATIVA 1
A esta altura, muitos já terão migrado para as raras igrejas presbiterianas ou
batistas que ainda detém um remanescente fiel. Porém, por acharem que igreja
bíblica é sinônimo de jugo desigual, acabam se decepcionando por encontrarem
ali uma coisa de outro mundo, fora da realidade sincretista das igrejas
modernas e relativizadas, principalmente quanto aos batistas reformados (que
ainda se mantém de pé em meio a toda essa lambança política que, dia após dia,
tenta unir o justo com o profano). E dá-lhe textões contra os herdeiros do
puritanismo, os quais buscam sempre preservar a doutrina, ainda que isso lhes
custe a vida, exigindo dos mesmos uma “confessionalidade” que nem mesmo o
Concílio de Trento ousou impor sobre os católico-romanos, tendo como o atual
Papa Hernandes Dias Lopes. E tome brigas e mais brigas (embora eles aleguem ser
contra discussões na internet): O Credobatismo, biblicamente testificado, é
tido como uma afronta às “vacas sagradas” do tradicionalismo reformado. Por
outro lado, o Pedobatismo, que embora possua uma vasta lista de defensores na
história, porém, sem nenhum amparo das Escrituras, é o “bezerro de ouro” dos
“calvinistas de vitrine”. Por que? Porque o que o Papa diz, o que as Confissões
e Concílios dizem e o que a tradição da igreja diz está acima da Palavra
inspirada. Todavia, não se pode esperar que tais facínoras admitam esta
realidade. Eles jamais admitirão. Ao invés disso, dirão que estão a “preservar”
pela Bíblia porque seu Papa é um “homem de Deus” e seus documentos
confessionais são inerrantes, irretratáveis, perfeitamente harmonizadas com a
Bíblia (traduzindo: em pé de igualdade com a Bíblia) e não devem ser rejeitadas
nem questionadas. E tome mais jugo desigual, amizade entre santos e infiéis,
cristãos e ímpios, e assim sucessivamente. E tome bloqueios por parte dos que
preferem defender a união com arminianos do que com os próprios calvinistas que
tentaram alertá-los. Indubitavelmente que, se houvesse um Sínodo de Dort 2.0,
os calvinistas de vitrine crucificariam os calvinistas e seguiriam seus “irmãos
arminianos e pentecostais” (de certo modo, é exatamente isso que está
acontecendo). E tome mais amizades coloridas, pois, conforme a mesma premissa,
católico-romanos também são irmãos, bem como neo-pentecostais, adventistas e
testemunhas de jiová.
QUINTO ANO - ALTERNATIVA 2
Eis o ponto crítico e, na maioria dos casos, irreversível. Qualquer igreja com
mensagens de auto-ajuda e pregações que não julguem as heresias arminianas e
pentecostais é viável. Tornam-se amantes de tradições emboloradas, adoradores
de templos monumentais, membros oficiais de qualquer instituição e
conquistadores de sorrisos largos e aplausos infindáveis. Na teoria, é um
cristão reformado. Na prática, um discípulo de Satanás. Perde-se o senso de
ortodoxia somada à ortopraxia, e tornam-se uma vergonha para calvinistas sérios
que levam a culpa pelo distúrbio, afinal, as massas gostam de “calvinistas de
vitrine”. Eles proclamam muitas das doutrinas da graça, mas andam de mãos dadas
com o arminianismo, de forma que aqueles que são novos no seio da igreja os
vêem como uma espécie de Madre Tereza de Calcutá, porém, com barba e uma
Sistemática mofada de Berkhof debaixo do braço. Os maus frutos saltam como
confetes em um carnaval. Não é atoa que a “zoeira” é uma das cinco solas do
“calvinismo de vitrine”, tendo à frente a Sola-Tradição, Sola-Confissão,
Sola-Alegoria e Sola-Mento.
CONCLUSÃO
Se você se identificou com pelo menos 80% desse texto, você corre um sério
risco de ser um calvinista de vitrine. Sua estante [provavelmente] está cheia
de livros reformados com exemplos de ousadia e intrepidez que nunca sequer
passaram do teto. Com isso, o universalismo provavelmente contaminou 80% do que
um dia você pôde chamar de cristianismo.
– JP
Padilha__________________________________
NOTA:
1 - Hoje, com uma mente mais madura, não faço uso de termos técnicos, tais como "supra", "infra", "calvinista", etc. Somente em casos que realmente exigem que eu o faça.
2 - Não faço mais parte do denominacionalismo religioso. Não estou ligado a nenhum nome institucional, mas congrego somente ao nome do Senhor Jesus Cristo. Portanto, este artigo está sujeito a mudanças.
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