QUEM SÃO OS 144.000 SELADOS DE ISRAEL? | JP Padilha
Se todos nós lêssemos a Bíblia tal como ela está escrita, veríamos a resposta logo no título deste artigo: ISRAEL – Isto é, 144.000 israelitas étnicos escolhidos por Deus para darem testemunho durante a Tribulação, pregando o evangelho do reino a toda criatura, perseverando até o fim para, então, entrarem no Reino Milenar de Cristo. Que o leitor esteja atento ao texto bíblico que será exposto e que todo leitor seja responsável e honesto quanto ao que será apresentado nesta porção das Escrituras:
“E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil selados; da tribo de Rúbem, doze mil selados; da tribo de Gade, doze mil selados; da tribo de Aser, doze mil selados; da tribo de Naftali, doze mil selados; da tribo de Manassés, doze mil selados; da tribo de Simeão, doze mil selados; da tribo de Levi, doze mil selados; da tribo de Issacar, doze mil selados; da tribo de Zebulom, doze mil selados; da tribo de José, doze mil selados; da tribo de Benjamim, doze mil selados” (Apocalipse 7.4-8).
Essa passagem vem em um interlúdio entre o julgamento do sexto selo da Tribulação (Ap 6.12-17) e a abertura do sétimo selo (Ap 8.1).
Eu gostaria de elencar cinco razões pelas quais os 144.000 selados compostos por 12.000 homens celibatários de cada uma das doze tribos de Israel étnico serem realmente e literalmente 144.000 testemunhas compostas por 12.000 homens celibatários de cada uma das doze tribos de Israel étnico:
1. O que João escreveu faz todo o sentido, uma vez que está escrito e não há melhor maneira de escrevê-lo. A passagem diz:
“E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil selados; da tribo de Rúbem, doze mil selados; da tribo de Gade, doze mil selados; da tribo de Aser, doze mil selados; da tribo de Naftali, doze mil selados; da tribo de Manassés, doze mil selados; da tribo de Simeão, doze mil selados; da tribo de Levi, doze mil selados; da tribo de Issacar, doze mil selados; da tribo de Zebulom, doze mil selados; da tribo de José, doze mil selados; da tribo de Benjamim, doze mil selados” (Apocalipse 7.4-8 – ênfase minha).
Sendo assim, João queria comunicar que havia uma multidão particular consistindo de um número particular de representantes de cada tribo israelita. Como poderia ele ter dito isso? Suponho que João saiu de sua maneira de usar mais tinta do que se pensaria normalmente necessário para evitar especificamente qualquer interpretação alternativa a esta: que ele estava falando sobre o Israel étnico, a nação composta de tribos; tribos que ele nomeia pelo nome.
2. O versículo acima dessa passagem (v. 3) chama essas pessoas de “servidores selados de Deus”.
Os hereges amilenistas explicam que esse número é indeterminado e inumerável de todos os crentes de todas as nações; não apenas de Israel, porque todos os crentes de todas as nações são servos de Deus.
Ora, isso é semelhante a mim dizendo: "Nós separamos uma dúzia de membros de nossa igreja para fazer parte de uma equipe de missões de curto prazo", e você entende isso como: "Nós separamos todos os membros de nossa igreja para estarem na equipe, porque todos os membros de nossa igreja... são membros de nossa igreja". Risível!
Agora, veja que interessante! O versículo abaixo da passagem (v. 9) especificamente identifica este grupo de 144.000 selados como distinto de um número indeterminado e inumerável de todos os crentes. Vejamos:
“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Apocalipse 7.9).
Quando João não pode contar a multidão, ele sabe como dizer isso. E quando ele quer indicar que eles não são apenas das tribos de Israel, mas todas as tribos, ele sabe como dizer isso também.
3. O capítulo 14 descreve-os como homens celibatários, não como todos os redimidos.
Isso fica claro pelo fato de que João chama esse grupo de "redimidos da humanidade como primícias", uma designação que, na Escritura, sempre implica uma amostragem menor de um grupo maior, e não de todo o grupo. “Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apocalipse 14.4b).
Além disso, João distingue esses homens como “não sendo contaminados pelas mulheres, pois são virgens” (v. 4a), que não podem ser o grupo inteiro de redimidos. Esse grupo nunca é referido como homens múltiplos, embora às vezes como uma única noiva.
“E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil (144.000) que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apocalipse 14.3-4).
4. Todos os remidos são selados pelo Espírito, mas estes homens também estão selados na testa.
Amilenistas e similares afirmam que o fato deste grupo ser selado significa que deve ser um grupo de todos os remidos. Segundo eles, já que Satanás sela todos os seus seguidores, faria mais sentido se Deus selasse todos os Seus seguidores também.
Bem, eu não estou pronto para admitir que Deus faz alguma coisa para imitar a metodologia de Satanás, mas, deixando isso de lado, os seguidores de Deus são todos previamente selados pelo Espírito, de qualquer maneira (2Co 1.22). A vedação na testa significa outra marca distintiva visível nessa comissão específica.
Todo mundo em uma cerimônia de graduação é vestido, mas alguns são conferidos com uma outra peça de vestuário ou duas para significar o seu papel especial ou realização nessa cerimônia.
5. Minha principal razão para interpretar os 144.000 como sendo 144.000 é porque é – contrariamente à crença popular – como os números são usados no Livro do Apocalipse.
Dos 254 usos de números no livro, apenas dois usos são simbólicos em seus contextos: o número 666 de Apocalipse 13.18 e os sete espíritos de Apocalipse 1.4 que sabemos de outras Escrituras que não podem ser literais. Com exceção desses dois números, todo o restante de Apocalipse é composto de números literais que não nos permitem simbolizar o texto sagrado. Entenderemos mais sobre a questão de números em Apocalipse no capítulo 31.
Portanto, devemos sempre tomar o valor numérico literal do número a menos que haja uma razão clara para não o fazer. O que constitui uma razão clara para entendermos um número como simbólico? (1) Se o número apresentar alguma pista de figura de linguagem que torne a literalidade do mesmo um absurdo; (2) se o número apresentar clareza ao aplicarmos o método alegórico ao mesmo; (3) quando o número é uma figura de linguagem estabelecida comum e o leitor é destinado a interpretar como simbólico.
O número 144.000 falha em todos os três requisitos para ser simbólico! Considerar esse número como sendo literal não é absurdo nem roubaria o significado da clareza do texto sagrado.
Finalmente, chego ao fim dos meus cinco motivos para considerar os 144.000 selados de Israel, compostos por 12.000 homens celibatários de cada uma das doze tribos de Israel étnico, como sendo realmente e literalmente 144.000 testemunhas compostas por 12.000 homens celibatários de cada uma das doze tribos de Israel étnico.
DETALHES ADICIONAIS
Quando o texto sagrado é considerado de forma normal, vemos que Apocalipse 7.4-8 fala claramente de 144.000 israelitas reais vivendo durante a Tribulação do fim dos tempos. Nada na passagem leva a interpretar os 144.000 como algo além de um número literal de judeus – 12.000 tirados de cada uma das tribos dos filhos de Israel, de acordo com os versículos 5-8.
Esses 144.000 judeus são “selados”, o que significa que têm a proteção especial de Deus. São mantidos a salvo dos julgamentos divinos e da ira do Anticristo. Podem cumprir livremente sua missão durante a Tribulação. Temos na Bíblia as profecias de que Israel se arrependerá e se voltará para Deus (Zc 12.10; Rm 11.25-27), e os 144.000 judeus de Apocalipse 7.4-8 compõem o remanescente judeu fiel guardado por Deus para ser salvo na Tribulação. Esses judeus foram escolhidos para serem uma espécie de “primícias” (Apocalipse 14.4) desse Israel redimido. Eles reconhecerão o seu erro de terem rejeitado o Messias no passado (isto é, seus antepassados). A missão deles é evangelizar o mundo pós-arrebatamento (a Igreja já estará no Céu) e proclamar o evangelho do Reino durante o período da Tribulação. Como resultado de seu ministério, milhões — “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7.9) — chegarão à fé em Cristo.
Grande parte da confusão em relação aos 144.000 selados de Israel é resultado da falsa doutrina amilenista, que enxerga crentes de todas as nações, incluindo a Igreja, nessa porção das Escrituras. Porém, uma simples leitura do texto é o suficiente para tirar qualquer dúvida, como vimos aqui. Não há nada que indique que os 144.000 selados de Israel não sejam 144.000 selados de Israel.
POR QUE SE IMPORTAR?
Então, por que importa se os 144.000 são uma legião literal de homens judeus celibatários, ou se eles representam todos os redimidos? Embora eu admita que a interpretação tem (literalmente) impacto zero sobre como eu vou viver minha vida, ou cumprir meu ministério ou adorar meu Salvador hoje, a hermenêutica que levou à interpretação incorreta é uma hermenêutica que pode levar a outras interpretações erradas que podem muito bem afetar minha vida diretamente no que diz respeito à prática cristã. A Escatologia é tão vital como qualquer outro campo da Teologia para a vida prática do cristão e tem desdobramentos sérios na vida do cristão num todo.
Quando um intérprete se aproxima de um texto com o pressuposto de que "o número não pode significar o que ele diz porque o meu sistema não permite, então eu preciso chegar a um significado diferente para ele...", então não há barreira hermenêutica para impedir que outros números nas Escrituras sejam manipulados ou desconsiderados também.
Por que os seis dias de criação são literalmente seis dias (Gn 1.1-31)? E como sabemos quantos apóstolos Jesus escolheu (Mc 3.13-19)? Ou, quantas vezes Paulo pediu a Deus para remover o espinho em sua carne (2Co 12.7-8)? Ou quantas vezes precisamos avisar um homem divisor? Ou, como duas ou três testemunhas que devemos levar conosco ao estabelecer uma disciplina na igreja poderiam significar menos ou mais do que dois ou três (Mt 18.16)?
Os números têm valores numéricos, e sim, eles podem, eventualmente, ser usados metaforicamente (perdoe um ofensor arrependido 70 vezes 7). Todavia, devemos discernir cuidadosamente quando um número é literal para que não tenhamos mais respeito pela nossa escatologia preconcebida do que pelas regras da hermenêutica.
E é por isso que eu não sou um amilenista.
Se você gostaria de saber por que considero os 1.000 anos do Reino Milenar de Cristo como 1.000 anos literais (Ap 20.2-7), você poderá conferir os capítulos 30 e 31 deste livro.
UMA TEORIA ABSURDA
As “Testemunhas de Jeová” costumam usar os versículos de Apocalipse 7.4-8 para dizerem que somente 144.000 Testemunhas de Jeová irão para o Céu. Essa é uma das maiores HERESIAS desta seita e qualquer criança alfabetizada pode constatar que os versículos de Apocalipse 7.4-8 estão falando de JUDEUS que se converterão na Tribulação vindoura. São judeus israelitas, não gentios. Repare que a Bíblia identifica cada uma de suas tribos. Além dos judeus convertidos, há uma multidão (Ap 7.9-17) de gentios convertidos que passarão pela Tribulação (Ap 7.14). Todavia, esses gentios não fazem parte dos 144.000 selados de Israel (eles são gentios, não israelitas).
As Testemunhas de Jeová afirmam que 144.000 é um limite para o número de pessoas que reinarão com Cristo no Céu e passarão a eternidade com Deus. Os 144.000 teriam o que as Testemunhas de Jeová chamam de “esperança celestial”. Os que não estiverem entre os 144.000 desfrutarão do que chamam de “esperança terrena” — um paraíso na Terra governado por Cristo e os 144.000.
É verdade que haverá pessoas governando no Milênio com Cristo. Essas pessoas serão compostas pela Igreja (crentes em Jesus Cristo – 1Co 6.2), santos do Antigo Testamento (crentes que morreram antes do primeiro advento de Cristo – Dn 7.27) e santos da Tribulação (aqueles que receberam a Cristo durante a Tribulação – Ap 20.4). No entanto, a Bíblia não coloca nenhum limite numérico para esse grupo de pessoas. Além disso, o Milênio é diferente do Estado Eterno, que será estabelecido ao final do período milenar. Nesta época, Deus habitará conosco na Nova Jerusalém. Ele será o nosso Deus e nós seremos o Seu povo (Ap 21.3). A herança prometida a nós em Cristo e selada pelo Espírito Santo (Ef 1.13-14) se tornará nossa e seremos co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17).
– JP Padilha
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