CAPÍTULO 1
A ESTRADA DA AFLIÇÃO
A estrada da aflição tem sido bastante pisoteada; ela é a trilha regular das ovelhas para o Céu, e todo o rebanho de Deus tem tido de passar por ela.[4]
A ESTRADA DA AFLIÇÃO
A estrada da aflição tem sido bastante pisoteada; ela é a trilha regular das ovelhas para o Céu, e todo o rebanho de Deus tem tido de passar por ela.[4]
Como
os atravessaremos? Os tempos que acabam com nosso fôlego, quando até mesmo os
mais fortes e mais valentes dentre nós têm de admitir com os olhos desolados:
“eu não sei o que orar” (parafraseando o que Paulo expressa em Romanos 8.26).
Como atravessar tais momentos em que o silêncio supera as palavras? É como se
nossas palavras não oferecessem coletes salva-vidas. Elas precisam manter-se
flutuando em águas rasas e observar-nos a certa distância. As palavras não têm
força para se aventurar conosco nas profundezas que nos tragam e engolem.
E muitos de nós que acreditamos em Jesus não gostamos de admitir isso, mas aqui também não encontramos imunidade. Muitos de nós sabemos o que é perder cabelo, peso, apetite e a nossa própria aparência física. Circunstâncias dolorosas ou uma disposição à tristeza em nossa química podem vestir botas enlameadas e colocar-se de pé, de uma maneira densa e pesada, sobre o nosso peito cansado. É quase como se a ansiedade estivesse amarrando uma corda ao redor dos calcanhares e mãos de nossa respiração. Presos a uma cadeira, com as luzes apagadas, assentados e, em pânico, engolindo o ar sombrio.
Esses tipos de circunstância e condição química de nosso corpo também podem roubar os dons do amor divino, como se o álbum fotográfico de Deus e todas as suas cartas de amor estivessem queimando em uma fogueira bem do outro lado da porta, uma fogueira que somos incapazes de apagar. Ali sentamo-nos, desamparados nas trevas da ausência divina, atados à cadeira, na presença de cinzas e ao som de nossa respiração ofegante, enquanto tudo o que prezamos parece perdido para sempre. Até nos questionamos se não fomos nós mesmos que causamos tudo isso. A culpa é nossa. Deus está contra nós. Perdemos o direito à ajuda de Deus. Mentalmente, tudo isso – e ainda é terça-feira! Como atravessamos isso?
E muitos de nós que acreditamos em Jesus não gostamos de admitir isso, mas aqui também não encontramos imunidade. Muitos de nós sabemos o que é perder cabelo, peso, apetite e a nossa própria aparência física. Circunstâncias dolorosas ou uma disposição à tristeza em nossa química podem vestir botas enlameadas e colocar-se de pé, de uma maneira densa e pesada, sobre o nosso peito cansado. É quase como se a ansiedade estivesse amarrando uma corda ao redor dos calcanhares e mãos de nossa respiração. Presos a uma cadeira, com as luzes apagadas, assentados e, em pânico, engolindo o ar sombrio.
Esses tipos de circunstância e condição química de nosso corpo também podem roubar os dons do amor divino, como se o álbum fotográfico de Deus e todas as suas cartas de amor estivessem queimando em uma fogueira bem do outro lado da porta, uma fogueira que somos incapazes de apagar. Ali sentamo-nos, desamparados nas trevas da ausência divina, atados à cadeira, na presença de cinzas e ao som de nossa respiração ofegante, enquanto tudo o que prezamos parece perdido para sempre. Até nos questionamos se não fomos nós mesmos que causamos tudo isso. A culpa é nossa. Deus está contra nós. Perdemos o direito à ajuda de Deus. Mentalmente, tudo isso – e ainda é terça-feira! Como atravessamos isso?
NOSSA SENSAÇÃO DE DESAMPARO
Em
uma manhã de novembro, um pregador chamado Charles Spurgeon usou sua pregação
para descrever os ajudadores nocivos, que gostam de dizer aos deprimidos: “Oh!
Você não deveria se sentir assim!” ou “Oh! Você não deveria dizer nem pensar
tais coisas”.[5] Então, proferiu uma palavra em defesa daqueles que sofrem de
depressão: “não é fácil dizer como uma outra pessoa deve sentir e como deve
agir,” ele disse.
Somos diferentes, cada um de nós, mas tenho certeza de que há uma coisa em que todos somos unidos em tempos de profunda agonia, a saber, a sensação de desamparo.[6]
Sentimos o desamparo, sim, e a vergonha também. À semelhança de outros problemas relacionados à saúde mental, nós não falamos a respeito da depressão. E se falamos, ou sussurramos como se o assunto fosse escandaloso, ou o repreendemos como se fosse um pecado. Não é à toa que muitos de nós não procuram ajuda, pois quando o fazemos, aqueles que tentam ajudar apenas tornam mais constrangedora a situação.
Como é então que este pregador pôde se levantar publicamente em uma congregação e falar tão abertamente sobre a depressão? Ele era pastor de uma mega-igreja, uma das primeiras que houve. Era nos anos de 1800. Ele era britânico, vitoriano e batista. Como um rapaz como aquele estava falando tão abertamente sobre um assunto como esse?
A resposta é parcialmente revelada em meio ao luto que resultou de uma circunstância catastrófica. Apenas duas semanas antes desse sermão de início de novembro, quando falou sobre o desamparo e defendeu os depressivos, ele havia pregado para milhares de pessoas naquele exato local. Mas, enquanto pregava, um “brincalhão” gritou “Fogo!”. O pânico gerado deixou sete pessoas mortas e vinte e oito seriamente feridas.
Charles (posso chamá-lo assim?) tinha apenas vinte e dois anos de idade e abraçava o décimo mês de seu recente casamento. Ele e sua esposa estavam dobrando fraldas bem no auge de seu primeiro mês como pais de filhos gêmeos em uma casa nova e cheia de coisas ainda encaixotadas. Agora, com tantas pessoas mortas, jornais por toda Londres culpavam-no cruelmente e sem misericórdia. A tragédia sem sentido e a acusação pública quase acabaram com a sanidade mental de Charles, não só nesses momentos iniciais, mas também com os duradouros efeitos que trouxeram.
Inicio nossa conversa sobre depressão com esse sermão de novembro, em meio à honestidade confessa de um pastor à sua congregação. Eu inicio dessa forma, pois essa pregação revela o que o homem afligido disse na primeira vez que subiu novamente ao púlpito depois daquela “brincadeira” fatal. Ele começou — e espero que você também perceba o quão útil é isto — confessando publicamente sua condição humana:
Nesta manhã, quase me arrependo de ter me aventurado a ocupar esse púlpito, pois eu me sinto profundamente incapaz de pregar-lhes para seu bem. Eu tinha achado que o silêncio e o repouso dessa última quinzena já tivessem anulado os efeitos daquela terrível catástrofe, entretanto, ao voltar novamente ao mesmo local, e mais especificamente, ficando aqui em pé para me dirigir a vocês, sinto um pouco daquelas mesmas emoções dolorosas que quase me deixaram prostrado. Portanto me perdoem nesta manhã (...) fiquei completamente impossibilitado de estudar (...) Oh, Espírito de Deus, aperfeiçoa tua força na fraqueza de teu servo, e capacita-o para honrar a seu Senhor, mesmo quando sua alma está abatida em seu interior.[7]
O fato de que um pastor cristão tão proeminente tenha lutado contra a depressão, e dela tenha falado tão abertamente, convida-nos à amizade com um companheiro sofredor. Porque esse pastor e pregador saiu à luta com fé e dúvida, sofrimento e esperança, nós ganhamos um companheiro na jornada. Em meio a sua história, podemos começar a encontrar também a nossa própria. O que ele encontrou de Jesus na escuridão pode nos servir de luz para as nossas próprias trevas.
Somos diferentes, cada um de nós, mas tenho certeza de que há uma coisa em que todos somos unidos em tempos de profunda agonia, a saber, a sensação de desamparo.[6]
Sentimos o desamparo, sim, e a vergonha também. À semelhança de outros problemas relacionados à saúde mental, nós não falamos a respeito da depressão. E se falamos, ou sussurramos como se o assunto fosse escandaloso, ou o repreendemos como se fosse um pecado. Não é à toa que muitos de nós não procuram ajuda, pois quando o fazemos, aqueles que tentam ajudar apenas tornam mais constrangedora a situação.
Como é então que este pregador pôde se levantar publicamente em uma congregação e falar tão abertamente sobre a depressão? Ele era pastor de uma mega-igreja, uma das primeiras que houve. Era nos anos de 1800. Ele era britânico, vitoriano e batista. Como um rapaz como aquele estava falando tão abertamente sobre um assunto como esse?
A resposta é parcialmente revelada em meio ao luto que resultou de uma circunstância catastrófica. Apenas duas semanas antes desse sermão de início de novembro, quando falou sobre o desamparo e defendeu os depressivos, ele havia pregado para milhares de pessoas naquele exato local. Mas, enquanto pregava, um “brincalhão” gritou “Fogo!”. O pânico gerado deixou sete pessoas mortas e vinte e oito seriamente feridas.
Charles (posso chamá-lo assim?) tinha apenas vinte e dois anos de idade e abraçava o décimo mês de seu recente casamento. Ele e sua esposa estavam dobrando fraldas bem no auge de seu primeiro mês como pais de filhos gêmeos em uma casa nova e cheia de coisas ainda encaixotadas. Agora, com tantas pessoas mortas, jornais por toda Londres culpavam-no cruelmente e sem misericórdia. A tragédia sem sentido e a acusação pública quase acabaram com a sanidade mental de Charles, não só nesses momentos iniciais, mas também com os duradouros efeitos que trouxeram.
Inicio nossa conversa sobre depressão com esse sermão de novembro, em meio à honestidade confessa de um pastor à sua congregação. Eu inicio dessa forma, pois essa pregação revela o que o homem afligido disse na primeira vez que subiu novamente ao púlpito depois daquela “brincadeira” fatal. Ele começou — e espero que você também perceba o quão útil é isto — confessando publicamente sua condição humana:
Nesta manhã, quase me arrependo de ter me aventurado a ocupar esse púlpito, pois eu me sinto profundamente incapaz de pregar-lhes para seu bem. Eu tinha achado que o silêncio e o repouso dessa última quinzena já tivessem anulado os efeitos daquela terrível catástrofe, entretanto, ao voltar novamente ao mesmo local, e mais especificamente, ficando aqui em pé para me dirigir a vocês, sinto um pouco daquelas mesmas emoções dolorosas que quase me deixaram prostrado. Portanto me perdoem nesta manhã (...) fiquei completamente impossibilitado de estudar (...) Oh, Espírito de Deus, aperfeiçoa tua força na fraqueza de teu servo, e capacita-o para honrar a seu Senhor, mesmo quando sua alma está abatida em seu interior.[7]
O fato de que um pastor cristão tão proeminente tenha lutado contra a depressão, e dela tenha falado tão abertamente, convida-nos à amizade com um companheiro sofredor. Porque esse pastor e pregador saiu à luta com fé e dúvida, sofrimento e esperança, nós ganhamos um companheiro na jornada. Em meio a sua história, podemos começar a encontrar também a nossa própria. O que ele encontrou de Jesus na escuridão pode nos servir de luz para as nossas próprias trevas.
A AFLIÇÃO DO MEU AMADO
Chega
um momento na vida da maior parte de nós em que não temos mais a força para nos
levantar ou para fingir que somos fortes. Às vezes nossas mentes querem
colapsar porque a vida nos pisoteou e Deus não a refreou. À semelhança de uma
família que, de férias aos pés de uma montanha, assiste a um de seus entes
queridos escorregar e cair sobre as pedras, exatamente quando tudo deveria ser
bonito e divertido; ou como um pai cujo filho foi maltratado ou baleado
enquanto estava na escola, Charles e aqueles que perderam seus amados naquele
dia terrível tiveram de entrar em acordo com o sofrimento na casa de Deus,
enquanto a Palavra era pregada e um brincalhão gargalhava.
Indagações enchem nossos pulmões. Nossa mente ofega. Ficamos entorpecidos. Quando estamos de férias, na escola ou na igreja, tal tipo de coisa não deveria acontecer ali.
Até mesmo os joelhos de um seguidor de Jesus se enfraquecem. A esposa de Charles, Susannah, disse a respeito de seu marido naquele tempo: “a aflição do meu amado era tão profunda e violenta que a razão parecia desfalecer em seu trono e, às vezes, temíamos que ele nunca mais pregasse.”[8]
Embora isso não possa ser dito de todos nós ou de todas as pessoas que amamos, nesse caso, Charles Spurgeon pregou novamente. Porém, aflições de todo o tipo o assombraram e perseguiram-no pelo resto de sua vida. Sua depressão veio não apenas em função das circunstâncias, ou questões sobre se era ou não consagrado a Deus, mas também em função da química de seu corpo. Deus nos deu um pregador que soube em primeira mão o que realmente é sentir sua razão cambalear, não apenas uma vez, mas muitas vezes durante sua vida e seu ministério. E, de alguma forma, esse companheiro sofredor chamado Charles e sua querida esposa Susannah (que também sofreu fisicamente a maior parte de sua vida adulta) ainda tiraram proveito disso, insistindo para si e para a sua geração que os aflitos têm mesmo um Salvador.
Naquela manhã de novembro, enfraquecido, Charles fez o que alguns de nós ainda não são capazes de fazer em meio às aflições; ele leu a Bíblia. Talvez isso irá confortá-lo ao saber que, por um instante, “a simples imagem da Bíblia” o fez chorar.[9] Muitos de nós sabem como é isso. Todavia esta passagem das Escrituras, Filipenses 2.9-11, “teve grande poder consolador em seu espírito aflito”:
E, achado na forma de homem, a si mesmo se humilhou, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. (Fp 2.8-9)
A partir dessa passagem das Escrituras, Charles definiu diante de nós a maior história de sua esperança. O mesmo Pai Celestial que resgatou seu filho da lama, do tormento e dos maus tratos pode fazer o mesmo por nós.
Indagações enchem nossos pulmões. Nossa mente ofega. Ficamos entorpecidos. Quando estamos de férias, na escola ou na igreja, tal tipo de coisa não deveria acontecer ali.
Até mesmo os joelhos de um seguidor de Jesus se enfraquecem. A esposa de Charles, Susannah, disse a respeito de seu marido naquele tempo: “a aflição do meu amado era tão profunda e violenta que a razão parecia desfalecer em seu trono e, às vezes, temíamos que ele nunca mais pregasse.”[8]
Embora isso não possa ser dito de todos nós ou de todas as pessoas que amamos, nesse caso, Charles Spurgeon pregou novamente. Porém, aflições de todo o tipo o assombraram e perseguiram-no pelo resto de sua vida. Sua depressão veio não apenas em função das circunstâncias, ou questões sobre se era ou não consagrado a Deus, mas também em função da química de seu corpo. Deus nos deu um pregador que soube em primeira mão o que realmente é sentir sua razão cambalear, não apenas uma vez, mas muitas vezes durante sua vida e seu ministério. E, de alguma forma, esse companheiro sofredor chamado Charles e sua querida esposa Susannah (que também sofreu fisicamente a maior parte de sua vida adulta) ainda tiraram proveito disso, insistindo para si e para a sua geração que os aflitos têm mesmo um Salvador.
Naquela manhã de novembro, enfraquecido, Charles fez o que alguns de nós ainda não são capazes de fazer em meio às aflições; ele leu a Bíblia. Talvez isso irá confortá-lo ao saber que, por um instante, “a simples imagem da Bíblia” o fez chorar.[9] Muitos de nós sabem como é isso. Todavia esta passagem das Escrituras, Filipenses 2.9-11, “teve grande poder consolador em seu espírito aflito”:
E, achado na forma de homem, a si mesmo se humilhou, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. (Fp 2.8-9)
A partir dessa passagem das Escrituras, Charles definiu diante de nós a maior história de sua esperança. O mesmo Pai Celestial que resgatou seu filho da lama, do tormento e dos maus tratos pode fazer o mesmo por nós.
ENCONTRANDO FORÇAS
Você pode ou não saber o que pensar sobre isso agora. Mas sabemos, com
certeza, você e eu, que mais frequentemente do que queremos, nossas estradas são
terra e calor, puramente formigas e mosquitos. Às vezes nossos pés não conseguem
se mover quando a música toca.
Nós também sabemos (“não sabemos?”) que alguns de nossos amigos transpiram impaciência para conosco, os que têm de percorrer esses caminhos de aflição. O método deles se resume a piadas de bar, tapinhas nas costas e frases de efeito.
Eu não presumo que um pequeno livro como este possa curar tão grandes e profundas feridas ou que a história de uma pessoa, como Charles Spurgeon, por si mesma, possa trazer conforto em sua vida.
Porém, eu sei de algo, e pergunto: Você já percebeu que, quando nosso nariz fica vermelho e esfolado por causa do lenço ou nossos cabelos começam a cair, conseguimos até nos recompor para receber com prazer um bilhete escrito à mão de uma pessoa que nos deseja melhoras, ou o desenho de uma criança, mas não conseguimos aturar a palestra de um teólogo ou os escritos de um filósofo? Por isso, aquele amigo que gosta de ficar afirmando coisas, impaciente demais para ficar em silêncio, também terá de esperar para nos visitar em outro dia. Doentes por dentro, nosso estômago simplesmente não consegue digerir uma refeição inteira. Mas um pedacinho de biscoito pode ajudar. Um fragmento de gelo ou poucas sílabas de uma palavra amiga, escolhida no tempo certo, às vezes podem nos ajudar imensamente, não podem?
E ninguém deve pensar que os nutrientes vitais estão ausentes em uma dieta aparentemente tão escassa e em um momento tão estéril. Pelo contrário, os melancólicos que estão firmados graciosamente em Cristo testemunham com frequência sobre a nutrição surpreendente dada por alguns pedaços de pão diário. Dia após dia, a força os encontra e os conduz, embora não saibam como ou de onde vem o sustento.
Escrevo este livro esperando em oração que esses poucos fragmentos igualmente o nutram no sustento do Senhor. Quero ajudá-lo a atravessar. Deste modo, espero que você o possa receber da maneira que foi planejado, a saber, não como uma palavra exaustiva ou um tratado prosaico acerca da depressão, mas como um bilhete manuscrito de alguém que lhe deseja o bem. Bilhetes da graça, dos quais eu outrora também precisei desesperadamente.
–– Zack Eswine / A Depressão de Spurgeon: Esperança realista em meio à angústia – PARTE 1 – Cap. 1 – Pág. 27-35
SUMÁRIO DA SÉRIE "A DEPRESSÃO DE SPURGEON: Esperança Realista em meio à Angústia"
____________________________________________
4. Charles Spurgeon, “The Fainting Hero,” MTP, Vol. 55, Sermão 3131.
Nós também sabemos (“não sabemos?”) que alguns de nossos amigos transpiram impaciência para conosco, os que têm de percorrer esses caminhos de aflição. O método deles se resume a piadas de bar, tapinhas nas costas e frases de efeito.
Eu não presumo que um pequeno livro como este possa curar tão grandes e profundas feridas ou que a história de uma pessoa, como Charles Spurgeon, por si mesma, possa trazer conforto em sua vida.
Porém, eu sei de algo, e pergunto: Você já percebeu que, quando nosso nariz fica vermelho e esfolado por causa do lenço ou nossos cabelos começam a cair, conseguimos até nos recompor para receber com prazer um bilhete escrito à mão de uma pessoa que nos deseja melhoras, ou o desenho de uma criança, mas não conseguimos aturar a palestra de um teólogo ou os escritos de um filósofo? Por isso, aquele amigo que gosta de ficar afirmando coisas, impaciente demais para ficar em silêncio, também terá de esperar para nos visitar em outro dia. Doentes por dentro, nosso estômago simplesmente não consegue digerir uma refeição inteira. Mas um pedacinho de biscoito pode ajudar. Um fragmento de gelo ou poucas sílabas de uma palavra amiga, escolhida no tempo certo, às vezes podem nos ajudar imensamente, não podem?
E ninguém deve pensar que os nutrientes vitais estão ausentes em uma dieta aparentemente tão escassa e em um momento tão estéril. Pelo contrário, os melancólicos que estão firmados graciosamente em Cristo testemunham com frequência sobre a nutrição surpreendente dada por alguns pedaços de pão diário. Dia após dia, a força os encontra e os conduz, embora não saibam como ou de onde vem o sustento.
Escrevo este livro esperando em oração que esses poucos fragmentos igualmente o nutram no sustento do Senhor. Quero ajudá-lo a atravessar. Deste modo, espero que você o possa receber da maneira que foi planejado, a saber, não como uma palavra exaustiva ou um tratado prosaico acerca da depressão, mas como um bilhete manuscrito de alguém que lhe deseja o bem. Bilhetes da graça, dos quais eu outrora também precisei desesperadamente.
–– Zack Eswine / A Depressão de Spurgeon: Esperança realista em meio à angústia – PARTE 1 – Cap. 1 – Pág. 27-35
SUMÁRIO DA SÉRIE "A DEPRESSÃO DE SPURGEON: Esperança Realista em meio à Angústia"
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4. Charles Spurgeon, “The Fainting Hero,” MTP, Vol. 55, Sermão 3131.
5.
Charles Spurgeon, “A Exaltação de Cristo,” NPSP, Vol. 2, Sermão 101, (2 de novembro, 1856).
(http://www.monergismo.com/textos/chspurgeon/exaltacao-Cristo-sermao101_CH-Spurgeon.pdf).
6.
ibid.
7.
Charles Spurgeon, “A exaltação de Cristo,” NPSP, Vol. 2, Sermão 101.
8. Charles Ray, The Life of Susannah Spurgeon, em Morning Devotions by Susannah Spurgeon:
Free Grace and Dying Love (Edinburgh: The Banner of Truth Trust, 2006), p. 166.
9. Charles Spurgeon, “Honey in the
Mouth,” MTP, Vol. 37, Sermão 2213 (Ages Digital Library, 1998),
p.485.
Confesso que vendo vc compatilhar as suas lutas.... têm servido como desafio e ânimo. .. pois vejo o quanto Deus é misericordioso e fiel, apesar da nossa miserabilidade e pequenez. .. Obrigada por compartilhar a sua dor, a sua Vitória e tbm a breve experiência de Spurgeon. SOLI DEI GLÓRIA !
ResponderExcluirMe faltam palavras para expressar minha gratidão a Deus por saber que minha dor não é vã, e que pessoas instruídas na Palavra e guiadas pelo Espírito tem se deleitado dos artigos desse blog! Graça e paz lhe sejam multiplicadas, Irlana de Oliveira.
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