RAPTURE: Evidência Para o Pré-tribulacionismo | John MacArthur


O pré-tribulacionismo tem o maior suporte bíblico, e nós cremos que é a posição correta por diversas razões. Primeiro, Jesus declara que a igreja será removida antes da hora da provação que está vindo sobre toda a terra: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap. 3:10). Jesus promete uma recompensa pela “perseverança.” Esta recompensa é ser guardada de um período único – “hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro.” Isto ajuda a responder o porquê do arrebatamento. O arrebatamento é uma promessa ou recompensa para a igreja pela perseverança durante o sofrimento. A igreja que suporta as provações desta presente era será guardada da hora especial de experimentação para os habitantes da terra.

A frase “guardarei da” (Grego t
ēreō ek) em Apocalipse 3:10 significa “um contínuo estado seguro fora de” ou um “sugiro surgimento de entre de”? A primeira seria consistente com um arrebatamento pré-tribulacionista, o ultimo seria consistente com um arrebatamento pós-tribulacionista. A preposição Grega ek por vezes carrega a ideia de surgimento, mas isto nem sempre é assim. Dois notáveis exemplos encontram-se em 2 Coríntios 1:10 e 1 Tessalonicenses 1:10. Na passagem de 2 Coríntios, Paulo detalha como Deus o salvou de potencial perigo. Ainda mais convincente é 1 Tessalonicenses 1:10, em que Paulo declara que Jesus resgatará crentes da ira por vir. A ideia não é surgimento após passar por algo, mas sim proteção de entrar em algo.

Ademais, se Apocalipse se refere a divina proteção em meio à hora de provação, então e quanto àqueles que morreram por Jesus durante este tempo? Eles não foram protegidos? O disseminado martírio dos santos durante o período de tribulação demanda que a promessa signifique “guardar fora da” hora de experimentação, não “guardar em meio a.”

Segundo, a igreja não é mencionada em Apocalipse 6-18. O termo comum no Novo Testamento para “igreja” é ekkl
ēsia. É usado dezanove vezes em Apocalipse 1-3 com relação à igreja histórica do primeiro seculo. Contudo, “igreja” aparece apenas mais uma vez em Apocalipse, no epilogo do livro (Ap. 22:16). Em parte alguma de Apocalipse 6-18 é mencionada a “igreja.” Porque é isto significativo? É improvável que João transitasse de instruções detalhadas para a igreja em Apocalipse 1-3 para absoluto silêncio sobre a igreja por treze capítulos se a igreja estivesse na tribulação. Se a igreja fosse experienciar a tribulação, certamente o mais detalhado estudo de eventos da tribulação incluiria o papel da igreja neste período. Mas não inclui. Um arrebatamento pré-tribulacionista explica melhor a total ausência da “igreja” na terra durante os eventos de Apocalipse 6-18.

Terceiro, o arrebatamento é considerado inconsequente se a igreja atravessar a tribulação. Se Deus miraculosamente preserva a igreja em meio à tribulação, porquê haver um arrebatamento então? Se é para evitar a ira de Deus no Armagedom, então porque Deus não continuaria protegendo os santos na terra (como postulado pelo pós-tribulacionismo) como protegeu a igreja nos eventos levando até ao Armagedom tal como protegeu Israel das pragas no Egito (Ex. 8:22; 9:4, 26; 10:23; 11:7)?

Ademais, se o arrebatamento ocorre em conexão com uma vinda pós-tribulacionista, a separação subsequente entre as ovelhas e os cabritos em Mateus 25:31-46 seria redundante. A separação já haveria tido lugar no arrebatamento sem necessidade de outra. E, se todos os crentes da tribulação são arrebatados e glorificados pouco antes do reino milenar, quem popularia o reino? Todos os crentes teriam já um corpo glorificado naquele momento, enquanto as Escrituras indicam descrentes vivos serão julgados no final da tribulação e removidos da terra (Mt. 13:41-42; 25:41). Estas realidades não se enquadram com o ensino bíblico de que crentes teriam filhos durante o milênio e que estes serão capazes de pecado e rebelião (Is. 65:20; cf. Ap. 20:7-10), o que não seria possível se todos os crentes na terra tivessem sido glorificados por meio de um arrebatamento pós-tribulacionista.

Além disso, o paradigma pós-tribulacionista da igreja sendo arrebatada e então imediatamente trazida de volta à terra não deixa tempo para o tribunal (b
ē
ma) de Cristo 1 Co. 3:10-15; 2 Co. 5:10) ou para as bodas (Ap. 19:6-10). Assim, o timing de um arrebatamento pós-tribulacionista cronologicamente não faz sentido. É incongruente com o julgamento das nações e das ovelhas e cabritos e dois eventos críticos do fim dos tempos. Um arrebatamento pré-tribulacionista evita estas dificuldades.

Quarto, as Epístolas não contêm qualquer alertas preparatórios sobre uma tribulação iminente para os crentes da era da igreja. As instruções de Deus contêm uma variedade de alertas, mas os crentes não são alertados a se prepararem para entrar e suportar a tribulação. O Novo Testamento alerta vigorosamente contra erro vindouro e falsos profetas (Atos 20:29-30; 2 Pe. 2:1; 1 João 4:1-3; Judas 4). Ele alerta contra vida impia (Ef. 4:25-5:7; 1 Ts. 4:3-8; Hb. 12:1). O Novo Testamento admoesta os crentes a perseverar em meio à presente tribulação (1 Ts. 2:13-14; 2 Ts. 1:4). Contudo, há silencio no tocante a preparar a igreja para a tribulação global e catastrófica descrita em Apocalipse 6-18. É difícil as Escrituras como estando em silencio sobre um evento tão traumático para a igreja se a igreja deve suportar este período. Se a igreja experienciasse qualquer parte do período de tribulação, deveríamos esperar que as Escrituras ensinassem a existência, o propósito e a conduta da igreja nele.

Contudo não existe qualquer ensino sobre este assunto. Apenas um arrebatamento pré-tribulacionista explica a falta de instrução para a igreja.

Quinto, 1 Tessalonicenses 4:13-18 exige um arrebatamento pré-tribulacionista. Suponha que qualquer outra posição sobre o arrebatamento seja verdade. O que então esperaríamos encontrar em 1 Tessalonicenses 4? O oposto das preocupações ali refletidas. Para começar, esperaríamos que os Tessalonicenses se regozijassem, pois, seus entes queridos estão no lar com o Senhor e não irão enfrentar os horrores da tribulação. Mas em vez disso, descobrimos que os Tessalonicenses estão na verdade entristecidos pois temem que seus entes queridos percam o arrebatamento. Apenas um arrebatamento pré-tribulacionista explica esta tristeza. Ademais, esperaríamos que os Tessalonicenses estivessem entristecidos com a sua própria iminente provação em vez de entristecidos com seus entes queridos que a escaparam. Para além de tudo isso, esperaríamos que eles estivessem questionando acerca de seu próprio futuro. Mas os Tessalonicenses não têm medo nem questões acerca da tribulação vindoura. Esperaríamos que Paulo providenciasse instruções e exortação para um teste tão supremo. Mas não encontramos qualquer indicação de uma tribulação iminente.

Sexto, o intimo paralelo entre João 14:1-3 e 1 Tessalonicenses 4:13-18, dois textos referentes à segunda vinda de Cristo, enquadram-se em um arrebatamento pré-tribulacionista:

1. A promessa da presença com Cristo:

“Onde eu estou, estejais vós também.” (João 14:3 ARA)

“E, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts. 4:17 ARA)

2. A promessa de conforto:

“Não se turbe o vosso coração” (João 14:1 ARA)

“1Ts 4:18 Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.” (1 Ts. 4:18 ARA)

Jesus instruiu os discípulos que ele estava indo para a casa do Pai (o céu) preparar lugar para eles. Ele prometeu-lhes que retornaria e os receberia para que eles pudessem estar onde quer que ele estivesse (João 14:1-3). A frase “onde eu estou,” embora implicando presença contínua no geral, aqui significa presença no céu em particular. Nosso Senhor disse aos Fariseus em João 3:34, “Aonde eu estou, vós não podeis ir.” Ele não estava falando de sua presente morada na terra, mas de sua ressurreta presença à destra do Pai. Em João 14:3, “Onde eu estou” deve significar “no céu,” ou a intenção não faria sentido.

Um arrebatamento pós-tribulacionista exige que os santos se encontrem com Cristo nos ares e desçam imediatamente à terra sem experienciar o que Jesus prometeu em João 14. Porque João 14 se refere ao arrebatamento e não faz qualquer referência a juízo, então apenas um arrebatamento pré-tribulacionista satisfaz a linguagem de João 14:1-3 e permite que santos arrebatados habitem com Jesus por um tempo significativo na casa de seu Pai.

Sétimo, eventos no retorno Cristo à terra após a tribulação divergem do arrebatamento. Se compararmos o que acontece no arrebatamento em 1 Tessalonicenses 4:13-18 e 1 Coríntios 15:50-58 com o que acontece nos eventos finais da segunda vinda de Cristo em Mateus 24-25, pelo menos oito contrastes significativos podem ser observados, o que demanda a que o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo ocorram em tempos diferentes:

1. No arrebatamento, Cristo vem nos ares e retorna ao céu (1 Ts. 4:17), porém no evento final da segunda vinda, Cristo vem à terra para habitar e reinar (Mt. 25:31-32).

2. No arrebatamento, Cristo reúne os seus (1 Ts 4:17), porém na segunda vinda, os anjos reúnem os eleitos (Mt. 24:31).

3. No arrebatamento, Cristo vem para recompensar (1 Ts. 4:17), porém na segunda vinda, Cristo vem para julgar (Mt. 25:31-46).

4. No arrebatamento, a ressurreição é proeminente na vinda de Jesus (1 Ts. 4:15-16), porém na segunda vinda, nenhuma ressurreição é mencionada com a descida de Cristo.

5. No arrebatamento, os crentes partem da terra (1 Ts. 4:15-17), porém na segunda vinda, os descrentes são removidos da terra (Mt. 24:37-41).

6. No arrebatamento, os descrentes permanecem na terra (implícito), porém na segunda vinda, os crentes permanecem na terra (Mt. 25:34).

7. No arrebatamento, não existe menção do reino de Cristo na terra, porém na segunda vinda, o reino de Cristo na terra é estabelecido (Mt. 25:34).

8. No arrebatamento, os crentes receberão corpos glorificados (cf. 1 Co. 15:51-57), porém na segunda vinda, ninguém que está vivo recebe corpos glorificados.

Adicionalmente, muitas das parábolas de Cristo em Mateus 13 confirmam diferenças entre o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo à terra. Na parábola do trigo e do joio, o joio (descrente) é retirado do meio do trigo (crentes) no clímax da segunda vinda (Mt. 13:30, 40), porém os crentes são removidos de entre os descrentes no arrebatamento (1 Ts. 4:15-17). Na parábola da rede, os peixes ruins (descrentes) são retirados do meio dos peixes bons (crentes) no ápice da segunda vinda de Cristo (Mt.13:48-50), porém os crentes são removidos de entre os descrentes no arrebatamento (1 Ts. 4:15-17). Finalmente, não existe qualquer menção ao arrebatamento nos textos detalhados textos da segunda vinda, Mateus 24 e Apocalipse 19.

- John MacArthur e Richard Mayhue / Teologia Sistemática MacArthur

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