5 - QUEM DEVERIA LIDERAR A CONGREGAÇÃO?


Alguém poderá perguntar: "Se nos reunirmos do modo como foi sugerido no capítulo anterior, quem iria liderar essas reuniões?".


Gostaríamos de responder dizendo que se nós realmente crermos que o Senhor Jesus está no meio, conforme prometeu, iremos desejar que Ele lidere e dirija por intermédio do Espírito. Quando Cristo subiu ao céu, enviou o Espírito Santo ao mundo para habitar na igreja justamente para isso (Jo 7:39; At 2:1-33). As principais funções do Espírito no cristianismo são: exaltar a Cristo, unir os membros do corpo de Cristo neste mundo à Cabeça no céu por meio de Sua presença na igreja, e guiar a igreja em todas as coisas, seja em adoração (Fp 3:3), oração (Ef 6:18; Jd 20; At 4:31), ministério (Jo 14:26; 16:13-15; 1 Co 12:11), ou evangelismo (At 8:29; 13:1-4; 16:6-7). A partir do momento em que o Espírito de Deus foi enviado ao mundo no dia de Pentecostes, será em vão procurarmos no Novo Testamento por algum dirigente humano além da soberana direção do Espírito Santo! É Ele quem deve liderar as reuniões da igreja.

Todos os grupos de cristãos dirão que contam com a presença do Espírito, mas para provar se cremos ou não na presença e no poder do Espírito basta ver se estamos permitindo que Ele dirija as coisas nas reuniões da igreja. O que as Escrituras exigem de nós é que tenhamos fé no poder do Espírito, deixando que Ele faça o Seu papel empregando quem Ele quiser para falar nas reuniões. A fé é essencial para todo aquele que deseja se reunir em conformidade com a ordem de Deus nas Escrituras, e isto não deveria causar surpresa em nós que somos cristãos, já que cada passo de nosso andar deveria ser dado em fé. "A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gl 2:20). E também, "o justo viverá da fé" (Gl 3:11).

Foi pelo poder do Espírito que Deus fez o mundo e tudo o que nele existe (Jó 26:13; 33:4; Gn 1:2), portanto podemos ter certeza de que Ele é capaz de liderar alguns cristãos congregados para adoração e ministério. Se tivermos Alguém tão grande e competente como é esta Pessoa divina presente no meio dos santos congregados, não precisaremos designar um homem para fazer o Seu serviço, não importa quão capacitada essa pessoa possa ser. C. H. Mackintosh escreveu: "Se Cristo está em nosso meio (Mt 18:20), por que ousaríamos pensar em colocar alguém para presidir? Por que não conceder a Ele o Seu lugar de direito e deixar que o Espírito de Deus nos lidere e nos dirija na adoração e no ministério? Não há qualquer necessidade de termos uma autoridade humana".

Todavia as denominações colocaram um homem (um "Pastor" ou "Ministro") para conduzir a adoração. Na Bíblia, porém, não encontramos que Deus jamais tenha colocado um pastor ou ministro para conduzir a adoração da igreja. Citando W. T. P. Wolston a esse respeito, "existe na cristandade a ideia de que pastor é alguém colocado para dirigir uma congregação. A ideia está na cabeça das pessoas, mas não nas Escrituras!" Se esta não é a ordem de Deus, então fica claro que deve ser uma invenção humana. Ter um homem colocado na assembleia para "ministrar" a ceia do Senhor certamente é um erro monstruoso, pois não existe qualquer sinal na Palavra de Deus de que um homem, nem mesmo um apóstolo, tenha sido designado para fazer isso. As Escrituras simplesmente dizem que os discípulos ajuntavam-se "para partir o pão" (At 20:7).

Ainda assim essa organização humana está tão disseminada na cristandade que pode ser encontrada desde a catedral de São Pedro em Roma até a menor capela evangélica. Ao invés dos crentes se congregarem para a adoração e o ministério somente em nome do Senhor, aguardando pela direção do Espírito para guiá-los, dificilmente é encontrada sequer uma reunião de oração em que não exista alguém (um líder da oração) designado para conduzi-la. O que é isso, senão o homem usurpando o lugar do Espírito Santo? Trata-se da triste consequência de se duvidar da presença pessoal do Senhor no meio dos santos. Designar um homem, por mais capacitado que seja, para liderar e conduzir as reuniões da assembleia é negar na prática a presença e o poder do Espírito Santo. Na verdade isto é até mesmo ignorar ou duvidar da competência do Espírito Santo para dirigir as reuniões. Quão triste é vermos que esse tipo de interferência humana colocou de lado a simplicidade da ordem divina. Que o Senhor possa livrar o Seu povo desse sistema de coisas que é tão contrário aos Seus pensamentos.

O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES

O
significado da palavra "sacerdote" é "aquele que faz a oferta" (Hb 5:1; 8:3; 1 Pd 2:5). Um sacerdote é alguém que tem o privilégio de entrar na presença de Deus em lugar do povo. No cristianismo o sacerdote exerce seu sacerdócio ao oferecer os sacrifícios de louvor a Deus, e ao apresentar as petições a Deus em oração (Hb 13:15; 1 Jo 5:14-15). Todavia, uma das causas da fraqueza e confusão que prevalece na igreja professa é que, em muitos casos, o sacerdócio é considerado como um direito limitado a uma classe privilegiada de pessoas, algumas delas que nem sequer são salvas!

A verdade é que todos os cristãos são sacerdotes. É isto que as Escrituras ensinam. O livro de Apocalipse declara que os cristãos são feitos "sacerdotes para Deus" por meio da fé na obra consumada de Cristo na cruz (Ap 1:6; 5:10). A epístola de Pedro confirma isto, dizendo que "vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo" (1 Pd 2:5, 9). Além disso, a epístola aos Hebreus exorta todos os cristãos a se aproximarem de Deus além do véu, entrando no santuário ou "santo dos santos" (Hb 10:19-22; 13:15-16). O fato de dizer que o Senhor é o "Grande Sacerdote" ou "Sumo Sacerdote" implica que existe um grupo de sacerdotes que está abaixo dEle. Ele não presidiria como "grande" ou "sumo" sacerdote se não existissem sacerdotes sob Ele. Pela mesma razão, uma pessoa não seria chamada de líder de algum grupo de pessoas se não existissem pessoas para ele liderar. A exortação em Hebreus 10:19-22 visa encorajar os cristãos a se aproximarem de Deus e desempenharem seus privilégios sacerdotais.

Em cada uma das passagens do Novo Testamento onde o assunto do sacerdócio é tratado, não há qualquer menção – nem uma sequer – de que apenas alguns dentre os santos sejam sacerdotes. Tampouco existe em qualquer outro lugar do Novo Testamento algo semelhante. Quando o Novo Testamento fala de sacerdócio, ele se refere, sem exceção, a todos os crentes como constituídos com este privilégio. Além do mais, essas passagens não apenas nos falam que todos os cristãos são sacerdotes, como também aprendemos delas que somos sacerdotes com privilégios que vão além daqueles que tinham os sacerdotes da época do Antigo Testamento. Um sacerdote no cristianismo pode aproximar-se da própria presença de Deus, no santo dos santos. Esse é um lugar onde nenhum filho de Aarão podia entrar. Até mesmo quando Aarão, o sumo sacerdote em Israel, entrava uma vez por ano além do véu, ele não o fazia com ousadia, como podemos fazer agora. No dia da Expiação ele entrava ali com medo de morrer, mas nós podemos entrar "em inteira certeza de fé". Além disso, os sacerdotes da linhagem de Aarão prestavam um culto do qual pouco compreendiam. Eles não sabiam por que deviam fazer as coisas que lhes eram ordenadas. Mas nós temos um "culto racional" (Rm 12:1). Podemos desempenhar nossas funções sacerdotais com entendimento de tudo aquilo que fazemos na presença de Deus.

Portanto, considerando que as Escrituras ensinam que todos os cristãos são sacerdotes, e que todos nós temos igual privilégio de desempenhar nosso sacerdócio na presença de Deus, fica claro que não existe a necessidade de um clérigo para fazer isso pelos demais. Nas reuniões de adoração e oração (quando os cristãos exercitam seu sacerdócio), tudo o que precisamos é esperar no Espírito de Deus para que Ele dirija as orações e os louvores dos santos. Se permitirmos que Ele lidere na assembleia, no lugar que Lhe é de direito, Ele irá guiar um irmão aqui e outro ali a expressar de forma audível uma adoração e louvor, como quem fala por toda a assembleia. (Evidentemente entendemos que não somente desempenhamos nosso sacerdócio nas ocasiões em que estamos congregados em uma assembleia. A qualquer momento um cristão pode entrar na própria presença de Deus em oração e adoração e desempenhar seu papel de sacerdote. Mas no contexto deste livro estamos falando de cristãos reunidos em uma assembleia para adoração e ministério).


Quando compreendemos a proximidade do relacionamento que todos os cristãos têm como parte do corpo e noiva de Cristo, podemos ver como a ideia de uma casta ministerial mais próxima de Deus do que os demais é totalmente incompatível com isso (Ef 2:13; 5:25-32). Se nós, como cristãos, adotarmos uma classe de pessoas assim, estaremos negando que somos capacitados, como sacerdotes, a oferecer sacrifícios espirituais a Deus. Na prática isso destrói os privilégios do cristianismo e, em certo sentido, restaura o judaísmo, ou ao menos nos leva de volta para aquele nível.

Enquanto algumas poucas denominações chegam ao ponto de possuírem um clérigo com o título de "Sacerdote” (dando a entender que os demais naquela denominação não o são), a maioria das igrejas chamadas evangélicas denomina seu clérigo de "Pastor" ou "Ministro". Isso faz pouca diferença, pois uma posição assim na igreja não está de acordo com a verdade das Escrituras. Trata-se de uma função puramente inventada pelo homem.

A DIFERENÇA ENTRE SACERDÓCIO E DOM


É
importante entender a diferença entre sacerdócio e dom. São duas esferas de atuação distintas na casa de Deus. Um sacerdote vai a Deus em nome do povo; uma pessoa que exercita seu dom no ministério vai ao povo em nome de Deus.

DONS


Os dons são aqueles que o Senhor, depois de ressuscitado como Cabeça da igreja, concede aos diversos membros do Seu corpo para capacitá-los a ocupar o lugar que Deus determinou para eles no corpo. A Bíblia ensina que todo membro do corpo de Cristo recebeu um dom (1 Co 12:7; Ef 4:7; 1 Pd 4:10; Rm12:6-8). Todavia, nem todos os membros do corpo de Cristo têm um dom de ministério da Palavra. Alguns podem ter um dom que seja facilmente reconhecido, como é o caso de um evangelista, pastor ou mestre (Ef 4:4-16; Rm 12:4-8; 1 Co 12:4-31). Em outros, porém, o dom pode ser algo não tão fácil de identificar, como é o caso daquele que "exercita misericórdia" (Rm 12:8). Seja o dom de evangelismo ou de "socorros" (1 Co 12:28), o que é certo é que todos nós temos algo para fazer no corpo de Cristo.

O propósito dos dons é "o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" (Ef 4:12-15). Isto nos mostra que os dons são para o benefício espiritual da igreja.

A DIFERENÇA ENTRE HABILIDADE E DOM


Em Mateus 25:14-30 o Senhor faz distinção entre "habilidade" e "dom". Ele contou a história de um homem que viajou a um país distante e, antes de partir, deu talentos – uma quantia em dinheiro – aos seus servos, com os quais eles deveriam negociar até que ele retornasse. Alguns receberam mais, outros menos. Essa é uma clara alusão ao Senhor dando dons aos Seus, os quais devem exercitá-los para Ele durante a Sua ausência. Um dia Ele voltará e pedirá contas do que fizemos com aquilo que Ele nos deu na forma de dons. Naquele dia serão dadas recompensas aos que cumpriram fielmente seu ministério (Mt 25:19-23).

Digno de nota é o fato de que o homem lhes "confiou" talentos (dons) "segundo a capacidade de cada um". (Mt 25:15). Aqui o Senhor faz uma distinção entre as duas coisas. Repare que aqueles servos já possuíam suas diferentes capacidades ou habilidades antes que o homem os chamasse para lhes dar os talentos.

Habilidade é algo que uma pessoa recebe quando nasce neste mundo. Em Sua providência, Deus faz cada vaso único e o capacita para os Seus objetivos bem antes de essa pessoa ser salva. Na escola de Deus Ele cria e forma as capacidades e habilidades intelectuais de uma pessoa ainda enquanto ela está vivendo sua vida na incredulidade. O dom, por outro lado, é algo que vem do Senhor e é dado à pessoa pelo Espírito quando ela é salva. Enquanto a habilidade é natural, o dom é espiritual. O dom é dado a alguém para que possa cumprir seu ministério no corpo de Cristo. A sabedoria do Senhor pode ser vista aqui no fato de Ele distribuir os dons de acordo com nossas habilidades naturais. Por exemplo, Ele não dá o dom de evangelista a alguém que seja calado e reservado; alguém que não tenha habilidade de comunicação. A alguém que naturalmente goste de estar e conversar com outras pessoas provavelmente será dado um dom assim. Do mesmo modo o dom de ensino exige certa medida de habilidade natural na área da capacidade intelectual.

Mencionamos isto porque em nossos dias existe uma grande confusão a este respeito entre os cristãos professos. Costumamos ouvir cristãos falando de músicos ou atletas famosos que se converteram e que suas habilidades naturais são os seus dons. Todavia, o dom nas Escrituras é uma manifestação espiritual no corpo de Cristo. O dom tem a ver com as coisas espirituais (1 Co 12:1; 14:1). Tampouco vemos nas Escrituras que Deus desejasse que a igreja tivesse reuniões onde pessoas assim pudessem apresentar suas habilidades naturais. É comum essas pessoas famosas serem usadas nas chamadas "reuniões de testemunho" para algo que não passa de entretenimento. Estariam os crentes sendo fundamentados na verdade por meio de reuniões assim? Os dons não são para o nosso entretenimento, mas para a edificação dos santos na "santíssima fé" (Jd 20).

J. N. Darby disse tratar-se "de um princípio totalmente falso que as habilidades naturais sejam em si mesmas um motivo para serem usadas. Posso ter muita força física ao ponto de nocautear um homem, ou ser suficientemente veloz na corrida para ganhar uma taça. A habilidade para a música pode ser algo mais refinado, mas o princípio é o mesmo. Considero este ponto de grande importância. Os cristãos perderam sua influência moral ao inadvertidamente introduzirem em seus cultos aquilo que é natural e mundano. Todas as coisas me são lícitas, mas, como já disse, não se pode misturar a carne com o Espírito".

O QUE É MINISTÉRIO?


A maioria das pessoas pensa que "ministério" é aquilo que envolve Pastores e Ministros, quando eles desempenham seu trabalho liderando um grupo chamado igreja. A Bíblia, porém, ensina que ministério é simplesmente o exercício do dom de uma pessoa (1 Pd 4:10-11; 1 Tm 4:6; Ef 4:11-12). Considerando que todos os cristãos possuem um dom, todos os cristãos deveriam estar no "ministério"! Como já dissemos, nem todos podem ter um dom de ministério público da Palavra de Deus, mas todos têm um ministério a cumprir. Boa parte do ministério está no serviço feito para o povo do Senhor, quando nenhuma oratória pública está envolvida.

O problema na igreja hoje é que existem muitos que são como Arquipo, que não estão cumprindo seu ministério. O Apóstolo precisou exortá-lo assim: "Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras" (Cl 4:17). Esta é uma exortação muito necessária hoje. Uma das razões de muitos não cumprirem seu ministério é que existe um vasto sistema clerical criado pelos homens na igreja que impede que as pessoas exerçam seus ministérios. Numa situação normal em uma típica igreja denominacional, se o Espírito de Deus quisesse dar uma palavra a alguém ali que tivesse um dom de ministério público, ele seria reprimido e não poderia exercitar seu dom. Se tentasse fazê-lo, acabaria causando uma interrupção no culto previamente organizado.

A ideia, comumente aceita na cristandade hoje, é que quando alguém sente que foi "chamado para o ministério", deve passar por um sistema de ensino por meio do qual irá adquirir o status de "Ministro" ou "Pastor". E mesmo então, ele ainda não poderá exercitar seu dom até que uma congregação o escolha (geralmente por intermédio de uma junta de diáconos) para que seja Ministro deles. Muitos têm boas intenções, porém ignoram a ordem de Deus e acreditam que se decidirem ministrar a Palavra precisarão antes se submeter a este processo e serem treinados em um seminário. Uma vez que a tradição decidiu assim, muitos sentem que Deus está verdadeiramente enviando eles para um seminário com este objetivo. Para eles isso parece lógico, já que se trata da forma convencional e reconhecida de se preparar "Ministros". Sem querermos colocar em dúvida a sinceridade dessas pessoas, devemos deixar claro que toda essa ordem de coisas não é encontrada nas Escrituras.

A Bíblia ensina que se uma pessoa possui um determinado dom, a própria posse do dom já é a garantia de Deus para que ela o utilize. A Bíblia diz: "Cada um administre aos outros o dom como o recebeu" (1 Pd 4:10). Ali não diz "cada um que tenha recebido o dom seja treinado e ordenado por um seminário para poder administrar aos outros".

As Escrituras dizem: "Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá" (1 Pd 4:11). Repare mais uma vez que não diz "primeiro vá à ‘escola’, e depois fale".


Mais uma vez: "De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar" (Rm 12:6-8). Novamente não existe uma palavra sequer sobre a pessoa ser treinada por homens antes de poder fazer uso de seu dom.

Além disso, as Escrituras dizem: "Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação" (Co 14:26). Aqui também não encontramos qualquer indício de que a pessoa deva ser treinada antes de poder exercitar seu dom na assembleia. A passagem simplesmente diz que se tivermos doutrina (ensino) etc., faça-se tudo para a edificação da igreja.

Evidentemente é verdade que o dom de alguém precisa ser desenvolvido. Isso exige tempo e prática (At 9:20-22; Gl 1:17; At 9:30; 22:25-26; 13:1-14). Quanto mais uma pessoa amadurecer nas coisas divinas, mais útil ela será em seu ministério (At 18:24-28; Mc 4:20). A maneira bíblica de alguém ser ensinado nas coisas divinas é por meio das reuniões que já mencionamos. O Senhor usa essas reuniões da assembleia, guiadas soberanamente pelo Espírito Santo, para nos ensinar a verdade. Ele também usa livros de ministério (ou gravações) de pessoas que reconhecidamente possuem dons e são capazes de nos ensinar a verdade. Mas será perda de tempo procurar nas Escrituras qualquer ideia de que alguém precise ir a um seminário para estar apto a ocupar uma posição de "Ministro" ou "Pastor" de uma igreja. Como já foi dito, tudo isso não passa de invenção humana com o objetivo de preparar a pessoa para uma posição no sistema criado pelos homens. O cristianismo bíblico simplesmente não necessita dessas escolas. Muito do que é ensinado nesses seminários tem por objetivo treinar os futuros "Pastores" a dirigirem uma igreja dentro de um sistema clerical que não é encontrado em lugar algum da Bíblia.

Continua em: 
O ministério na Igreja

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–– Bruce Anstey | A ORDEM DE DEUS
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–– Fonte 1: Página JP Padilha
–– Fonte 2: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/

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