Organizações Para-Eclesiásticas: Auxílio ou empecilho ao evangelho?
William MacDonald declarou: "Nos últimos anos tem ocorrido uma explosão organizacional na cristandade, de proporções tamanhas, ao ponto de deixar qualquer um zonzo. Sempre que um crente tem uma nova ideia para o avanço da causa de Cristo, ele cria uma nova junta, comitê, organização ou instituição! Uma das consequências disso é que pregadores e pessoas que têm o dom de ensinar são afastados de seu ministério principal para se transformarem em administradores. Se todos os administradores dessas juntas de missões estivessem servindo no campo missionário, isso reduziria imensamente a necessidade de pessoal nessas organizações. Outra consequência da proliferação das organizações é que vastas somas de dinheiro são necessárias para os custos administrativos, sendo assim desviadas da divulgação direta do evangelho. A maior parte de cada dólar que é dado às muitas organizações cristãs é usada para os custos de manutenção da organização, ao invés de ir para o principal objetivo para o qual os recursos foram doados".
Quanta verdade há nessa declaração! Conversamos com alguém que ocupava uma posição bastante elevada em uma das maiores organizações do mundo para a coleta de fundos das igrejas, para enviá-los aos campos missionários. Quando ele deixou a organização, revelou que "a maioria das pessoas não sabe, mas apenas 9% da arrecadação efetivamente chegam ao campo missionário! O restante é usado para pagar salários e custos administrativos".
RESUMO DOS PRINCIPAIS ERROS DO SISTEMA CLERICAL
Até aqui mostramos de forma conclusiva que o conceito de um sistema clerical, que é ter um assim chamado "Pastor" ou "Ministro" responsável por uma congregação de cristãos para guiá-los na adoração e no ministério, não tem base bíblica. E não só falta a isso base bíblica, como chega a ser até mesmo contrário ao ensino do Novo Testamento.
Os pontos a seguir formam um breve resumo dos princípios que cobrimos até aqui, e mostram por quê o sistema clerical na Igreja não está em conformidade com a Palavra de Deus.
1. Não é dado ao Espírito de Deus o Seu lugar de direito para presidir na assembleia. Já que Ele está presente para dirigir e controlar os procedimentos, o fato de se colocar um clérigo nesse lugar na prática dispensa o Espírito e interfere em Sua direção (Fp 3:3; 1 Co 12:11).
2. Como consequência de não ser concedido ao Espírito o Seu lugar para guiar a assembleia como Ele quiser, o sacerdócio de todos os crentes é violado na prática (1 Pd 2:5; Ap 1:6; 5:10; Hb 13:15-16). O Espírito de Deus deveria poder usar qualquer irmão que escolher para apresentar ações de graças e adoração em nome de toda a assembleia, mas o sistema impede que isto aconteça.
3. Outra consequência de não ser concedido ao Espírito o Seu lugar para dirigir na assembleia é que o livre exercício dos dons nas reuniões é proibido pelos limites arbitrários colocados para o ministério, o qual fica restrito a uma pessoa (o assim chamado "Pastor”), a quem é outorgado o direito oficial de fazê-lo (1 Co 14:27-33).
4. Além disso, existe pouco ou nenhum recurso para verificar e equilibrar o ensino. Onde quer que apenas um ou dois homens sejam responsáveis pelo ensino em uma assembleia local, como acontece com os assim chamados "Pastores" ou "Ministros", existe o perigo de interpretações tendenciosas, isso quando não são introduzidas doutrinas erradas. Por outro lado, onde o Espírito Santo tem liberdade de falar através dos diversos dons existentes na assembleia, além de serem trazidas à luz mais facetas da verdade, existe também uma maior imunidade contra o erro, se os santos estiverem cuidadosamente comparando o que é dito com as Escrituras (1 Co 14:27-32).
5. O sistema clerical tende a promover uma apatia entre os que fazem parte da congregação. Por não dar liberdade às pessoas para que contribuam no ministério, é comum ocorrer uma falta de exercício nas coisas divinas. Muitos acham que não precisam se preocupar com o ministério, já que a organização eclesiástica à qual pertencem está pagando alguém (o clérigo) para fazer esse trabalho para eles. Consequentemente, o desenvolvimento de um exercício espiritual e o crescimento entre os santos ficam impedidos por esse tipo de organização (1 Co 3:1-4; Hb 5:11-14).
6. O sistema favorece uma situação em que as pessoas se congregam em torno de um orador hábil, violando assim os princípios dados para que os cristãos estejam congregados, pelo Espírito, somente para o Nome do Senhor Jesus Cristo (1 Co 1:12-13; 3:3-4; Mt 18:20).
7. O sistema interfere com a responsabilidade imediata dos servos, a qual é para com o Senhor no exercício dos dons. A pessoa (o clérigo) passa a ser responsável em prestar contas a uma organização criada pelos homens que está acima dele, a qual cuida dele em questões práticas, como o salário que recebe. O clérigo é responsável por manter os padrões e métodos de ministério da organização, e por atingir as metas que a organização determina para ele; e assim acaba sendo controlado pela organização ao invés de servir diretamente sob o senhorio de Cristo (1 Co 7:22-23; Gl 1:10).
O QUE PENSAM DISSO OS “PASTORES” E “MINISTROS”?
É provável que alguém pergunte ao "Pastor" de sua denominação a respeito destas coisas, e acabe escutando que tudo o que dissemos aqui está errado. É compreensível. O mais provável é que ele não aceite estas verdades, pois elas condenam a própria posição que ocupa. Se estas coisas fossem reconhecidas, que impacto elas não teriam sobre um homem ocupando uma posição de "Pastor"! Em virtude de seu "ministério" ser exercido como uma profissão, a consequência prática para ele, caso aceitasse estas verdades, seria a perda de seu salário regular. É bastante improvável que alguém numa posição assim venha a admitir estas coisas.
Não estamos insinuando com isto que os assim chamados "Pastores" e "Ministros" estejam no "ministério" apenas pelo emprego. Eles podem muito bem estar fazendo seu trabalho conscientemente, mas abandonar um posto assim traria grande prejuízo para alguém nessa condição. Se o cristão comum quiser abandonar a ordem de coisas existente nas “igrejas” e que foi criada pelo homem, para viver segundo o cristianismo bíblico, ele não terá muito a perder, se comparado a um clérigo. Mesmo assim, se um clérigo for fiel à Palavra de Deus e agir em obediência ao Senhor, Deus irá cuidar dele, pois Ele prometeu: "Aos que me honram honrarei" (1 Sm 2:30; 2 Cr 25:9).
Continua em: 6 - A ADMINISTRAÇÃO LOCAL NA IGREJA
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–– Bruce Anstey | A ORDEM DE DEUS
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–– Fonte 1: Página JP Padilha
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