FESTA JUNINA: A ORIGEM DA CELEBRAÇÃO PAGÃ E A ADAPTAÇÃO DA IDOLATRIA CATÓLICA ROMANA | JP Padilha



Muitas festas pagãs das antigas civilizações foram incorporadas pelo Catolicismo Romano para dar origem às festas juninas. Para um brasileiro, pode ser difícil entender como a cultura dos homens e as estações do ano são capazes de influenciar o imaginário e a própria organização da sociedade. A festa junina é uma tradicional festividade popular que acontece durante o mês de junho. Essa comemoração é de origem pagã. Porém, com a incorporação de elementos cristãos feita pelo Catolicismo Romano, se tornou comum em todas as regiões do Brasil, especialmente no Nordeste. A festividade foi trazida para o Brasil por influência dos portugueses no século XVI. Inicialmente, com adaptações do Catolicismo, a festa possuía uma conotação estritamente religiosa e era realizada em homenagem a santos como São João e Santo Antônio.

Os historiadores apontam que as origens da festa junina estão diretamente relacionadas a festividades pagãs realizadas na Europa na passagem da primavera para o verão, momento chamado de solstício de verão. Essas festas eram realizadas como forma de afastar os maus espíritos e qualquer praga que pudesse atingir a colheita. Para melhor entendermos isso, é preciso considerar que o solstício de verão no hemisfério norte acontece exatamente no mês de junho.

As comemorações realizadas por diferentes povos pagãos europeus começaram a ser cristianizadas pelo Catolicismo a partir do momento em que o Cristianismo se consolidou como a principal religião do continente europeu. Assim, a festa originalmente pagã foi incorporada ao calendário festivo do Catolicismo.

Essa foi uma prática comum da Igreja Católica Romana. Para facilitar a “conversão” dos diferentes povos pagãos, fazia-se uma aculturação das festividades, adicionando-as ao calendário católico e acrescentando nelas elementos cristãos. Outra festa na qual essa prática se repetiu, por exemplo, foi a comemoração do Natal, que acontece todo mês de dezembro. Porém, o Natal também se trata de uma festividade puramente pagã e idólatra. Na Bíblia, não vemos ninguém dentre os judeus ou cristãos que haja celebrado o aniversário de Jesus ou celebrado um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores (como Faraó e Herodes) celebravam com grande regozijo, anualmente, o dia em que nasceram neste mundo (Cf. Gn 40.20; Mt 14.6). Essas coisas não estariam registradas “para nossa instrução”? (2Tm 3.16).

A cristianização da festa junina está diretamente relacionada ao estabelecimento de comemorações de importantes figuras do Catolicismo, exatamente na época da passagem para o verão, entre as quais se destacam Santo Antônio (homenageado dia 13 de junho), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29). Por fim, muitos elementos típicos das comemorações pagãs ganharam novo significado. É aí que a idolatria católica se inicia. A festa junina nada mais é do que uma adoração ou forma de dar honra e glória aos santos mencionados.

A CHEGADA DA FESTA JUNINA NO BRASIL

O começo da festa junina ao Brasil remonta ao século XVI. As festas juninas eram tradições bastante populares na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e, por isso, foram trazidas para cá pelos portugueses durante a colonização, assim como muitas outras tradições. Quando introduzida no Brasil, a festa era conhecida como festa joanina, em referência a São João, mas, ao longo dos anos, teve o nome alterado para festa junina, em referência ao mês no qual ocorre – junho.

Inicialmente, a festa possuía um forte tom religioso – conotação essa que se perdeu em parte, uma vez que é vista por muitos hoje mais como uma festividade popular do que religiosa. Mas tudo não passa de um engano. Na verdade, a idolatria aos santos católicos reverenciados nesta festividade continua.

FESTA IDÓLATRA DISFARÇADA DE FESTA CAIPIRA

A evolução da festa junina no Brasil fez com que ela se associasse a símbolos típicos das zonas rurais. O crescimento da festividade aconteceu sobretudo no Nordeste, região que atualmente possui as maiores festas. A maior festa junina do país acontece na cidade de Campina Grande, localizada no estado da Paraíba. Em 2017, a estimativa do evento era receber aproximadamente 2,5 milhões de pessoas.

Durante as festas juninas no Brasil, são realizadas danças típicas, como as quadrilhas. Também há produção de inúmeras comidas à base de milho e amendoim, como canjica, pamonha, pé de moleque, além de bebidas como o quentão. Outra característica muito comum é a de se vestir de caipira de maneira caricata.

FESTA JUNINA – O PODER DESTRUIDOR DA CULTURA

“Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho dos gentios (…), porque os costumes dos povos são vaidade” (Jeremias 10.2-3).

Todos nós temos nossos pressupostos no que diz respeito a qualquer assunto. É bem verdade que em alguns deles, ficamos meio que em cima do muro. Entretanto, em matéria de fé, isso se torna impossível. Mas, o que isso tem a ver com a festa junina? É que, se de fato, você já nasceu de novo e é uma nova criatura em Cristo Jesus, você precisa avaliar tudo dentro dos pressupostos das Escrituras Sagradas, se posicionar sempre ao lado delas e jamais ficar em cima do muro ou do lado da cultura corrompida pelo pecado. Portanto, estabeleceremos aqui 8 motivos pelos quais um cristão não deve ter participação nas festas juninas:

1. A festa junina NÃO serve ao propósito de glorificar a Deus.

2. Dentro do Catolicismo Romano, o termo “canonização” é o nome dado ao decreto que inclui uma pessoa na categoria dos “santos”, os quais são recomendados à veneração dos fiéis. Mas a Palavra de Deus declara que existe apenas um Mediador e Intercessor entre Deus e os homens: Jesus Cristo (1Tm 2.5-6).

3. A festa junina é uma festa que celebra a idolatria: Idolatria, no grego, significa “adoração de ídolos”. Esta adoração pode se referir a tudo aquilo que porventura ocupe o lugar de Deus no coração do homem. Deus abomina qualquer tipo de idolatria (Sl 115.4-7; 1Co 8.4). Segundo as Escrituras, a idolatria envolve submissão e culto aos demônios, e são abomináveis ao Senhor. A idolatria também envolve sentar à mesa dos demônios, e não à mesa do Senhor. Até o que se come na festa junina deve ser rejeitado, pois é alimento oferecido a demônios e não a Deus (1Co 8.4; 10.21,28). A Bíblia diz que os idólatras não herdarão o reino dos céus (1Co 6.10).

4. A festa junina é uma celebração do “Dia de São João”. Não preciso dizer mais nada.

5. Se temos o conhecimento de que algo é consagrado a ídolos, devemos nos abster (1Jo 5.21; 1Co 10.27-28; 2Co 6.14-17; Ef 5.11).

6. Não podemos agir como ignorantes em matéria de fé – Ingênuos, imprudentes, néscios (Ef 4.27; 5.15; 6.2; 2Co 2.11).

7. Temos a responsabilidade de impedir que nossos filhos participem destas festas (Dt 6.6-9; Pv 22.6).

8. Precisamos fugir de toda a aparência do mal (1Co 10.23-33; Pv. 6.28).

Ainda que hoje a festa junina não tenha mais o caráter de uma festa pagã ou idólatra, como outrora já foi, no sentido de que a festa se tornou uma festa popular ou cultural, precisamos fugir da aparência do mal. A festa pode estar disfarçada de algo bom e supérfluo, mas continua tendo os paramentos da idolatria romana. Pessoas não convertidas não vêem, mas a iniquidade está lá presente. Tal festividade não serve ao propósito de glorificar a Deus. O poder destruidor da cultura dos homens vai nos afastar da presença de Deus. As músicas, as bebidas, o ambiente – tudo ali tem a aparência do mal.

Que Deus nos dê a firmeza dos crentes da Igreja primitiva e que jamais tenhamos receio ou medo de dizer que somos contra ou a favor de determinada festividade quando a Bíblia nos der razões para fazê-lo, lembrando ser ela nossa única regra infalível de fé e prática.

– JP Padilha
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O QUE É ORAR NO ESPÍRITO? | JP Padilha


O ato de “orar no Espírito” é mencionado duas vezes na Bíblia. Em Efésios 6.18 é dito: “...com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. Em Judas 1.20 lemos: “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo”. A pergunta que muitos fazem é: O que significa exatamente orar no Espírito?

A palavra grega traduzida “orar no” pode ter vários significados diferentes. Pode significar “por meio de”, “com a ajuda de”, “na esfera de” e “em conexão ao”. Ao contrário das orações que fazemos com os lábios, orar no Espírito não está relacionado às palavras que estamos dizendo. Na verdade, refere-se a COMO estamos orando. Muda-se o modo de orar. As palavras são colocadas de lado e o Espírito Santo é quem irá conduzir esta oração. É algo bem mais profundo, quando nossas próprias vontades são colocadas de lado para que a oração seja feita de acordo com a vontade de Deus. Orar no Espírito é orar de acordo com a liderança do Espírito. É orar por coisas que o Espírito nos leva a mencionar. As palavras fogem da nossa mente, dando lugar a uma oração mais profunda, porém não sem entendimento. Isso não significa ser mais eloquente na oração, mas sim ser mais humilde, se humilhando perante a vontade do Senhor. Em Romanos 8.26 é dito que “também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”.

Isto é, a Palavra de Deus está dizendo claramente que não sabemos como orar, e que o Espírito Santo fora enviado justamente para orar por nós nos momentos em que não temos as palavras certas a dizer ao Senhor em oração.

ORAR NO ESPÍRITO NÃO É ORAR EM LÍNGUAS

Alguns, com base em 1 Coríntios 14, igualam o ato de orar no Espírito com “orar em línguas (estrangeiras)”. Isso ocorre porque, ao discutir o dom de línguas, Paulo faz referência ao ato de “orar com o espírito”. Todavia, é importante entender que no contexto de 1 Coríntios 14 Paulo está repreendendo a igreja de Corinto para que os crentes usem o dom de línguas com responsabilidade, para que toda a igreja seja edificada, já que naquele contexto os coríntios estavam fazendo mau uso do dom, de forma que ninguém na assembleia entendia o que os outros estavam dizendo ao praticarem o dom de línguas apenas para edificação própria e de forma leviana. Em nenhum momento dessa repreensão de Paulo ele faz comparação do ato de orar no Espírito com o dom de línguas. O assunto ali nem é mencionado. Aqui se fala em “orar com o espírito” e “com o entendimento”. Veja o contexto:

“Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar. Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação. Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim. Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja. Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar. Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes? Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida” (1 Coríntios 14.9-19).

Veja que no verso 19 o apóstolo declara a importância de se falar “cinco palavras na própria língua” para que outros sejam instruídos do que “dez mil palavras em língua desconhecida”. Isso nos mostra que o foco de 1 Coríntios 14 não é o ensino sobre orar NO Espírito, mas a falta de responsabilidade dos coríntios em usar o dom de línguas sem que haja entendimento do que se fala e principalmente sem que haja um intérprete caso a língua usada não seja conhecida dos demais crentes de Corinto. Ora, sem um intérprete, quem poderia saber o que se estava falando naquela língua estrangeira?

Em Efésios 6.18, Paulo nos ensina: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. Como podemos orar com toda oração e súplica por todos os santos se ninguém, incluindo o orador, entende o que está sendo dito? Portanto, orar no Espírito deve ser entendido como orar no poder e no auxílio do Espírito, de acordo com a liderança e vontade do Espírito, e não como “orar em línguas”. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

ORAR NO ESPÍRITO NÃO É ORAR AO ESPÍRITO

CUIDADO! Ninguém deve orar AO Espírito Santo, como também não se deve adorá-lo. Ainda que o Espírito Santo seja uma Pessoa divina, como é o Pai e o Filho, não devemos orar a Ele. Oramos ao Pai e ao Filho, que são os modos bíblicos de oração, mas não ao Espírito. Porém, quando oramos ao Pai ou ao Filho, devemos orar NO Espírito Santo. Como fazer isso?

A oração do santo é sempre teocêntrica. Devemos derramar nossos corações diante do Pai suplicando somente por meio do santo nome de Cristo, que é a única intercessão entre Deus e os homens (1Tm 2.5-6). A Bíblia diz que por nós mesmos não sabemos orar, mas que, ao nos entregarmos à oração por meio da intercessão de Cristo, o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26), e é nisto que descansamos com confiança. Devemos, sobretudo, reconhecer que a verdadeira oração é um dom do Pai e não do homem. Ele, o SENHOR, outorga a oração por meio do Filho e opera-a em nós através do Seu Espírito Santo. O Espírito Santo, por sua vez, eleva esta mesma oração de volta ao Filho, Jesus Cristo, o qual a santifica e a apresenta aceitável ao Pai. A oração é uma cadeia teocêntrica – movendo-se do Pai, por meio do Filho, mediante o Espírito Santo, que a envia de volta ao Filho para que chegue até o Pai. Oramos ao Pai em nome de Jesus Cristo, e o fazemos NO Espírito Santo, porém, também com entendimento. Jamais devemos orar AO Espírito Santo ou adorá-lo. Ele é nosso Consolador e Intercessor. Cada pessoa divina da Trindade tem um papel e um lugar diferente em um só Deus.

– JP Padilha
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É POSSÍVEL UM CRISTÃO ENTRAR EM DEPRESSÃO? | JP Padilha


Sim. Qualquer pessoa pode entrar em depressão, tendo ou não conhecimento de Deus. Muitos santos de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, são vistos em momentos de profunda depressão e desespero. Jó não somente ficou deprimido, como chegou ao ápice do desespero e desejou a morte. Sua alma ansiava pela morte:

“Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito; queixar-me-ei na amargura da minha alma. Sou eu porventura o mar, ou a baleia, para que me ponhas uma guarda? Dizendo eu: Consolar-me-á a minha cama; meu leito aliviará a minha ânsia; então me espantas com sonhos, e com visões me assombras; assim a minha alma escolheria antes a estrangulação; e antes a morte do que a vida. A minha vida abomino, pois não viveria para sempre; retira-te de mim; pois vaidade são os meus dias” (Jó 7.11-16).

Muita gente pensa que um cristão não pode entrar em depressão, ou que ele só entraria em depressão por falta de fé, ou se estivesse em pecado, ou longe da presença do Senhor. Mas isso é um mito. Contrariando este estereótipo fútil, a Bíblia nos mostra Paulo profundamente deprimido e sobremaneira ansioso em mais de uma ocasião, de modo tal que entrou em pânico:

“Porque, mesmo quando chegamos à macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. Mas Deus, que consola os abatidos (deprimidos), nos consolou com a vinda de Tito” (2 Coríntios 7.5-6 – grifo meu).

A palavra “abatidos” aparece traduzida em algumas versões como “deprimidos”. Portanto, ao dizer que Deus consola os deprimidos, Paulo estava falando de sua condição naquele momento. A pressão que sofria, tanto de seus perseguidores como das responsabilidades que tinha para com o povo de Deus chegava a limites humanamente intoleráveis em muitas ocasiões:

“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos(2 Coríntios 1.8).

Em situações assim, até o apóstolo Paulo, que geralmente é considerado um exemplo de cristão, precisava ser ajudado por seus irmãos quando o desânimo caía sobre si. Foi o que aconteceu ao chegar à Itália, profundamente desanimado com as coisas que lhe haviam ocorrido nos dias anteriores. Ele, que no navio, em meio à tempestade, serviu de ânimo aos passageiros e tripulantes (At 27.26), agora precisara ser animado por outros:

“E de lá, ouvindo os irmãos novas de nós, nos saíram ao encontro à Praça de Ápio e às Três Vendas, e Paulo, vendo-os, deu graças a Deus e tomou ânimo” (Atos 28.15 – grifo meu).

Agora preste atenção: E se pensarmos no que o Senhor Jesus sofreu nas horas que antecederam a cruz e também enquanto estava pregado nela antes de Sua morte, será que encontraremos alguém mais deprimido, mais desesperado da vida e mais desanimado? Diante dos horrores que haviam diante de Si, em Sua oração ele chegou a derramar gotas de sangue em seu suor e precisou ser confortado por um anjo:

“E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão (Lucas 22.43-44).

Veja como um salmista descreve os sentimentos do Senhor durante sua vida (muitos salmos são proféticos e revelam os sentimentos do Messias em sua peregrinação na terra) no Salmo 38.6-17:

“Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando todo o dia. Porque as minhas ilhargas estão cheias de ardor, e não há coisa sã na minha carne. Estou fraco e mui quebrantado; tenho rugido pela inquietação do meu coração. Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu gemido não te é oculto. O meu coração dá voltas, a minha força me falta; quanto à luz dos meus olhos, ela me deixou. Os meus amigos e os meus companheiros estão ao longe da minha chaga; e os meus parentes se põem à distância. Também os que buscam a minha vida me armam laços e os que procuram o meu mal falam coisas que danificam, e imaginam astúcias todo o dia. Mas eu, como surdo, não ouvia, e era como mudo, que não abre a boca. Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca não há reprovação. Porque em ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, me ouvirás. Porque dizia eu: Ouve-me, para que não se alegrem de mim. Quando escorrega o meu pé, eles se engrandecem contra mim. Porque estou prestes a coxear; a minha dor está constantemente perante mim” (Salmos 38.6-17 – profecia acerca dos sentimentos do Senhor durante sua vida na terra).

Se ao passar por uma depressão você se sente encurvado, abatido, fraco, quebrantado, inquieto, sem forças, em total escuridão, prestes a escorregar e a cair, então saiba que não está sozinho. O próprio Senhor Jesus já experimentou todos esses sentimentos. A única diferença foi que ele não tinha pecado, o pecado agindo em Si ou a possibilidade de pecar como nós temos.

Mas Ele prometeu não nos abandonar quando essas mesmas dificuldades nos sobreviessem:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28).

Cristo deu aos que crêem nEle o Espírito Santo, que o próprio Senhor chamou de “Consolador”. Oras, um Consolador só tem alguma utilidade para pessoas que estão desconsoladas, desanimadas, deprimidas e ansiosas. A quem um Consolador iria consolar se os cristãos fossem super-homens e super-mulheres vivendo acima de qualquer depressão, desespero ou tristeza profunda?

A depressão pode ser decorrente de algum problema em nossa vida espiritual – algum pecado não confessado, falta de fé, negligência na oração e até influência de espíritos malignos. Mas, antes que aqueles que gostam de rotular as pessoas com a rapidez com que Davi condenou o homem que tomou a única ovelha do pobre (2Sm 12), saiba que também pode não ser nada disso.

A depressão pode ser também circunstancial, por estarmos envolvidos em coisas que nem mesmo nós sabemos quais são, isto é, pode não ser culpa nossa. Foi o que aconteceu com Daniel no período em que passou por uma depressão profunda que durou três semanas:

"Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas. Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas” (Daniel 10.2-3).

Daniel descobriria depois que a razão daquilo era uma batalha espiritual que ocorria em função de suas orações. Ou seja, a depressão pode ocorrer como consequência do que está no mundo invisível, seja por nossa falha ou por nossa fidelidade a Deus. Se você fizer uma breve pesquisa na história, verá que maior parte dos depressivos e ansiosos é composta justamente de homens e mulheres de Deus, justamente por conta da pressão com que o mundo e Satanás nos impõem, além das responsabilidades sob as quais nos submetemos diante do Senhor. Sendo este mundo um lugar onde o cristão não é bem vindo, obviamente ele fica mais propício a entrar em depressões inefáveis.

O salmo 88 talvez seja um dos mais fortes com relação à depressão, ansiedade, desespero, terror, abandono, isolamento, etc. Este é o caso de Hemã, um servo fiel a Deus, como ele mesmo se declara no começo do capítulo. O que mais chama a atenção neste capítulo é o silêncio de Deus. A propósito, eu costumo chamá-lo exatamente de “O Salmo do Silêncio de Deus” porque não há um alívio, um consolo ou resposta de Deus ao salmista que se encontra no ápice do desespero humano e sem saber por que se encontra neste estado. É, de fato, um caso de depressão e ansiedade traumático. O Salmo 88 é uma paisagem invernal de desolação sem alívio. Não há uma resposta por parte do Senhor. Ao contrário da maioria dos salmos que costumamos ler, neste não há um final feliz.

Há, porém, outras formas de depressão que não têm origem espiritual, mas física. Nosso corpo é controlado por hormônios e substâncias químicas que causam verdadeiros rebuliços em nosso humor. Mulheres que conhecem os efeitos da tensão pré-menstrual sabem o quanto seus corpos e mentes podem ser afetados pelas mudanças que ocorrem no organismo nesse período.

Antes de descobrirem a causa de problemas físicos como a epilepsia, tudo era considerado problema espiritual e muitas pessoas sofreram severos danos por causa da ignorância.

CONDENAÇÕES POR PARTE DOS IGNORANTES

Infelizmente, ainda hoje vemos pessoas atribuírem à depressão de alguém a sua espiritualidade ou caráter, causando-lhe sofrimentos e danos emocionais irreversíveis. Mas estes sofredores de depressão ou de outros problemas mentais muitas vezes estão sofrendo com as reações do organismo e precisam de ajuda. Pessoas que desconhecem a depressão e que não possuem empatia geralmente chamam os depressivos de “preguiçosos”, “fracos”, “incrédulos”, “malandros”, etc. E os adjetivos podem ser ainda mais condenatórios, tais como “mentirosos”, “vigaristas”, “enganadores”, “vitimistas”, etc. Tudo isso piora ainda mais o quadro do depressivo.

Um exemplo disso é Jó. Jó foi julgado por sua própria esposa devido ao seu estado mental e físico:

“Disse a mulher de Jó: ‘Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre’. Porém ele lhe disse: ‘Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal?’ Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2.9-10).

A mulher de Jó insistia para que ele amaldiçoasse a Deus e morresse (obviamente pelas próprias mãos – suicídio), mas ele deixou claro que aceitava de Deus o mal que lhe afligia, tanto quanto o bem dos tempos de bonança.

Jó foi julgado e zombado por seus próprios amigos, que questionaram sua fé em Deus por conta de sua condição. Seus próprios amigos alegavam que ele estava assim porque estava em pecado. Riam de sua condição miserável. Este é um clássico exemplo do que muitos líderes religiosos fazem com os deprimidos – atribuem a depressão deles ao seu caráter, e colocam em dúvida a sua índole. Crianças cercavam Jó para rirem de sua extrema miséria na alma e no físico. Os amigos mais íntimos de Jó começaram a detestá-lo e se tornaram inimigos dele por conta de sua angústia:

“Os meus próprios amigos zombam do meu estado, e os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus” (Jó 16.20).

“Até as crianças zombam de mim e acham graça do meu estado quando chego. Todos os meus amigos, inclusive os mais chegados, agora me detestam; aqueles mais íntimos, a quem amo, simplesmente voltaram-se contra mim” (Jó 19.18-19).

É impressionante e, ao mesmo tempo estarrecedor, ver como a Igreja falha com os deprimidos ao agir desta maneira nos dias de hoje, com todo o conhecimento que temos sobre as doenças da alma.

SUSPEIÇÕES MESQUINHAS AINDA PERSISTEM

Em seu livro “A Depressão de Spurgeon”, Zack Eswine comenta sobre a depressão de Charles Spurgeon e faz algumas citações do pregador:

“Por causa da lentidão ou ausência de cura, os que sofrem de depressão deverão suportar diariamente vozes de condenação. Afinal de contas, “você já não deveria ter superado isso a essa altura?”.

A condenação provém daquilo que Charles chama de “suspeições mesquinhas”, e que muitos nutrem em relação àqueles que estão em depressão. Aos olhos de muitas pessoas, incluindo cristãos, depressão significa covardia, falta de fé, ou simplesmente falta de atitude. Tais pessoas dizem a Deus em oração, e pessoalmente a seus amigos, que o sofredor de depressão provavelmente está fingindo, é fraco ou não é espiritual. Em nossa frente, eles nos instruem a aumentar nossa coragem, nos envergonham ao nos fazer expor nossas mentiras ou citam a Bíblia para chacoalhar a nossa fé. Tentam argumentar conosco por meio da “lógica” para demonstrar e provar quão absurdos são nossos medos.

Ao escolherem essa postura, provam que não compreendem seu semelhante, homem ou mulher. Somente em momentos exasperados alguns deles finalmente admitem isso. Com toda a força, ou mesmo no sussurro de suas próprias lágrimas, gritam: “eu não compreendo você!”; “isto simplesmente não faz sentido algum!”.

A falta de controle leva tais pessoas a recorrerem de forma apressada a essas ferramentas de incriminação, julgamento, condenação ou exortação espiritual mal orientada, na tentativa de reparar a situação. Todavia, essas ferramentas simplesmente não funcionam com esse tipo de dor. Em vez disso, essas pessoas terão de aprender a usar uma ferramenta diferente. Caso contrário, apenas continuarão chutando o forno quebrado, esperando, em vão, suscitar o seu calor. Um pé dolorido e um amigo amassado são tudo o que tal BIRRA produzirá como resultado” (Zack Eswine – Livro: A Depressão de Spurgeon: Esperança realista em meio à angústia).

O recurso para todo cristão está em Deus e no Senhor Jesus Cristo, que sabe tudo o que passamos. Todavia, é necessário entender que, em algumas circunstâncias, Deus pode querer usar de medicamentos para nos tratar e curar, do mesmo modo como usou uma pasta de figos para curar Ezequias (2Rs 20.7) ou um pouco de vinho para a enfermidade que Timóteo tinha no estômago (1Tm 5.3).

Sendo assim, em alguns casos Deus pode querer que recorremos a médicos e medicamentos para sermos curados de enfermidades como a depressão, que aflige um número cada vez maior de pessoas. Mas, do mesmo modo como a pasta de figos de Ezequias não podia fazer nada por si só, assim o cristão deve estar ciente de que Aquele que às vezes permite que passemos por depressões e ansiedades, tal como fez com Jó e Paulo, só permite isso porque tem um propósito.

Muitas vezes Deus nos ensina que um pouco de ar fresco, exposição ao sol, exercícios físicos e boa alimentação podem ser a solução para uma depressão e/ou ansiedade. Tudo dependerá da sua comunhão com Ele para que Ele te oriente. Sim, um dia Ele irá te orientar. Ele não permitirá que você fique sem uma resposta, ainda que sua depressão dure uma vida inteira. Às vezes, entender o que Deus quer com uma depressão pode aliviar a própria depressão.

Por ora, saiba que fora comprovado que meia-hora de caminhada equivale a um antidepressivo receitado por um psiquiatra! Quem sabe o seu caso não é fruto de isolamento social? Mais uma vez, Deus pode estar querendo te ensinar alguma coisa.

Digo essas coisas porque eu, autor deste artigo, sofro de depressões e ansiedades há muitos anos. Passei pelos melhores médicos, tomei os melhores medicamentos e nada solucionou o meu caso. Após 10 anos de pelejas com os melhores psiquiatras e psicólogos disponíveis, tenho tentado investir na oração e na mudança de estilo de vida, com uma caminhada à luz do sol e um remédio para hipotireoidismo (sim, descobri que parte da minha depressão tem a ver com alterações em uma glândula chamada tireoide). Também fui muito julgado e condenado por não conseguir sequer sair da cama por muito tempo. A própria Igreja tem falhado em seu testemunho ao lidar com os deprimidos!

Para você, que sofre de depressões e ansiedades, eu só tenho uma coisa a dizer: O propósito de Deus talvez não esteja claro na hora do problema, mas certamente um dia ficará, e então veremos que a Sua vontade foi sempre a melhor para nós. Os santos de Deus da antiguidade recorreram Àquele que podia tirá-los daquela depressão e foram atendidos. Nós temos o mesmo Senhor a Quem recorrer.

– JP Padilha
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LEGALISMO E ANTINOMIANISMO: DOIS EXTREMOS OPOSTOS QUE PISAM NA GRAÇA | JP Padilha


Você já ouviu falar em legalismo religioso? E em antinomianismo religioso? Trata-se de duas doutrinas malignas, porém opostas, de forma que o legalismo exige que você esteja debaixo da lei para ser salvo e o antinomianismo ensina que você está livre de qualquer tipo de lei para ser salvo. Quer entender a fundo sobre isso? Então vamos à leitura!

Quantas vezes você já ouviu alguém dizer que, contanto que nossas boas ações superem nossas más, Deus nos receberá no Céu de braços abertos? Quantos sistemas religiosos são construídos sobre obras? Quantas pessoas se sentem presas pelas incessantes tentativas fracassadas de alcançar a perfeição? Esses são todos casos de legalistas (ou fariseus) – pessoas que pensam que pelas obras (ou pela obediência à lei e à tradição) serão salvas. No Arminianismo é a mesma coisa. Mas neste artigo iremos tratar exclusivamente do Legalismo e do Antinomianismo, que é o extremo oposto ao Legalismo e que também leva à perdição. Dentro do Legalismo (ou Farisaísmo, como é chamado nas Escrituras) encontramos também um compêndio de regrinhas inventadas pelos homens, como foi o caso dos fariseus na época de Jesus no que diz respeito à Torá (ou Tradição dos Antigos), que consistia numa lista de regras instituídas por eles mesmos, mas que nem mesmo eles obedeciam. Para dar um exemplo dos dias de hoje, observemos as várias denominações religiosas que estipulam regras do tipo: “Fumar é pecado, beber bebida alcóolica é pecado, ouvir músicas seculares é pecado, dançar é pecado, assistir filmes seculares é pecado, etc”. Tudo isso vale a pena para os fariseus da nossa era para alcançar o Céu por meio de obras ou por meio dessas regrinhas criadas pela própria mente. É uma epidemia! Trata-se de um sistema farisaico que começou há muito tempo, e Jesus repreendeu severamente esse sistema de coisas na sua época, deixando claro aos fariseus que Ele não fazia parte do sistema religioso criado por eles mesmos. A verdade é que nem a lei, nem a lista de regras criada por esses líderes religiosos podem torná-los mais espirituais ou levá-los à salvação. Evitar essas coisas supérfluas, as quais Deus nunca proibiu (algumas Ele apenas restringiu) não é garantia de salvação.

A expressão mais clara do legalismo nas Escrituras vem das histórias dos antagonistas nos evangelhos judaicos, os fariseus. De fato, graças a eles, temos o termo “farisaico”, definido como “severa autojustiça hipócrita”.

Cristo confrontou essa tendência de ser farisaico em todas as páginas dos evangelhos. Um desses lugares é a parábola sobre o fariseu e o coletor de impostos em Lucas 18:

“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lucas 18.9-14).

Preste atenção: O fariseu orou: “graças te dou porque não sou como os demais homens” (vs. 11). Isso é autojustiça. O fariseu ainda afirma que jejua e dizima (vs 12). Isso é obediência exterior. Não há arrependimento de pecados, mas sim o ego do homem que se autoproclama perfeito. Por outro lado, contrastando o fariseu, o cobrador de impostos simplesmente ora: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador” (vs. 13)! Aqui há clamor pela graça.

Alguns versos depois, o governante rico vem até Cristo. Ele também se comporta como um fariseu, afirmando sua autojustiça. Parece que em todo lugar que Cristo vai, ele encontra fariseus.

Ironicamente, os fariseus, embora se gloriassem por guardarem a lei, não estavam verdadeiramente preocupados com a lei de Deus. Na verdade, eles criaram todo um sistema de regulamentos para permitir que eles contornassem a lei de Deus (é o que vemos nas denominações religiosas de hoje, em sua maioria). Eles eram especialistas em criar brechas para pecar e saírem com fama de justos. Eles tinham um sistema de leis feito pelo homem para evitar a lei divina (é também o que vemos nas instituições religiosas hoje). Eles levaram Israel para o caminho errado. Por isso, vemos por que Jesus, tão veementemente, se opôs a eles e os chamou de falsos pastores de Israel, como na série de “desgraças” desencadeadas em Mateus 23. Jesus não fazia parte do sistema religioso criado pelos fariseus. Jesus nos deu uma religião pura e simples, e nos ensinou a como nos reunir para adoração e ministério de uma forma totalmente diferente do sistema judaico de adoração (Mt 18.20).

Um caso clássico de legalismo é a Torá (Tradição dos Antigos), um sistema de regras criado pelos fariseus. Eles atingiram um nível de legalismo tão grande, que se colocaram debaixo dessas tradições criadas por eles mesmos em lugar dos mandamentos de Deus (Mc 7.6-13). Na Cristandade atual não é diferente. Temos como exemplo a Igreja Presbiteriana do Brasil. Ela desenvolveu um sistema próprio de regras que não pode ser desobedecido pelos membros da seita. São os “documentos confessionais” (seria o mesmo que a Tradição dos Antigos - Torá), conhecidos também como “Confissões de Fé”. Durante a iniciação do indivíduo que quer fazer parte da denominação, o iniciante deve fazer um juramento sobre essas Confissões de Fé para poder ser considerado um membro daquela instituição. Se ele pisar em um só ponto dessas Confissões ou fizer qualquer questionamento, ele é “convidado a se retirar” da denominação.

Jesus repreendeu severamente os fariseus por estes seguirem sua própria tradição ao invés dos mandamentos de Deus. Eles ensinavam doutrinas de homens, não de Deus. Eles guardavam doutrinas de homens, não de Deus. E a repreensão de Jesus vale tanto para os fariseus de sua época quanto para os fariseus de hoje:

“Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa própria tradição. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós mesmos ordenastes por conta própria. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas” (Marcos 7.6-13).

Antes de sua conversão, Paulo foi um desses falsos pastores. Paulo era o legalista consumado. Na verdade, seria difícil encontrar outra pessoa tão zelosa pela lei. Após sua conversão, vemos que ele tinha conhecimento de causa quando declarou: “visto que ninguém será justificado diante dele (de Deus) por obras da lei” (Romanos 3.20). Ele tinha conhecimento de causa quando lamentou: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição” (Gálatas 3.10). Paulo aqui está falando das leis cerimoniais do Antigo Testamento, incluindo o Sábado dos judeus, que não são regras para a Igreja.

“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tiago 2.10).

Paulo teve uma experiência pessoal com a graça. Assim, ele declarou com alegria: “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei” (Gálatas 4.4-5). É impossível estudar Paulo sem entrar em contato com a graça. Assim, lemos em Romanos 5 que todo o nosso esforço para sermos salvos chega ao fim em Cristo. Só podemos alcançar a paz com Deus pela fé em Cristo – o único que guardou a lei perfeitamente.

JESUS NUNCA FOI SIMPÁTICO OU TOLERANTE
COM OS LEGALISTAS E DOUTORES DA LEI


A interação de Jesus com as autoridades religiosas de sua época não era nada cordial; pelo contrário: era hostil. Ao consultarmos a Bíblia, vemos o primeiro momento da relação de Cristo com os “doutores da lei” em Lucas 5.17. Daquele momento até chegarmos em Lucas 24.20, onde é mencionado um grupo de "chefes dos sacerdotes e autoridades", toda vez que a elite religiosa de Israel aparece diante de Jesus há conflito entre eles (entre Jesus e os fariseus - legalistas). Nessa rivalidade, muitas vezes é o próprio Jesus quem, de caso pensado, provoca as hostilidades. Quando Ele fala com os líderes religiosos ou sobre eles – seja em público ou em particular –, normalmente é para julgá-los e condená-los como tolos e hipócritas (Lc 11.40; 12.1; 13.15; 18.10-14). Quando Jesus percebe que eles estão o observando a fim de acusá-lo de violar suas restrições artificiais acerca do sábado ou dos sistemas de lavagem cerimonial criados por eles mesmos, Ele desafia de propósito suas regras (Lc 6.7-11; 11.37-44; 14.1-6). Em Lucas 11.45-54 observamos que Jesus fora informado de que Seu julgamento contra os fariseus ofendia os peritos na lei. Esses peritos na lei eram os principais estudiosos e acadêmicos do Antigo Testamento daquela época. Quando Jesus ficou sabendo que eles estavam ofendidos por causa de Seu apontamento contra eles, imediatamente Ele se dirigiu aos peritos da lei e rasgou o verbo contra eles também (Lc 11.45-54).

Jesus nunca usou a abordagem pacifista com legalistas e hereges, nem mesmo lhes estendeu a mão para cumprimentá-los. Jesus não tolerava religiosos hipócritas que insistiam em permanecer na ignorância. Ele jamais se reuniu com eles em uma fraternidade ecumênica e muito menos fez o tipo de apelo particular gentil que os ditos “cristãos” da nossa era normalmente costumam fazer antes de advertir os outros sobre os perigos de se relacionar com falsos mestres. Mesmo quando lidava com as figuras religiosas mais respeitadas de sua época, Ele enfrentava os enganos delas de um modo ousado e direto. Às vezes, o enfrentamento de Jesus contra as crenças e práticas dos doutores da lei era tão intrépido que Ele os colocava em uma situação de vergonha, expondo-os ao ridículo.

Jesus não era “simpático” com os doutores e mestres conforme algum padrão pós-moderno que conhecemos, nem lhes estendia a falsa cortesia acadêmica. Ele não convidava esses ditos “doutores” para uma conversa particular sobre seus diferentes “pontos de vista”, pois, para Jesus, não era uma questão de ponto de vista, mas da Verdade contra a mentira. Cristo não exprimia suas falas com eufemismos a fim de não ofender aqueles que o estavam ouvindo; não tentava suavizar sua repreensão contra os legalistas e hereges. Ele não se importava em transformar seus ensinamentos em discursos totalmente impessoais para evitar que os sentimentos dos ouvintes fossem feridos; Ele não se importava em fazer nada para diminuir a rigidez de suas críticas, nem se preocupava em amenizar o caráter repreensivo de suas severas palavras contra o erro, e muito menos tentava minimizar o constrangimento público dos fariseus quando estes eram repreendidos por Ele. Cristo deixava o mais claro possível que desaprovava a religião desses assim chamados “doutores” e “mestres”. Toda vez que Ele mencionava esses lobos em pele de cordeiro, parecia totalmente insensível à vergonha e frustração deles diante de Sua sinceridade. Sabendo que estavam buscando razões para serem insultados, Jesus muitas vezes fazia e dizia as mesmas coisas que sabia que os deixariam ainda mais ofendidos.

Sem dúvida, é significativo que a abordagem que Jesus usava para lidar com o engano religioso é nitidamente diferente dos métodos usados pelas ditas igrejas do nosso século.

Será que essa personalidade excêntrica e polêmica de Jesus ganharia a admiração dos acadêmicos e doutores em teologia hoje? Consideremos, pois, o modo como Jesus tratava seus adversários. Admitamos que seu proceder na terra é, na verdade, uma repreensão séria à Igreja da nossa geração. É necessário que nos atentemos cuidadosamente ao modo como o nosso Mestre Jesus Cristo lidava com falsos mestres, ao que Ele pensava a respeito do engano religioso, ao modo como Ele defendia a verdade, a quem Ele reconhecia como sendo de Deus e a quem Ele julgava como legalista, herege e condenado – e a como Ele, na verdade, não se encaixava no estereótipo meigo que hoje tão frequentemente os crentes lhe impõem.

O LEGALISMO LEVA AO ARMINIANISMO

Entendendo bem este conceito de Legalismo/Farisaísmo, concluímos que é muito difícil para um homem acreditar que Deus é gentil com ele quando ele se converte. O coração humano não consegue entender a graça que lhe foi dada. Se não olhamos para a graça, olhamos para nós mesmos e para nossos próprios esforços, e é aí que estão as raízes do legalismo. O homem pensa que só será salvo por meio de seu próprio esforço e boas obras. Isso é um engano de Satanás. Na Bíblia constatamos que não há participação alguma do homem no processo da salvação: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.8-10). Ou seja, somos salvos “para” as boas obras e não “pelas” boas obras. Só o que já fora dito aqui já prova que o livre arbítrio dos legalistas é uma ilusão ensinada na maioria das ditas igrejas evangélicas e no catolicismo romano. Tudo que a doutrina do livre arbítrio – também conhecida como Arminianismo – ensina não passa de mera filosofia humana. É o legalismo em seu grau máximo. É a raiz do legalismo.

Mas alguém poderá perguntar: “E quando a Bíblia fala das boas obras como uma das marcas do cristão? Quer dizer que o homem de Deus não faz o bem?”. Acabamos de responder a esta indagação no versículo 10 de Efésios 2: somos feitura sua (de Deus), criados em Cristo Jesus PARA as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. Não somos salvos “pelas boas obras”, mas “para” as boas obras, as quais Deus determinou, de antemão, que operaria em nós, visto que Ele é quem opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade (Fp 2.13).

As raízes do legalismo estão no próprio coração humano pecaminoso e caído. Certamente você já deve ter ouvido em falar sobre “livre arbítrio”. Trata-se de uma doutrina satânica que visa atribuir ao homem algum mérito pela sua salvação. É a doutrina da “salvação pelas obras”. O coração manifesta sua condição pecaminosa em nosso desejo deformado de confiarmos em nossos próprios méritos e em nossas próprias habilidades na tentativa de, por algum modo, sair do poço do pecado e alcançar a plenitude do caminho até o Céu. Descobrimos a graça como o gosto amargo de uma pílula. Ela nos diz que nunca podemos ser bons o suficiente. Veja o que Isaías fala a respeito das nossas próprias obras de justiça:

“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Isaías 64.6). No texto original, a expressão "trapo da imundícia" é "pano de menstruação". Ou seja, se você considerar o fato de que Deus coloca nossas justiças no mesmo nível de um absorvente higiênico usado, vai perceber que não existe nem reciclagem para nossas boas obras.

O apóstolo Paulo declara a respeito de sua natureza humana:

“Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço” 
(Romanos 7.15.19).

ANTINOMIANISMO – CUIDADO! VENENO!

Curiosamente, o oposto do legalismo também tropeça na graça. O oposto do legalismo é o Antinomianismo. A palavra “Antinomianismo” vem de duas palavras gregas: anti, que significa "contra", e nomos, que significa "lei". Sendo assim, antinomianismo significa “contra a lei”. Tal crença se baseia na ideia de que, se Jesus pagou pelos nossos pecados na cruz e aboliu o Velho Testamento, os cristãos não são ordenados a obedecer as leis morais de Deus que, por meio de Cristo, são direcionadas à Igreja. De fato, Cristo cumpriu a lei, pagou pelos pecados dos eleitos e aboliu o Velho Testamento (2Co 3.2-18; Rm 10.4; Gl 3.23-25; Ef 2.15). Todavia, Ele estabeleceu leis para a Igreja cumprir e muitas delas de forma intensificada. Se antes não podia tocar em mulher alheia, agora o crente não pode sequer olhá-la para desejá-la (Mt 5.28). O antinomianismo trata-se de uma doutrina luterana de João Agrícola (1494-1566), que, em nome da “supremacia da fé e da graça divina”, ensina a indiferença para com a lei, como se a Igreja estivesse isenta de sua responsabilidade para com a Doutrina dos Apóstolos e livre para pecar.

De fato, Cristo encerrou, na Cruz do Calvário, as leis cerimoniais do Antigo Testamento, as quais para nós não passam de “fábulas judaicas” (Tt 1.14) e “ordenanças caducas” (Cl 2.11-23). Todavia, Sua LEI para a Igreja está intacta e o mandamento que resume todo o Novo Testamento, em termos de obediência, é: "Sede santos" (1Pe 1.15-16)... “porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (1Ts 4.7).

Teologicamente falando, os antinomianos fogem de qualquer obrigação legal ou de qualquer mandamento divino. Os antinomianos são como James Bond: eles têm licença para pecar. Mas essa é a triste mentira do antinomianismo: não é liberdade, é licença.

Certamente você já deve ter ouvido por aí, pela boca de alguns pregadores antinomianos, o seguinte: “Você não precisa obedecer a Cristo porque Ele disse que basta crer para ser salvo”. Para tal, eles isolam o versículo de Atos 16.31. Mas este versículo não está dizendo que a Igreja não precisa obedecer a Deus. Diz que basta crer em Jesus Cristo para ser salvo. O problema é que os antinomianos excluem todo o contexto da doutrina dos apóstolos, onde Jesus irá nos revelar mandamentos a serem seguidos rigorosamente. É claro que isso não será possível pelas nossas próprias mãos, pois é Cristo quem começa a boa obra em nós e é Cristo quem a termina até o dia da nossa partida: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1.6).

O Dictionary.com define o antinomiano como “uma pessoa que entende que os cristãos, em virtude da graça divina, são libertados não só da lei bíblica e das normas comportamentais prescritas para a Igreja, mas também de todas as leis morais”. Em outras palavras, um antinomiano se vê sem a obrigação de seguir qualquer tipo de código moral. Ele é completamente livre. O antinomiano prega um evangelho sem cruz, onde o cristão só tem que crer em Jesus e mais nada. O cristão tem licença para pecar e morrer no pecado porque basta crer. A mensagem é atrativa e parece coadunar com as doutrinas da graça, mas é um engano de Satanás. Trata-se de um completo sofisma teológico.

Jesus disse: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé. E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho? Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2.19-26).

Jesus asseverou: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16.24)

A doutrina antinomiana pode ser vista como uma versão extrema do fácil credulismo. É verdade que somos salvos pela graça através da fé, mas o crente deve sempre lutar contra a sua natureza pecaminosa, visto que ele nasceu morto em seus pecados (Rm 3; 7.20). As Escrituras ensinam que, após a fé, deve haver um modo de vida correspondente que agrada a Deus e está repleto de boas obras (Cl 1.10-12). Devemos confessar nossos pecados ao Senhor (1Jo 1.9), não somente pecados passados, como pecados presentes e futuros, visto que não temos a capacidade sequer de lembrarmos de todos os pecados que cometemos. Aquele que diz que não peca se faz mentiroso, e Deus não está nele. Mas, aquele que confessa seus pecados a Deus mostra que é um salvo, visto que seus pecados foram perdoados há mais de 2.000 anos na cruz do calvário, pelo sacrifício da cruz. Deus não irá condenar alguém por este ter se esquecido de confessar um pecado antes de morrer. Estamos falando de uma confissão definitiva e progressiva, e para definir o pecado devemos ter um padrão.

“E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 João 1.5-10).

No versículo que acabamos de ler vemos a aversão de Deus pelos antinomianos. Toda a doutrina antinomiana se opõe, de forma maligna, a estes versos das Escrituras! Ao darem o nome de “graça” a licença para pecarem, pisam na graça de Deus. Não são livres, mas libertinos! Cristo nos chamou para a liberdade, não para a libertinagem.

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6.12). Oras, que luta é esta que travaremos contra as potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais, se para ser salvo basta somente “crer em Jesus”? Porventura o fruto da fé em Cristo não é justamente o contrário?

“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3.8).

A ideia básica por detrás do antinomianismo, de que não há lei moral que Deus ordena que os cristãos obedeçam, é manifestamente antibíblica. “Porque o amor de Deus está nisto: em guardarmos seus mandamentos, e seus mandamentos não são um peso” (1 João 5.3). Cristo tem comandos. Efésios 4 dá um código moral óbvio, e o antinomiano não pode simplesmente ignorar essas diretrizes:

– Deixai a mentira (vs. 25)
– Não se ponha o sol sobre a vossa ira (vs. 26)
– Aquele que furtava não furte mais (vs. 28)
– Trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom (vs. 28)
– Compartilhe com os necessitados (vs. 28)
– Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe (vs. 29)
– Seja toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia, tirada dentre vós (vs. 31)

Além do mais, as Escrituras são muito claras em outros capítulos sobre o fato de que aqueles que morrem em seus pecados estão condenados ao inferno, como por exemplo em 1 Coríntios 6.10: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus”.

Em um trecho de meu livro (O Evangelho Sem Disfarces) onde eu falo sobre o pecado do adultério do segundo casamento entre divorciados, eu faço um chamado aos cristãos ao arrependimento:

UM CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

A Bíblia diz que os adúlteros não herdarão o reino dos céus (1Co 6.10). O versículo de João 8.11 fala exatamente sobre uma mulher que adulterou. O que Jesus disse a ela? "Vá e não peques mais". Em momento algum Ele diz "permaneça no adultério", mas sim "Vá e não peques mais". Jesus não estava interessado se aquela moça (deveras casada, pois praticou moicheia - adultério) já havia construído outra vida e com outra pessoa. Jesus não perguntou a ela o que lhe faria sentir bem consigo mesma, ou, ainda, se as circunstâncias da sua vida possuíam barreiras demais para se acertar com Deus. E são exatamente estas coisas que os pastores do século presente fazem: "Ah... você já formou outra família? Bom, nesse caso concedemos uma exceção para você"! Quem inventou tal bestialidade? Quem deu o direito ou autoridade de revirarmos os 66 livros da Escritura de cabeça para baixo com a finalidade de "abrir uma exceçãozinha" para o irmão que está em pecado? Nem todos suportam ouvir essa verdade, mas é isso que a Bíblia ensina. Quem recasa destruiu, irremediavelmente, a figura indissolúvel do relacionamento entre Cristo e a igreja, comparados com o marido e com a esposa respectivamente (Ef 5.24-25 ).

O verdadeiro arrependimento produz mudança de pensamento, e o pensamento produz mudança de atitude. A própria lógica nos diz isso. Ou sai do adultério ou fica nele. As duas coisas ao mesmo tempo não existe. Os que aceitam que divórcio e “re-casamento” são de fato condenados pela Bíblia e, ao mesmo tempo, negam que aqueles que se mantém no erro do “segundo-casamento” estão em constante ADULTÉRIO, estão a cometer um paradoxo sem precedentes. Isso é afrontar a inteligência humana.

Quando uma pessoa ouve a verdade, ela toma uma atitude ou outra: Ou ela vai para o lado certo ou ela vai para o lado errado. Uma pessoa arrependida do divórcio e do "novo casamento" irá criar uma ruptura no adultério, por mais que ela tente impedir. Eu vi isso acontecer. Certa vez uma mulher adúltera entendeu meu artigo a respeito do tema e ficou ARREPENDIDA. Automaticamente a relação dela com o adúltero entrou em crise. O que ela fez para cessar a crise? Escolheu o caminho errado e voltou atrás! Ela encontrou uma brecha na lei de Moisés e justificou seu ato por meio desta brecha. Depois disso ela rompeu todos os contatos comigo para não ouvir mais nada sobre o assunto.

Diante do exposto, uma pergunta popular sempre surge: “O adultério anula o Sacrifício Expiatório de Cristo?” Esse tipo de pergunta jamais deveria ser feita por um cristão. Isso prova o quão longe ele se encontra de Deus. Pois nada e nem ninguém anula o sacrifício de Cristo. O fato é que, como qualquer outro pecado, o divórcio e o adultério do segundo casamento, quando não retratados (abandonados), são simplesmente o resultado da não-regeneração do pecador. É o fruto resultante de um não-eleito. Não existe justificação sem santificação. Do contrário, isso seria antinomianismo (cf. Rm 6.1-23). A obediência é o resultado da salvação e não um pré-requisito para ser salvo. "Porque somos feitura Sua [de Deus], criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2.10). Ou seja, o fato de sermos salvos pela graça e não pelas obras não significa permissão para pecar. Pelo contrário, a graça é concedida justamente para tornar possível a santificação do eleito. "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?" (Romanos 6.16). A ovelha pode cair na lama, mas só um porco consegue permanecer nela. (Trecho de: “Divórcio e Segundo Casamento de Divorciados” – Livro: “O Evangelho Sem Disfarces” – cap. 5 – “Casamento, Divórcio e Novas Núpcias”).

Infelizmente, muitos cristãos professos hoje vivem um estilo de vida antinomiano, mesmo que não se considerem antinomianos. Eles afirmam uma crença salvadora em Jesus Cristo, mas falham em viver de acordo com essa crença de maneira bíblica. O pecado é pecado, mesmo sob a graça. Romanos 6 adverte: “Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Romanos 6.15-16).

UM CHAMADO À SANTIFICAÇÃO

Tiago também fala claramente sobre a necessidade do crente de viver de forma justa. Ele até fala de uma “lei”: “Todavia, fazeis bem se estais obedecendo à lei real segundo a Escritura que diz: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Tiago 2.8). Tiago prossegue desafiando aqueles que acreditam que podem viver como querem: “Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me tua fé sem obras, e eu te mostrarei minha fé por meio de minhas obras” (Tiago 2.18). Para Tiago, importa muito como vivemos: “Vedes então que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé” (Tiago 2.24). O antinomiano está errado ao pensar que não está sob lei alguma. A Igreja está sob a lei de Cristo.

É bom para nós examinarmos periodicamente nossas próprias vidas a fim de sabermos se estamos vivendo um estilo de vida antinomiano de alguma forma. Estamos caminhando na moralidade, integridade e amor em todas as áreas de nossas vidas? Ou estamos de alguma forma relaxando em nossa moralidade, presumindo que a “graça” cobrirá nosso estado de pecado? “E sabemos que o conhecemos, se guardarmos seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele; mas todo o que guarda a sua palavra, neste o amor de Deus tem de fato se aperfeiçoado. E assim sabemos que estamos nele. Quem afirma estar nele também deve andar como ele andou” (1 João 2.3–6).

NÃO EXISTE JUSTIFICAÇÃO SEM SANTIFICAÇÃO

Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 6.1-23).

POR QUE DEVO OBEDECER A DEUS
SE JÁ ESTÁ TUDO DECRETADO?


A mais satisfatória resposta para esta queixa está em Romanos 9.19-24. Nesta passagem Paulo antecipa a mesma lamúria de forma retórica (ele já 'previa' que alguém pudesse questionar sua mensagem) e que se refere aos eternos decretos de Deus. Veja o contexto da pergunta retórica e como Paulo lida com ela:

“Então me questionarás: ‘Por que Deus ainda nos responsabiliza? Pois, quem pode resistir à Sua vontade?’ Mas, quem és tu, ó homem, para discutires com Deus? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: ‘Por que me fizeste assim?’ Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Romanos 9.19-24).

Do verso 14 ao 29 de Romanos 9 (vide o contexto) podemos encontrar uma “diatribe”. Trata-se de um recurso de retórica em que o escritor responde aos questionamentos de um opositor imaginário. Os questionamentos levantados pelo opositor arminiano estão em Romanos 9.14 e 9.19. A “diatribe” é um artifício muito eficaz ao lidar com incrédulos que tentam achar respostas não concedidas de forma exaustiva na Bíblia, mas que estão implícitas em seu determinismo em termos de soberania divina. Porém, este recurso só funciona se o autor está entendendo corretamente o opositor. Todos os dois questionamentos do opositor (9.14 e 9.19) tem a ver com a “injustiça de escolher uns para a salvação e predestinar outros para a perdição eterna”. Se o apóstolo Paulo estivesse lidando com os preceitos de Deus ou, ainda, com a ‘eleição de nações’ ao invés de indivíduos, ele poderia ter corrigido este equívoco e concluído da seguinte maneira: “Não estou tratando dos decretos eternos de Deus, mas de seus preceitos para a Igreja; não estou falando de pessoas, mas de nações”. Contudo, o apóstolo estabelece a objeção como legítima e a responde de forma direta, concisa e sem eufemismos, enfatizando sua intenção de falar sobre os decretos de Deus em termos de metafísica, e não de Suas ordens direcionadas a todos os homens para que obedeçam. Ele também deixa claro que não se refere à nenhuma ‘promessa terrena à Israel’ aqui (como em outras passagens), mas à eleição de indivíduos para a Salvação.

Sendo assim, a ordem é clara: Obedeça a Deus e se cale diante dos desígnios do Senhor. Prostre-se diante de Deus, em temor e tremor. Ponto final.

A Bíblia é assim: Ela não se coloca na obrigação de responder a todas as nossas perguntas. Ela não se permite dizer o "porquê" de muitas coisas, mas vai direto ao ponto e ordena que o homem se cale diante de Deus. A Palavra de Deus é DETERMINISTA, não fatalista. Antinomianos são fatalistas por definição, pois creem que, já que Deus preordenou todas as coisas, não tem porquê obedecer seus mandamentos. Isso é heresia de perdição.

DECRETOS E PRECEITOS

Muitos incautos apelam para passagens normativas como Ezequiel 18.32, na tentativa de driblar Deus de Seus eternos decretos e ainda assim o manter na posição de ‘totalmente Soberano’. Todavia, passagens como Ezequiel 18.32, assim como milhares de outras, onde Deus ordena a todos que se arrependam de seus pecados e escolham viver em santidade com Ele, não estão lidando com os decretos divinos, mas sim com os preceitos de Deus – Sua ordem universal para que todo homem se arrependa e se converta de seus maus caminhos (At 3.19). O Deus que ordenou a Faraó que libertasse Seu povo é o mesmo Deus que, no contexto seguinte, endureceu o coração de Faraó para que este não o obedecesse (Ex 8.1; 10.27). É por esta razão que Paulo menciona Faraó como exemplo clássico de como Deus lida com suas criaturas num nível metafísico, em Romanos 9: “Porque diz a Escritura a Faraó: ‘Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra’. Logo, pois, Deus se compadece de quem Ele quer e endurece a quem Ele quer”. (Romanos 9.17,18).

A solução para o legalismo não é antinomianismo. A solução para o antinomianismo não é legalismo. A solução para ambos é a graça, aquela que Lutero nos disse que era difícil de entender.

Assim como Cristo confrontou o legalismo em quase todas as páginas dos evangelhos, você pode encontrar legalismo em todas as páginas da história da igreja. Entretanto, você também pode encontrar o oposto. Como vimos na Bíblia, Jesus e os apóstolos confrontaram os antinomianos de sua época com ferrenha oposição a esse movimento libertino. O antinomianismo prosperou durante muitos séculos. Podemos vê-lo prosperar na Reforma Protestante e continua a prosperar em meio a bolsões de fundamentalismo. Infelizmente, podemos contar toda a história da busca equivocada da humanidade por Deus, traçando esses sempre presentes fios de legalismo e antinomianismo.

O oposto do legalismo não deve ser antinomianismo – licença para pecar. O oposto de legalismo é liberdade em Cristo. Costumo chamar a epístola aos Gálatas de minha “Camila”. Estou comprometido com ela. Isso é um elogio que tem dois aspectos: Reflete o quanto eu amo minha esposa e reflete o quanto eu amo profundamente a mensagem de Gálatas. É a “Epístola da Liberdade”, não da libertinagem.

A realidade é que não somos bons. Quão irônico é que parte das “boas novas” do evangelho é que não somos bons em nada. E por não sermos bons, nunca podemos olhar para nós mesmos, mas devemos olhar para aquele nascido de mulher, nascido sob a lei. Ele é o único justo. Ele guardou a lei e suportou sua punição por aqueles que confiam nele. Deus derrama sua graça livremente sobre nós por causa do que Cristo fez por nós. Cristo nos libertou (Gl 5.1), mas não nos deixou sem uma lei. Se Ele tivesse nos deixado sem lei alguma, não precisaríamos de uma Bíblia em casa para sabermos o que podemos e devemos fazer ou não em nossa peregrinação neste mundo. Simplesmente viveríamos sem regras.

A palavra Cânone, em hebraico “qenéh” e no grego “kanóni”, tem o significado de "régua" ou "cana [de medir]", no sentido de um catálogo. Isto significa que não somos nós quem determinamos as regras de nossas vidas. Temos um catálogo, e este catálogo contém regras. O antinomiano vive como se não existisse este catálogo – cânone bíblico.

CONCLUSÃO:

A soberania de Deus e a responsabilidade humana andam de mãos dadas. Não se pode separar uma da outra. Do contrário, isto seria antinomianismo. Podemos chamar também de fatalismo teológico – a crença de que, se Deus predestinou todas as coisas, não há por que obedecer suas regras. Não há espaço para a vontade do homem nos eternos decretos de Deus. De fato, o homem é um ser dotado de vontades, mas não de livre-arbítrio. Aquele que é chamado por Cristo recebe a liberdade da escravidão do pecado e do jugo de satanás e do mundo, mas jamais poderá dizer que um dia foi [ou é] livre de Deus.

Não existe justificação sem santificação. Do contrário, isto seria antinomianismo: uma afronta às leis de Deus direcionadas aos Seus filhos.

“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e nào lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tiago 2.14-17).

"Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou" (Romanos 8:29,30).

“E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1 João 2.3-6).

Não somos salvos porque obedecemos a Deus. Obedecemos a Deus porque somos salvos!

– JP Padilha
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Se você me perguntar o que eu sou, eu lhe responderei: "sou esposo". Se você insistir, lhe responderei: "sou pai"....