A BÍBLIA FALA DE TRANSUBSTANCIAÇÃO? | JP Padilha



Segundo a crença católica, a transubstanciação ocorre durante a “Santa Missa”, quando o sacerdote ministerial (Padre, Bispo) realiza o “Sacrifício Eucarístico”, fazendo as vezes de Cristo (in persona Christi), repetindo as palavras ditas por Jesus na ceia feita antes de sua morte: “Isto é o Meu Corpo... Isto é o Meu Sangue” (cf. Mateus 26.26-28).

A seita católica romana declara que, após as palavras do sacerdote, os elementos pão e vinho se transformam literalmente no corpo e sangue de Cristo durante a ceia. O Concílio de Trento declara: “Se alguém negar que no Santíssimo Sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e por conseguinte o Cristo todo, e disser que somente está nele como sinal, figura ou virtude – seja excomungado” (Concílio de Trento, Cânones Sobre a Santíssima Eucaristia).

E acrescenta: “Se alguém negar que aquilo que se oferece na missa não é Cristo para ser comido, seja excomungado” (Concílio de Trento, citado em A Igreja que veio de Roma, op. cit., p. 127).

Se, por um lado, há ampla evidência histórica por parte do Romanismo em defesa da transubstanciação, por outro, como veremos aqui, não há nenhum fundamento bíblico que favoreça essa prática. Na verdade, há base bíblica suficiente para condená-la. Não existe na Bíblia a ideia de que ocorra uma transubstanciação durante a ceia, isto é, a ideia de que o pão se transforma no corpo de Cristo e o vinho no seu sangue. Ver Deus em objetos é costume pagão, e todas as passagens da Bíblia onde encontramos objetos com referência ao Senhor estão sempre apontando para representações ou exemplos da realidade. O Senhor Jesus disse: “Eu sou a Porta” (Jo 10.9), “Eu sou o Caminho” (Jo 14.6), “Eu sou a Videira verdadeira” (Jo 15.1), “Eu sou o pão vivo que desceu do céu” (Jo 6.51), etc. Acerca dEle foi dito que é o “Cordeiro” (Jo 1.36). Ele também disse: “Eu sou a Resplandecente Estrela da manhã” (Ap 22.16). Mesmo assim, todos nós entendemos que Ele sempre disse essas coisas no sentido figurado, pois jamais alguém iria adorar uma porta, uma estrada ou uma videira (com exceção dos católicos). A ideia da transubstanciação surgiu inicialmente nos escritos de um tal de Pascácio Radberto, em 818, tendo depois se transformada em um dogma no concílio de Latrão, em 1200.

Mateus 26.27-28 nos fala da ceia que foi celebrada ANTES da morte do Senhor. Aquela ceia não era uma transubstanciação, pois o Senhor estava presente ali entre os discípulos e nem passaria pela cabeça deles olhar para o pão como sendo o Senhor que estava, em carne e osso, diante de seus olhos. Vale ressaltar também que esta ceia não era uma recordação da morte do Senhor, visto que Ele ainda não havia morrido. Aquela ceia era uma antecipação da Sua morte, diferente da ceia de 1 Coríntios 11.23-29, que é a ceia que agora celebramos como memória de algo passado. A ceia de Mateus 26.27-28 (feita antes da morte de Jesus) não é a ceia instituída à Igreja na epístola de Paulo aos coríntios.

A ceia que o Senhor revelou a Paulo, para que este, por sua vez, nos ensinasse, foi uma revelação nova, a qual Paulo não aprendeu de Pedro ou dos outros discípulos do Senhor. “Porque eu recebi DO SENHOR o que também vos ensinei...” (cf. 1Co 11.23-29).

O PÃO QUE CAIU DO CÉU

Dentre as passagens mais usadas por católicos romanos para a doutrina demoníaca da transubstanciação, João 6.48-58 está no topo da lista. Todavia, a passagem de João 6.48‑58 nada tem a ver com o pão da ceia. O pão da ceia é um símbolo do Corpo de Cristo, que morreu para nos dar eterna salvação. O pão de que João fala é em referência ao pão que caiu do céu, alimento do povo de Deus. Isto significa que hoje nos alimentamos de Cristo, comemos Sua carne e bebemos o Seu sangue, ou seja, somos mantidos vivos eternamente pelo Seu sacrifício. Esta passagem fala da SALVAÇÃO, não da ceia instituída à Igreja por meio do apóstolo Paulo. Vejamos a passagem:

“Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer? Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre” (João 6.48-58).

O Senhor não faz nenhuma referência à ceia aqui, pois a ceia foi dada aos Seus somente (Judas saiu antes) e Ele não iria ensinar coisas tocantes à ceia a judeus incrédulos, como é o caso da passagem de João 6. A passagem toda nos fala de salvação e não de celebração. Se considerarmos a passagem como sendo a ceia, então uma pessoa só seria salva se recebesse o pão da ceia, pois o Senhor diz que “se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos” (vs 53). Portanto, esta passagem não trata da ceia do Senhor – nem da que foi feita entre os apóstolos antes de sua morte e ressurreição (Mt 26.27-28), nem da que foi instituída à Igreja para celebrar sua morte e ressurreição (1Co 11.23-29). Sendo assim, não há base bíblica alguma que sustente o dogma romanista da transubstanciação.

Ora, qualquer cristão esclarecido e que estudou a doutrina da seita católica sabe que a missa é uma blasfêmia contra Jesus Cristo. Nos seus dois aspectos de sacramento e sacrifício, ela cobiça anular completamente a mensagem do evangelho. Como sacramento, ela supostamente confere graça ao participante, que pensa que ao engolir aquela “bolachinha”, vai engolir o próprio Jesus Cristo. Como sacramento, a missa é uma acintosa IDOLATRIA e BRUXARIA abomináveis! Como sacrifício, em suas “repetições”, ela cobiça anular totalmente o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário, que fora feito de uma vez por todas; e, uma vez feito, todo sacrifício é vão, herético e odioso diante de Deus. A missa pisa e despreza a expiação suficiente e imutável de Jesus Cristo. Sendo a missa totalmente rejeitada por Deus, em seu aspecto sacrificial ela se trata de um culto prestado aos DEMÔNIOS! A advertência cristalina das Escrituras provam isso:

“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demónios” (1 Coríntios 10.20).

A doutrina da transubstanciação deve ser rejeitada por vários motivos. Por ora, deixarei para tratar desses motivos em um outro artigo.

No mais, a transubstanciação implica até mesmo em canibalismo. Se, como dizem os católicos, o pão se transforma verdadeiramente no corpo de Cristo, e este corpo será comido pelos comungantes, o canibalismo é inevitável. Os católicos podem alegar que não acreditam estar mordendo os membros do corpo de Cristo ou comendo sua carne como um canibal faria. Porém, isso não muda o fato de que substancialmente o que há ali é o corpo de Jesus que será ingerido pelos fiéis. Há coisa mais hedionda que isso? A resposta é uma só: a missa católica toda é uma blasfêmia e uma forma de sacrificar Cristo repetidas vezes, ignorando seu sacrifício vicário que fora feito uma só vez pelos santos de Deus.

– JP Padilha
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