O que significa Propiciação na Bíblia? | JP Padilha



"Se, todavia, alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e Ele é a PROPICIAÇÃO pelos nossos pecados"
(1 João 2.1-2).

A palavra Propiciação carrega a ideia básica de apaziguamento ou satisfação, especificamente em relação a Deus. A propiciação é um ato de duas partes que envolve apagar a ira de uma divindade ofendida e levá-la a se reconciliar com o ofensor(a) por meio de um sacrifício ou oferta. Ou seja, em termos diretos, a propiciação trata-se nada mais do que o sacrifício vicário de Cristo a fim de alcançar a reconciliação de Deus com Seu povo. Este sacrifício quitou a dívida de Seu povo de uma vez por todas e afastou a cólera de Deus de Seus escolhidos.

“Porque se nós, sendo inimigos [de Deus], fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação (Romanos 5.10-11 – grifo meu).

A necessidade de se apaziguar com Deus é algo que muitas religiões têm em comum. Nas religiões pagãs antigas, assim como em muitas religiões hoje, ensina-se a ideia de que o homem aplaca Deus com a oferta de várias ofertas ou sacrifícios. No entanto, a Bíblia ensina que o próprio Deus proveu o único meio através do qual a Sua ira pode ser apagada e o homem pecador pode se reconciliar com Ele. No Novo Testamento, o ato de propiciação sempre se refere à obra de Deus e não aos sacrifícios ou ofertas oferecidos pelo homem. A razão para isso é que o homem é totalmente incapaz de satisfazer a justiça de Deus, exceto ao passar a eternidade no lago de fogo e enxofre. Não há nenhum serviço, sacrifício ou oferta que o homem possa oferecer para apagar a santa ira de Deus ou satisfazer a Sua perfeita justiça. A única satisfação (ou propiciação) que poderia ser aceitável a Deus e capaz de reconciliar o homem com Ele teve de ser feita pelo próprio Deus. Isto é, a salvação é uma obra divina, não uma obra humana. O homem não pode salvar-se a si mesmo, por mais que ele se esforce com “boas obras”. Por esta razão, Deus Filho, Jesus Cristo, veio ao mundo em carne humana para ser o sacrifício perfeito pelo pecado e fazer expiação ou "propiciação pelos pecados do Seu povo" (Hebreus 2.17).

A palavra Propiciação é usada em vários versículos para explicar o que Jesus realizou através da Sua morte na cruz. Por exemplo, em Romanos 3.24-25 é dito que os crentes em Cristo foram "justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos". Estes versículos formam um ponto-chave na argumentação de Paulo no livro de Romanos e são realmente o cerne da mensagem do evangelho da graça.

Nos três primeiros capítulos de Romanos, Paulo usa o argumento de que todos, tanto judeus como gentios, estão sob a condenação de Deus e merecem a Sua ira (Rm 1.18). Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23). Todos nós merecemos a Sua ira e punição. Deus, em Sua infinita graça e misericórdia, tem proporcionado uma maneira de apagar a Sua ira contra nós (eleitos) e nos reconciliar com Ele. Essa forma é através da morte sacrificial de Seu Filho, Jesus Cristo, como o pagamento pelos pecados. É por meio da fé em Jesus Cristo como sacrifício perfeito de Deus que podemos ser reconciliados com Deus. É só por causa da morte de Cristo na cruz e Sua ressurreição no terceiro dia que um pecador perdido, merecedor do inferno, pode se reconciliar com um Deus santo. A maravilhosa verdade do evangelho da graça é que os cristãos são salvos da ira de Deus e reconciliados com Deus não porque "nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados" (1 João 4.10).

Jesus disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14.6). A única maneira da ira de Deus contra o pecador ser apagada e de nos reconciliarmos com Deus é através de Jesus Cristo. Deus não ama ninguém fora de Cristo. Não há outro caminho. Esta verdade também é comunicada em 1 João 2.2: "... e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro".  Vale ressaltar que nesta passagem, onde se diz “não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”, não há a ideia de que Jesus salvou a todos os seres humanos, pois, se Ele tivesse salvado cada ser humano sem exceção, logicamente todos os indivíduos do mundo seriam salvos e não existiria o inferno. Portanto, tenhamos em mente todo o contexto soteriológico da Bíblia para não cairmos em um conceito universalista, o qual defende a ideia de que todo o mundo, sem exceção, está salvo. Tal ideia trata-se de uma heresia sem precedentes. A ideia aqui é a seguinte: O sacrifício de Cristo é suficiente para pagar os pecados do mundo todo, mas nem por isso Ele salvou o mundo todo. Se Ele quisesse, teria feito. Mas Ele não o fez. Jesus sequer orou pelo mundo, mas tão somente pelos eleitos de Deus. Ele diz: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (João 17.9).

NOTA: No Antigo Testamento, a propiciação era um ato de expiação que envolvia a oferta de sangue de sacrifício de animais a Deus. Este sacrifício é também conhecido na Bíblia como Dízimo. O local onde o sangue era oferecido era o propiciatório, a tampa da arca da aliança. Esse ato era uma sombra que apontava para o sacrifício que havia de ocorrer de uma vez por todas por meio de Cristo em Sua vinda.

A obra salvadora de Cristo é a libertação da ira de Deus. A propiciação de Jesus na cruz é a única coisa que pode afastar a condenação divina de Deus do pecador. A morte de Jesus na cruz foi um ato de substituição pelos pecados dos eleitos de Deus. Por Sua morte, Jesus pagou a penalidade pelos pecados dos Seus escolhidos, permitindo que recebam o dom da vida eterna. A propiciação de Cristo é um meio pelo qual os pecados podem ser perdoados de uma vez por todas. Todos os pecados dos Seus escolhidos foram apagados na cruz do calvário, há mais de 2.000 anos. A dívida foi quitada por Cristo. Aqueles que rejeitam a Cristo como Seu ÚNICO Salvador e se recusam a crer nEle não têm esperança de salvação. Eles só podem esperar ansiosamente pelo momento em que terão de enfrentar a ira de Deus que tem sido guardada para o vindouro dia do Juízo Final (Rm 2.5). Não há nenhuma outra propiciação ou sacrifício que possa ser feito por seus pecados.

– JP Padilha
___________________________________________________
Acesse o blog do livro E-BOOK "O Evangelho Sem Disfarces" completo e baixe-o gratuitamente clicando aqui:
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/2019/08/sumario-o-evangelho-sem-disfarces.html

– Fonte 1: Facebook JP Padilha
– Fonte 2: Página JP Padilha
– Fonte 3: https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– Fonte 4: https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/

O QUE É O GNOSTICISMO? | JP Padilha


O Gnosticismo Cristão é um conjunto de crenças que combina elementos do Cristianismo e do Gnosticismo, considerado uma heresia. O Gnosticismo foi um movimento religioso popular na Igreja primitiva. Apesar dos gnósticos acreditarem em um Deus supremo, eles interpretavam Deus de uma forma diferente dos ensinamentos cristãos contidos na Bíblia.

Podemos elencar algumas das crenças gnósticas da seguinte forma:

• A existência de um Deus bom e de um deus mau, o demiurgo;
• A crença de que as almas dos homens existiam em um universo de luz e paz, mas foram aprisionadas em corpos humanos;
• A crença de que a salvação só seria possível através de um conhecimento secreto e por meio de práticas mágicas;
• A crença de que existe uma centelha divina em cada indivíduo que deve ser libertada.

Já nos primeiros séculos da Igreja primitiva, o “Gnosticismo Cristão” foi rapidamente considerado uma heresia e a Igreja se pronunciou contra ele. Na verdade, não existe tal conceito de “Gnosticismo Cristão”, pois o verdadeiro Cristianismo e o Gnosticismo são sistemas de crença que se opõem mutuamente. Os princípios do Gnosticismo contradizem o que significa ser cristão. Portanto, embora algumas formas de Gnosticismo afirmem ser cristãs, elas são decididamente não-cristãs. Na verdade, toda forma de Gnosticismo é antibíblica.

O Gnosticismo talvez fosse a heresia mais perigosa que ameaçava a Igreja primitiva durante os primeiros três séculos. Influenciado por filósofos como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas:

Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os gnósticos acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas.

Segundo, semelhantemente aos evangélicos pentecostais de nossos dias, os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento elevado – uma “verdade superior”, conhecida apenas por poucos. O Gnosticismo se origina da palavra grega gnosis, a qual significa “saber”, pois os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento mais elevado –  não da Bíblia –, mas um conhecimento adquirido por algum plano místico e superior de existência. Os gnósticos se enxergam como uma classe privilegiada e mais elevada sobre todas as outras devido ao seu conhecimento superior e mais profundo de Deus. Podemos dizer que os pentecostais são os gnósticos do nosso século, visto que reivindicam para si o status de receptores de revelações extra-bíblicas, as quais eles chamam de “revelação” ou “profecia”. Não é raro ver um pentecostal dizer que recebeu de Deus uma revelação fora da Bíblia e que Deus lhe fala constantemente de forma audível – uma falácia antiga entre os gnósticos e pentecostais.

Para descartar a ideia de qualquer compatibilidade entre o Cristianismo e o Gnosticismo, é necessário comparar o que os dois ensinam sobre as doutrinas principais da fé. Senão, vejamos:

Quanto à salvação, o Gnosticismo ensina que a salvação é adquirida através da posse de conhecimento divino que liberta o ser das ilusões da escuridão. Apesar de clamarem seguir a Jesus Cristo e Seus ensinamentos originais, eles O contradizem frequentemente. Jesus nada falou sobre salvação através de conhecimento, mas através da fé nEle como Salvador do pecado. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9). Além disso, a salvação que Cristo oferece é de graça e disponível a qualquer um (Jo 3.16), não apenas a uma certa elite que adquiriu uma revelação especial.

O Cristianismo afirma que há apenas uma fonte de Verdade, e essa é a Bíblia, a inspirada e inerrante Palavra do Deus vivente, a única regra infalível de fé e prática (Jo 17.17; 2Tm 3.15-17; Hb 4.12). Ela é a revelação escrita por Deus aos homens e nunca deve ser substituída pelos pensamentos, ideias, escrituras ou visões humanas.

Os gnósticos, por outro lado, usam uma variedade de documentos hereges e primitivos conhecidos como os “Evangelhos Gnósticos”, uma coleção de farsas que clama ser os “livros perdidos da Bíblia”. Ainda bem que os fundadores da Igreja primitiva quase que por unanimidade reconheceram que esses livros eram farsas fraudulentas que sustentavam doutrinas falsas sobre Jesus Cristo, salvação, Deus e todas as outras verdades cruciais da fé Cristã. Há inúmeras contradições nos Evangelhos Gnósticos em relação à Bíblia. Mesmo quando os tão chamados “Gnósticos Cristãos” citam a Bíblia, eles reescrevem os versículos e partes dos versículos para concordarem com a sua filosofia; essa é uma prática fortemente proibida, contra a qual as próprias Escrituras nos advertem (Dt 4.2, 12.32; Pv 30.6; Ap 22.18-19).

O Cristianismo e o Gnosticismo também se diferem drasticamente quanto à Pessoa de Jesus Cristo. Os gnósticos acreditam que o corpo físico de Jesus Cristo não era real, mas apenas “aparentava” ser físico e que o Seu espírito descera sobre Ele no Seu batismo e o abandonara bem antes de Sua crucificação. Tais concepções destroem não somente a humanidade de Jesus, mas também a expiação, pois Jesus tinha que ter sido não só Deus verdadeiro, mas também um verdadeiro homem (e fisicamente real) que realmente sofreu e morreu na cruz para que Seu sacrifício substitutivo pelo pecado fosse aceitável (Hb 2.14-17). Uma concepção bíblica de Jesus afirma tanto a Sua humanidade completa quanto a Sua divindade completa.

Assim como no Pentecostalismo, o Gnosticismo é relacionado à heresia do movimento Nova Era e é baseado em uma abordagem mística, intuitiva, subjetiva, interior, emocional, sensorial e pragmática da verdade. Essa abordagem não é nova; pelo contrário, é bem velha e volta, de certa forma, ao Jardim do Éden, onde Satanás questionou Deus e as palavras que Ele proferiu, convencendo a Adão e Eva a rejeitá-las e a acreditarem em uma mentira. Ele faz a mesma coisa nos dias de hoje, à medida que “o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5.8 ). Ele ainda questiona Deus e a Bíblia e facilmente agarra com suas presas àqueles que são ingênuos e escrituralmente mal informados, ou que estão apenas procurando por alguma forma de “revelação pessoal” (revelação inédita, fora da Bíblia) para fazê-los se sentirem especiais, únicos e superiores a outras pessoas. No entanto, revelações extra-bíblicas sempre levam à ruína e à perdição. Devemos seguir o exemplo do apóstolo Paulo e o seu comando:

“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja AMALDIÇOADO. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja MALDITO. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1.6-10).

“Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5.21). Fazemos isso ao comparar tudo com a Palavra de Deus, a única Verdade.

– JP Padilha
___________________________________________________
Acesse o blog do livro E-BOOK "O Evangelho Sem Disfarces" completo e baixe-o gratuitamente clicando aqui:
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/2019/08/sumario-o-evangelho-sem-disfarces.html

– Fonte 1: Facebook JP Padilha
– Fonte 2: Página 
JP Padilha
– Fonte 3: 
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/
– Fonte 4: 
https://jppadilhabiblia2.blogspot.com/

QUEM É O JP PADILHA? QUAL É A SUA PROFISSÃO?

Se você me perguntar o que eu sou, eu lhe responderei: "sou esposo". Se você insistir, lhe responderei: "sou pai"....