O QUE É O GNOSTICISMO? | JP Padilha
O Gnosticismo Cristão é um conjunto de crenças que combina elementos do Cristianismo e do Gnosticismo, considerado uma heresia. O Gnosticismo foi um movimento religioso popular na Igreja primitiva. Apesar dos gnósticos acreditarem em um Deus supremo, eles interpretavam Deus de uma forma diferente dos ensinamentos cristãos contidos na Bíblia.
Podemos elencar algumas das crenças gnósticas da seguinte forma:
• A existência de um Deus bom e de um deus mau, o demiurgo;
• A crença de que as almas dos homens existiam em um universo de luz e paz, mas foram aprisionadas em corpos humanos;
• A crença de que a salvação só seria possível através de um conhecimento secreto e por meio de práticas mágicas;
• A crença de que existe uma centelha divina em cada indivíduo que deve ser libertada.
Já nos primeiros séculos da Igreja primitiva, o “Gnosticismo Cristão” foi rapidamente considerado uma heresia e a Igreja se pronunciou contra ele. Na verdade, não existe tal conceito de “Gnosticismo Cristão”, pois o verdadeiro Cristianismo e o Gnosticismo são sistemas de crença que se opõem mutuamente. Os princípios do Gnosticismo contradizem o que significa ser cristão. Portanto, embora algumas formas de Gnosticismo afirmem ser cristãs, elas são decididamente não-cristãs. Na verdade, toda forma de Gnosticismo é antibíblica.
O Gnosticismo talvez fosse a heresia mais perigosa que ameaçava a Igreja primitiva durante os primeiros três séculos. Influenciado por filósofos como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas:
Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os gnósticos acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas.
Segundo, semelhantemente aos evangélicos pentecostais de nossos dias, os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento elevado – uma “verdade superior”, conhecida apenas por poucos. O Gnosticismo se origina da palavra grega gnosis, a qual significa “saber”, pois os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento mais elevado – não da Bíblia –, mas um conhecimento adquirido por algum plano místico e superior de existência. Os gnósticos se enxergam como uma classe privilegiada e mais elevada sobre todas as outras devido ao seu conhecimento superior e mais profundo de Deus. Podemos dizer que os pentecostais são os gnósticos do nosso século, visto que reivindicam para si o status de receptores de revelações extra-bíblicas, as quais eles chamam de “revelação” ou “profecia”. Não é raro ver um pentecostal dizer que recebeu de Deus uma revelação fora da Bíblia e que Deus lhe fala constantemente de forma audível – uma falácia antiga entre os gnósticos e pentecostais.
Para descartar a ideia de qualquer compatibilidade entre o Cristianismo e o Gnosticismo, é necessário comparar o que os dois ensinam sobre as doutrinas principais da fé. Senão, vejamos:
Quanto à salvação, o Gnosticismo ensina que a salvação é adquirida através da posse de conhecimento divino que liberta o ser das ilusões da escuridão. Apesar de clamarem seguir a Jesus Cristo e Seus ensinamentos originais, eles O contradizem frequentemente. Jesus nada falou sobre salvação através de conhecimento, mas através da fé nEle como Salvador do pecado. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9). Além disso, a salvação que Cristo oferece é de graça e disponível a qualquer um (Jo 3.16), não apenas a uma certa elite que adquiriu uma revelação especial.
O Cristianismo afirma que há apenas uma fonte de Verdade, e essa é a Bíblia, a inspirada e inerrante Palavra do Deus vivente, a única regra infalível de fé e prática (Jo 17.17; 2Tm 3.15-17; Hb 4.12). Ela é a revelação escrita por Deus aos homens e nunca deve ser substituída pelos pensamentos, ideias, escrituras ou visões humanas.
Os gnósticos, por outro lado, usam uma variedade de documentos hereges e primitivos conhecidos como os “Evangelhos Gnósticos”, uma coleção de farsas que clama ser os “livros perdidos da Bíblia”. Ainda bem que os fundadores da Igreja primitiva quase que por unanimidade reconheceram que esses livros eram farsas fraudulentas que sustentavam doutrinas falsas sobre Jesus Cristo, salvação, Deus e todas as outras verdades cruciais da fé Cristã. Há inúmeras contradições nos Evangelhos Gnósticos em relação à Bíblia. Mesmo quando os tão chamados “Gnósticos Cristãos” citam a Bíblia, eles reescrevem os versículos e partes dos versículos para concordarem com a sua filosofia; essa é uma prática fortemente proibida, contra a qual as próprias Escrituras nos advertem (Dt 4.2, 12.32; Pv 30.6; Ap 22.18-19).
O Cristianismo e o Gnosticismo também se diferem drasticamente quanto à Pessoa de Jesus Cristo. Os gnósticos acreditam que o corpo físico de Jesus Cristo não era real, mas apenas “aparentava” ser físico e que o Seu espírito descera sobre Ele no Seu batismo e o abandonara bem antes de Sua crucificação. Tais concepções destroem não somente a humanidade de Jesus, mas também a expiação, pois Jesus tinha que ter sido não só Deus verdadeiro, mas também um verdadeiro homem (e fisicamente real) que realmente sofreu e morreu na cruz para que Seu sacrifício substitutivo pelo pecado fosse aceitável (Hb 2.14-17). Uma concepção bíblica de Jesus afirma tanto a Sua humanidade completa quanto a Sua divindade completa.
Assim como no Pentecostalismo, o Gnosticismo é relacionado à heresia do movimento Nova Era e é baseado em uma abordagem mística, intuitiva, subjetiva, interior, emocional, sensorial e pragmática da verdade. Essa abordagem não é nova; pelo contrário, é bem velha e volta, de certa forma, ao Jardim do Éden, onde Satanás questionou Deus e as palavras que Ele proferiu, convencendo a Adão e Eva a rejeitá-las e a acreditarem em uma mentira. Ele faz a mesma coisa nos dias de hoje, à medida que “o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5.8 ). Ele ainda questiona Deus e a Bíblia e facilmente agarra com suas presas àqueles que são ingênuos e escrituralmente mal informados, ou que estão apenas procurando por alguma forma de “revelação pessoal” (revelação inédita, fora da Bíblia) para fazê-los se sentirem especiais, únicos e superiores a outras pessoas. No entanto, revelações extra-bíblicas sempre levam à ruína e à perdição. Devemos seguir o exemplo do apóstolo Paulo e o seu comando:
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja AMALDIÇOADO. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja MALDITO. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1.6-10).
“Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5.21). Fazemos isso ao comparar tudo com a Palavra de Deus, a única Verdade.
– JP Padilha
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