POR QUE DEUS NÃO ME OUVE? - Parte 1 | JP Padilha



Deus pode não estar ouvindo suas orações devido a pecados não confessados, falta de fé, pedidos egoístas, pedidos desalinhados com a vontade dEle, ou porque Ele está agindo em Seu próprio tempo (Kairós), esperando um momento oportuno ou moldando você no "deserto". Barreiras espirituais como o pecado, a falta de arrependimento e a deslealdade, ou até mesmo o barulho do mundo, podem impedir a comunhão e a resposta.

POSSÍVEIS RAZÕES PARA A SENSAÇÃO DE QUE DEUS NÃO OUVE:

Pecado e Iniquidade: Pecados não confessados criam uma barreira, interrompendo a comunhão com Deus (Jo 9.31). É preciso reconhecer, abandonar o pecado e buscar o perdão (1Jo 1.9).

Falta de Fé ou Fé Vazia: A falta de fé (Mc 6.5-6 Mt 14.22-33) e a oração com repetições vazias (Mt 6.7), sem um coração sincero (Sm 16.7; Sl 51.17), pode não ser ouvida. A fé durante a oração deve se traduzir em obediência a Deus e com um coração contrito.

Pedidos Egoístas: Orar com a motivação errada, apenas para satisfazer desejos carnais ou se mostrar aos outros em vez de buscar o bem maior pode ser um impedimento (Tg 4.3). Devemos orar sempre segundo a vontade de Deus, porém, sem limitar o Seu poder, crendo que Ele é capaz de tudo e que nada lhe é impossível (Mt 19.26; Lc 1.37). Nossas motivações devem sempre estar alinhadas com os princípios das Escrituras, e não baseadas em desejos banais e mundanos, como no caso da Teologia da Prosperidade, quando alguém ora pedindo a Deus dinheiro, riquezas e bens materiais. A propósito, Deus adverte que não devemos buscar e orar por riquezas e bens materiais, para que não caiamos “em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (1Tm 6.8-10).

Tempo de Deus (Kairós): Deus opera em Seu tempo perfeito. Isso significa que, embora busquemos resultados imediatos, Ele tem um cronograma soberano e sábio, não limitado pelo tempo humano (chronos), mas guiado por um tempo divino (kairós), onde cada estação (alegria, espera, dificuldade) tem um propósito para moldar o caráter, fortalecer a fé e cumprir Seus planos grandiosos, transformando o lamento em alegria, como ensinam passagens como Eclesiastes 3.1-8,11 e Salmos 27.14. Um dos atributos de Deus é a Sua soberania total e irrestrita. Deus está acima do tempo e dos eventos; Ele é o Senhor do relógio do universo, e o que parece atraso humano é parte do Seu plano perfeito.

A Escritura ensina que a vontade de Deus determina todas as coisas. Nada existe ou acontece sem Deus, não meramente permitindo, mas ativamente desejando que exista ou aconteça. Deus não meramente permite que as coisas aconteçam, mas as decreta diretamente, seja algo bom ou algo ruim (Jó 23.13-14; Mt 4.1; 10.29; Ef 1.3-14; Is 46.9-10; Rm 8.28-30). Deus controla não somente os eventos naturais, mas Ele controla também todos os assuntos e decisões humanas (Sl 65.4; Pv 16.4,9; 20.24; 21.1; Jó 14.5; Dn 4.35; At 18.21; Fp 2.13; Tg 4.13-15; Ap 4.11). Se Deus realmente determina todos os eventos naturais e assuntos humanos, então, segue-se que Ele também decretou a existência do mal. Isto é o que a Bíblia explicitamente ensina (Ex 4.11; Lm 3.37-38; Is 45.7; Am 3.6). O maior ato de maldade e injustiça moral na história humana é dito ter sido ativamente executado por Deus através dos Seus agentes secundários (Is 53.10; At 4.27-28). Trata-se do assassinato brutal e cruel de Jesus na Cruz do Calvário – um ato propiciatório que quitou a dívida do povo escolhido de Deus de uma vez por todas. Deus puniu Seu filho para um bem maior no final – a nossa salvação.

Deus endureceu diretamente o coração de Faraó para que ele e seu exército perseguissem o Seu próprio povo. Porém, Seu plano era para o bem final de Seu povo, por mais que os hebreus não entendessem de imediato (Ex 14).

O silêncio de Deus pode ser um convite à paciência e à espera, não uma ausência de resposta (Ex 14.10-14). Ele está te provando no "deserto" para fortalecer você. Deus provou o povo de Israel no deserto durante os 40 anos de sua jornada, para humilhá-los, testar sua obediência e para que aprendessem a confiar em Sua provisão e não em si mesmos. As provas incluíram passar fome, onde foram alimentados com o maná, e enfrentar a sede, da qual Deus retirou água da rocha. Deus provou Seu povo Israel no deserto para humilhá-los, testar seu coração e para levá-lo à obediência aos Seus mandamentos, usando a fome, sede e perigos para ensinar dependência e fidelidade, como visto em Deuteronômio 8.2-16, Êxodo 17 (a murmuração do povo e a água da rocha) e Números 14 (a rebelião do povo e o castigo de Deus), culminando na aplicação de Hebreus 3 no Novo Testamento como lição para a Igreja, a fim de que ela não endureça o coração como Israel o fez no passado, conforme os relatos bíblicos. Isso nos mostra que a falta de paciência em entender o “tempo de Deus” e ao não sabermos esperar a resposta do Senhor em Seu devido tempo é provavelmente o maior obstáculo para se obter uma resposta divina.

Problemas Conjugais: A deslealdade e a falta de honra no casamento são mencionadas na Bíblia como atitudes que podem impedir ou dificultar as orações de um indivíduo, especificamente do marido em relação à esposa (1Pe 3.7; Ml 2.13-14). Malaquias 2.13-14 descreve como as ofertas e orações do povo de Israel não estavam sendo aceitas por Deus devido à infidelidade e à deslealdade para com a "mulher da sua mocidade" e a quebra da aliança matrimonial, da qual o Senhor era testemunha. A Bíblia nos ensina que tanto o divórcio quanto um novo casamento entre divorciados são expressamente proibidos por Deus (Gn 2.24; Ml 2.16; Mt 19.3-11; Mc 10.2-12; Lc 16.18; 1Co 7.10,11,15,39; Rm 7.1-3). Deus descreve o ato do divórcio como “uma coisa cruel e odiosa” (Ml 2.16) e o novo casamento entre divorciados como “adultério” (Rm 7.2-3).

Distrações: O barulho do mundo pode nos impedir de ouvir a voz de Deus, que muitas vezes fala no silêncio (Sl 46.10 – "Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus"), (Sl 62.1 – "Em silêncio diante de Deus, minha alma espera, pois dele vem minha vitória"), (Jó 33.33 – "Se não tem nada a dizer, fique quieto e ouça-me, e Eu lhe ensinarei a sabedoria" - NVT). Tente se aproximar mais de Deus e se afaste um pouco dos entretenimentos que o mundo e Satanás oferecem a fim de afastá-lo da comunhão com o Senhor.

Deus Responde de Três Formas: "Sim", "Não" ou "Espere". A falta de um "sim" imediato não significa que Ele não ouviu ou não se importa; pode ser um "espere" ou um "não" porque o pedido não é benéfico. Versículos sobre esperar o tempo de Deus falam em ter fé, paciência e renovação, destacando que Deus tem um propósito para tudo, com passagens como Salmos 27.14 ("Espera no Senhor, sê forte e corajoso"), Isaías 40.31 ("Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças"), e Eclesiastes 3.1 ("Tudo tem o seu tempo determinado"). Outros versículos importantes incluem Salmos 37.1-5, Tiago 5.7-11 e Judas 1.21, encorajando a confiança em Deus durante os processos da vida sem se indignar com o progresso dos ímpios. “NÃO te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade. Porque cedo serão ceifados como a erva, e murcharão como a verdura. Confia no Senhor e faze o bem (...). Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará” (Salmos 37.2-5).

Quando Deus diz “não” a um crente é porque provavelmente o pedido não coopera para o seu bem. Quando Deus diz "não" para algo que pedimos, Ele muitas vezes tem um propósito maior, como em 2 Coríntios 12.7-9, onde Ele diz a Paulo que Sua graça é suficiente, mesmo com o "espinho na carne", mostrando que Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza, e em Romanos 8.28, afirmando que todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, mesmo quando não entendemos. Em Lamentações 3.37-39 é dito: “Quem é aquele que diz e assim acontece, se o Senhor não o tiver decretado? Porventura não é da boca do Altíssimo que sai tanto o bem como o mal? De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados”. Esses versos nos ensinam que ninguém tem o poder ou livre arbítrio para fazer algo acontecer sem que o Senhor o decrete, lembrando que tanto o bem quanto o mal vêm dEle. Essa passagem das Escrituras nos convidam a refletir sobre nossos pecados e a não reclamar quando o Senhor decreta o mal, visto que tudo que Deus faz é bom. Isto é, quando Deus decreta que males aconteçam ou que o homem peque Ele está fazendo algo bom por definição, pois Ele a ninguém tenta, mas responsabiliza o homem por seus pecados, mesmo tendo sido Ele, o Senhor, o Autor dos acontecimentos e atos dos homens (Tg 1.13-14).

O QUE FAZER:

Arrependa-se e Confesse: Abandone os seus pecados e peça perdão ao Senhor para restaurar a sua comunhão com Ele (Pv 28.13; 1Jo 1.8-10; Is 55.7; Ez 18.21-22).

Ore com Sinceridade: Busque o que é bom e peça com um coração puro, não para si mesmo, mas para o bem (Fp 4.8; Sl 51.10).

Confie no Tempo Dele: Tenha paciência e fé que Deus tem um propósito para a espera (Is 64.4). Salmos 27.14 encoraja o crente a esperar no Senhor para ter o coração fortalecido, mostrando que a espera é um ato de fé e confiança que traz paz e força, e que Deus ouve aqueles que descansam e confiam em Seus planos.

Busque a Quietude: Afaste-se do barulho para ouvir a direção DEle. Buscar o silêncio na Bíblia é fundamental para ouvir Deus, pois Ele se revela na quietude (Sl 46.10), não no alarde, como na experiência de Elias na “voz mansa e delicada” do Senhor após o barulho parar (1Rs 19.11-13), e é um ato de humildade e confiança que permite discernir Sua voz com base nas Escrituras, meditar em Sua Palavra e encontrar paz interior, desenvolvendo autodomínio e sabedoria.

Lembre-se do Amor de Deus: Não caia na mentira de Satanás de que Deus não se importa com você. Ele é fiel, mesmo quando parece que não está respondendo. A fidelidade de Deus não depende das circunstâncias visíveis ou dos nossos sentimentos imediatos (Lm 3.22-23; Sl 89.8; 2Tm 2.13; Rm 8.28).

“Porque em esperança fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.24-28).

Leia a parte 2 aqui:
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