JESUS DESCEU AO “INFERNO” E PREGOU AOS MORTOS? | JP Padilha
Antes de respondermos a essa pergunta, devemos ter em mente que a palavra “Inferno” vem do grego “Hades”, que significa “Sepultura”. Este lugar está reservado aos espíritos daqueles que morreram sem Cristo e agora se encontram em um estado de morte espiritual até a sua ressurreição para serem julgados e condenados no Grande Trono Branco. Não é para o inferno que os réprobos vão depois de serem condenados; é para o “Lago de Fogo e Enxofre” (Ap 20.10). Esse lugar (Lago de Fogo e Enxofre) está vazio até que o fim dos tempos venha. Não há ninguém lá. Portanto, só esse fator já prova que Jesus não esteve no lugar que costumamos chamar de “Inferno” para pregar a pessoas já condenadas. A propósito, Ele não pregaria a pessoas já predestinadas à perdição. Dito tudo isso, vamos examinar algumas passagens sobre Jesus ter descido ao Inferno e pregado aos mortos.
"Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água" (1 Pedro 3.18-20).
"Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito" (1 Pedro 4.6).
Em primeiro lugar, devemos saber que todo ensino que defende uma segunda chance após a morte é herético e deve ser rejeitado. A Bíblia Sagrada claramente ensina que após a morte só resta ao homem o juízo:
"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9.27).
A interpretação correta de 1 Pedro 3.18-20; 4.6 é que o Espírito de Cristo, através da vida de Noé e de outros profetas, pregou aos mortos enquanto estes ainda estavam vivos. Por meio do ministério dos profetas, Deus anunciou aos homens a justiça e o arrependimento. No entanto, muitos deles rejeitaram a revelação de Deus através de sua Palavra. A suposta descida de Jesus ao "inferno" é pura imaginação do homem. Trata-se de uma das muitas interpretações estapafúrdias desse versículo que não coadunam com o contexto da passagem.
Biblicamente não há nada que prove que Jesus desceu ao "inferno". A Bíblia apresenta uma estrutura perfeita. Por isso, um texto bíblico jamais deve ser interpretado fora de seu contexto ou de forma isolada e incoerente com o restante das Escrituras.
Portanto, das várias interpretações a respeito de 1 Pedro 3.18-20; 4.6, a correta é aquela que diz que Cristo pregou aos mortos quando estes ainda estavam vivos na terra. É fácil perceber isso em 1 Pedro 1. O apóstolo afirma categoricamente que o Espírito de Cristo é quem conduzia os profetas em suas pregações no Antigo Testamento:
"Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir" (1 Pedro 1.10,11).
Aplicando esse texto ao capítulo 3.18-20 da mesma epístola, podemos entender sem dificuldade que Cristo, através de Noé, pregou às pessoas que desobedeceram naquele tempo e que agora são “espíritos em prisão”, ou seja, essas pessoas estão condenadas ao juízo eterno. Essas pessoas ouviram a pregação e a rejeitaram, ainda em vida. Como resultado, agora elas estão em condenação eterna.
Sobre o texto de 1 Pedro 4.6, o mesmo princípio é válido. Isso significa que o Evangelho foi pregado também aos mortos quando eles ainda estavam vivos.
Alguns "teólogos" também usam Atos 2.31 para defender que Jesus desceu ao "inferno". Esse texto registra a pregação do apóstolo Pedro no Pentecostes. Em sua pregação, o apóstolo diz que a alma de Jesus “não foi deixada no inferno, nem seu corpo viu corrupção”. Todavia, a tradução da palavra “inferno” nesse versículo vem do grego Hades, que nesse contexto, originalmente, se refere à sepultura. Em outras palavras, o apóstolo fala que Jesus não foi deixado no “estado de sepultado”.
Vale saber também que nesse texto o apóstolo Pedro está citando o Salmo 16.8-11. Pedro interpreta a profecia de Davi acerca da ressurreição do Messias. Ao fazer isso, ele aponta para o contraste entre o túmulo de Davi em Jerusalém e o túmulo de Cristo, que está vazio, pois Deus o ressuscitou dos mortos.
Quanto ao texto de Efésios 4.9, usá-lo para defender uma descida literal de Jesus ao “inferno” é forçar muito a estrutura do próprio texto. Uma interpretação assim desconsidera totalmente o contexto e o objetivo da mensagem transmitida pelo apóstolo Paulo. No texto, o apóstolo se refere ao ministério de Cristo na terra, ao plano de salvação e à unidade e organização da igreja como corpo de Cristo.
Também não existe uma possibilidade biblicamente aceitável de que Jesus desceu ao “inferno” para pregar o Evangelho para quem viveu nos tempos do Antigo Testamento para que eles tivessem uma chance de crer. Afirmar isto é a mesma coisa de considerar inúteis todos os profetas levantados por Deus no Antigo Testamento. Do próprio Noé, por exemplo, o Novo Testamento testifica que ele foi o “pregoeiro da justiça” (2 Pedro 2.5). Assim, a melhor alternativa é concordar com Pedro e afirmar que Cristo pregou através do ministério dos profetas.
E mais uma vez, estejamos alertas quanto ao que é o inferno e o Lago de Fogo e Enxofre. O inferno é o Hades (sepultura), onde se encontram os mortos em seus delitos e pecados, enquanto o Lago de Fogo e Enxofre é para onde eles vão após o juízo final – Ap 20.10 (muitas pessoas chamam esse lugar de “inferno”). O Lago de Fogo e Enxofre, chamado por muitos erroneamente de "inferno", está vazio. Ninguém nunca esteve lá, como pensam muitos. Os mortos em seus pecados (sem salvação) estão no hades, que é uma condição de morte enquanto aguardam a ressurreição de seus corpos para serem lançados no lago de fogo. Esse é o destino deles: Serem ressuscitados somente após o Milênio para serem julgados no Grande Trono Branco.
– JP Padilha
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