PALAVRA INSPIRADA VS. REVELAÇÃO INÉDITA | JP Padilha
Jesus disse que nos enviaria o Espírito Santo para nos ensinar tudo aquilo que Ele havia ensinado na Palavra inspirada (Jo 14.26), e não que Ele enviaria sonhos e visões para a Igreja na dispensação da graça. Deus não se revela mais através de sonhos e visões, como no caso dos profetas no Velho Testamento, nem através de revelações inéditas, como no caso dos apóstolos no Novo Testamento. A Palavra de Deus está selada. Hoje o crente vive da fé na Palavra escrita e selada (cf. Gl 1.6-10). No mais, tenhamos em mente que o Antigo Testamento é um livro de tipos e figuras para o cristão.
No Velho Testamento vemos Deus mandar Davi matar seus inimigos à espada para conquistar a terra prometida. Você irá fazer isso também? No Velho Testamento é ordenado que o judeu leve o Dízimo à casa do tesouro (um aposento que ficava dentro do Templo de Jerusalém). Você irá fazer isso também? Da mesma forma, vemos Deus enviando sonhos e visões aos profetas do Antigo Testamento e se revelando de forma audível aos apóstolos no Novo Testamento para fins de edificação doutrinária ou advertências aos Seus povos – Israel e Igreja. Uma vez que a doutrina dos apóstolos foi selada e as advertências foram compiladas na Escritura Sagrada, Deus nos proíbe terminantemente de ir além do que está escrito (Gl 1.6-10).
A SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS
A doutrina da suficiência das Escrituras é um princípio fundamental da fé cristã. Dizer que as Escrituras são suficientes significa que a Bíblia é tudo de que precisamos para nos equipar para uma vida de fé e serviço. Ela fornece uma apresentação clara da intenção de Deus em restaurar o relacionamento quebrado entre Ele e a humanidade através do Seu Filho Jesus Cristo. A Bíblia nos ensina sobre a eleição, fé e salvação pela morte de Jesus na cruz e Sua ressurreição. Nenhum outro livro é necessário para que essa boa nova seja entendida, assim como nenhum outro livro é necessário para nos equipar a viver uma vida de fé. Da mesma maneira, nenhuma outra forma de revelação, que não seja escriturística, é necessária para ouvir a voz de Deus. Se queremos ouvir a voz de Deus, basta-nos abrir a Bíblia. Se queremos ouvir a voz de Deus de forma audível, basta-nos lê-la em voz alta.
Quando se usa a palavra "Escritura", os cristãos estão se referindo ao Antigo e ao Novo Testamento. O apóstolo Paulo declarou que as Escrituras "podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra" (2 Timóteo 3.15-17). Se a Escritura é "inspirada por Deus", então ela não é uma obra da vontade humana. Apesar de ter sido escrita por homens, os "homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1.21). Nenhum livro escrito pelo homem é suficiente para nos equipar para toda boa obra; somente a Palavra de Deus pode fazer isso. Além disso, se as Escrituras são suficientes para nos equipar completamente, então nada mais é necessário. Nem sonhos, nem visões, nem revelações supostamente dadas àquele ou a este indivíduo se dizendo “pastor” ou “profeta”.
Colossenses 2 discute os perigos que uma igreja enfrenta quando a suficiência das Escrituras é contestada ou quando a Escritura é mesclada com escritos não-bíblicos. Paulo advertiu a igreja de Colossos: "Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" (Colossenses 2.8). Judas é ainda mais direto: "Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos" (Judas 1.3). Observe a frase "de uma vez para sempre". Isso deixa claro que não há outros escritos ou ideias, independente de quão piedoso seja o pastor, teólogo ou igreja denominacional que esteja promovendo-os; independente de onde venham esses escritos extra-bíblicos com supostas revelações inéditas. Essas ideias ou escritos extra-bíblicos NÃO devem ser vistos como iguais ou complementares da Palavra de Deus. A Bíblia contém tudo o que é necessário para que o crente possa compreender o caráter de Deus, a natureza do homem e as doutrinas do pecado, do céu, do inferno e da salvação através de Jesus Cristo.
Talvez os versículos mais fortes sobre a questão da suficiência bíblica venham do livro de Salmos. No Salmo 19.7-14, Davi se alegra na Palavra de Deus, declarando que ela é perfeita, digna de confiança, certa, radiante, iluminada, verdadeira e inteiramente justa. Já que a Bíblia é "perfeita", então nada mais é necessário.
A suficiência da Escritura está sob ataque hoje em dia e, infelizmente, esse ataque com muita frequência vem das próprias igrejas. As denominações religiosas pentecostais são as mais danosas neste aspecto, pois alegam em seus discursos revelações que não se encontram nas Escrituras. Os mestres do Pentecostalismo são especialistas em enganar multidões através de revelações que, segundo eles, vêm da parte de Deus fora das Escrituras Sagradas, isto é, que vão além das Escrituras. Técnicas administrativas seculares, métodos de atrair multidões, entretenimento, revelações extra-bíblicas, misticismo e aconselhamento psicológico declaram que a Bíblia e seus preceitos não são suficientes para a vida cristã. Qualquer crente pode reivindicar estar proferindo uma revelação divina – e quase tudo pode se passar por verdade divinamente revelada. Não se engane: alguns dos mais conhecidos líderes carismáticos têm abusado da confiança de seu rebanho por afirmarem o recebimento de novas verdades divinas quando, na verdade, ensinam mentiras e invenções.
Os carismáticos desprezam a exclusividade da Escritura como Palavra de Deus; e o resultado é a competitividade espiritual. O anseio por algo novo e esotérico substitui a firme confiança na Palavra de Deus, estabelecida pelo cristianismo histórico. Isso é um convite à falsificação satânica. Confusão, erro e engano diabólico são os resultados inevitáveis.
Entretanto, Jesus disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem" (João 10.27). Sua voz é tudo o que precisamos ouvir, e as Escrituras são a Sua voz, completa e absolutamente suficientes.
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5.39).
"Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos" (1 Coríntios 1.22-23).
O cristão vive da fé, não de sinais. A fé não pede sinais. Quem pede sinais é a dúvida!
– JP Padilha
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