BÍBLIA VS. SENTIMENTALISMO | JP Padilha
Você já deve ter ouvido frases como essas: “Oh, senti que Deus falou comigo...”; “Eis que te digo, irmão...”; “Deus me revelou que...”; “Deus me deu um sonho”, etc. Líderes religiosos com títulos lisonjeiros, tais como "Pastores fulanos", dizem assim: "Estudar a Bíblia faz mal. Isso te deixa louco! Apenas escute o que o "espírito" te diz. Ouça a voz de "deus" no seu coração". Todavia, a Palavra de Deus os condena. Paulo também foi acusado de estar “delirando” por estudar com demasia as Escrituras e estimular os cristãos a fazê-lo: "E, dizendo ele [Paulo] isto em sua defesa, disse Festo em alta voz: Estás louco, Paulo; as "muitas letras" te fazem DELIRAR" (Atos 26.24). Porém, a Bíblia nos ensina a como responder a estes lobos em pele de cordeiro. Ela nos ensina que o Espírito Santo não fala de si mesmo, mas tão somente daquilo que está revelado e selado nas Escrituras (Jo 16.13). Ela também nos ensina que o nosso coração é enganoso e perverso, indigno de confiança (Jr 17.9). Paulo é claro ao nos instruir quanto ao engano de Satanás em nos tentar convencer que Deus fala conosco fora das Escrituras Sagradas, por meio de revelações extra-bíblicas advindas de falsos sonhos e visões mirabolantes (Gl 1.6-10).
Por meio das instruções a Timóteo, ele também nos ordena: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade" (2 Timóteo 2.15,16). A versão de J. N. Darby, se traduzida para o português, ficaria assim: “Esforça-te diligentemente para apresentar-te aprovado a Deus, como obreiro que não tem de que se envergonhar, cortando com precisão a palavra da verdade”. Nesta versão, a imagem que temos é de um bisturi nas mãos de um hábil médico que separa os órgãos corretamente, de acordo com seu lugar, posição e função.
A primeira edição da Bíblia em inglês, publicada em 1535 por iniciativa do Rei Tiago da Inglaterra, ou “King James”, trazia um prefácio de Miles Coverdale que trazia um conselho semelhante: “Será de grande auxílio para entenderes as Escrituras se atentares, não apenas para o que é dito ou escrito, mas de quem e para quem, com que palavras, em que época, onde, com que intenção, em quais circunstâncias, e considerando o que vem antes e o que vem depois”.
Sendo assim, não se pode querer entender a Bíblia como um saco de versículos que você sacode, mistura e tira dali uma passagem qualquer para embasar uma doutrina, principalmente se essa doutrina está baseada em um sonho, visão ou revelação de um clérigo que diz que viu, ouviu ou sentiu algo. Como escreveu Coverdale, é preciso saber “de quem e para quem... onde, com que intenção e em quais circunstâncias” aquela passagem aparece ali.
A espada do Espírito é a Palavra de Deus, não o que pensamos por nós mesmos ou o que sentimos dentro de nós (Ef 6.17). Devemos usar a Espada do Espírito, que é a Palavra, “para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Efésios 4.14).
"Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir" (João 16.13).
O verdadeiro Espírito Santo não fala por meio de sonhos, visões e sentidos, mas somente por meio do que está nas Escrituras. O papel do Espírito Santo é nos ensinar o que está escrito. Não interessa o que você sente ou pensa; o que interessa é o que a Palavra diz.
"E, quando ele [o Espírito Santo] vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo" (João 16.8).
A verdadeira fé vem acompanhada de doutrina e não de dons espirituais, pois o Espírito não fala de si mesmo, mas daquilo que está revelado e selado na Bíblia (Jo 16.13). Cristo, ao prometer o Espírito, declarou que o Espírito não falaria de si mesmo, mas lembraria e instilaria nas mentes o que Ele havia transmitido através da Palavra. Portanto, o Espírito, prometido a nós, não tem a tarefa de inventar novas e inauditas revelações, ou de forjar um novo tipo de doutrina para nos afastar da doutrina recebida do evangelho, mas de selar nossas mentes com essa mesma doutrina que é revelada pelo evangelho.
Arrependimento significa uma mudança de mente. Visto que Deus é aquele que concede arrependimento, isso significa que não é a pessoa quem muda a sua própria mente, mas é Deus quem muda a mente de uma pessoa. Ao que Ele muda a sua mente? Paulo diz que o arrependimento leva a “um conhecimento da verdade”. Novamente, isso se resume a uma questão de doutrina. Esta é a forma como devemos reconhecer o verdadeiro arrependimento. Não existe nenhum arrependimento a menos que a pessoa passe a afirmar as doutrinas verdadeiras. Se ela não afirma as doutrinas verdadeiras, então ela não se arrependeu e ainda permanece em seus pecados. Só tem o Espírito Santo aquele a quem foi dado antes o conhecimento da Sã Doutrina dos apóstolos e de sua própria depravação total.
Leiamos novamente: "E, quando ele (o Espírito Santo) vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo" (João 16.8).
Por que Jesus disse "conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará" (João 8.32), ao invés de "conhecereis o amor, e o amor vos libertará"? A resposta para tal é que Cristo está dizendo que sem a doutrina é impossível amar como Ele amou. Em termos mais amplos, você pode fazer mil tipos de obras caridosas e distribuir milhares de "abraços grátis" pelo mundo afora, e, mesmo assim, estará caminhando para o inferno se não tiver ciência e convicção do pecado, da justiça e do juízo. A verdade a qual Cristo se refere é a revelação contida nas Escrituras, não nossa vã imaginação.
Se você sonhou com o que já está escrito, o sonho é inútil. Se você sonhou com o que não está na Escritura, isso não procede de Deus. De ambos os lados, os sonhos e visões modernos de nada servem, senão para serem usados por Satanás. A Bíblia diz que nós, cristãos, não buscamos por sinais: "Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos" (1 Coríntios 1.22,23). Quem pede sinais são os JUDEUS. Nós não. Nós somos cristãos. A Palavra de Deus está SELADA em nossos corações. Não precisamos de sinais, nem buscamos por eles. Ora, "Corríeis bem; quem vos persuadiu, para que não obedeçais à verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chamou" (Gálatas 5.7,8). Qualquer ensino que esteja fora das Escrituras deve ser rejeitado, ainda que faça chover milagres.
– JP Padilha
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