Nem tudo foi escrito para você | JP Padilha

Se eu encontrar uma linda carta de amor na rua, cujo destinatário tem por nome Geraldo, eu não tenho o direito de tomar aquelas palavras para mim. Elas foram escritas para o Geraldo, não para o JP Padilha. Assim acontece com as promessas de restauração terrena, benção terrena, juízo terreno, etc., que Deus fez somente à nação de Israel e que muitos cristãos professos querem tomar para si (Se bem que eles revindicam somente as promessas de "bençãos terrenas" e isolam as de "juízo terreno". Curioso, não?).

No evangelho da graça não há promessas de prosperidade terrena! As promessas de prosperidade terrena são feitas somente à Israel, a nação terrena de Deus. A Igreja é a nação celestial de Deus e não terrena. Por isso que é necessário ir até o Antigo Testamento para encontrar promessas de prosperidade que NUNCA foram feitas à Igreja, a qual só veio a existir em Atos 2. Essas promessas ainda serão cumpridas à nação de ISRAEL futuramente, em uma próxima dispensação, no reino milenar de Cristo sobre a Terra.

Com a IGREJA a conversa é totalmente diferente. Basta ir nas epístolas, especialmente de Paulo. Na terra nós somos como "a escória do mundo". Somos peregrinos aqui. Somos odiados pelo mundo, e não amados por ele (Lc 21.17).

Por meio das instruções a Timóteo, Paulo nos ordena: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade" (2 Timóteo 2.15,16). A versão de J. N. Darby, se traduzida para o português, ficaria assim: “Esforça-te diligentemente para apresentar-te aprovado a Deus, como obreiro que não tem de que se envergonhar, cortando com precisão a palavra da verdade”. Nesta versão, a imagem que temos é de um bisturi nas mãos de um hábil médico que separa os órgãos corretamente, de acordo com seu lugar, posição e função.

A primeira edição da Bíblia em inglês, publicada em 1535 por iniciativa do Rei Tiago da Inglaterra, ou “King James”, trazia um prefácio de Miles Coverdale que trazia um conselho semelhante: “Será de grande auxílio para entenderes as Escrituras se atentares, não apenas para o que é dito ou escrito, mas de quem e para quem, com que palavras, em que época, onde, com que intenção, em quais circunstâncias, e considerando o que vem antes e o que vem depois”.

Sendo assim, não se pode querer entender a Bíblia como um saco de versículos que você sacode, mistura e tira dali uma passagem qualquer para embasar uma doutrina. Como escreveu Coverdale, é preciso saber “de quem e para quem... onde, com que intenção e em quais circunstâncias” aquela passagem aparece ali.

Mas alguém vem e me pergunta: Mas e se Deus quiser abençoar algum crente materialmente? Sim, Deus pode prosperar na vida de um crente materialmente... mas Ele só faz isso quando quer e não porque prometeu isso. O apóstolo Paulo chega a mencionar esse grupo de "ricos segundo o mundo" na Igreja dos santos (crentes em Cristo, servos de Deus, que devem ser liberais com suas riquezas, abençoando os irmãos mais pobres com tudo que possuem – cf. 1Tm 6.17,18). O apóstolo ainda os adverte dizendo que eles não devem buscar por mais riquezas além do que já possuem naturalmente, pois isso pode levá-los ao "amor ao dinheiro" ou às "coisas terrenas” (1Tm 6.8-11).

– JP Padilha
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