Antes de ler, clique neste link para ler a primeira parte deste artigo:
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2024/07/o-que-significa-ser-entregue-satanas.html
Na primeira parte deste artigo entendemos como funciona o ato de entregar uma pessoa a Satanás. Entregar alguém a Satanás é um ministério da Igreja e é também um ministério do próprio Deus. No caso da Igreja, este ato visa colocar o indivíduo (crente ou não) à disposição de Satanás para ser disciplinado ou castigado por meio da exposição ao mundo e longe da proteção da comunidade cristã. Essa disciplina envolve vergonha e castigo por meio da agência de Satanás. O objetivo da Igreja ao entregar alguém a Satanás é sempre a restauração do crente que está em pecado (1Co 5.5; 1Tm 1.20).
Falamos também sobre como Deus entregou alguns de seus servos (incluindo Seu próprio Filho) a Satanás por vários propósitos divinos. Alguns são entregues a Satanás para purificação, como Pedro. Alguns são entregues a Satanás para maior efetividade, como Paulo. Alguns, para provar a validade de sua fé, como Jó. Cristo foi entregue a Satanás para mostrar ao mundo que Ele era, de fato, o Deus-homem perfeito; sem mácula. Mas, em todos eles, o objetivo primário será sempre mostrar a glória de Deus, para louvor dAquele que opera o tipo de salvação que mantém um Jó, o tipo de poder que humilha um Paulo e restaura um Pedro, e então Deus recebe a glória em todas essas coisas.
Um pensamento terrível, uma realidade aterradora, mas que a Igreja deve entender. Satanás, o inimigo de Deus, o que odeia o bem, mentiroso, assassino, demônio, líder de forças demoníacas, desprezador de Cristo, demônio infernal que vive para destruir tudo o que Deus designa e será finalmente enviado ao Lago de Fogo para ser atormentado para sempre. Satanás, aquele incentivador de pervertidos, criador de loucos e criminosos, devastador de famílias e criador do caos. Ser entregue a ele é realmente um pensamento aterrorizante. Todavia, é uma realidade bíblica que poucos conhecem.
ENTREGUES A SATANÁS PARA PERDIÇÃO ETERNA
Há casos em que indivíduos são entregues a Satanás para perdição, por não reconhecerem Deus como sendo Deus; por não se importarem em ter o conhecimento de Deus; por permanecerem em seus pecados e não se arrependerem. E Deus os entregou para sempre nas mãos de Satanás. Esses indivíduos estão predestinados à perdição eterna. Terrível!
1 João 5.19 – “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno”.
As Escrituras dizem, em 1 João 5.19, que o mundo jaz no colo do maligno. Mas aqui João não está se referindo ao mundo todo. De outra forma, a Bíblia entraria em contradição em João 3.16, que diz que Deus amou o mundo, e neste verso a palavra “Mundo” se refere aos crentes, não aos descrentes. Deus ama somente aos que Lhe pertencem, não a cada indivíduo que compõe o mundo. Portanto, 1 João 5.19 se trata do mundo dos descrentes. Preste atenção no verso – eles já estão no maligno; nas mãos de Satanás para sempre.
João faz uma clara diferenciação entre nós, que somos de Deus, e o mundo que está entregue ao maligno (Satanás). Portanto, vemos que aqueles os quais Deus não escolheu para a salvação estão inteiramente entregues nas mãos de Satanás, sem nenhuma proteção divina ou associação com a Igreja.
Para entender melhor sobre este tema (se Deus ama o mundo todo ou não; se o mundo inteiro, incluindo crentes, está no maligno ou não), clique nestes links:
Deus ama todo o mundo? – Desvendando o mito:
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2019/08/deus-ama-todo-o-mundo-desvendando-o-mito.html
O significado de "Mundo" na Bíblia:
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2019/07/o-significado-de-mundo-na-biblia-jp.html
Romanos 1.18-32 – “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a iniqüidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem”.
O que a Bíblia diz é que Deus abandonou os que permanecem no pecado ao poder de Satanás. É por isso que Efésios 2.2 diz que todas as pessoas não resgatadas, que estão mortas em ofensas e pecados, andam de acordo com o curso deste mundo, de acordo com o príncipe do poder do ar, que é chamado de “o espírito da desobediência” que atua neles. E eles são chamados de “filhos da desobediência”. Toda a raça humana não resgatada está sob o poder de Satanás. Esses indivíduos, dos quais estamos falando, estão sob a fúria do mundo de Satanás. É disso que estamos falando. Algumas pessoas, pelo desígnio de Deus, por Seu propósito soberano e como um ato sagrado para Sua própria intenção e vontade, são expulsas do lugar protegido da Igreja para a dimensão satânica, para serem disciplinadas e castigadas temporariamente. Mas, neste caso em específico, não há volta – não há arrependimento por parte dos pecadores. Eles permanecerão nas mãos de Satanás e continuarão em seus pecados. Em Romanos 1.18-32 Deus dá aos pecadores o que eles querem (vs. 24). Eles não se importarão com isso porque não terão consciência de seus pecados e isso não será um peso para eles neste mundo. Eles estão para sempre perdidos. Em Romanos 1.18-32 estamos aprendendo sobre isso.
A declaração de Paulo nos versos 16 e 17 deixa uma questão: por que os justos devem viver pela fé? Por que apenas recebendo a justiça é o único modo de ficarmos retos diante de Deus? Paulo vai usar os versos 18 a 32 para responder por que nós precisamos que Deus nos dê sua justiça e por que não podemos merecê-la ou conquistá-la por nós mesmos. Ele vai nos apresentar um retrato escuro da humanidade.
A IRA REVELADA
O versículo 18 começa como um porquê. Então este verso vem dos versículos anteriores (16-17). Paulo está mostrando que o evangelho é necessário porque estamos diante da ira de Deus. Todos os seres humanos sem o evangelho estão debaixo da ira de Deus. A ira de Deus está sendo manifesta – revelada. Por que está sendo revelada? Como está sendo revelada? São duas perguntas que ele irá responder neste capítulo.
O que atrai a ira de Deus é a impiedade e a injustiça. A primeira fala do não cumprimento das leis de Deus, uma destruição de nosso relacionamento vertical com Deus. A segunda fala sobre o descumprimento em relação aos homens, uma destruição de nosso relacionamento horizontal com os homens. É a quebra do grande mandamento: amar a Deus e aos outros (Mc 12.29-31).
SUPRIMINDO A VERDADE
Paulo antecipa a objeção de que as pessoas não podem conhecer nada melhor. Como Deus pode fazer alguém responsável por não conhecer a um Deus que nunca ouviu falar? Porém, de fato, todos conhecem melhor, porque eles conhecem a verdade e suprimem ela.
O verso 21 vai mais adiante, dizendo que todos os seres humanos conhecem a Deus. A criação nos mostra que existe um Deus de eterno poder e de natureza divina. Todos nós o conhecemos através do que dizemos para nós mesmos, isto é, que existe um Criador de quem somos ultimamente dependentes e para quem devemos prestar contas. Antes da conversão, não podemos saber tudo sobre Deus a partir da criação (Seu amor e Sua misericórdia, por exemplo). Mas nós podemos perceber que há um Deus que criou todas as coisas a partir do momento em que vemos a criação e deduzir de qualquer criatura que há um Criador. Porém, nós suprimimos isso.
Este é um ensino contra-cultural. Cristãos, para quem o Espírito Santo mostrou a verdade sobre o Criador, são geralmente acusados de serem repressores – não sendo verdadeiros consigo mesmos ou abertos para a realidade do mundo. Contudo, Paulo está dizendo que, naturalmente, todos nós somos repressores enquanto nos mantemos longe da verdade de que existe um Deus Criador. Enquanto nós suprimirmos esta verdade, nunca iremos entender quem somos e por que o mundo é o que é.
TODO MUNDO ADORA ALGUMA COISA
Então Paulo diz que os homens estão sem desculpas porque todo o ser humano conhece a Deus por meio do que se vê nas coisas que foram criadas, mas não glorifica a Deus e nem dá graças a Ele (vs. 21). O que Paulo está dizendo é que estes incrédulos (céticos, ateus, etc.) plagiam Deus, pegam aquilo que Deus criou e acham que é mero acaso ou, na pior das hipóteses, um efeito do Big-Bang. Não percebem a sua dependência de Deus, mas clamam por independência. Preferem a ilusão de que podem decidir o que é certo ou errado. Não são gratos porque não aceitam aquilo que foi feito para nós.
O que acontece quando as pessoas se recusam a reconhecer Deus como sendo Deus e a depender de Deus? Não param de adorar. Apenas mudam o objeto de sua adoração. Paulo diz que elas trocaram a glória do Deus imortal por imagens que parecem com homem mortal, pássaros, animais e repteis (vs. 23). Nós vemos esta troca nos versos 25-27.
Todos nós precisamos adorar alguma coisa. Todavia, fomos criados para adorar o Criador, e, então, se rejeitamos a Ele, iremos adorar outra coisa. Sempre haverá algo que capture nossa imaginação ou nossa fidelidade, que é um lugar de descanso para os nossos desejos mais profundos e para onde olhamos para nos acalmar de nossos medos mais profundos. Qualquer que seja esta coisa, nós a adoramos, nós a servimos. Ela se torna a base da nossa vida; não vivemos sem ela; ela valida e determina tudo o que fazemos.
O problema dessa troca na adoração dos idólatras é que ela desvirtua a criação de Deus. Fomos criados como imagem de Deus (Gn 1.26-29), feitos para nos relacionar com Ele e refletir Sua natureza e bondade para o mundo. Em Romanos 1.23, a humanidade vira as costas para Deus e passa a se prostrar diante das coisas. Da perspectiva divina, os idólatras se tornam LOUCOS (vs.22). Deixam a base de tudo e ficam sem base alguma para a vida.
A IRA DE NOS DAR O QUE NÓS QUEREMOS
“Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si” (vs.24).
Quando a humanidade comete idolatria, adorando aquilo que não é Deus como se fosse, concede a outras criaturas e seres do cosmos um poder, um prestígio e autoridade sobre nós, que nós, submissos a Deus, deveríamos ter sobre eles. Ao adorar um ídolo, seja ele qual for, você abdica algo de sua própria autoridade humana sobre o mundo e concede autoridade a esse ídolo, chamado a ser uma força negativa, contrária a Deus, uma força oposta à criação, porque, sendo ela mesma parte do mundo transitório, está destinada à decadência e morte e, caso não tenhamos cuidado, seremos arrastados juntos com essa força!
Desde que nossos corações foram feitos para estarem centrados em Deus, sendo Ele o real provedor de satisfação e significância, as coisas não satisfazem a nossa vida. Sempre sentimos que precisamos de mais e mais. Falhamos em simplesmente receber e desfrutar da vida com Deus; suprimimos a verdade que iria nos libertar e satisfazer.
“Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações” (vs. 24a). A palavra “Concupiscência” vem de uma palavra grega chamada epihumia, que significa desejo exagerado. Concupiscência é o termo utilizado para designar a cobiça ou apreço não somente por bens materiais, como também por prazeres sexuais exagerados e distorcidos, que é o caso do contexto aqui. A continuação do verso diz isso: “Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si” (vs. 24). Etimologicamente, este termo se originou a partir do latim concupiscens, que significa “o que tem um forte desejo”, que deriva da palavra concupera, que quer dizer “ter forte desejo”.
Outro problema do nosso coração, além do desejo por coisas erradas, é um desejo exagerado por coisas boas, que transforma estas coisas em deuses – em objetos de nossa adoração e serviço. Então, a pior coisa que pode nos acontecer é quando damos ao nosso coração aquilo que ele deseja demais. A pior coisa que Deus pode fazer com a humanidade no presente é deixar ela alcançar seus objetivos idólatras, o que leva as pessoas à sua própria perdição. Deus entrega homens aos seus próprios desejos para a sua própria perdição. Deus entrega estes homens a Satanás para fazerem aquilo que desejam. Esta é a pior coisa que pode acontecer – deixar que o homem faça o que o seu coração deseja fazer livremente. Que Deus nos livre do livre arbítrio! Não há pior castigo do que este.
Qualquer coisa, boa ou má, pode ser objeto de nossa idolatria: família (esposa, filhos, etc.), dinheiro, sucesso, ministério, bebidas, poder, etc.
- Se você busca por poder (sucesso, vitória, influência), seu maior pesadelo será a humilhação. Seus amigos se sentirão usados. Seu problema emocional será a raiva.
- Se você busca por aprovação (afirmação, amor, relacionamentos), seu maior pesadelo será a rejeição. Seus amigos se sentirão sufocados. Seu problema emocional será a covardia.
- Se você busca por conforto (privacidade, liberdade), seus maiores pesadelos serão o stress e os questionamentos. Seus amigos se sentirão negligenciados. Seu maior problema emocional será o tédio.
- Se você busca por controle (segurança, certeza), seu maior pesadelo será a incerteza. Seus amigos se sentirão condenados. Seu maior problema emocional será a preocupação.
O conceito bíblico de idolatria é uma ideia extremamente sofisticada, integrando categorias intelectuais, sociais, psicológicas, culturais e espirituais.
Há ídolos pessoais, como um amor romântico e família, ou dinheiro, poder, ou realização, ou acesso a círculos sociais em particular, ou uma dependência emocional dos outros em você, ou saúde, ou forma física, ou beleza física. Muitos buscam em todas estas coisas pela esperança, sentido e satisfação que somente Deus pode dar. Há ídolos culturais, tais como o poderio militar, o progresso tecnológico e a prosperidade econômica. Os ídolos de sociedades tradicionais incluem família, trabalho duro, dever e virtude moral, enquanto que na cultura ocidental estão a liberdade individual, auto-descobrimento, influência pessoal e satisfação. Todas estas coisas podem tomar um tamanho desproporcional e poder na sociedade. Esses ídolos prometem para nós a proteção, paz e felicidade se apenas basearmos nossas vidas neles.
A verdadeira liberdade só pode ser alcançada quando adoramos O que é bendito eternamente. O único modo de parar de suprimir a verdade é voltarmos a Deus como alvo de nossa adoração e vida, e tão somente a Ele.
PAULO E A HOMOSSEXUALIDADE
“Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (vs. 26-27).
Recentemente, muitos têm tentando mudar a interpretação destes versículos, dizendo que Paulo estava tratando de pessoas que meramente agem contra a sua natureza ou se refere a um sexo promíscuo homossexual em particular, e não à relações homossexuais estáveis.
Mas, o texto é claro ao afirmar que a homossexualidade é contra a natureza humana. É uma violação da natureza criada de Deus. E não há nada aqui que possa sugerir que Paulo tem em vista apenas certos tipos de relacionamentos homossexuais.
O final do verso 27 deve ser interpretado como uma consequência dos homens terem sido deixados (abandonados) aos seus desejos incontrolados. Foi Deus quem os abandonou a estes desejos homossexuais, e a causa deste abandono está no fato de não reconhecerem a Deus como sendo Deus. Muita gente pensa que a homossexualidade permanente é um pecado pelo qual Deus irá punir o homossexual. Essa interpretação está errada. Veja o contexto novamente – Deus os entrega a este desejo por não reconhecerem-no como Deus e rejeitarem o Seu conhecimento. O ato homossexual já é a própria punição de Deus sobre tais ímpios. A Bíblia é clara, tanto no Novo Testamento como no Antigo Testamento, ao dizer que o ato homossexual é um comportamento pecaminoso de rejeição do senhorio de Cristo e que deixa as pessoas fora do reino de Deus.
Podemos ver isso em 1 Coríntios 6.9-11. Nesta passagem, no verso 10, Paulo tem em vista dois comportamentos pecaminosos na área sexual: o primeiro é o sexo fora do casamento e o segundo é a relação homossexual mencionada aqui nos versos 26-27 de Romanos 1. É um comportamento resultante do desejo desordenado – por uma idolatria, como também é a ganância (Cl 3.5).
A homossexualidade é um pecado sério como também é a inveja, a fofoca, a desobediência, a deslealdade (vs. 29-30). Se vemos a homossexualidade como uma perversão, do mesmo modo temos que enxergar o engano como uma depravação (vs. 28).
Leia mais sobre a Homossexualidade neste link:
A Homossexualidade segundo a Bíblia:
https://jppadilhabiblia.blogspot.com/2023/08/a-homossexualidade-segundo-biblia-jp.html?fbclid=IwY2xjawEdePxleHRuA2FlbQIxMAABHdNz8Hs0iZErpe4feiq00IWaiN84ZnkgodgIVLq9lr7VgA4TnT9O2avKYA_aem_GKuitJJbM48NYsC8EzGnzg
VENDO A NÓS MESMOS
“E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a iniqüidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem” (vs. 28-32)
Aqui está uma lista não exaustiva das consequências da idolatria. Aqui nós temos a desordem econômica (avareza), a desordem social (assassinato, engano e malícia), a desordem familiar (desobediência), a desordem relacional (irreconciliáveis, sem misericórdia), etc.
Aqui está o que os teólogos chamam de “Doutrina da Depravação Total”. Se você acha que não está na lista, pense melhor. Paulo lembra que também estão aqueles que aprovam ou consentem com os pecadores. Pergunte-se a si mesmo se você nunca concordou com uma inveja alheia, deixou passar adiante uma fofoca ou mesmo criou um ídolo para seus filhos como uma prova na escola ou um super-herói dos quadrinhos.
Cada cultura humana é uma complexa mistura de verdades brilhantes, meias verdades e resistências à verdade. Cada cultura terá um discurso de idolatria com ela. E, ainda assim, cada cultura terá um testemunho da verdade de Deus nela. Deus dá bons dons de sabedoria, talento, beleza, habilidade, etc. e o mérito é todo dEle, não do homem. Ele deixa essas coisas como sementes para enriquecer, abrilhantar e preservar a humanidade. Sem este entendimento de cultura, cristãos tenderão a pensar que eles podem viver auto-suficientes, isolados das contribuições daqueles que estão no mundo. Sem uma apreciação da graça de Deus disposta na cultura, cristãos poderão lutar para entender por que não-cristãos, por vezes, excedem cristãos em sua prática moral, sabedoria e habilidade. A doutrina do pecado significa que, como crentes, nunca seremos tão bons como a nossa cosmovisão nos mostra que deveríamos. E, ao mesmo tempo, a doutrina da nossa criação como imagem de Deus, e um entendimento da graça divina que recai sobre os eleitos de Deus, nos lembra que descrentes nunca são tão ruins quanto sua falsa visão de mundo gostaria que fossem. Se Deus permitisse que o homem praticasse toda a devassidão que está em seu coração, ele faria coisas piores do que imagina. Sem a restrição de Deus sobre o homem mau, ele faria loucuras indescritíveis. Por mais pecadores que possamos ser, há uma restrição de Deus que não nos permite ir tão longe quanto nosso coração pode ir em direção ao mal.
COMO RESPONDER A ISSO TUDO?
Deus entregou todos estes mencionados em Romanos 1.18-32 a Satanás. E não somente estes, como também aqueles que concordam com os listados aqui. Esta entrega a Satanás é permanente. É para perdição eterna.
Primeiro, precisamos reconhecer as narrativas em que estamos inseridos. São elas que formam nossos desejos e nos levam para a idolatria. O mundo propõe para o nosso coração os ideais de beleza, satisfação e segurança. Precisamos voltar para a narrativa do evangelho e entender e desejar aquilo que Deus quer para o nosso coração e vida.
Segundo, tomemos cuidado com o comportamento fariseu de auto-salvação que enxerga só nos outros certos tipos de comportamento de idolatria. Devemos olhar com humildade para o nosso coração e ver quais os padrões de idolatria e de desejo estão habitando em nossa vida. O moralismo não vai ajudar aqui. Precisamos de arrependimento.
Terceiro, temos de ler esta passagem com os olhos voltados para os versos 16-17. Não precisamos temer a ira de Deus, pois fomos justificados pela fé e já recebemos a graça de Deus. O modo de vencer os desejos do coração desordenado é levá-lo a descansar e a satisfazer-se em Deus, apreciando-o em louvor.
SAUL
Veremos agora alguns exemplos específicos de homens na Bíblia que foram entregues a Satanás não por uma razão positiva, mas por uma razão negativa. Foram entregues a Satanás não para que pudessem provar a verdade de sua fé, não para manterem humildade e dependência, não para que pudessem fortalecer a outros, não para que pudessem receber uma coroa da vida, não para que pudessem dar louvor ilimitado, sem obstáculos e eternos a Deus. Não. Eles foram entregues a Satanás para julgamento e condenação eterna. Isso é diferente – foram entregues a Satanás para juízo. E as Escrituras ilustram isso muito apropriadamente.
Em 1 Samuel 16 temos várias ilustrações disso à medida que avançamos brevemente. Samuel vem para ungir aquele que Deus escolheu para ser o novo rei. No versículo 12, Samuel chega à casa de Jessé: “Então mandou chamá-lo e fê-lo entrar (e era ruivo e formoso de semblante e de boa presença); e disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo” (1 Samuel 16.12). Deus identificou um dos filhos de Jessé. Ele o enviou e o trouxe. Ele era ruivo e de um semblante bonito. Trata-se de Davi. E o Senhor disse: “Levanta-te, unge-o, é ele”. Samuel pegou o chifre do azeite, o ungiu no meio de seus irmãos, e o Espírito do Senhor veio sobre Davi a partir daquele dia.
Agora, aqui estava a unção de Davi, filho de Jessé, para ser o rei de Israel e substituir Saul. Saul havia recebido a unção do Espírito do Senhor. Isso não é uma garantia de salvação ou um comentário sobre sua salvação pessoal ou sobre sua espiritualidade. O Espírito do Senhor veio a Davi aqui para o papel de rei, assim como o Espírito do Senhor havia entrado, em Juízes 16, em Sansão, como juiz de Israel. isto é, para o governo do povo, para que a vontade de Deus fosse realizada. Não se trata de comentar a espiritualidade de Saul ou de Davi. O Espírito do Senhor estava sobre Saul para que ele pudesse ser rei e para que Deus realizasse Sua vontade através desse rei. O versículo 14 diz isto: “Tendo-se retirado de Saul o Espírito do Senhor”. Ou seja, o Espírito do Senhor se retirou de Saul. Agora, se tivesse a ver com sua salvação pessoal, seria algo completamente diferente. Mas o ponto é que, quando o Espírito veio sobre Davi, o Espírito deixou Saul porque a vinda e a saída do Espírito Santo em referência a esses dois homens tinham a ver com sua função de rei de Israel, para que a vontade de Deus fosse efetuada por meio do governo deles. E Davi foi escolhido para substituir Saul. O Espírito do Senhor deixou Saul e passou a habitar sobre Davi. Digno de nota é que no Velho Testamento o Espírito Santo não habitava os homens. Ele apenas habitava “sobre” estes homens. Isso será explicado mais a frente.
Agora observe o versículo 14: “Tendo-se retirado de Saul o Espírito do Senhor, da parte deste um espírito maligno o atormentava”. As pessoas ficam preocupadas com o modo como o espírito maligno pode vir do Senhor. Mesmo entre os crentes há uma dificuldade enorme em aceitar que um demônio possa ser enviado pelo próprio Deus a alguém. Mas Ele o faz. 2 Tessalonicenses 2.11-12 prova isso: “E, portanto, Deus lhes enviará a operação do erro (um espírito maligno), para que creiam na mentira; para que sejam condenados todos os que não creram na verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade”. Isso não significa que o Senhor é mau. Isso não significa que o espírito maligno habitava na presença do Senhor. Tudo o que isso significa é que nem os demônios podem atuar a menos que o Senhor o envie, ou o mande, ou o permita. E quando o Espírito do Senhor se afastou de Saul, Deus o entregou a Satanás. E Satanás enviou um demônio poderoso e muito específico que foi e se tornou o companheiro constante de Saul. A palavra “atormentava”, comum no Antigo Testamento, significa “aterrorizar” ou “atormentar”. Saul se tornou atormentado por um demônio. A expressão "possuído por demônio" não é um termo apropriado para o caso de Saul. É melhor usar um termo bíblico mais coerente com esse contexto para entendermos o que estamos falando em referência a essas passagens das Escrituras. Saul tornou-se “atormentado por demônio” – atormentado por demônio.
Apesar de ter o Espírito do Senhor sobre ele para seu governo real, ele foi precipitado em seus julgamentos. Suas decisões tomadas sob pressão foram estúpidas. Uma delas quase o levou a executar seu próprio filho por comer mel. Ele caiu no orgulho. Ele desprezava a autoridade de Samuel e desejava controle unilateral. Ele desejava total segurança, confiança e glória de todas as pessoas em vez de compartilhá-las com alguém. Ele era ganancioso. Ele exibia sua injustiça em todos os lugares. Ele flagrantemente desobedeceu a Deus. Saul assumiu o papel de sacerdote e tentou esconder sua desobediência sob uma capa de espiritualidade. Ele era um homem muito, muito mau.
Como resultado disso, o Espírito do Senhor o deixou, e um espírito maligno veio aterrorizar aquele homem até sua morte. No capítulo 18 temos uma pequena visão disso. E Davi estava onde Saul esteve. Davi era quem tocava harpa para Saul a fim de acalmá-lo em seus tormentos. Conhecemos a história. E Saul o colocou sobre os homens de guerra e o elevou a um lugar de destaque, o que os levou a vencer uma grande batalha, ao massacre dos filisteus, mencionado no versículo 6. Quando voltaram, mulheres saíram de todas as cidades de Israel enquanto eles marchavam de volta a Jerusalém. As mulheres estavam dançando e cantando ao som de tamborins e outros instrumentos musicais, com grande alegria. As mulheres falavam umas com as outras enquanto tocavam, e esta foi a música que cantaram: "Saul matou seus milhares e Davi seus dez milhares”.
Agora preste atenção. Um egomaníaco como Saul nunca será capaz de lidar com isso. Saul ficou muito zangado com o sucesso de Davi. O ditado o desagradou e ele disse: "Eles atribuíram a Davi dez milhares; e a mim eles atribuíram apenas milhares; e o que ele pode ter mais além do reino?" Davi havia sido ungido, mas ainda não havia assumido o trono. Enquanto isso, Saul estava com muito medo e passou a olhar Davi com inveja daquele dia em diante. E aconteceu que, no dia seguinte, o espírito maligno da parte de Deus veio sobre Saul. Ele foi aterrorizado novamente. Ele profetizou no meio da casa, aparentemente, algumas expressões extáticas. E Davi dedilhava a harpa para tentar acalmá-lo, como em outros momentos. E havia uma lança na mão de Saul. Ele era um grande guerreiro, um homem gigante e habilidoso com uma lança. Saul jogou a lança e disse: "Eu vou ferir Davi até a parede com ela, vou fincá-lo na parede”. E Davi escapou de sua presença duas vezes. No capítulo 19, versículo 9, o espírito maligno do Senhor estava sobre Saul quando ele estava sentado em sua casa com a lança na mão. Enquanto Davi dedilhava o instrumento com sua mão, Saul procurou atingi-lo com a lança, mas ele escapou da presença de Saul. Ele atirou a lança na parede e Davi fugiu, e escapou naquela noite.
Agora, este homem – Saul – é aterrorizado por demônios. A história de Saul, o homem atormentado, vai de mal a pior. Quando esse demônio tem domínio sobre ele – quando ele foi entregue a Satanás –, mesmo que tivesse estado sob o Espírito do Senhor, mesmo tendo sido parte do povo da aliança de Deus e conhecido a proteção disso, fosse ou não um verdadeiro crente, ele havia conhecido a proteção do povo da aliança. Ele havia conhecido a proteção que advém de estar dentro da estrutura em que Deus está derramando o cumprimento de suas promessas. Ele conhecia a presença do Espírito do Senhor, como um rei. Mas ele agora é expulso. O Espírito do Senhor parte de sua vida e ele está sozinho, abandonado ao reino de Satanás. Ele se torna não apenas melancólico; não apenas desesperado – isso não é alguma desorientação psicológica. Ele está demonizado e sujeito ao controle de um poder maligno sobrenatural, vil e perverso, que o leva à loucura, ao assassinato em massa, ao ocultismo e, finalmente, a cometer suicídio. E como Thomas Manton, o puritano, disse: “O diabo se deleita em irritar os homens com terrores irracionais. O diabo tenta e aflige”.
O Senhor entregou Saul ao poder satânico não para receber instruções sobre soberania divina, não para poder manter sua humildade (ele não tinha nenhuma), não para torná-lo dependente, não para ajudá-lo a fortalecer os outros, nem para lhe dar uma coroa da vida, não para fazê-lo louvar por toda a eternidade, mas para julgá-lo e condená-lo. E ele foi direto para o poço do oculto. Ele então consultou a bruxa de Endor (uma médium, uma necromante, uma espírita de sua época), consultando espíritos demoníacos. Samuel já havia morrido, e todo o Israel o havia pranteado e sepultado em Ramá, sua cidade natal. Saul já havia expulsado do país os médiuns e os que consultavam espíritos (1Sm 28.3). Saul sabia, como ninguém, que era pecado hediondo consultar os mortos. Porém, ao consultar o Senhor, Este não lhe respondeu nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas (1Sm 28.6). Sabendo que estava indo contra a lei de Deus, tentou ter contato com o espírito de Samuel através de uma médium. Como sabemos, um demônio se manifestou como sendo Samuel, e disse coisas que lhe perturbaram profundamente (cf. 1Sm 28.7-19). Antes disso, quando o Senhor voltou na forma do Espírito, no capítulo 19, e o levou a profetizar, ele ficou tão descontrolado na profecia que se despiu, caiu no chão prostrado e totalmente nu, em total humilhação. Realmente, em certo sentido, estava desprovido de seu próprio entendimento. Mais tarde, ele massacrou todo um grupo de bons sacerdotes porque eles deram provisões a Davi, e então acabou com sua vida, como um suicida – o que, aliás, é um ato raro em todos os contextos da história de Israel, mas não raro entre aqueles que são entregues a Satanás.
JUDAS ISCARIOTES
João 13.27 – “E, após o bocado (pedaço de pão), entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que tens de fazer, faze-o depressa”. É interessante notar que aqui Jesus reagiu usando Seu poder como sendo Deus-homem. Ele já sabia quem seria o seu traidor e ordenou que Judas fizesse logo aquilo que ele havia de fazer. Temos a passagem que diz que nenhum dos apóstolos se perdeu, senão o filho da perdição, predestinado para aquele fim. Judas estava preordenado para este fim. No Antigo Testamento há profecias sobre Judas também. Ele é chamado “o filho da perdição”.
“Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse” (João 17.12).
Em João 13.27 vemos o Cenáculo. É a noite da traição contra Jesus Cristo. O personagem principal do nosso foco é Judas Iscariotes, filho de Simão. Judas, que esteve com Jesus por três anos. Judas, que tinha visto tudo o que o Senhor fez, ouviu tudo o que Ele disse e observou Seus milagres. Judas, que não podia negar a veracidade de Cristo – Judas, que não podia negar nem a perfeição de Cristo nem o poder de Cristo, rejeitou tudo em Cristo. E no versículo 27 temos uma das declarações mais trágicas das Escrituras: “E, após o bocado” – isto é, depois de pegar aquele pedaço de pão e mergulhá-lo no prato, que fazia parte da refeição da Páscoa – “Satanás entrou nele”. O cronograma divino foi estabelecido e Deus entregou Judas a Satanás.
Ele havia sido parte da comunidade dos apóstolos. Ele havia sido isolado de toda a fúria do mundo de Satanás por causa da proteção daquele grupo que Deus havia abençoado pela presença de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Mas agora ele está fora desse grupo. Ele é entregue a Satanás. Satanás literalmente entra em Judas. Judas não está possesso por um demônio qualquer. Ele está possesso pelo próprio Satanás. Mas, ao contrário do que vemos muitas vezes, Judas não saiu sacudindo seu corpo, caindo no chão, ficando inerte ou inconsciente. Ele estava são e sóbrio. Ele sabia exatamente tudo o que estava fazendo. Ele tinha total consciência das coisas que fazia. Essa é uma realidade que muitos crentes desconhecem. Ao ser possuído por um demônio ou por Satanás, a pessoa não fica fora de si. Pelo contrário – ela sabe o que faz, porém, sob total autoridade de Satanás.
Jesus diz: "O que você tem que fazer, faça logo, e seja rápido". Em Lucas 22.3-5 o texto é mais amplo e específico apenas para aumentar a compreensão do que temos disso: “Entrou então Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, que era um dos doze; e foi ele tratar com os principais sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria. Eles se alegraram com isso, e convieram em lhe dar dinheiro”.
Ele saiu, energizado por Satanás, e vendeu Jesus Cristo. Depois disso saiu em remorso, colocou uma corda no pescoço e se enforcou. A corda quebrou ou o galho quebrou, e ele caiu, bateu em uma pedra e suas entranhas jorraram por todo o lugar. Suicídio, assim como Saul. Entregue a Satanás, fora daquele lugar abrigado e protegido com Jesus. Saul, acredito, ilustra o incrédulo que é abençoado por estar na presença do povo prometido de Deus. Judas, o mesmo. Mas ambos expulsos para julgamento de Deus sobre o seu coração mau. Ambos foram entregues a Satanás para a perdição eterna.
ENTREGUES A SATANÁS PARA CASTIGO
1 Timóteo 1.18-20 – “Esta é a admoestação que faço a você, meu filho Timóteo, segundo as profecias que anteriormente foram feitas a seu respeito: que, firmado nelas, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência, porque alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. Entre esses estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás para serem castigados, a fim de que aprendam a não blasfemar”.
Como fora dito na primeira parte deste artigo, vamos examinar um pouco mais a situação de Himeneu e Alexandre, dois homens crentes, que estavam dentro da Igreja, mas que estavam em pecado de blasfêmia. Paulo já tomou a decisão de entregar pessoalmente estes dois homens a Satanás para serem castigados. E ele ordena a Timóteo neste primeiro capítulo que ele terá de fazer isso com certas pessoas na igreja de Éfeso, onde ele está agora localizado. No verso 20, Paulo diz: “Eu dei o exemplo... porque eu peguei Himeneu e Alexandre e os coloquei para fora, e os entreguei a Satanás para que eles possam ser, literalmente e fisicamente, treinados ou fisicamente punidos por sua blasfêmia”. É isso que Paulo está dizendo.
Esse é o padrão que a Igreja deve adotar hoje. A Igreja é um refúgio maravilhoso; um lugar de proteção para os crentes. É até um lugar onde os incrédulos podem vir e encontrar uma certa quantidade de refúgio da fúria de Satanás. Mas as Escrituras são muito claras: para os propósitos de Deus, há pessoas em certos momentos que são jogadas ao domínio de Satanás.
ANANIAS E SAFIRA
“Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram. E, levantando-se os moços, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram. E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido. E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas” (Atos 5.1-11).
Em Atos 5 vemos que havia um certo homem chamado Ananias, que tinha uma esposa chamada Safira. Eles venderam uma posse. Eles prometeram ao Senhor que dariam a Ele todo o lucro da venda – 100%, mas não cumpriram com a promessa e mantiveram parte do preço. Assim, eles mentiram ao Espírito Santo. Eles vieram, então, fingindo estar dando tudo, colocando-o aos pés dos apóstolos. O Espírito Santo instruiu Pedro sobre a mentira deles. Então Pedro disse a Ananias: "Por que" – aí vem – "Satanás encheu seu coração?" Quando ele mentiu para o Espírito de Deus, foi o resultado de uma intenção maligna, que literalmente entregou Ananias a Satanás.
Bom, acredito que não há razão para supor que ele não era um crente. Afinal, foi o Espírito Santo a quem ele mentiu, e somente um crente tem tanta comunhão com o Espírito Santo. Ele mentiu para o Espírito Santo. O resultado vem no verso 5: Ele caiu e morreu. Creio que o Senhor o entregou a Satanás. Satanás o encheu e o matou. Sua esposa apareceu três horas depois e não sabia o que havia acontecido. Ela entrou e a mesma história se repetiu. Versículo 9: “Como vocês concordaram em testar o Espírito de Deus? Eis que os pés dos que sepultaram seu marido estão à porta e a levarão também”. Ela caiu imediatamente aos pés deles e morreu também (vs. 10). Os jovens entraram, encontraram-na morta, carregaram-na e enterraram-na junto a seu marido. Um grande temor encheu a todos da igreja e em todos que ouviram falar disso (vs. 11).
Agora, aqui estavam dois crentes que mentiram para o Espírito Santo. Eles foram entregues a Satanás. Satanás é quem, de acordo com Hebreus 2, tem o poder da morte. Há momentos em que Deus entrega as pessoas para Satanás usar esse poder. E, nesse caso, foi o que aconteceu. Entregues a ele por causa do pecado. No caso de Saul, incredulidade, desobediência, rebeldia, etc., no caso de Judas, provavelmente um incrédulo, e, no caso de Ananias e Safira, crentes entregues a Satanás para um castigo. Alguém poderá perguntar sobre Ananias e Safira: "Eles foram para o inferno?" Não. Eles foram para o Céu se eram verdadeiros crentes, mas o julgamento foi, no entanto, extremamente severo, e fez com que outros tivessem grande temor. Eles foram castigados com a morte, mas não foram para o inferno. Eram crentes, não incrédulos. Seus pecados já haviam sido perdoados na cruz do calvário.
Portanto, há aqueles dentro da comunidade protegida da Igreja que podem ser entregues a Satanás não para ensinarem alguma grande verdade, não para manterem a humildade, não para fortalecerem os outros, não para ganhar recompensa, não para louvor eterno, mas para julgamento e castigo (e podem chegar a ser mortos por Satanás).
ENTREGUES A SATANÁS PARA
UM PROPÓSITO MAIOR DE DEUS
Antes de continuar com esta exposição, eu gostaria de resumir o que fora dito na primeira parte deste artigo. Às vezes o Senhor entrega um verdadeiro crente a Satanás por uma razão positiva ligada à sua própria soberania. Vimos isso na ilustração da vida de Jó. Jó não era apenas um homem bom. Ele era o melhor dos homens, íntegro, que honrou a Deus com tudo em sua vida, um homem justo, um homem que amava e temia a Deus. E, no entanto, lemos no livro de Jó que ele foi entregue a Satanás, e foi permitido que Satanás destruísse todas as suas posses, destruísse toda a sua família e até causasse terríveis doenças em seu próprio corpo. Jó chegou ao ápice da depressão e desespero. Jó desejou a morte. Ele nunca realmente entendeu por que isso aconteceu. Mesmo no final do livro, ele não teve a certeza especificamente de por que Deus trouxe isso. A única coisa que Deus fez foi revelar-se um Deus soberano a ele. Mas, ao olharmos para o livro de Jó, entendemos por que Jó foi entregue a Satanás: para Deus afirmar que o verdadeiro amor a Ele e a verdadeira fé nEle não dependem das circunstâncias. Jó resume isso quando diz: “Ainda que Ele me mate, nEle confiarei” (Jó 13.15). “O Senhor deu, e o Senhor tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).
A grande verdade do livro de Jó é que, se você possui ou não as bênçãos desta vida ou se está despojado de tudo, a verdadeira fé em Deus e o verdadeiro amor por Ele se mantêm porque não se baseiam no que recebemos em termos de bênçãos, mas baseiam-se em quem Ele é como um Deus digno. Então Jó foi uma ferramenta usada por Deus, entregue a Satanás para que Deus tornasse clara uma grande verdade.
Então Cristo foi nossa segunda ilustração de alguém entregue a Satanás. Ele foi levado ao deserto pelo Espírito Santo para ser tentado pelo diabo. Literalmente, o Espírito Santo o levou à tentação de Satanás para que Ele fosse provado a ser perfeito, e para provar que, pela vitória sobre Satanás no momento de sua fraqueza, após 40 dias e 40 noites de jejum, poderia demonstrar Seu poder sobre Satanás. Mesmo em Seu momento mais fraco, Ele era páreo e mais do que páreo para Satanás; o que significa que, se Ele foi vitorioso nessa tentação, Ele finalmente será vitorioso na glória de Sua segunda vinda, quando Satanás estiver preso no abismo e quando for finalmente lançado no Lago de Fogo. Assim, Cristo também foi entregue a Satanás a fim de demonstrar Sua perfeição e Seu poder supremo sobre o inimigo.
Nossa terceira ilustração foi Paulo. Paulo foi entregue a Satanás, entregue a um mensageiro de Satanás – um espinho na carne – e ele disse: “De tal coisa me gloriarei” ou “eu me alegro nisso”... “eu me glorio disso porque, em minha fraqueza, a força do Senhor é aperfeiçoada”. Então Paulo foi entregue a Satanás com a limitação de Satanás, como todos esses foram. Lembremo-nos que Jó foi entregue a Satanás, mas Deus estabeleceu limites: “Você pode tirar tudo dele, mas não toque nele”. Na segunda vez, Deus disse a Satanás: “Você pode tocar nele agora, mas não pode matá-lo”. Havia limites estabelecidos também na tentação de Cristo. Mas, para o caso de Paulo, para que ele fosse humilde e dependente, ele recebeu um mensageiro de Satanás para esbofeteá-lo.
Nossa quarta ilustração foi Pedro. Jesus disse a ele: “Satanás deseja ter você para que possa peneirá-lo como trigo” (Lc 22.31). Talvez Satanás tivesse chegado a Deus como fez com Jó, e disse: “Eu quero Pedro. Eu vou lhe mostrar que tipo de cara ele é. Vou despi-lo”. Talvez ele tenha feito o mesmo discurso a respeito de Jó, e por isso Pedro foi entregue a Satanás, não porque ele havia cometido algum pecado voluntário ou vivido em alguma atitude desafiadora e rebelde. Mas Jesus disse: “Quando voltar, você fortalecerá os irmãos”. E aprendemos que Pedro foi entregue a Satanás a fim de poder fortalecer outras pessoas que passariam por sérios problemas.
Portanto, nesses casos de Jó, Cristo, Paulo e Pedro, havia um propósito positivo no plano soberano de Deus.
ENTREGUES A SATANÁS NA TRIBULAÇÃO
Sabemos que o arrebatamento da Igreja ocorre antes da Tribulação (1Ts 4.16-17; Ap 3.10). Esse evento é iminente, ou seja, está para acontecer a qualquer momento. Entretanto, no arrebatamento Jesus não desce à terra, mas “vem nos ares” e arrebata para Si todos os “salvos desde o princípio do mundo”. Nesse dia, os que estiverem mortos ressuscitarão antes, e os que estiverem vivos serão transformados e subirão para o céu juntamente com os ressuscitados. Com isso, ficarão na terra dois grupos de indivíduos: 1) Aqueles que ouviram o evangelho e não creram; 2) Os que não ouviram o evangelho e não tiveram a oportunidade de estarem entre os salvos.
Vale ressaltar que não haverá uma segunda chance para os que ouviram e não creram. Esses indivíduos continuarão incrédulos porque Deus os fará crer na mentira do Anticristo que se levantará após o arrebatamento da Igreja (1Ts 2.7‑12). Já aqueles que nunca ouviram, tanto judeus como gentios, poderão ainda se converter na Tribulação que durará sete anos na terra.
Agora preste muita atenção no que será dito aqui. Quando a Igreja for retirada da Terra, o Espírito Santo irá com ela para o Céu. O Espírito Santo também será retirado da terra. Em 2 Tessalonicenses 2.6-12 temos a seguinte declaração: “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há Um que, agora, resiste até que do meio seja tirado [até que Se vá – JND]; e, então, será revelado o iníquo”. Estes versículos mostram que o curso do mal neste mundo está sendo restringido hoje de alcançar seu ápice por causa da presença e poder do Espírito Santo na Terra. Quando o Espírito “partir” da Terra no Arrebatamento, então, e só então, “o Iníquo” (Anticristo) irá se levantar para desviar a muitos. Outra vez, a ordem é simples. Primeiro ocorrerá a saída do Espírito no Arrebatamento (vs. 7) e depois a queda de muitos liderados pelo Anticristo na Grande Tribulação.
Alguns podem fazer a pergunta: “Como sabemos o momento em que o Espírito será tirado?” Isso é evidente pelas três seguintes Escrituras que provam que o Espírito Santo será tirado da Terra no Arrebatamento:
Primeiramente, o Senhor prometeu a Seus discípulos, na noite em que foi traído, que quando o Espírito de Deus viesse para fazer Sua morada na Igreja, isso seria para sempre (Jo 14.16-17). Quando a Igreja for chamada para fora deste mundo, no Arrebatamento, o Espírito de Deus irá também porque o Senhor disse que Ele (o Espírito) nunca os iria deixar.
Em segundo lugar, nos três primeiros capítulos do livro de Apocalipse, quando a Igreja é vista estando na Terra, o Espírito é visto falando às igrejas repetidamente. Mas a partir do capítulo 4, quando a Igreja não é mais vista na Terra, o Espírito não é mencionado novamente até os capítulos 14.13 e 22.17, que se referem ao tempo após a Tribulação.
Em terceiro lugar, em Gênesis 24 uma noiva (uma figura da Igreja) é buscada para Isaque (uma figura de Cristo) pelo servo (uma figura do Espírito de Deus). Uma vez que a noiva foi garantida pelo servo, ele a levou de sua casa para Isaque que estava esperando por ela. Assim como o servo foi para casa com a noiva, assim irá o Espírito Santo para o Céu com a Igreja quando o Senhor vier por nós. Isto não significa que o Espírito de Deus cessará Seu trabalho na Terra após o Arrebatamento. Ele continuará a trabalhar na Terra a partir do Céu, como fez nos tempos do Velho Testamento, vivificando almas, etc. Essas três passagens mostram que, quando a Igreja for chamada para fora deste mundo no Arrebatamento, o Espírito não mais habitará na Terra.
Mas, o que isso tem a ver com pessoas sendo entregues a Satanás? É simples de entender. Prestemos atenção nas passagens sobre aqueles que sofrerão na Grande Tribulação. Em Mateus 24, nos versículos 21-22, Jesus fala sobre aqueles que sofrerão durante a Tribulação, logo antes da Segunda Vinda de Cristo. O texto de Apocalipse 6 os mostra clamando porque foram mortos naquela Tribulação. Haverá crentes privados de comida, de água, de um emprego e privados de suas vidas durante a Grande Tribulação, quando Satanás causar estragos em todo o mundo.
Mas quando chegamos a esses mesmos santos redimidos no capítulo 7 de Apocalipse, vemos que eles saíram da Tribulação, tiveram suas vestes lavadas, foram purificados no sangue do Cordeiro e estão dia e noite para sempre diante do trono de Deus, louvando e servindo ao Senhor. E eu acredito que o que o texto está dizendo é que haverá toda uma geração de crentes literalmente entregues à fúria de Satanás, desencadeada na Tribulação, de modo que, quando eles forem libertados dela, terão um nível de louvor a Deus que poderá exceder todas as outras gerações remidas. Então, finalmente, Deus receberá louvor daqueles que sofreram muito porque sua libertação é grande e gloriosa.
Apocalipse 2.8-10 – “E ao anjo da igreja em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu: Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
Preste atenção nisso! No verso 10 Jesus diz: “Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
Naquela pequena igreja, em Esmirna, havia crentes que foram perseguidos por causa da fé em Cristo. Eles foram perseguidos pelo diabo até a morte. Deus deixou o diabo matá-los e depois os recompensou com uma coroa da vida. Deus deseja recompensar Seus filhos, e recompensar de maneira mais nobre aqueles que voluntariamente entregam a vida em perseguição por amor a Cristo.
Sim, vimos a partir de todas essas ilustrações que os verdadeiros crentes, os melhores dentre os crentes, líderes como Jó, Paulo e Pedro, e aqueles que virão na Tribulação, e congregações como a igreja em Esmirna, que podem ser entregues a Satanás por Deus para propósitos soberanos, a fim de provar a genuinidade e o caráter da fé salvadora, para mantê-los humildes e dependentes de Deus; para permitir que eles fortaleçam outros que passam por provações; com o propósito de produzir um verdadeiro louvor por toda a eternidade porque foram libertados de muitas coisas, e com o objetivo de lhes dar uma recompensa eterna especial. Sim, os crentes podem ser entregues a Satanás e sofrerem problemas físicos (doenças, transtornos, perseguições), problemas na família, etc. – até à morte por propósitos divinos.
Muitas coisas podem acontecer com um crente entregue a Satanás. Ele pode ser entregue a Satanás para ser morto. Então, como resumimos tudo isso?
Ser entregue a Satanás pode ser para o benefício de Deus, como no caso de Jó, para que Deus exponha Seu ponto de vista. Pode ser para meu próprio bem, como no caso de Paulo, para que eu possa manter a humildade e a dependência de Deus. Pode ser por outra causa, como no caso de Pedro, para que eu possa instruir outros. Pode ser por causa do desejo de Deus de recompensar e dar uma coroa da vida. Pode ser para produzir o grande louvor quando a vida terminar. Pode ser para castigo, como no exemplo do irmão incestuoso em Corinto, ou no caso de Ananias e Safira – e eu posso ser morto por Satanás com a permissão de Deus, não para mal, mas para meu bem. Pode ser para punição até a morte, como no exemplo da igreja em Tiatira, que cometia imoralidade e ouvia a doutrina falsa. Pode ser também para juízo final, como no caso de Saul ou Judas.
Mas, qual é o remédio? Como evitar a parte do castigo? Recebendo a verdade e a santidade de Deus em Cristo, somente nas Escrituras Sagradas – Sola Scriptura. E essa é realmente a mensagem. Pode ser que Deus queira me entregar a Satanás. Pode ser que, para Seus próprios propósitos, Ele queira que eu sofra alguma ferida infligida por Satanás em um grau ou outro, de uma maneira ou de outra na minha vida. Minha única oração é que seja para a glória dEle e para o meu bem, e para o fortalecimento e o avanço do Seu Reino, não para punição e castigo. Se for necessário que eu sofra por meio de algum mensageiro de Satanás, se eu tiver de, como Pedro, ser entregue a Satanás por um período de tempo, só posso orar para que, com isso, Deus ganhe maior glória, e eu serei um servo mais fiel, e isso torna o “ser entregue” bem-vindo se esse é o desígnio de Deus, em vez de ser fisicamente punido por blasfêmia, como no caso de Himeneu e Alexandre. Assim, como crentes, procuramos evitar isso pela busca de uma vida santa. Vamos nos curvar em oração.
Senhor Deus e Pai, chegamos com um coração que foi literalmente despertado por causa do que a Palavra nos revela aqui. Sabemos que estamos em uma grande guerra sobrenatural, e que, como cristãos, pertencemos ao Senhor. No entanto, o Senhor nos usa como Seus soldados, e queremos ser usados. Qualquer perda que possa haver para que haja maior ganho, podemos aceitar. Mas, Pai, procuramos não ser castigados, ser entregues a Satanás para a destruição da carne por causa de ações más, por blasfêmia contra Ti, porque rejeitamos a vida santa para a qual o Senhor nos chamou e pela qual o Senhor nos capacitou em Seu Espírito. Então, Senhor Deus, chame-nos à obediência e efetue isso em nós pelo poder do Seu Espírito. Afasta-nos do mundo e dos pecados sutis que parecem não ser pecados, mas são blasfêmias contra Ti. Mostra-nos essas falhas secretas – os pecados presunçosos sobre os quais o salmista escreveu – para que possamos conhecer a Sua mão de bênção em tudo o que possa acontecer. Queremos ter uma visão mais ampla de tudo, e isso inclui ver o conflito espiritual que ocorre nos lugares celestiais e fazer parte dele da maneira que pudermos para a Sua glória. Impede-nos de lutar mal, e ajuda-nos a combater um bom combate, percebendo nossa responsabilidade e prestação de contas à Igreja como aqueles que são chamados, comissionados e confirmados para o serviço, percebendo nossa responsabilidade perante Ti de manter a fé e uma boa consciência! Que nós possamos perceber nossa responsabilidade de lidar com o inimigo para que a Igreja possa manter sua pureza. Pai, ajuda-nos a encontrar esse mal em nosso coração e encontre o mal que está entre nós. Senhor, o que não pudermos encontrar, o Senhor encontrará e removerá para que possamos ser um testemunho de Sua glória. Eu também oro, Senhor, por qualquer um que tenha lido este artigo hoje e que já esteja entregue a Satanás; que já esteja sofrendo em suas mãos! Se por uma razão positiva, Senhor, dá-lhe grande fé e força, edifica-o e faça-o mais útil! Senhor, se for de forma punitiva, que este tal se arrependa, que se desvie de seus pecados e possa se recuperar do diabo. Se houver aqueles que estão à beira do julgamento eterno nas mãos de Satanás, ó Deus, que eles abracem o Salvador antes que seja tarde demais! Nosso único Salvador e Mediador é Jesus Cristo e ninguém mais (1Tm 2.5).
– JP Padilha
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