A origem do Pentecostalismo e seus danos à Igreja de Deus | JP Padilha


Embora muitas das crenças e práticas macabras do Pentecostalismo já tivessem sido introduzidas na cristandade por John Wesley no século 18, o movimento pentecostal só foi oficializado em 1906, por um homem chamado William Joseph Seymour, um afro-americano intitulado “pregador” por sua seita e fundador do Pentecostalismo nos Estados Unidos da América. As manifestações demoníacas nas denominações carismáticas vieram, predominantemente, deste homem. Naquele tempo, Seymour iniciou reuniões num barracão na Rua Azuza, número 312, em Los Angeles, EUA. Nessas reuniões, a ênfase era a busca do batismo com o Espírito Santo, o que Seymour cria ser uma experiência mística pós-conversão e acompanhada pelo “falar em línguas”. Testemunhas oculares relataram que, na Rua Azuza, as pessoas passavam dias e noites gritando, chorando, gemendo, uivando, pulando, girando e se contorcendo, enquanto clamavam pela "bênção especial” do batismo do Espírito Santo com acompanhamento do “falar em línguas”. Aqueles que achavam ter conseguido alcançar o tal “batismo”, balbuciavam o que criam ser “línguas estranhas”, com palavras sem nenhuma significação. Os membros da seita ficavam em êxtase, caíam no chão e ficavam rolando ou se sacudindo, numa manifestação frenética de loucura total. Outros, ainda, desmaiavam e ficavam deitados por horas a fio, inertes, como se estivessem mortos.

Não é preciso dizer qual foi o resultado disso. Neste capítulo há informações suficientes para saber o que originou toda essa confusão e blasfêmia a respeito da obra do Espírito Santo. Embora não seja a única seita carismática a levar pessoas para o abismo, o Pentecostalismo demonstrou ser um dos maiores inimigos da Igreja de Deus.

Se no romanismo temos a figura de um papa apenas, no movimento pentecostal ocorre a diabólica proliferação de um exército de pequenos papas locais, todos reivindicando autoridade divina e infalibilidade absoluta sob os títulos de pastor, bispo, reverendo, apóstolo, profeta, patriarca, mestre disso, doutor daquilo, etc.

Com incrível ousadia, todas essas figuras alegam receber revelações inéditas por parte de Deus, isto é, além do que está escrito na Bíblia. Eles afirmam com veemência que Deus lhes fala diretamente, sem que para isso eles precisem consultar as Escrituras para saberem o que de fato é ou não correto em suas ditas igrejas. À semelhança dos pontífices medievais, esses indivíduos das mais variadas instituições religiosas evangélicas não aceitam que suas opiniões e condutas sejam questionadas por ninguém e em nenhum grau. Outrossim, à semelhança dos papas renascentistas, tais facínoras exploram a boa-fé dos crentes que os seguem fielmente, amontoando tesouros para si, vendendo objetos inúteis os quais eles dizem ser santos e dotados de poder. Tudo isso acontece numa escala tão grande hoje, que fica fácil concluir que os papas medievais, em termos de engano e estelionato, teriam muito o que aprender com os pequenos papas que reinam soberanos nas assim chamadas igrejas da cristandade.

“CUIDADO... A LETRA MATA!”

Se você já fez parte de alguma seita pentecostal, certamente já ouviu muito esse clichê em tom de ameaça. Os falsos mestres do Pentecostalismo costumam intimidar as massas justamente por meio deste clichê: “Cuidado... não estudem demais a Bíblia, pois está escrito que a Letra mata”. Para tal, eles se baseiam em 2 Coríntios 3.6. Com isso, as pessoas que seguem esses impostores ficam com medo de estudar as Escrituras e nunca são estimuladas a se dedicarem à Teologia, além de doar todo o seu dinheiro às suas instituições, como parte da dívida que eles chamam de “dízimo” (confira o capítulo 4 – sobre o Dízimo).

Todavia, a frase “a Letra mata” em 2 Coríntios 3.6 não tem nada a ver com alguma proibição de Deus para que os crentes não se aprofundem no conhecimento de Seus preceitos. Aliás, tudo isso entra em contraste com o que Deus nos ordena, que é a busca incessante pelo Seu conhecimento, para que não fiquemos na ignorância (Mc 12.24). O fato é que o contexto da citação de 2 Coríntios 3.6 é suficiente para mostrar que Paulo fala ali da Lei Mosaica (a letra) e seu impacto mortal sobre aqueles que tentam ser justificados por meio da sua observância.

A “letra”, no contexto, se refere à “lei”, porque a lei veio para matar, não para dar vida, enquanto o “espírito” se refere à graça, onde encontramos a justificação pela fé no Novo Testamento: “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra (lei), mas do espírito (graça); porque a letra (lei) mata e o espírito (graça) vivifica” (2 Coríntios 3.6 – ênfase minha). Tanto isso é verdade que basta olharmos para a continuação da passagem, nos versos 7 e 8, onde se fala sobre dois ministérios, que são o da lei (letra), que mata, e do espírito (graça), que vivifica: “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito? (2 Coríntios 3.7,8). Esse é o contexto. Aqui o apóstolo está dizendo que o ministério do espírito (Novo Testamento – evangelho da graça) é superior ao ministério da morte (lei), pois a lei veio para matar, mas o Espírito veio para vivificar.

Porém, para os ineptos pentecostais, nesse texto, Paulo, justamente o apóstolo mais estudioso do Novo Testamento (At 26.24), reprovava o dedicado estudo da Palavra de Deus! Quanta estupidez! Quanta barbárie!

Tudo isso resulta em uma óbvia preguiça intelectual e dá ensejo para que homens sem nenhum preparo teológico sejam ordenados pelas suas assim chamadas igrejas. Por conta da ausência do estudo responsável das Escrituras, esses homens seguem as imaginações de seu próprio coração e chamam tudo o que lhes vêm à mente de “revelação”. Consequentemente, eles ensinam aos seus seguidores absurdos que vão desde as tolices mais ingênuas até as heresias mais deploráveis e maléficas. Na verdade, esses fatos se mostram tão evidentes hoje, que qualquer cristão com conhecimento básico das Escrituras sabe que é mais fácil encontrar um dente na boca de um torcedor corintiano do que uma frase de alto valor doutrinário na boca de um “pastor” pentecostal.

Poucas vezes na história houve uma fábrica de heresias tão produtiva como o Pentecostalismo. Nem Márcion, o arqui-herege do século 2, nem os montanistas, nem os defensores da cristologia heterodoxa que ameaçou a Igreja nos séculos 4 e 5, nem os cátaros, nem o catolicismo medieval, nem os radicais da época da Reforma, nem as seitas pseudocristãs mais depravadas da atualidade superaram o Pentecostalismo na criação de doutrinas blasfemas e preceitos antibíblicos. Sem dúvida, um genuíno cristão, nascido em Cristo Jesus, se sentiria mais à vontade numa missa dirigida pelo Papa Inocêncio III do que em um “culto de libertação” realizado por pentecostais. Mas, claro, sabemos ser um erro fazer qualquer uma das duas coisas.

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–– JP Padilha / O Evangelho sem Disfarces
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