ADIAPHORA – Um alerta sobre os princípios que regulam o Culto | JP Padilha


Adiaphora (do grego ἀδιάφορα - adiaforon) é a palavra usada para se referir a algo que não é obrigatório nem proibido. Em outros contextos, possui também o sentido de "insignificante". Esta é a palavra adotada pelas denominações religiosas, tanto tradicionais como carismáticas. Elas aderiram a posição luterana da interpretação livre. Isto é, quando a Escritura não estabelece uma ordem direta de permissibilidade, assim entendem estar livres para determinar e instituir o que não foi instituído para o culto e adoração na Igreja.

Lamentavelmente, a maioria dos cultos realizados por ditos cristãos, hoje, não observa as normas estabelecidas pelo próprio Deus em relação ao Seu Culto. Porém, a Escritura determina, de forma cristalina, que só se pode ser aceito no Culto aquilo que está expressamente ordenado na Palavra como padrão de adoração.

Não existem cultos específicos em que Deus se sinta mais amado ou menos afrontado. Não existem “dias santos” ou “especiais” que Deus tenha estabelecido à Igreja para que o culto a Ele seja mais agradável. Porventura é nos dado autoridade para saquear a limitação dos elementos de culto estabelecidos detalhadamente pelo Deus da Palavra, seja no Velho ou no Novo Testamento? Não, em nenhum lugar da Bíblia. Isto se aplica a todas as formas de entretenimento que Deus jamais permitiu ou ordenou que Seu povo praticasse em Seu culto.

O que vemos na Bíblia é a ordem clara de se adorar a Deus através dos meios que Ele mesmo estabeleceu, e não com base na imaginação humana. A Escritura nos ensina claramente que o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e expressamente limitado pela Sua vontade revelada. Assim, Deus não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, nem sob as sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras (Dt 12.32; Pv 30.6; Mt I5.9; Jo 4.24; 1 Co 3.10,11; 4.6; Gl 1.6-10; Cl 2.7,8).

Um exemplo de como o povo tem se perdido por conta da não-observância desses princípios são os instrumentos musicais como forma de entretenimento dentro do culto a Deus. Ora, se acrescentamos esses instrumentos como forma de adoração a Deus, sendo que Ele não nos ordenou tal prática judaica, como poderemos saber que outras coisas piores não serão acrescentadas no culto? Como podemos observar na atual cristandade, o resultado da desobediência nesse ponto é que agora as pessoas usam de todo o tipo de diversão como norma para o culto, tal como representações teatrais, danças, cantores “gospel” e até o maldito “Natal”, uma profanação ao nosso Deus e um insulto ao Homem de Dores (conferir artigos anteriores, neste mesmo capítulo, sobre o Natal).

Os que alegam ser irrelevante o que se deve ou não fazer dentro do culto dizem: “Mas isso são apenas circunstâncias do culto; sabemos não ser elementos do culto”. Ora, se partirmos dessa premissa, como saberemos que daqui a alguns dias não teremos mulheres seminuas dançando em torno de um poste ídolo para divertir os ditos “crentes” em uma assembleia? Se as "meras circunstâncias" são permitidas no culto a Deus em detrimento do princípio regulador do culto, como no caso dos instrumentos musicais, uma mulher de biquíni no culto também é uma circunstância aceitável, pois não faz parte dos elementos de culto, mas é uma “circunstância”, como alegam os defensores de que não devemos dar importância para aquilo que não é nitidamente proibido pela Palavra de Deus. Sendo assim, aonde isso vai parar? Segundo tal premissa, podemos fazer o que quisermos no culto a Deus. Por isso precisamos observar e obedecer os princípios que regulam o culto e nos restringir a eles.

Culto não é lugar de ouvir músicas, nem de celebrar cultos que não foram expressamente prescritos pela Palavra de Deus na dispensação da graça. O "Natal", a “Páscoa”, o “Teatro”, a “Dança” e tantas outras formas de entretenimentos pagãos e mundanos são puramente direcionadas a deuses pagãos. Nenhuma dessas práticas possuem resquício de amparo da Escritura.

Algumas pessoas reclamam dizendo que sentem falta de instrumentos musicais para adorarem a Deus, e que esses instrumentos são “circunstâncias comuns” no culto, tais como orar de joelhos ou de olhos fechados. Todavia, orar de joelhos ou de olhos fechados não interfere nos princípios que regulam o culto. O fato é que a Bíblia diz que o único instrumento para se adorar a Deus no Novo Testamento é um coração puro e os lábios dos que adoram ao SENHOR. Ponto final.

O problema de muitos é não entender a diferença entre o sistema de coisas do judaísmo e o novo modo de culto e ministério do cristianismo. As pessoas querem imitar o que os israelitas faziam, mas não percebem que aquele era o modo ordenado por Deus na antiga dispensação para adoração. Os instrumentos musicais não fazem parte do culto na Igreja de Deus (de Atos a Apocalipse). Não somos o Israel de Deus. Somos a Igreja de Deus.

A palavra Cânone, em hebraico “qenéh” e no grego “kanóni”, tem o significado de "régua" ou "cana [de medir]", no sentido de um catálogo. Isto significa que não somos nós quem determinamos as regras de Culto e adoração a Deus. A Bíblia nos ensina, em toda a sua base e essência escriturística, que não temos o direito de revirar as Escrituras de cabeça para baixo, sacudi-la e, após não encontrar qualquer brecha para nossas vãs tradições, simplesmente estabelecê-las como normas de culto a Deus, ao bel prazer e sem nenhuma autoridade divina revelada.

Onde a Bíblia se cala, nós, cristãos, nos calamos simultaneamente. No Antigo Testamento vemos Deus ordenando Seu povo Israel que o adore segundo os padrões estabelecidos por Ele, e jamais segundo os moldes mundanos. Da mesma forma, no Novo Testamento, Deus ordena a Igreja que faça o mesmo que Ele ordenara a Israel neste sentido. Nada se deve acrescentar e nada se deve subtrair da Escritura Sagrada.

“Tudo o que Eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás” (Deuteronômio 12.32).

“Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mateus 15.9).

"E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito" (1 Coríntios 4.6).

“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” (Apocalipse 22.18,19).

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–– JP Padilha / O Evangelho sem Disfarces
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